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Esqueçam a hierarquia no trabalho

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    Um biólogo evolutivo,
    na Universidade de Purdue,
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    chamado William Muir, estudou galinhas.
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    Ele estava interessado na produtividade.
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    Deve ser uma coisa
    que nos preocupa a todos,
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    porém, é mais fácil medir em galinhas,
    basta contar os ovos.
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    (Risos)
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    Queria saber como tornar
    mais produtivas as suas galinhas,
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    por isso, criou uma experiência incrível.
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    As galinhas vivem em grupos, então,
    primeiro selecionou um grupo vulgar,
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    e deixou-o à vontade
    durante seis gerações.
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    Depois, arranjou um segundo grupo
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    apenas com as galinhas mais produtivas,
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    aquilo a que chamaríamos super-galinhas,
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    e reuniu-as num supergrupo.
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    Em cada geração, selecionou apenas
    as mais produtivas para reprodução.
  • 0:46 - 0:48
    Passadas seis gerações,
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    o que é que ele descobriu?
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    O primeiro grupo, o grupo vulgar,
    estava muito bem.
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    As galinhas estavam gordas,
    com todas as suas penas
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    e a produção de ovos
    tinha crescido drasticamente.
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    E quanto ao segundo grupo?
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    Só três sobreviveram.
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    Elas mataram todas as outras às bicadas.
  • 1:07 - 1:08
    (Risos)
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    As galinhas mais produtivas
    só atingiram o sucesso
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    suprimindo a produtividade das demais.
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    Eu já viajei por todo o mundo
    contando esta história
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    em todo o tipo de organizações e empresas.
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    A pessoas notam a pertinência
    quase que instantaneamente,
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    e dizem coisas como:
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    "Aquele supergrupo é a minha empresa."
  • 1:33 - 1:34
    (Risos)
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    Ou "Esse é o meu país."
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    Ou "Essa é a minha vida."
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    Toda a minha vida me disseram que,
    para progredir, precisamos de competir.
  • 1:45 - 1:47
    Temos de entrar na escola correta,
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    conseguir o trabalho correto,
    chegar ao topo.
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    Nunca achei isso muito inspirador
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    Criei e geri negócios
    pelo prazer da criação.
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    E porque trabalhar juntamente
    com pessoas brilhantes e criativas
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    é a melhor recompensa.
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    Nunca me senti motivada por hierarquias,
    por super-galinhas,
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    ou por superestrelas.
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    Porém, nos últimos 50 anos,
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    temos gerido muitas organizações
    e certas sociedades
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    seguindo o modelo das super-galinhas.
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    Nós pensávamos que se atingiria o sucesso
    escolhendo os melhores,
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    o homem mais brilhante da sala,
    — por vezes a mulher —
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    e entregando-lhes todos os recursos
    e todo o poder.
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    O resultado tem sido o mesmo
    da experiência de William Muir:
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    agressividade, disfunções e desperdício.
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    Se a única forma de os mais produtivos
    serem bem-sucedidos
  • 2:45 - 2:48
    é suprimindo a produtividade do resto,
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    então precisamos de descobrir urgentemente
    uma melhor forma de trabalhar
  • 2:51 - 2:54
    e de viver uma vida saudável.
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    (Aplausos)
  • 2:59 - 3:03
    Então, o que é que torna alguns grupos
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    obviamente mais bem sucedidos
    e mais produtivos que outros?
  • 3:07 - 3:10
    Essa é a questão que uma equipa do MIT
    tem pesquisado.
  • 3:10 - 3:12
    Recrutaram centenas de voluntários,
  • 3:12 - 3:16
    e separaram-nos em grupos,
    dando a cada grupo problemas bem difíceis.
  • 3:16 - 3:19
    O que ocorreu foi exatamente
    o que imaginaríamos.
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    Alguns grupos foram muito mais
    bem-sucedidos que outros.
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    Porém, o mais interessante foi que
    os grupos mais bem sucedidos
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    não foram os grupos que possuíam
    uma ou duas pessoas
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    com QIs extraordinários.
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    Também não foram
    os que continham os voluntários
  • 3:35 - 3:37
    com os maiores QIs combinados.
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    Os grupos de sucesso
    tinham três características.
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    Antes de tudo, tinham uma alta empatia
    uns pelos outros.
