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A incrível história do homem que nos deu os modernos alívios à dor

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    Há alguns anos,
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    minha mãe desenvolveu artrite reumatoide.
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    Seus pulsos, joelhos e dedos incharam,
    causando uma dor aguda e crônica.
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    Ela se aposentou por invalidez.
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    Parou de frequentar a nossa mesquita.
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    Havia manhãs em que era muito doloroso
    para ela escovar os dentes.
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    Eu queria ajudar.
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    Mas eu não sabia como.
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    Eu não sou médico.
  • 0:31 - 0:35
    Eu sou um historiador da Medicina.
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    Então, comecei a pesquisar
    a história da dor crônica.
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    A Universidade da Califórnia tem
    uma vasta coleção sobre a história da dor
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    em seu arquivo.
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    E eu encontrei uma história,
    uma história fantástica,
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    de um homem que salvou, resgatou,
    milhões de pessoas da dor;
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    pessoas como a minha mãe.
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    Mas eu nunca tinha ouvido falar dele.
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    Não existiam biografias,
    nenhum filme de Hollywood.
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    Seu nome era John J. Bonica.
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    Mas quando nossa história começa,
  • 1:11 - 1:15
    ele era mais conhecido
    como Johnny "Búfalo" Walker.
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    Era um dia de verão em 1941.
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    O circo tinha acabado de chegar
    na pequena cidade de Brookfield, NY.
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    Os expectadores se amontoaram
    para ver os equilibristas, os palhaços
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    e, se tivessem sorte,
    a bala de canhão humana.
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    Eles também vinham ver
    o homem-força, Johnny "Búfalo" Walker,
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    um valentão do tipo
    que lhe intimidaria por um dólar.
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    Sabe, um certo dia, uma voz soou
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    na caixa de som do circo.
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    Precisavam de um médico
    com urgência na tenda dos animais.
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    Alguma coisa tinha dado errado
    com o domador de leões.
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    O clímax de sua atuação deu errado,
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    e sua cabeça estava presa
    dentro da boca do leão.
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    Ele estava ficando sem ar;
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    a multidão assistia horrorizada
    conforme ele resistia,
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    mas acabou desmaiando.
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    Quando o leão finalmente
    relaxou suas mandíbulas,
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    o domador simplesmente
    despencou no chão, imóvel.
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    Quando ele acordou alguns minutos depois,
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    viu uma figura conhecida
    curvada por cima dele.
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    Era "Búfalo" Walker.
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    O homem-força tinha feito boca a boca
    no domador e salvo sua vida.
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    Só que o homem-força
    não tinha contado a ninguém,
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    mas na verdade ele era estudante
    do terceiro ano de Medicina.
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    Ele se apresentava com o circo
    nos verões para pagar a mensalidade,
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    mas mantinha segredo
    para proteger sua imagem.
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    Ele deveria ser um bruto, um vilão,
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    e não um bom samaritano estudioso.
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    Seus colegas médicos também
    não sabiam do seu segredo.
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    Como ele disse: "Se você
    era um atleta, era um idiota".
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    Então ele não contou a eles sobre o circo
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    ou sobre ser lutador profissional
    nas noites e fins de semana.
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    Ele usava um pseudônimo
    como "Búfalo" Walker
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    ou, depois, o "Maravilhoso Mascarado".
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    Ele guardou segredo mesmo naquele ano,
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    quando foi coroado campeão do mundo
    na categoria Peso Meio Pesado.
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    Por anos, John J. Bonica
    viveu essas vidas paralelas.
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    Ele era um lutador;
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    ele era um médico.
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    Era o vilão;
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    e era o herói.
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    Ele infligia a dor
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    e a tratava.
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    Ele não sabia disso na época,
    mas nas próximas cinco décadas,
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    ele se basearia nessas
    identidades conflitantes
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    para criar um jeito totalmente
    novo de pensar a dor.
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    Isso mudaria de tal forma
    a Medicina moderna
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    que, décadas depois, a revista Time
    o chamaria de "pai do alívio à dor".
  • 3:57 - 3:59
    Mas tudo isso aconteceu depois.
  • 4:00 - 4:06
    Em 1942, Bonica se formou médico
    e casou com Emma,
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    sua amada, que conheceu
    em uma de suas lutas anos antes.
