Como funciona o fraturamento — Mia Nacamulli
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0:09 - 0:14Lá bem no fundo do subsolo há jazidas
de gás natural, outrora inacessíveis. -
0:14 - 0:17Provavelmente, este gás
formou-se há milhões de anos -
0:17 - 0:20quando camadas de organismos
em decomposição -
0:20 - 0:25foram sujeitas a intenso calor e pressão
sob a crosta terrestre. -
0:25 - 0:28Há uma tecnologia, chamada
fraturamento hidráulico, -
0:28 - 0:30ou "fracking",
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0:30 - 0:32que permite extrair este gás natural,
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0:32 - 0:36possivelmente fornecendo-nos energia
por mais umas décadas. -
0:36 - 0:38Como funciona o fraturamento
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0:38 - 0:42e porque é que é a origem
de uma polémica tão acalorada? -
0:42 - 0:45Um sítio de fraturamento de gás natural
pode existir em qualquer local, -
0:45 - 0:47num deserto longínquo
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0:47 - 0:50ou a centenas de metros
do nosso quintal. -
0:50 - 0:54Começa com um comprido
furo vertical, conhecido por poço. -
0:55 - 0:57perfurado através
das camadas de sedimentos. -
0:58 - 1:03Quando o furo atinge 2500 a 3000 metros,
está no ponto certo -
1:03 - 1:07para se iniciar o processo
de perfuração horizontal. -
1:07 - 1:13Muda 90 graus de direção e estende-se
horizontalmente, por cerca de 1,5 km -
1:14 - 1:18através duma camada negra comprimida
chamada formação de xisto argiloso. -
1:19 - 1:23Depois, baixa-se um canhão de perfuração
especializado que é disparado, -
1:23 - 1:26criando uma série de pequenos furos
com centímetros de comprimento -
1:26 - 1:30que atravessam as paredes
do poço, na camada rochosa. -
1:31 - 1:34Três a quatro meses depois
da perfuração inicial, -
1:34 - 1:37o poço está pronto
para começar o fraturamento. -
1:37 - 1:41Injeta-se o fluido de fraturamento
no poço, numa pressão tão alta -
1:41 - 1:43que faz estalar a rocha xistosa,
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1:43 - 1:48criando fraturas através das quais
se pode escapar o gás e o petróleo. -
1:49 - 1:52Mais de 90% do fluido é água.
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1:52 - 1:55O resto é formado por aditivos
químicos concentrados. -
1:56 - 2:00Estes variam consoante as características
específicas do local do fraturamento, -
2:00 - 2:02mas, habitualmente,
pertencem a três categorias: -
2:03 - 2:06ácidos para eliminar os escombros
e dissolver os minerais, -
2:06 - 2:08compostos redutores da fricção
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2:08 - 2:12que criam uma forma de água escorregadia,
designada por fluxo de baixa fricção -
2:13 - 2:15e desinfetante para impedir
o desenvolvimento de bactérias. -
2:16 - 2:21Também se mistura areia ou barro
na água para alargar as fraturas -
2:21 - 2:24de modo que o gás e o petróleo
possam sair, -
2:24 - 2:26mesmo com uma pressão mais baixa.
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2:27 - 2:30Calcula-se que toda a bombagem
e circulação intensa do fraturamento -
2:31 - 2:35usa uma média de 11 a 22 milhões
de litros de água por poço. -
2:36 - 2:39Nem é assim muito,
em comparação com a a agricultura, -
2:39 - 2:40com as centrais de energia
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2:40 - 2:43ou mesmo com a manutenção
de campos de golfe -
2:43 - 2:46mas pode ter grande impacto
no abastecimento de água local. -
2:47 - 2:51O destino da água usada no fraturamento
também é um problema. -
2:51 - 2:54Juntamente com o gás prisioneiro
que é bombado para a superfície, -
2:54 - 2:58refluem milhões de litros de líquido.
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2:59 - 3:02Este líquido contém contaminantes
como materiais radioativos, -
3:02 - 3:06sais, metais pesados
e hidrocarbonetos, -
3:06 - 3:08que têm que ser armazenados
e destruídos. -
3:08 - 3:12Isso faz-se normalmente
em profundas fossas no local, -
3:12 - 3:15ou em instalações de tratamento de água.