  • 3:49 - 3:52
    Isso foi medido através do chamado
    Teste de Ler a Mente nos Olhos,
  • 3:52 - 3:55
    um teste amplamente considerado
    para avaliar empatia.
  • 3:55 - 3:57
    Os grupos com uma alta pontuação no teste
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    saíram-se melhor.
  • 4:00 - 4:04
    Em segundo lugar, os grupos bem-sucedidos
    distribuíram o tempo de forma igual,
  • 4:04 - 4:07
    de forma que não houve
    nenhuma voz dominante,
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    mas também não houve ociosos.
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    Por último, os grupos de sucesso
  • 4:12 - 4:14
    tinham mais mulheres.
  • 4:14 - 4:16
    (Aplausos)
  • 4:17 - 4:20
    Seria porque as mulheres
    normalmente têm maior pontuação
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    no Teste de Ler a Mente nos Olhos,
  • 4:22 - 4:25
    reforçando o coeficiente de empatia?
  • 4:25 - 4:28
    Ou porque elas contribuíram
    com uma perspetiva mais diversa?
  • 4:28 - 4:29
    Não sabemos.
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    Porém, o mais surpreendente na experiência
  • 4:32 - 4:34
    é que mostrou o que nós sabemos,
  • 4:34 - 4:36
    que alguns grupos
    se saem melhor do que outros,
  • 4:36 - 4:39
    mas a chave para isto
  • 4:39 - 4:43
    é a ligação social
    que conseguem criar entre eles.
  • 4:44 - 4:46
    Então, como funciona isso no mundo real?
  • 4:47 - 4:52
    Significa que a relação entre
    as pessoas é muito importante,
  • 4:52 - 4:56
    pois em grupos bem sincronizados
    e atentos uns aos outros,
  • 4:56 - 4:59
    podem surgir e crescer as ideias.
  • 4:59 - 5:03
    As pessoas não ficam limitadas,
    não desperdiçam energia em vão.
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    Um exemplo: a Arup, uma das firmas
    de engenharia mais bem-sucedidas no mundo,
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    foi selecionada para construir
    o centro equestre
  • 5:10 - 5:12
    para as Olimpíadas de Pequim.
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    A estrutura teria de receber
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    2500 cavalos puro-sangue
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    que acabavam de fazer longos voos,
  • 5:21 - 5:25
    sofriam de desfasamento horário,
    não estariam no melhor dos seus dias.
  • 5:25 - 5:28
    O problema que o engenheiro tinha era:
  • 5:28 - 5:32
    com que quantidade de excrementos
    teremos de lidar?
  • 5:33 - 5:36
    É uma coisa que não se aprende
    na escola de engenharia...
  • 5:36 - 5:38
    (Risos)
  • 5:38 - 5:40
    ... e não é o tipo de coisa
    em que gostaríamos de errar.
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    Ele podia gastar meses a conversar
    com veterinários, a realizar pesquisas,
  • 5:44 - 5:46
    a melhorar os seus planos.
  • 5:46 - 5:49
    Em vez disso, procurou ajuda
  • 5:49 - 5:53
    e encontrou alguém que tinha projetado
    o Jokey Club em Nova Iorque.
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    O problema foi resolvido
    em menos de um dia.
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    A Arup acredita que a cultura da ajuda
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    é a razão do seu sucesso.
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    A palavra "ajuda" parece
    um bocado anémica,
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    mas é extremamente importante
    para equipas de sucesso,
  • 6:11 - 6:16
    e supera facilmente a
    inteligência individual.
  • 6:17 - 6:20
    Ser prestativo significa que
    eu não preciso saber de tudo.
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    Apenas tenho que trabalhar entre pessoas
    que são boas em obter e prestar ajuda.
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    No SAP, sabem que vocês conseguem
    responder a qualquer questão em 17 min.
  • 6:32 - 6:35
    Mas não há uma única empresa
    com quem trabalhei
  • 6:35 - 6:41
    que imagine por um momento que
    isso seja um problema de tecnologia,
  • 6:41 - 6:45
    porque o que instiga a ajuda é
    as pessoas conhecerem-se umas às outras.
  • 6:46 - 6:51
    Isso pode parecer óbvio, e achamos
    que isso acontece naturalmente,
  • 6:51 - 6:52
    mas não acontece.