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    Ele ainda lutava em segredo,
    tinha que fazer isso.
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    Sua residência no hospital St. Vincent,
    em Nova Iorque, não pagava nada.
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    Com seu cinturão de campeão,
    ele lutou em casas de grande público,
  • 4:23 - 4:25
    como o Madison Square Garden,
  • 4:25 - 4:27
    contra grandes adversários,
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    como Everett "Urso Loiro" Marshall,
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    ou o tricampeão mundial Angelo Savoldi.
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    As lutas tiveram
    um preço para o seu corpo;
  • 4:37 - 4:40
    ele rompeu articulações
    do quadril, fraturou costelas.
  • 4:40 - 4:45
    Uma noite, o dedão do "Terrível Turco"
    deixou uma cicatriz como a de Al Capone
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    em um dos lados de seu rosto.
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    Pela manhã, no trabalho, ele teve que usar
    uma máscara cirúrgica para escondê-la.
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    Bonica apareceu, duas vezes, na sala
    de operação com o olho tão machucado
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    que nem conseguia enxergar.
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    Mas o pior de tudo eram
    suas orelhas de couve-flor.
  • 5:04 - 5:08
    Ele disse que pareciam duas bolas
    de beisebol nos lados de sua cabeça.
  • 5:09 - 5:12
    A dor continuava
    se acumulando em sua vida.
  • 5:13 - 5:17
    Depois, ele viu sua esposa entrar
    em trabalho de parto, no seu hospital.
  • 5:18 - 5:21
    Ela fez muita força e empurrou,
    em visível agonia.
  • 5:22 - 5:24
    O obstetra ordenou ao residente de plantão
  • 5:24 - 5:27
    que desse a ela algumas gotas
    de éter para aliviar a dor.
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    Mas o residente era muito jovem,
    há apenas três semanas no trabalho,
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    ele estava vacilante e, ao aplicar o éter,
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    irritou a garganta de Emma.
  • 5:36 - 5:40
    Ela vomitou, se engasgou
    e começou a ficar azul.
  • 5:41 - 5:46
    Bonica, que estava assistindo a tudo isso,
    tirou o residente do meio do caminho,
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    limpou as vias respiratórias dela,
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    e salvou a esposa, e a filha
    que estava para nascer.
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    Naquele momento, ele decidiu
    dedicar sua vida à anestesiologia.
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    Mais tarde, ele ajudaria a desenvolver
    a anestesia epidural para o parto.
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    Mas antes de poder focar a obstetrícia,
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    Bonica teve que passar
    por um treinamento básico.
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    Perto do Dia D,
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    Bonica apareceu no Centro Médico
    Militar de Madigan, próximo a Tacoma.
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    Com 7.700 leitos, era um dos maiores
    hospitais militares dos EUA.
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    Bonica era responsável
    por todo o controle de dor ali.
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    Ele tinha apenas 27 anos.
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    Tratando tantos pacientes,
    Bonica começou a perceber casos
  • 6:32 - 6:34
    que contradiziam tudo
    o que ele tinha aprendido.
  • 6:35 - 6:40
    A dor deveria ser uma espécie
    de alarme, no bom sentido,
  • 6:40 - 6:43
    uma forma do corpo sinalizar
    uma lesão, como um braço quebrado.
  • 6:45 - 6:46
    Mas em alguns casos,
  • 6:46 - 6:50
    como após ter uma perna amputada,
  • 6:50 - 6:54
    o paciente poderia continuar reclamando
    de dor naquela perna inexistente.
  • 6:54 - 6:58
    Mas se a lesão foi tratada,
    por que o alarme continuaria soando?
  • 6:59 - 7:03
    Em outros casos, não havia
    evidência de lesão alguma,
  • 7:03 - 7:06
    e, mesmo assim, o paciente
    continuava sentindo dor.
  • 7:07 - 7:11
    Bonica foi atrás de todos os especialistas
    em seu hospital: cirurgiões,
  • 7:11 - 7:13
    neurologistas, psiquiatras e outros.
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    E tentou obter opiniões
    a respeito de seus pacientes.
  • 7:18 - 7:23
    Estava demorando muito, então ele começou
    a organizar reuniões no horário de almoço.
  • 7:23 - 7:28
    Seria como um time de especialistas
    indo para cima da dor dos pacientes.
