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Os ATOA morreram, mas não foram enterrados! | Antonio R. Martín | TEDxLaLaguna

  • 0:20 - 0:22
    Boas tardes.
  • 0:22 - 0:27
    Quando a organização TEDxLaLaguna
    me fez a proposta
  • 0:27 - 0:32
    para eu participar neste evento,
    disseram-me que era muito importante
  • 0:32 - 0:38
    eu ter uma ideia muito clara,
    expô-la, transmiti-la e defendê-la.
  • 0:39 - 0:42
    A ideia que temos é muito clara,
  • 0:43 - 0:47
    o que não sabemos é se vamos saber
    defendê-la e transmiti-la,
  • 0:47 - 0:48
    mas vamos tentar.
  • 0:48 - 0:50
    A ideia é esta:
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    Os algoritmos das quatro
    operações aritméticas
  • 0:53 - 0:56
    morreram, mas não foram enterrados!
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    O que é um algoritmo?
  • 0:59 - 1:04
    Um algoritmo é uma sequência de passos
    em que, quando os fazemos sempre,
  • 1:04 - 1:06
    obtemos o mesmo resultado.
  • 1:06 - 1:08
    Por exemplo:
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    O algoritmo para ligar o telefone.
  • 1:09 - 1:12
    Aqui far-me-ia muito jeito
    o telefone do Dr. Maynard,
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    que apareceu há bocado na fotografia.
  • 1:16 - 1:18
    Primeiro, levanto o auscultador,
    segundo, marco,
  • 1:18 - 1:23
    terceiro, espero o sinal,
    quarto, falo,
  • 1:23 - 1:24
    quinto, desligo.
  • 1:24 - 1:28
    O algoritmo para vocês estarem
    hoje aqui sentados
  • 1:28 - 1:31
    pode ter mais passos pelo meio:
    um, levantaram-se de manhã;
  • 1:32 - 1:36
    dois, tomaram o pequeno-almoço;
    três, fizeram as vossas atividades;
  • 1:36 - 1:40
    quatro, regressaram, almoçaram,
    tomaram banho;
  • 1:40 - 1:42
    quinto, vieram para aqui
    e sexto, sentaram-se.
  • 1:43 - 1:49
    Quando numa escola,
    um professor diz aos meninos:
  • 1:50 - 1:52
    "Vamos lá! Põe as unidades
    por baixo das unidades,
  • 1:52 - 1:56
    "as dezenas por baixo das dezenas
    e as centenas por baixo das centenas.
  • 1:56 - 1:58
    "Agora soma todas as unidades.
  • 1:58 - 2:02
    "se der mais de 10, passas uma
    e somas na coluna das dezenas,
  • 2:02 - 2:05
    "agora soma todas as dezenas.
  • 2:05 - 2:10
    "Se der mais de dez,
    juntas uma na coluna das centenas
  • 2:10 - 2:13
    "e assim, sucessivamente",
  • 2:13 - 2:16
    esse professor não está a ensinar a somar,
  • 2:16 - 2:20
    a diminuir, a multiplicar ou a dividir,
    mas nem ele próprio sabe.
  • 2:20 - 2:23
    Como eu sempre o fiz durante muitos anos
  • 2:23 - 2:26
    e não sabia que o que estava
    a ensinar eram algoritmos.
  • 2:28 - 2:31
    Somar, diminuir, multiplicar
    é uma questão diferente.
  • 2:31 - 2:34
    O que se tem vindo a ensinar há séculos
  • 2:34 - 2:38
    tem sido estes algoritmos tradicionais
    que já não são úteis
  • 2:38 - 2:42
    que ninguém utiliza,
    que ninguém emprega em parte alguma
  • 2:42 - 2:49
    mas que ocupam a maior parte do tempo
    nas aulas de matemática.
  • 2:49 - 2:53
    Claro que, se passas uma, tens que
    a trazer amanhã para não a perderes.