  • 6:52 - 6:56
    Quando eu dirigi a minha primeira
    empresa de "software",
  • 6:56 - 6:58
    notei que estávamos a ficar limitados.
  • 6:58 - 7:01
    Havia bastante atrito,
    mas nada por aí além.
  • 7:02 - 7:06
    Fui reparando que as pessoas
    brilhantes e criativas que contratara
  • 7:06 - 7:08
    não se conheciam umas às outras.
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    Estavam tão concentradas
    nos seus trabalhos individuais,
  • 7:12 - 7:15
    que não conheciam as pessoas à sua volta.
  • 7:15 - 7:19
    Só quando eu insisti
    em pararmos de trabalhar
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    e investir mais tempo
    a conhecer-nos uns aos outros,
  • 7:21 - 7:24
    é que conseguimos fazer a diferença.
  • 7:25 - 7:27
    Isso aconteceu há 20 anos.
  • 7:27 - 7:30
    Agora, visito empresas
    que acabaram com o café na secretária
  • 7:30 - 7:34
    porque querem que as pessoas passem
    mais tempo em volta das máquinas de café
  • 7:34 - 7:36
    e conversem umas com as outras.
  • 7:36 - 7:39
    Os suecos têm um termo especial para isso.
  • 7:39 - 7:42
    Chamam-lhe "fika", que significa
    mais que uma pausa para o café.
  • 7:42 - 7:45
    Significa restauração coletiva.
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    Na Idexx, uma empresa de Maine,
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    criaram jardins de vegetais no campus,
  • 7:51 - 7:54
    para que as pessoas
    de diferentes partes da empresa
  • 7:54 - 7:58
    possam trabalhar em conjunto
    e conhecer toda a organização.
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    Todos eles enlouqueceram?
  • 8:01 - 8:05
    Exatamente o contrário, eles descobriram
    que, quando as coisas ficam difíceis
  • 8:05 - 8:07
    — e acabam sempre por ficar difíceis —
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    se estamos a fazer um trabalho
    que faz a diferença,
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    do que as pessoas precisam
    é de apoio social
  • 8:12 - 8:15
    e precisam de saber a quem pedir ajuda.
  • 8:16 - 8:20
    As empresas não têm ideias,
    só as pessoas as têm.
  • 8:20 - 8:23
    O que motiva as pessoas
  • 8:23 - 8:27
    são os laços, a lealdade e a confiança
    que desenvolvem uns com os outros.
  • 8:28 - 8:32
    O que importa é o cimento,
  • 8:32 - 8:34
    não apenas os tijolos.
  • 8:34 - 8:36
    Quando juntamos tudo isso,
  • 8:36 - 8:39
    o que construímos é o que se chama
    capital social.
  • 8:39 - 8:44
    É no capital social que reside
    a solidariedade que constrói a confiança.
  • 8:44 - 8:48
    Este termo surgiu dos sociólogos
    que estudavam comunidades
  • 8:48 - 8:52
    que provaram ser especialmente resistentes
    em épocas de tensão.
  • 8:53 - 8:58
    O capital social é o que faz com que as
    empresas façam a diferença,
  • 8:58 - 9:03
    e o capital social é
    o que fortalece as empresas.
  • 9:04 - 9:06
    O que significa isso na prática?
  • 9:07 - 9:10
    Significa que o tempo é tudo,
  • 9:11 - 9:15
    porque o capital social
    constrói-se com o tempo.
  • 9:15 - 9:20
    Assim, as equipas de longa data
    vão melhorando,
  • 9:20 - 9:23
    porque é preciso tempo
    para criar a confiança necessária
  • 9:23 - 9:26
    para a franqueza e a compreensão.
  • 9:26 - 9:30
    E é o tempo que gera valor.
  • 9:31 - 9:33
    Quando Alex Pentland sugeriu a uma empresa
  • 9:33 - 9:36
    que sincronizasse as pausas para o café
  • 9:36 - 9:39
    para as pessoas terem tempo
    de conversar umas com as outras,
  • 9:39 - 9:43
    o lucro aumentou 15 milhões de dólares,
  • 9:43 - 9:46
    e a satisfação dos colaboradores
    aumentou 10%.