  • 7:28 - 7:32
    Ninguém nunca havia focado a dor
    desta maneira até então.
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    Depois disso, ele se enfiou nos livros.
  • 7:36 - 7:39
    Ele leu todos os livros de Medicina
    que pudesse pôr as mãos,
  • 7:39 - 7:41
    anotando cuidadosamente
    cada menção à palavra "dor".
  • 7:42 - 7:46
    Das 14.000 páginas que leu,
  • 7:46 - 7:50
    a palavra "dor" estava em 17 e meia delas.
  • 7:51 - 7:53
    Dezessete e meia.
  • 7:53 - 7:58
    Para a mais básica, mais comum,
    mais frustrante parte de ser um paciente.
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    Bonica estava chocado, e vou citá-lo,
  • 8:01 - 8:05
    ele disse: "A que diabos de conclusão
    você pode chegar com isso?
  • 8:05 - 8:08
    Da coisa mais importante,
    pela perspectiva do paciente,
  • 8:08 - 8:10
    eles não falam."
  • 8:11 - 8:15
    Então, pelos oito anos seguintes,
    Bonica iria falar sobre isso.
  • 8:15 - 8:18
    Iria escrever sobre isso;
    escrever as páginas que faltavam.
  • 8:18 - 8:22
    Ele escreveu o que mais tarde
    seria conhecida como a Bíblia da Dor.
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    Nela, ele propôs novas estratégias,
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    novos tratamentos usando
    injeções de bloqueio nervoso.
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    Ele propôs uma nova instituição,
    a Clínica de Dor,
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    baseado naquelas reuniões de almoço.
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    Mas a coisa mais importante
    sobre seu livro,
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    foi ele ter sido um tipo de alarme
    emocional para a Medicina.
  • 8:42 - 8:48
    Um apelo desesperado
    para os médicos levarem a dor a sério
  • 8:48 - 8:50
    na vida dos pacientes.
  • 8:51 - 8:55
    Ele reformulou o próprio
    propósito da Medicina.
  • 8:55 - 9:00
    O objetivo não era fazer
    os pacientes melhorarem;
  • 9:00 - 9:03
    era fazer os pacientes se sentirem melhor.
  • 9:05 - 9:07
    Ele mobilizou o tema da dor por décadas,
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    até finalmente se estabelecer
    em meados dos anos 1970.
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    Centenas de clínicas de dor
    surgiram no mundo todo.
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    Mas conforme surgiam,
    uma trágica coincidência:
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    Bonica foi apanhado por seus anos de luta.
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    Ele estava fora do ringue há 20 anos,
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    mas as 1.500 lutas profissionais
    deixaram uma marca no seu corpo.
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    Ainda na casa dos 50 anos,
    ele sofria de uma grave osteoartrite.
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    Pelos 20 anos seguintes,
    ele passou por 22 cirurgias,
  • 9:40 - 9:43
    incluindo quatro operações na espinha
  • 9:43 - 9:46
    e sucessivas substituições de quadril.
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    Ele mal conseguia levantar o braço
    e virar o pescoço.
  • 9:50 - 9:53
    Ele precisava de muletas
    de alumínio para andar.
  • 9:54 - 9:58
    Seus amigos e ex-alunos
    viraram seus médicos.
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    Um deles lembrou que ele provavelmente
    tomou mais injeções de bloqueio nervoso
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    do que qualquer pessoa no planeta.
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    Já viciado em trabalho,
    ele trabalhou ainda mais:
  • 10:09 - 10:11
    de 15 a 18 horas por dia.
  • 10:12 - 10:14
    Curar os outros se tornou
    mais do que um trabalho,
  • 10:14 - 10:17
    era a sua forma mais eficaz de alívio.
  • 10:18 - 10:22
    "Se eu não fosse tão ocupado
    quanto sou", disse a um repórter,
  • 10:22 - 10:26
    "seria um cara completamente inválido."
  • 10:27 - 10:31
    Em uma viagem de negócios
    para a Flórida, no começo dos anos 1980,
  • 10:31 - 10:36
    um ex-aluno de Bonica foi levá-lo
    ao Hyde Park, em Tampa.
  • 10:37 - 10:41
    Eles dirigiram por entre as palmeiras
    e pararam em uma antiga mansão,
  • 10:41 - 10:46
    com imensos morteiros prateados
    escondidos na garagem.
