O que aconteceu aos julgamentos com júris? — Suja A. Thomas
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0:07 - 0:10Remontando pelo menos
aos tempos de Sócrates, -
0:10 - 0:13algumas sociedades antigas
decidiram que determinadas disputas -
0:13 - 0:16— por exemplo, se uma pessoa
praticou um certo crime — -
0:16 - 0:19deviam ser ouvidas
por um grupo de cidadãos. -
0:19 - 0:23Alguns séculos depois, foi introduzido
o julgamento com jurados em Inglaterra, -
0:23 - 0:27onde passou a ser uma característica
fundamental do sistema legal, -
0:27 - 0:31controlando o governo e envolvendo
cidadãos na tomada de decisões. -
0:31 - 0:34Os jurados decidiam se os arguidos
seriam julgados por crimes, -
0:34 - 0:37determinavam se os réus
eram culpados -
0:37 - 0:41e resolviam diferendos monetários.
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0:40 - 0:44Quando as colónias norte-americanas
rejeitaram o domínio da Inglaterra, -
0:44 - 0:47esta tradição legal dos jurados manteve-se.
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0:47 - 0:50A Constituição dos EUA
instituía um grande júri -
0:50 - 0:53para decidir se se constituíam
processos criminais, -
0:53 - 0:56exigia um júri para julgar todos os crimes
exceto a destituição -
0:56 - 1:00e previa jurados também
para os processos civis. -
0:59 - 1:03Contudo, nos EUA atualmente,
raramente são convocados grandes júris -
1:03 - 1:07e os jurados decidem menos de 4%
dos processos criminais -
1:07 - 1:10e menos de 1% dos processos civis
que vão a tribunal. -
1:10 - 1:14Isto, ao mesmo tempo que os sistemas
de jurados aumenta noutros países. -
1:14 - 1:16O que aconteceu nos EUA?
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1:17 - 1:19Parte da história reside
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1:19 - 1:22na forma como o Supremo Tribunal
tem interpretado a Constituição. -
1:22 - 1:24Tem permitido o processo de negociação
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1:24 - 1:27que atualmente ocorre
em quase todos os processos criminais. -
1:27 - 1:30A acusação propõe ao acusado
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1:30 - 1:32que se considere culpado.
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1:32 - 1:36Se ele aceitar, o processo
não é apresentado a um júri, -
1:36 - 1:39mas recebe uma condenação
de prisão mais curta do que teria, -
1:39 - 1:41se um júri o considerasse culpado.
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1:41 - 1:44O risco duma condenação a prisão
muito maior, se for a julgamento, -
1:44 - 1:47pode pressionar um réu inocente
a aceitar declarar-se culpado. -
1:48 - 1:50Entre o século XIX e o século XXI,
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1:50 - 1:55a proporção de confissões de culpa
aumentou de 20% para 90% -
1:56 - 1:58e este número continua a aumentar.
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1:58 - 2:01O Supremo Tribunal tem permitido
o uso de outro procedimento -
2:01 - 2:02que interfere com os júris,
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2:02 - 2:04o chamado julgamento sumário.
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2:04 - 2:06No julgamento sumário,
os juízes podem decidir -
2:06 - 2:09que não são necessários julgamentos civis
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2:09 - 2:12se as pessoas que movem a ação
têm provas insuficientes. -
2:12 - 2:16Isto destina-se apenas aos processos
em que nenhum júri razoável discordaria. -
2:17 - 2:19É uma coisa difícil de determinar,
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2:19 - 2:22mas o uso do julgamento sumário
atingiu tal proporção -
2:22 - 2:25que há quem argumente
que está a haver abuso. -
2:25 - 2:28Por exemplo, os juízes aceitam
total ou parcialmente, -
2:28 - 2:30em mais de 70% dos pedidos de patrões
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2:30 - 2:33rejeitar processos
de discriminação no trabalho. -
2:34 - 2:37Noutros casos, tanto a pessoa
que move a ação -
2:37 - 2:38como a pessoa que a defende
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2:39 - 2:41renunciam ao seu direito de ir a tribunal
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2:41 - 2:44e resolvem a sua disputa
através de mediadores profissionais -
2:45 - 2:48que, normalmente, são advogados,
professores ou antigos juízes. -
2:48 - 2:51A mediação pode ser uma decisão
inteligente para ambas as partes -
2:51 - 2:54para evitar as exigências
de um julgamento em tribunal, -
2:54 - 2:57mas frequentemente
é acordado contra vontade -
2:57 - 2:58quando as pessoas assinam contratos
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2:58 - 3:01como candidaturas a empregos
e acordos de consumo. -
3:01 - 3:03Isso pode constituir um problema.
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3:03 - 3:05Por exemplo, alguns mediadores
podem ser facciosos -
3:05 - 3:08a favor das empresas
que lhes dão os processos. -
3:08 - 3:11Estes são alguns dos casos
em que os júris desapareceram. -
3:11 - 3:14Mas o desaparecimento dos júris
será uma coisa boa? -
3:14 - 3:16Os júris não são perfeitos.
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3:16 - 3:18São dispendiosos,
gastam muito tempo -
3:18 - 3:19e fazem erros.
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3:19 - 3:21Nem sempre são necessários,
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3:21 - 3:23Por vezes, as pessoas
podem chegar a acordo -
3:23 - 3:25para resolver as suas disputas.
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3:25 - 3:27Mas os júris têm as suas vantagens,
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3:27 - 3:29Quando devidamente selecionados,
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3:29 - 3:32os jurados são mais representativos
da população em geral -
3:32 - 3:34e não têm os mesmos incentivos
que os promotores, -
3:35 - 3:36os legisladores ou os juízes
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3:36 - 3:38que procuram a reeleição ou uma promoção.
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3:38 - 3:41Os fundadores dos EUA
confiavam na sabedoria -
3:41 - 3:43de grupos imparciais de cidadãos
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3:43 - 3:46para verificar o poder
dos três ramos da governação. -
3:46 - 3:49E o julgamento com um júri
dá a cidadãos vulgares -
3:49 - 3:52um papel central na manutenção
do tecido social. -
3:52 - 3:56Então, será que o sistema de júri nos EUA
sobreviverá no futuro?
- Title:
- O que aconteceu aos julgamentos com júris? — Suja A. Thomas
- Description:
-
Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/what-happened-to-trial-by-jury-suja-a-Thomas
Nos EUA, atualmente, os júris decidem menos de 4% dos processos criminais e menos de 1% dos processos civis, em tribunal. Simultaneamente, os sistemas de jurados noutros países estão a aumentar. O que aconteceu nos EUA? Será que o desaparecimento dos júris é uma coisa boa? Suja A. Thomas explora os dois lados deste dilema.
Lição de Suja A. Thomas, animação de Globizco.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:12
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