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O que aconteceu com os júris populares? - Suja A. Thomas

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    Prática que vem
    desde os tempos de Sócrates,
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    algumas antigas sociedades
    resolveram que certos conflitos,
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    como decidir se uma pessoa
    cometeu ou não determinado crime,
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    deveriam ser julgadas
    por um grupo de cidadãos.
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    Muitos séculos depois, o tribunal do júri
    foi introduzido na Inglaterra,
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    onde se tornou um traço
    fundamental do sistema legal,
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    controlando o governo e envolvendo
    cidadãos em tomadas de decisão.
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    Os júris decidiam se os réus
    seriam julgados por crimes,
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    determinavam se eram culpados
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    e resolviam litígios monetários.
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    Mesmo após as colônias norte-americanas
    terem se livrado do jugo inglês,
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    a tradição legal
    do tribunal do júri permaneceu.
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    A Constituição norte-americana
    autorizava que um "grande júri"
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    decidisse se os casos criminais procediam,
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    exigia um júri para julgar
    todos os crimes, exceto o impeachment,
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    e previa júris para casos cíveis também.
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    Apesar disso, hoje, nos EUA, não é comum
    se convocarem grandes júris,
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    e os júris decidem
    menos de 4% dos casos criminais
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    e menos de 1% dos casos cíveis
    que chegam aos tribunais.
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    Enquanto isso, o sistema do tribunal
    do júri tem crescido em outros países.
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    Mas, afinal, o que aconteceu com os EUA?
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    Em parte, tem a ver
    com a forma como a Suprema Corte
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    tem interpretado a Constituição.
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    É permitido negociar a confissão,
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    o que atualmente ocorre
    em quase todos os casos criminais.
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    Na prática, o promotor oferece ao acusado
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    a possibilidade de se declarar culpado.
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    Se a declaração for aceita, o caso
    não precisa se submeter a um júri,
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    e o réu recebe uma pena menor
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    do que receberia caso o júri o condenasse.
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    O risco de uma sentença
    muito maior depois de um julgamento
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    pode fazer com que até um réu inocente
    se confesse culpado.
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    Entre os séculos 19 e 21,
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    a proporção de confissões de culpa
    aumentou em torno de 20% a 90%,
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    e os números continuam a crescer.
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    A Suprema Corte permitiu
    o uso de um outro procedimento
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    que interfere com o júri,
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    chamado julgamento sumário.
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    Dessa forma, os juízes podem decidir
    dispensar o julgamento de uma ação cível
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    se os autores do processo
    não tiverem provas suficientes.
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    Isso se aplica apenas a casos
    de que nenhum júri razoável discordaria.
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    Apesar de ser algo difícil
    de se determinar,
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    o julgamento sumário se disseminou,
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    a ponto de alguns acharem
    que ocorrem abusos.
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    Por exemplo, juízes dão ganho de causa,
    total ou parcialmente,
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    a mais de 70% das demandas de empregadores
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    pela rejeição de casos
    de discriminação na contratação.
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    Em outros casos, tanto o autor
    da ação quanto o acusado
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    abrem mão de seu direito
    de irem ao tribunal,
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    preferindo resolver o litígio
    por meio de um mediador profissional.
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    Normalmente, os mediadores são
    advogados, professores ou antigos juízes.
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    A arbitragem pode ser uma decisão
    inteligente de ambas as partes
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    ao se evitarem os procedimentos
    de um julgamento no tribunal,
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    mas normalmente os acordos
    são impostos em contratos assinados
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    em casos de ofertas de emprego
    e direitos do consumidor.
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    Isso pode se tornar um problema.
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    Por exemplo, alguns árbitros
    podem ser tendenciosos
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    com as empresas que lhes dão casos.
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    Esses são apenas alguns exemplos
    em que os júris desapareceram.
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    Mas será que o desaparecimento
    dos júris é uma coisa boa?
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    Bem, eles não são perfeitos.
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    Eles custam caro,
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    consomem tempo
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    e são passíveis de erro.
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    E nem sempre são necessários,
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    como nos casos em que as pessoas
    podem simplesmente entrar num acordo.
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    Mas os júris têm lá suas vantagens.
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    Quando adequadamente selecionados,
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    os jurados são mais
    representativos da população
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    e não possuem as mesmas
    motivações que promotores,
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    legisladores
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    ou juízes,
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    que buscam reeleição ou promoção.
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    Os fundadores dos EUA
    confiavam na sabedoria
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    de grupos de cidadãos imparciais
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    para controlar o poder
    dos três Poderes governamentais.
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    E o próprio júri popular
    deu aos cidadãos comuns
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    um papel central
    na preservação do tecido social.
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    Mas será que, nos EUA,
    o sistema de júri vai sobreviver?
Title:
O que aconteceu com os júris populares? - Suja A. Thomas
Description:

Assista à lição completa: http://ed.ted.com/lessons/what-happened-to-trial-by-jury-suja-a-thomas

Atualmente, nos tribunais norte-americanos, os júris decidem menos de 4% dos casos criminais e menos de 1% dos casos cíveis. Por outro lado, o sistema do tribunal do júri está crescendo em outros países. Então, o que aconteceu com os Estados Unidos? E será que o desaparecimento dos júris é uma coisa boa? Suja A. Thomas explora ambos os lados desse dilema.

Lição de Suja A. Thomas; animação de Globizco.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:12

Portuguese, Brazilian subtitles

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