  • 2:54 - 2:55
    (Risos)
  • 3:03 - 3:06
    Vamos ver um vídeo:
  • 3:06 - 3:09
    (Vídeo) Porque é que isto dá 620?
    Explica-me lá.
  • 3:09 - 3:13
    Porque eu digo: 200+300 são 500;
  • 3:13 - 3:18
    e 10+90 são 100; já tenho 600;
  • 3:18 - 3:27
    7+7 são 14, já tenho 614;
    mais 6, já tenho 4 + 6 são 10;
  • 3:27 - 3:30
    e o outro 10 que faltava, são 620.
  • 3:31 - 3:33
    Muito bem, menina, e tu Elmi?
  • 3:33 - 3:34
    A mim dá-me 190
  • 3:34 - 3:40
    porque 6+4 são 10, 7+3 são 10,
    já tenho 20,
  • 3:40 - 3:43
    Mais 20 são 40, mais os outros 20 são 60,
  • 3:44 - 3:48
    60+30 são 90; mais 100 são 190.
  • 3:53 - 3:56
    O vídeo passou adiantado
    porque estou nervoso, mas enfim...
  • 3:57 - 4:01
    Tinha que ter dito, antes do vídeo,
    que esses algoritmos
  • 4:01 - 4:05
    em que fomos ensinados, cem por cento
    dos que aqui estamos, já não são úteis
  • 4:05 - 4:06
    porque ninguém os utiliza.
  • 4:06 - 4:11
    Ainda por cima, não desenvolvem
    o cálculo mental,
  • 4:11 - 4:14
    como o que acabamos de ver no vídeo.
  • 4:14 - 4:17
    Mas são necessários
    outros tipos de algoritmos.
  • 4:17 - 4:19
    Observem.
  • 4:20 - 4:21
    Estes algoritmos,
  • 4:21 - 4:23
    porque lhes chamamos tradicionais?
  • 4:23 - 4:25
    Para sermos depreciativos?
  • 4:25 - 4:26
    Nada disso.
  • 4:26 - 4:28
    Olhem para aqui e observem bem as datas.
  • 4:28 - 4:31
    Onde estava cada um de nós
    que aqui estamos, nesse ano?
  • 4:31 - 4:36
    Esta é a prova de exame
    de Federico García Lorca.
  • 4:36 - 4:40
    Parece que vão estar na moda outra vez
    estas provas de exame.
  • 4:43 - 4:48
    Estas práticas que vemos copiadas aqui
    estão vivas nas escolas
  • 4:48 - 4:52
    mas não é por maldade dos professores;
    mas porque repetimos
  • 4:52 - 4:54
    o que vimos fazer toda a vida.
  • 4:54 - 5:00
    Se um vosso filho ou filha,
    que são sempre os que mais nos afetam,
  • 5:01 - 5:03
    faz um grande golpe
    e o levamos ao hospital,
  • 5:03 - 5:09
    e o tratam com a medicina deste ano,
    como é que vocês reagiriam?
  • 5:09 - 5:10
    Mas não se percam.
  • 5:12 - 5:14
    Esta é a prova de exame
  • 5:14 - 5:19
    de Menéndez Pelayo,
    reparem no ano: 1865
  • 5:20 - 5:23
    Ninguém que aqui está pediria
    para os seus filhos a medicina deste ano
  • 5:23 - 5:27
    mas é o que está a encher
    os quadros negros por toda a parte.
  • 5:27 - 5:29
    Muitas vezes são as famílias,
    por ignorância,
  • 5:29 - 5:31
    que pedem isso como qualidade.
  • 5:31 - 5:35
    "Olha que nesta escola
    o nível é muito baixo
  • 5:35 - 5:37
    "porque já não fazem as divisões assim".
  • 5:38 - 5:40
    As divisões fazem-se com as calculadoras.
  • 5:40 - 5:43
    Em parte alguma se fazem
    com um papel e uma esferográfica.