  • 9:47 - 9:50
    Não é um mau retorno
    para o capital social,
  • 9:50 - 9:53
    que cresce mesmo quando o utilizamos.
  • 9:54 - 10:00
    Não se trata de compadrio
    nem de ociosidade,
  • 10:00 - 10:04
    porque as pessoas que trabalham assim
    tendem a serem ásperas,
  • 10:04 - 10:09
    impacientes e absolutamente determinadas
    a pensar só por si,
  • 10:09 - 10:12
    porque é essa a sua contribuição.
  • 10:13 - 10:17
    O conflito é frequente porque
    a franqueza é uma coisa segura.
  • 10:18 - 10:23
    Desta forma as boas ideias
    transformam-se em ótimas ideias,
  • 10:23 - 10:27
    porque nenhuma ideia
    nasce completamente formada.
  • 10:27 - 10:30
    Ela surge aos poucos,
    como uma criança a nascer,
  • 10:30 - 10:34
    meio baralhada e confusa,
    mas cheia de possibilidades.
  • 10:35 - 10:41
    Só através da contribuição generosa
    de fé e de desafios
  • 10:41 - 10:43
    é que elas alcançam
    o seu verdadeiro potencial.
  • 10:44 - 10:47
    É isso que o capital social apoia.
  • 10:49 - 10:52
    Não estamos acostumados
    a falar sobre estas coisas,
  • 10:52 - 10:56
    sobre talento, sobre criatividade,
    desta forma.
  • 10:56 - 11:00
    Estamos acostumados
    a falar sobre estrelas.
  • 11:00 - 11:02
    Então eu comecei a imaginar:
  • 11:02 - 11:05
    "Será que, se começarmos
    a trabalhar desta forma,
  • 11:05 - 11:07
    "deixarão de existir estrelas?"
  • 11:07 - 11:10
    Então fui assistir às audições
  • 11:10 - 11:14
    na Academia Royal das Artes de Drama
    em Londres.
  • 11:14 - 11:18
    O que lá vi surpreendeu-me,
  • 11:18 - 11:21
    porque os professores não estavam
    à procura de indivíduos de destaque.
  • 11:22 - 11:26
    Eles observavam o que acontecia
    entre os estudantes,
  • 11:26 - 11:29
    porque é aí que está o drama.
  • 11:30 - 11:33
    Conversei com os produtores
    de álbuns de sucesso, eles disseram:
  • 11:33 - 11:36
    "Claro, nós temos muitos astros na música.
  • 11:36 - 11:39
    "O problema é que eles
    não duram muito tempo.
  • 11:39 - 11:43
    "São os incríveis colaboradores
    que desfrutam as longas carreiras,
  • 11:43 - 11:46
    "porque é a explorar o melhor nos outros
  • 11:46 - 11:49
    "que eles encontram
    o melhor neles mesmos."
  • 11:50 - 11:52
    Quando visitava empresas de renome
  • 11:52 - 11:54
    pelo seu talento e criatividade,
  • 11:54 - 11:57
    eu não conseguia ver nenhuma estrela,
  • 11:57 - 12:00
    porque todos eram importantes.
  • 12:01 - 12:04
    Quando refleti sobre a minha carreira,
  • 12:04 - 12:08
    e sobre todas as pessoas extraordinárias
    com quem tive o privilégio de trabalhar,
  • 12:08 - 12:14
    percebi que podíamos ter oferecido
    muito mais uns aos outros
  • 12:14 - 12:18
    se nós tivéssemos deixado
    de tentar ser super-galinhas.
  • 12:19 - 12:20
    (Risos)
  • 12:20 - 12:23
    (Aplausos)
  • 12:25 - 12:31
    Depois de apreciarmos
    como é o trabalho social,
  • 12:31 - 12:34
    muitas coisas têm de mudar.
  • 12:34 - 12:37
    A gestão por competição de talentos,
  • 12:37 - 12:41
    põe, com frequência,
    os colaboradores uns contra os outros.
  • 12:41 - 12:46
    A rivalidade tem de ser substituída
    por capital social.
  • 12:46 - 12:50
    Durante décadas, tentámos motivar
    pessoas com dinheiro,
  • 12:50 - 12:52
    apesar de termos
    uma vasta quantidade de pesquisas
  • 12:52 - 12:56
    que mostram que o dinheiro
    desgasta as relações sociais.