  • 10:47 - 10:50
    A casa pertenceu à família Zacchini,
  • 10:50 - 10:53
    que foi uma espécie
    de realeza do circo americano.
  • 10:54 - 10:57
    Décadas antes, Bonica havia os assistido,
  • 10:57 - 11:00
    metidos em macacões
    prateados e óculos de proteção,
  • 11:00 - 11:01
    fazendo o ato em que foram pioneiros:
  • 11:02 - 11:04
    a bala de canhão humana.
  • 11:05 - 11:08
    Mas agora eles estavam
    como ele: aposentados.
  • 11:09 - 11:13
    Toda essa geração está morta
    agora, inclusive Bonica,
  • 11:13 - 11:16
    então não existe jeito de saber
    exatamente o que eles disseram nesse dia.
  • 11:16 - 11:18
    Mas ainda assim, adoro imaginar.
  • 11:19 - 11:22
    O encontro do homem-força
    e das balas de canhão humana,
  • 11:22 - 11:25
    gabando-se de cicatrizes antigas e novas.
  • 11:26 - 11:28
    Talvez Bonica tenha lhes dado
    aconselhamento médico.
  • 11:28 - 11:33
    Talvez tenha lhes contado
    algo que posteriormente ele relatou,
  • 11:33 - 11:39
    de que seu tempo no circo e nas lutas
    moldaram profundamente sua vida.
  • 11:41 - 11:44
    Bonica viu a dor se aproximar.
  • 11:45 - 11:47
    Ele a sentiu. Ele a viveu.
  • 11:48 - 11:52
    E por isso foi impossível para ele
    ignorá-la nos outros.
  • 11:53 - 11:57
    E a partir dessa empatia, ele instigou
    um campo inteiramente novo,
  • 11:57 - 12:00
    tendo um papel importante
    para que a Medicina reconhecesse a dor
  • 12:00 - 12:01
    pela dor em si.
  • 12:03 - 12:05
    Naquele mesmo relato,
  • 12:05 - 12:06
    Bonica afirmou que a dor
  • 12:07 - 12:11
    é a mais complexa experiência humana.
  • 12:12 - 12:16
    Que ela envolve sua vida
    no passado, no presente,
  • 12:16 - 12:18
    suas interações, sua família.
  • 12:19 - 12:22
    Isso era definitivamente
    válido para Bonica.
  • 12:23 - 12:25
    Mas também era válido para a minha mãe.
  • 12:28 - 12:31
    É fácil para os médicos verem a minha mãe
  • 12:31 - 12:35
    como uma espécie de paciente profissional,
  • 12:35 - 12:38
    uma mulher que passa os dias
    em salas de espera.
  • 12:40 - 12:43
    Às vezes eu me pego
    vendo ela do mesmo jeito.
  • 12:45 - 12:47
    Mas ao ver a dor de Bonica,
  • 12:47 - 12:52
    um testemunho de sua vida
    plenamente vivida,
  • 12:52 - 12:56
    comecei a lembrar de todas as coisas
    que as dores da minha mãe representam.
  • 12:58 - 13:02
    Antes de ficarem inchados e com artrite,
  • 13:02 - 13:06
    os dedos da minha mãe datilografaram
  • 13:06 - 13:08
    no departamento de RH
    do hospital em que ela trabalhou.
  • 13:09 - 13:13
    Eles dobraram chamuças
    para nossa mesquita inteira.
  • 13:15 - 13:18
    Quando eu era garoto,
    eles cortaram meu cabelo,
  • 13:18 - 13:21
    assoaram meu nariz,
  • 13:21 - 13:23
    amarraram meus sapatos.
  • 13:30 - 13:31
    Muito obrigado.
  • 13:31 - 13:37
    (Aplausos)
Title:
A incrível história do homem que nos deu os modernos alívios à dor
Speaker:
Latif Nasser
Description:

Durante muito tempo, os médicos simplesmente ignoraram a coisa mais básica e frustrante de estar doente, a dor. Nesta sensível e informativa palestra, Latif Nasser conta a extraordinária história do lutador e médico John J. Bonica, que convenceu a classe médica a levar a dor a sério, e transformou as vidas de milhões.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:51

Portuguese, Brazilian subtitles

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