Por que tomamos decisões irracionais? - Sara Garofalo
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0:06 - 0:09Digamos que você esteja
num show de prêmios na TV. -
0:09 - 0:12Após ganhar U$ 1 mil na primeira rodada,
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0:12 - 0:14você para na casa da sorte.
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0:15 - 0:17Agora você tem uma escolha:
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0:17 - 0:20ou garante um prêmio de U$ 500
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0:20 - 0:22ou joga uma moeda.
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0:23 - 0:25Se tirar cara, ganha U$ 1 mil de bônus.
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0:26 - 0:29Se tirar coroa, não ganha bônus algum.
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0:29 - 0:34Na segunda rodada, após ganhar U$ 2 mil,
você para na casa do azar. -
0:34 - 0:36Agora, você tem outra escolha:
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0:36 - 0:39ou perde U$ 500
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0:39 - 0:42ou tenta a sorte na moeda.
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0:42 - 0:44Se for cara, você não perde nada,
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0:44 - 0:48mas, se for coroa, perde U$ 1 mil.
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0:49 - 0:51Se você for como a maioria das pessoas,
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0:51 - 0:54provavelmente vai escolher, na primeira
rodada, levar o prêmio garantido -
0:54 - 0:57e, na segunda, jogar a moeda.
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0:57 - 1:00No entanto, se você parar
para pensar, isso não faz sentido. -
1:00 - 1:04As chances e os resultados em ambas
as rodadas são exatamente os mesmos. -
1:05 - 1:08Então, por que a segunda rodada
parece muito mais assustadora? -
1:09 - 1:13A resposta está num fenômeno
conhecido como "aversão à perda". -
1:13 - 1:15Do ângulo da teoria econômica racional,
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1:15 - 1:19nossas decisões deveriam se pautar
por uma simples equação matemática -
1:19 - 1:23que calculasse o risco
versus o que está em jogo. -
1:23 - 1:25Mas estudos descobriram
que, para muitas pessoas, -
1:25 - 1:29o impacto psicológico negativo
que sentem quando perdem algo -
1:29 - 1:34é duas vezes maior do que o positivo
quando ganham essa mesma coisa. -
1:35 - 1:40A aversão à perda é uma tendência
cognitiva que vem da heurística, -
1:40 - 1:44método de resolução de problemas baseado
mais na experiência prévia e na intuição -
1:44 - 1:46do que numa análise cuidadosa.
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1:47 - 1:50E esses atalhos mentais podem
levar a decisões irracionais, -
1:50 - 1:51não do tipo se apaixonar
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1:51 - 1:53ou saltar de "bungee jump" dum penhasco,
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1:53 - 1:57mas falácias lógicas que podem
facilmente se provar erradas. -
1:58 - 2:00Situações que envolvem probabilidade
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2:00 - 2:03são notoriamente ruins
para se usar a heurística. -
2:04 - 2:06Por exemplo, digamos
que você jogue um dado -
2:06 - 2:10com 4 faces verdes
e 2 vermelhas por 20 vezes. -
2:11 - 2:14Você pode escolher uma das seguintes
sequências de rodadas -
2:14 - 2:17e, se ela aparecer, você ganha U$ 25.
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2:17 - 2:19Qual você escolheria?
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2:19 - 2:24Num estudo, 65% dos participantes,
que eram todos alunos universitários, -
2:24 - 2:26escolheram a sequência B,
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2:26 - 2:30apesar de a sequência A
ser menor e estar contida em B. -
2:30 - 2:32Em outras palavras, a mais provável.
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2:32 - 2:35Essa é a chamada falácia da conjunção.
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2:35 - 2:37Aqui, espera-se ver
mais resultados verdes. -
2:37 - 2:42Assim, o cérebro nos prega uma peça
e nos faz escolher a opção menos provável. -
2:42 - 2:45A heurística também é terrível
para lidar com números em geral. -
2:46 - 2:49Para dar um exemplo, estudantes
foram divididos em dois grupos. -
2:49 - 2:52Perguntou-se ao primeiro se Mahatma Gandhi
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2:52 - 2:55tinha morrido antes ou depois
dos 9 anos de idade, -
2:55 - 3:00enquanto, ao segundo, se ele tinha
morrido antes ou depois dos 140 anos. -
3:00 - 3:03Ambos os números eram fora da realidade,
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3:03 - 3:07mas, quando se pediu que adivinhassem
a verdadeira idade de sua morte, -
3:07 - 3:10as respostas do primeiro grupo
ficaram na média dos 50 anos, -
3:10 - 3:13enquanto as do segundo grupo,
na média dos 67 anos. -
3:14 - 3:17Mesmo quando a informação claramente
errada das perguntas iniciais -
3:17 - 3:19deveria ter sido irrelevante,
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3:19 - 3:21ainda afetou a estimativa dos estudantes.
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3:22 - 3:25Esse é um exemplo do efeito de ancoragem,
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3:25 - 3:28sempre usado em marketing e negociações
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3:28 - 3:31para aumentar os preços
que as pessoas estão dispostas a pagar. -
3:31 - 3:35Portanto, se a heurística leva
a todas essas decisões erradas, -
3:35 - 3:37por que a temos conosco?
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3:37 - 3:39Bem, porque ela pode ser bem eficaz.
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3:40 - 3:41Em grande parte da história humana,
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3:41 - 3:45a sobrevivência dependia de tomar
decisões rápidas com informação restrita. -
3:46 - 3:50Quando não há tempo para analisar
de forma lógica todas as possibilidades, -
3:50 - 3:52a heurística pode, às vezes,
salvar nossa vida. -
3:53 - 3:57Mas o ambiente de hoje requer tomadas
de decisão muito mais complexas, -
3:57 - 4:01e essas decisões são mais influenciadas
por fatores inconscientes do que pensamos, -
4:01 - 4:04afetando tudo, da saúde e educação
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4:04 - 4:05até as finanças e a justiça criminal.
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4:06 - 4:09Não podemos desligar a heurística
no nosso cérebro, -
4:09 - 4:11mas podemos aprender
a ter consciência dela. -
4:11 - 4:14Ao lidar com uma situação
que envolva números, -
4:14 - 4:15probabilidade
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4:15 - 4:17ou múltiplos detalhes,
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4:17 - 4:18pare um pouco
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4:18 - 4:23e pense que a resposta intuitiva talvez
não seja, no final das contas, a correta.
- Title:
- Por que tomamos decisões irracionais? - Sara Garofalo
- Speaker:
- Sara Garofalo
- Description:
-
Assista à lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/the-psychology-behind-irrational-decisions-sara-garofalo
Geralmente as pessoas, do ponto de vista puramente econômico, tomam decisões que não são "racionais" , ou seja, decisões que não levam necessariamente ao melhor resultado. Por que isso acontece? Será que somos tão ruins assim para lidar com números e probabilidades? Ou será que existe um mecanismo psicológico por trás disso? Sara Garofalo explica a heurística, que é um método para a solução de problemas baseado mais na experiência prévia e na intuição do que na análise.
Lição de Sara Garofalo, animação de TOGETHER.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TED-Ed
- Duration:
- 04:39
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