  • 5:43 - 5:45
    Muito bem.
  • 5:45 - 5:47
    Porque lhes chamamos tradicionais?
  • 5:47 - 5:49
    Para sermos depreciativos? Não.
  • 5:49 - 5:53
    Vamos fazer uma viagem
    através da história da matemática.
  • 5:53 - 5:54
    Acompanhem-me.
  • 5:56 - 5:58
    Entre os séculos VIII e IX,
  • 5:59 - 6:03
    um matemático viaja para a Índia
    e vê que os hindus
  • 6:03 - 6:07
    não trabalhavam com os algarismos
    e os símbolos que ele conhecia
  • 6:08 - 6:10
    nem utilizavam os números romanos.
  • 6:10 - 6:13
    Talvez porque os romanos
    não andaram por lá.
  • 6:13 - 6:17
    Não usavam o ábaco, que era
    o que predominava na Europa,
  • 6:17 - 6:21
    por influência do Império Romano.
  • 6:21 - 6:24
    Então, ele aprende
    o que aqueles hindus faziam,
  • 6:24 - 6:27
    — estou a falar dos séculos VIII a IX —
  • 6:27 - 6:30
    e regressa a Bagdade.
  • 6:31 - 6:35
    Em Bagdade havia uma universidade
    conhecida por "Casa do Saber"
  • 6:35 - 6:37
    e Bagdade era a cidade
  • 6:37 - 6:42
    onde estava a maior parte
    do império político e intelectual
  • 6:42 - 6:44
    do Império Muçulmano.
  • 6:44 - 6:49
    E ele leva esses documentos
    para a universidade.
  • 6:48 - 6:55
    A partir do ano 825 começa
    a difundir-se um livro chamado
  • 6:55 - 6:58
    "O cálculo com numerais hindus".
  • 6:58 - 7:04
    A forma que ele trouxe da Índia
    começa a estender-se pelo mundo árabe.
  • 7:05 - 7:09
    Esse matemático árabe que foi à Índia
    e recolheu todas aquelas formas
  • 7:09 - 7:12
    que os hindus tinham de trabalhar,
  • 7:12 - 7:14
    chamava-se Al Juarismi.
  • 7:14 - 7:18
    Já perceberam de onde vem
    o termo algoritmo, não é?
  • 7:22 - 7:26
    Começa a estender-se pelo mundo árabe
    durante muitos séculos.
  • 7:27 - 7:32
    Séculos mais tarde, no século XII,
    outro matemático italiano
  • 7:32 - 7:37
    viaja para o norte de África — Argélia —
    porque o pai era mercador.
  • 7:37 - 7:41
    Esse matemático italiano chamava-se
    Fibonacci, Leonardo de Pisa,
  • 7:41 - 7:44
    e começa a ver que
    os árabes do norte de África
  • 7:44 - 7:50
    não utilizavam os rabiscos,
  • 7:50 - 7:53
    os algarismos que ele conhecia,
    que eram os números romanos e o ábaco,
  • 7:53 - 7:56
    que era o que imperava em toda a Europa.
  • 7:56 - 8:02
    Então, começa a tomar nota,
    a recolher tudo e regressa a Itália.
  • 8:02 - 8:08
    Quando regressa a Itália, publica um livro
    que se chama "Livro do ábaco".
  • 8:08 - 8:14
    É o livro onde aparecem
    pela primeira vez os algoritmos
  • 8:14 - 8:17
    que vimos ao princípio,
    aqueles a que chamamos tradicionais.
  • 8:17 - 8:21
    Esse livro é publicado no ano de 1202.
  • 8:22 - 8:24
    Repito o ano
  • 8:24 - 8:26
    para que vejam como estamos atualizados,
  • 8:26 - 8:28
    1202.
  • 8:28 - 8:30
    Bem.
  • 8:30 - 8:35
    Começam a estender-se pela Europa,
    mas há uma resistência.