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3:16 - 3:19Outra opção é reciclar
o liquido que reflui, -
3:19 - 3:23mas o processo de reciclagem
pode aumentar os níveis de contaminação -
3:24 - 3:26visto que a água torna-se mais tóxica
cada vez que é usada. -
3:27 - 3:30Os poços são habitualmente
revestidos de aço e cimento -
3:30 - 3:33para impedir que os contaminantes
passem para os aquíferos. -
3:33 - 3:36Mas qualquer negligência
ou acidentes no fraturamento -
3:36 - 3:39podem ter efeitos devastadores.
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3:39 - 3:41O fraturamento direto
nas águas subterrâneas -
3:41 - 3:44as perigosas infiltrações
e fugas subterrâneas -
3:44 - 3:48e um tratamento ou destruição inadequada
de águas residuais altamente tóxicas -
3:48 - 3:52podem contaminar a água potável
em volta do local de fraturamento. -
3:52 - 3:56Também há preocupações
com a ameaça de abalos sísmicos -
3:56 - 3:57e danificação de infraestruturas
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3:57 - 4:00por causa da pressão
e da água de injeção residual. -
4:00 - 4:04A relação entre o fraturamento
e o aumento da atividade sísmica -
4:04 - 4:06deixa problemas por resolver
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4:06 - 4:08quanto aos desequilíbrios
de pressão a longo prazo -
4:08 - 4:11que podem estar a acontecer
bem por baixo dos nossos pés. -
4:11 - 4:15Mas a grande polémica
do fraturamento ocorre à superfície. -
4:15 - 4:18O consenso geral é que
é melhor para o ambiente -
4:18 - 4:21queimar gás natural
do que queimar carvão -
4:21 - 4:24visto que o gás recuperado
no fraturamento -
4:24 - 4:27emite apenas metade
do dióxido de carbono do que o carvão -
4:27 - 4:29por unidade de energia.
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4:29 - 4:31Mas a poluição provocada
pelo fraturamento -
4:31 - 4:33não é negligenciável.
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4:33 - 4:37O metano que se liberta durante o processo
da perfuração e da bombagem -
4:37 - 4:39é muitas vezes mais potente
do que o dióxido de carbono -
4:39 - 4:41no seu efeito de gás de estufa.
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4:41 - 4:45Alguns cientistas afirmam
que o metano acaba por dispersar-se -
4:45 - 4:48por isso tem um impacto
relativamente baixo a longo prazo. -
4:48 - 4:51Mas fica no ar uma pergunta
mais importante. -
4:51 - 4:54O fraturamento gasta tempo,
dinheiro e investigação -
4:54 - 4:56em detrimento do desenvolvimento
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4:56 - 4:59de fontes de energia
renovável mais limpas? -
4:59 - 5:01O gás natural não é renovável
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5:01 - 5:04e os interesses económicos a curto prazo
que apoiam o fraturamento -
5:04 - 5:07podem ser insuficientes
perante a alteração climática global. -
5:08 - 5:12Os especialistas continuam a examinar
os efeitos globais do fraturamento. -
5:12 - 5:15Embora o fraturamento moderno
seja conhecido desde os anos 40, -
5:15 - 5:18adquiriu grande expansão
nas últimas décadas, -
5:18 - 5:20à medida que outras fontes
de gás natural diminuem, -
5:20 - 5:23os custos das energias
não renováveis aumentam, -
5:23 - 5:26e as tecnologias de ponta
o tornam mais acessível. -
5:26 - 5:30Mas muitos países e regiões
já proibiram o fraturamento -
5:30 - 5:33em resposta às preocupações ecológicas.
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5:33 - 5:37É inegável que o fraturamento
mudou o panorama energético no mundo -
5:37 - 5:41mas com que benefício a longo prazo
e a que preço?
- Title:
- Como funciona o fraturamento — Mia Nacamulli
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Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/how-does-fracking-work-mia-nacamulli
Lá bem no fundo há jazidas de gás natural, outrora inacessíveis. Há uma tecnologia, chamada fraturamento hidráulico ou "fracking" que pode extrair este gás natural, possivelmente fornecendo-nos energia por mais umas décadas. Como funciona o fraturamento e porque é que é a origem de uma polémica tão acalorada? Mia Nacamulli explica os pormenores do fraturamento.
Lição de Mia Nacamulli, animação de Sharon Colman
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 06:04
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