  • 12:57 - 13:01
    Precisamos de fazer com que as pessoas
    se motivem umas as outras.
  • 13:03 - 13:08
    Durante anos, imaginámos os líderes
    como heróis solitários,
  • 13:08 - 13:11
    na expetativa de que, por si só,
    resolvessem problemas complexos.
  • 13:12 - 13:14
    Hoje, precisamos de redefinir liderança
  • 13:14 - 13:18
    como uma atividade na qual
    se criam as condições
  • 13:18 - 13:24
    para que todos possam dar o seu melhor
    pensando coletivamente.
  • 13:24 - 13:27
    Sabemos que funciona.
  • 13:28 - 13:33
    Quando o Protocolo de Montreal
    apelou para a retirada dos CFCs
  • 13:33 - 13:37
    — os clorofluorcarbonetos responsáveis
    pelo buraco na camada de ozono —
  • 13:37 - 13:39
    os riscos foram enormes.
  • 13:39 - 13:42
    Os CFCs estavam em todo lugar,
  • 13:42 - 13:44
    e ninguém conhecia um substituto viável.
  • 13:45 - 13:50
    Porém, uma equipa que aceitou o desafio
    adotou três princípios chave.
  • 13:51 - 13:55
    O primeiro foi o chefe de engenharia,
    Frank Maslen,
  • 13:55 - 13:58
    que disse que não haveria
    estrelas nessa equipa.
  • 13:58 - 14:00
    "Nós precisamos de todos.
  • 14:00 - 14:03
    "Todos têm uma perspetiva válida.
  • 14:03 - 14:08
    "Segundo, nós trabalhamos
    apenas para um padrão:
  • 14:08 - 14:11
    "o melhor possível".
  • 14:11 - 14:14
    E terceiro, disse ao seu chefe,
    Geoff Tudhope,
  • 14:14 - 14:16
    que ele teria de sair do projeto,
  • 14:16 - 14:19
    porque ele sabia quão destrutivo
    pode ser o poder.
  • 14:19 - 14:21
    Isso não significa
    que Tudhope não fez nada.
  • 14:22 - 14:24
    Ele deu à equipa uma cobertura aérea
  • 14:24 - 14:28
    e garantiu que honrassem
    os seus princípios.
  • 14:28 - 14:30
    E funcionou.
  • 14:30 - 14:33
    À frente de todas as outras empresas
    neste difícil problema,
  • 14:33 - 14:38
    este grupo chegou primeiro à meta final.
  • 14:38 - 14:40
    Atualmente, o Protocolo de Montreal
  • 14:40 - 14:46
    é o acordo ambiental internacional
    de maior sucesso
  • 14:46 - 14:48
    já implementado.
  • 14:49 - 14:52
    Havia muito em jogo,
  • 14:52 - 14:54
    e ainda há.
  • 14:55 - 14:59
    Não iremos resolver os nossos problemas
    se esperarmos que sejam resolvidos
  • 14:59 - 15:02
    por algum super-homem ou super-mulher.
  • 15:02 - 15:05
    Nós precisamos de todos,
  • 15:05 - 15:12
    porque apenas quando aceitarmos
    que todos possuem valor
  • 15:12 - 15:19
    iremos gerar a energia e a imaginação
    necessária para progredirmos
  • 15:19 - 15:23
    e criarmos o melhor que podemos.
  • 15:24 - 15:26
    Obrigada.
  • 15:25 - 15:29
    (Aplausos)
Title:
Esqueçam a hierarquia no trabalho
Speaker:
Margaret Heffernan
Description:

As organizações são dirigidas, com frequência, segundo o "modelo super-galinha", em que o valor assenta em empregados excecionais muito melhores que os outros. Contudo, não é isso que motiva as equipas de maior êxito. A líder empresarial Margaret Heffernan observa que é a coesão social — construída nas pausas para o café, sempre que um membro da equipa pede ajuda a outro — que, com o tempo, leva a bons resultados. É uma alteração radical do modo de pensar sobre o que nos leva ao nosso melhor trabalho, e sobre o que significa ser um líder. Porque, conforme diz Heffernan: "As empresas não têm ideias. Só as pessoas as têm".

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:47
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