  • 8:35 - 8:38
    Toda a inovação provoca uma oposição
  • 8:38 - 8:41
    e não foi uma coisa
    que se aceitou rapidamente.
  • 8:41 - 8:45
    Aqui neste quadro
    está refletida a luta que existia
  • 8:45 - 8:49
    entre os partidários dos números romanos,
    à direita,
  • 8:49 - 8:52
    e os partidários dos novos algoritmos,
  • 8:52 - 8:54
    que são os que chegaram aos nossos dias.
  • 8:54 - 9:00
    Até ao ponto que se diz que demoraram
    quatro séculos para serem aceites.
  • 9:00 - 9:02
    Quatro séculos!
  • 9:02 - 9:04
    Mas cuidado porque, por causa do zero,
  • 9:04 - 9:06
    houve polémicas terríveis.
  • 9:06 - 9:09
    Como iam aceitar o zero,
    uma coisa que não representava nada?
  • 9:09 - 9:11
    Era uma coisa diabólica.
  • 9:11 - 9:12
    Bom...
  • 9:12 - 9:18
    Essa luta foi bastante intensa até que,
    por fim, conseguiram impor-se
  • 9:18 - 9:21
    os partidários dos algoritmos tradicionais
  • 9:21 - 9:23
    que chegaram aos nossos dias.
  • 9:24 - 9:27
    Esses algoritmos foram úteis
    até princípios dos anos 70.
  • 9:27 - 9:31
    Recordo que eu ia à loja
    e a senhora da loja dizia:
  • 9:31 - 9:33
    "E vai um, e vão dois" e passava.
  • 9:35 - 9:37
    Já não se faz isso em parte alguma.
  • 9:37 - 9:40
    Mas a escola continua a fazê-lo.
  • 9:47 - 9:50
    São necessários outro tipo de algoritmos,
  • 9:50 - 9:54
    porque os algoritmos tradicionais
    têm efeitos negativos.
  • 9:55 - 9:57
    Que efeitos negativos têm?
  • 9:57 - 10:01
    Não desenvolvem
    o pensamento matemático das crianças,
  • 10:02 - 10:04
    impõem maneiras de pensar,
  • 10:04 - 10:09
    não deixam que se desenvolva
    o significado numérico
  • 10:09 - 10:12
    nem o valor da posição.
  • 10:11 - 10:14
    As práticas repetidas
    desses algoritmos tradicionais
  • 10:14 - 10:17
    não desenvolvem nada conceptualmente
  • 10:17 - 10:19
    e o que é ainda mais terrível:
  • 10:19 - 10:23
    acabam por impedir o cálculo mental.
  • 10:24 - 10:26
    Sim, são necessários outros algoritmos,
  • 10:27 - 10:31
    outros algoritmos
    que ajudem a pensar, a raciocinar,
  • 10:31 - 10:33
    a fomentar a solução de problemas.
  • 10:34 - 10:37
    Mas vamos trabalhar muitos algoritmos
    para a soma,
  • 10:37 - 10:39
    muitos para a subtração,
  • 10:39 - 10:40
    muitos diferentes para a divisão,
  • 10:40 - 10:43
    e muitos diferentes para a multiplicação.
  • 10:45 - 10:46
    Aqui vemos alguns.
  • 10:52 - 10:54
    Quando é que esta situação vai mudar?
  • 10:56 - 10:58
    Quando é que esta situação vai mudar?
  • 10:58 - 11:00
    Esta situação vai mudar
  • 11:00 - 11:04
    quando vocês, a família,
    o público em geral,
  • 11:04 - 11:08
    comecem a exigir, de modo intenso,
  • 11:09 - 11:13
    às autoridades educativas,
    que alterem os currículos
  • 11:13 - 11:16
    e que substituam
    os algoritmos tradicionais
  • 11:16 - 11:19
    por outros algoritmos que ajudem a pensar,
  • 11:20 - 11:21
    a raciocinar,
  • 11:21 - 11:24
    a dar significado numérico
  • 11:24 - 11:27
    a tornar as crianças mais críticas,
  • 11:27 - 11:31
    a estimular que as crianças inventem
    os seus próprios algoritmos.
  • 11:31 - 11:35
    Só quando vocês se mentalizarem
    e o exigirem com insistência,
  • 11:35 - 11:38
    talvez as coisas comecem a mudar.
  • 11:39 - 11:40
    Vão mudar
  • 11:40 - 11:46
    quando vocês, no final deste curso,
    o vosso filho do 1.º ano da primária,
  • 11:46 - 11:51
    o vosso sobrinho, primo, neto,
    que acabe o 1.º ano da primária,
  • 11:51 - 11:55
    tenham que perguntar porque é
    que não são capazes de fazer
  • 11:55 - 11:58
    o que vamos ver que fazem
    estas meninas do 1.º ano.
  • 12:02 - 12:06
    [Precisamos de algoritmos
    que desenvolvam o cálculo mental]
  • 12:09 - 12:10
    (Vídeo)
  • 12:12 - 12:13
    20 e 20... 40.
  • 12:14 - 12:16
    70.
  • 12:16 - 12:19
    E aqui já tenho 100.
  • 12:18 - 12:20
    Já tenho 100.
  • 12:20 - 12:24
    Depois... dois e dois são quatro,
    três e três são seis,
  • 12:24 - 12:26
    quatro e seis são...
  • 12:27 - 12:28
    dez.
  • 12:31 - 12:35
    E... o 10... 100 + 10 são 110.
  • 12:40 - 12:41
    Eu disse...
  • 12:41 - 12:47
    "7 e 7 são 14, 8+8 são 16, 9 e 9 são 18.
  • 12:47 - 12:50
    "agarro em todos os 10, que são 30, não é?
  • 12:51 - 12:55
    Fico com um 4, um 6 e um 8, não é?
  • 12:55 - 13:00
    Vou buscar 10 no 4 e no 6,
    que dá 10, não é?
  • 13:02 - 13:07
    junto o 10 aos 30, são quarenta... e oito.
  • 13:14 - 13:15
    Muito bem...
  • 13:15 - 13:20
    Isto é possível, esta estratégia
    de pensamento é possível
  • 13:20 - 13:24
    porque estes meninos não foram instruídos
    nos algoritmos tradicionais.
  • 13:24 - 13:28
    Estas meninas já estão na universidade e,
    quando andam de um lado para o outro,
  • 13:28 - 13:33
    sabem quanto vão pagar a um grupo,
    sabem quanto é o troco.
  • 13:34 - 13:36
    Mas as companheiras que foram instruídas
  • 13:36 - 13:41
    nos algoritmos tradicionais
    não são capazes.
  • 13:43 - 13:50
    É necessário outro tipo de ferramentas,
    de ideias, de trocar os algoritmos
  • 13:50 - 13:55
    por outros mais racionais
    para que se mudem os resultados positivos.
  • 13:55 - 13:57
    E, para rematar,
  • 13:57 - 13:59
    algumas ideias:
  • 14:00 - 14:03
    A primeira, as famosas provas PISA
  • 14:03 - 14:04
    que nos põem malucos.
  • 14:06 - 14:08
    A Finlândia, a melhor do mundo.
  • 14:08 - 14:11
    A nível da Europa, dentro da Europa,
  • 14:11 - 14:13
    os que têm melhores resultados
    na matemática
  • 14:13 - 14:15
    são os Países Baixos.
  • 14:16 - 14:17
    É curioso!
  • 14:17 - 14:21
    Nem a Finlândia, nem os Países Baixos
    utilizam os algoritmos tradicionais.
  • 14:22 - 14:25
    Porque é que não investigam isso?
    Para ver qual é a correlação.
  • 14:26 - 14:30
    A segunda, 80% do tempo
    nas aulas de matemática...
  • 14:30 - 14:33
    — vocês que têm filhos,
    primos, sobrinhos, netos —
  • 14:33 - 14:35
    ... à segunda-feira estão a ensiná-los.
  • 14:35 - 14:39
    Mas não é porque o professor seja mau,
    porque eu também ensinava essas coisas,
  • 14:40 - 14:43
    eu ensinava porque
    não sabia fazer outra coisa,
  • 14:42 - 14:45
    até que fui aprendendo
    com outros professores.
  • 14:45 - 14:48
    Colocas unidades por baixo de unidades,
    dezenas por baixo de dezenas,
  • 14:48 - 14:51
    estão a ensinar-lhes
    os algoritmos tradicionais.
  • 14:52 - 14:57
    E 80% do tempo das aulas de matemática
    são dedicados exclusivamente a isso.
  • 14:58 - 15:01
    E no secundário, quando passamos
    para o secundário,
  • 15:01 - 15:04
    são limites, derivadas,
    integrais, matrizes,
  • 15:04 - 15:09
    todas essas questões que acabamos,
    lá conseguimos passar a matemática,
  • 15:09 - 15:11
    mas não sabemos
    para que serve um integral,
  • 15:11 - 15:14
    nem uma derivada, nem nada disso.
  • 15:13 - 15:15
    Que tristeza, não é?
  • 15:15 - 15:20
    Por último, perguntar quantos de vocês
  • 15:20 - 15:26
    seguiram os estudos para letras,
    para ciências sociais.
  • 15:27 - 15:29
    E vocês dirão... Porquê?
  • 15:29 - 15:31
    Por causa da matemática!
  • 15:32 - 15:34
    Por causa da matemática?
    Gostava muito dela?
  • 15:34 - 15:37
    Não! Para fugir da matemática!
  • 15:38 - 15:41
    Eu pertenço a um movimento de professores
  • 15:42 - 15:45
    que lutamos para que a matemática
    seja uma ferramenta
  • 15:45 - 15:49
    para a igualdade social
    e não para a seleção intelectual.
  • 15:50 - 15:55
    Para finalizar, repetir
    que o problema só vai mudar
  • 15:55 - 16:00
    quando vocês exigirem veementemente
    às autoridades educativas
  • 16:00 - 16:02
    uma mudança radical.
  • 16:03 - 16:04
    Volto a repetir.
  • 16:04 - 16:07
    Radical nos métodos de ensino
    e de aprendizagem
  • 16:07 - 16:11
    desde a infantil, a primária,
    o secundário e a universidade.
  • 16:11 - 16:14
    Na universidade por vezes
    continua-se a dar aulas de matemática
  • 16:14 - 16:17
    como quando Platão subia a uma pedra,
    quando eram cem,
  • 16:17 - 16:20
    e o professor preenchia a ardósia.
  • 16:20 - 16:22
    Com 100 alunos
    é o que eu posso fazer aqui.
  • 16:22 - 16:25
    Mas há aulas na universidade
    que têm três alunos.
  • 16:25 - 16:28
    Estão os três sentados e
    é a mesma aula que para os 100!
  • 16:29 - 16:31
    E nunca mais vão mudar de método?
  • 16:32 - 16:33
    É tudo.
  • 16:33 - 16:34
    Muito obrigado.
  • 16:34 - 16:37
    (Aplausos)
Title:
Os ATOA morreram, mas não foram enterrados! | Antonio R. Martín | TEDxLaLaguna
Description:

Os ATOA, Algoritmos Tradicionais das Operações Aritméticas, são usados mundialmente e impedem que os estudantes desenvolvam o pensamento e as capacidades de resolução de problemas, afirma Antonio Martín.
Antonio há mais de 20 anos que trabalha como professor de matemática do ensino primário nas escolas públicas. É reconhecido pela sua investigação e prática baseadas em alternativas para ajudar a melhorar o ensino e a aprendizagem desta disciplina.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
Spanish
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:41

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