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Por que tomamos decisões irracionais? - Sara Garofalo

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    Digamos que você esteja
    num show de prêmios na TV.
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    Após ganhar U$ 1 mil na primeira rodada,
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    você para na casa da sorte.
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    Agora você tem uma escolha:
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    ou garante um prêmio de U$ 500
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    ou joga uma moeda.
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    Se tirar cara, ganha U$ 1 mil de bônus.
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    Se tirar coroa, não ganha bônus algum.
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    Na segunda rodada, após ganhar U$ 2 mil,
    você para na casa do azar.
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    Agora, você tem outra escolha:
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    ou perde U$ 500
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    ou tenta a sorte na moeda.
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    Se for cara, você não perde nada,
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    mas, se for coroa, perde U$ 1 mil.
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    Se você for como a maioria das pessoas,
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    provavelmente vai escolher, na primeira
    rodada, levar o prêmio garantido
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    e, na segunda, jogar a moeda.
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    No entanto, se você parar
    para pensar, isso não faz sentido.
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    As chances e os resultados em ambas
    as rodadas são exatamente os mesmos.
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    Então, por que a segunda rodada
    parece muito mais assustadora?
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    A resposta está num fenômeno
    conhecido como "aversão à perda".
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    Do ângulo da teoria econômica racional,
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    nossas decisões deveriam se pautar
    por uma simples equação matemática
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    que calculasse o risco
    versus o que está em jogo.
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    Mas estudos descobriram
    que, para muitas pessoas,
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    o impacto psicológico negativo
    que sentem quando perdem algo
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    é duas vezes maior do que o positivo
    quando ganham essa mesma coisa.
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    A aversão à perda é uma tendência
    cognitiva que vem da heurística,
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    método de resolução de problemas baseado
    mais na experiência prévia e na intuição
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    do que numa análise cuidadosa.
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    E esses atalhos mentais podem
    levar a decisões irracionais,
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    não do tipo se apaixonar
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    ou saltar de "bungee jump" dum penhasco,
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    mas falácias lógicas que podem
    facilmente se provar erradas.
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    Situações que envolvem probabilidade
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    são notoriamente ruins
    para se usar a heurística.
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    Por exemplo, digamos
    que você jogue um dado
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    com 4 faces verdes
    e 2 vermelhas por 20 vezes.
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    Você pode escolher uma das seguintes
    sequências de rodadas
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    e, se ela aparecer, você ganha U$ 25.
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    Qual você escolheria?
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    Num estudo, 65% dos participantes,
    que eram todos alunos universitários,
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    escolheram a sequência B,
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    apesar de a sequência A
    ser menor e estar contida em B.
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    Em outras palavras, a mais provável.
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    Essa é a chamada falácia da conjunção.
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    Aqui, espera-se ver
    mais resultados verdes.
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    Assim, o cérebro nos prega uma peça
    e nos faz escolher a opção menos provável.
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    A heurística também é terrível
    para lidar com números em geral.
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    Para dar um exemplo, estudantes
    foram divididos em dois grupos.
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    Perguntou-se ao primeiro se Mahatma Gandhi
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    tinha morrido antes ou depois
    dos 9 anos de idade,
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    enquanto, ao segundo, se ele tinha
    morrido antes ou depois dos 140 anos.
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    Ambos os números eram fora da realidade,
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    mas, quando se pediu que adivinhassem
    a verdadeira idade de sua morte,
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    as respostas do primeiro grupo
    ficaram na média dos 50 anos,
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    enquanto as do segundo grupo,
    na média dos 67 anos.
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    Mesmo quando a informação claramente
    errada das perguntas iniciais
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    deveria ter sido irrelevante,
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    ainda afetou a estimativa dos estudantes.
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    Esse é um exemplo do efeito de ancoragem,
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    sempre usado em marketing e negociações
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    para aumentar os preços
    que as pessoas estão dispostas a pagar.
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    Portanto, se a heurística leva
    a todas essas decisões erradas,
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    por que a temos conosco?
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    Bem, porque ela pode ser bem eficaz.
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    Em grande parte da história humana,
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    a sobrevivência dependia de tomar
    decisões rápidas com informação restrita.
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    Quando não há tempo para analisar
    de forma lógica todas as possibilidades,
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    a heurística pode, às vezes,
    salvar nossa vida.
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    Mas o ambiente de hoje requer tomadas
    de decisão muito mais complexas,
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    e essas decisões são mais influenciadas
    por fatores inconscientes do que pensamos,
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    afetando tudo, da saúde e educação
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    até as finanças e a justiça criminal.
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    Não podemos desligar a heurística
    no nosso cérebro,
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    mas podemos aprender
    a ter consciência dela.
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    Ao lidar com uma situação
    que envolva números,
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    probabilidade
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    ou múltiplos detalhes,
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    pare um pouco
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    e pense que a resposta intuitiva talvez
    não seja, no final das contas, a correta.
Title:
Por que tomamos decisões irracionais? - Sara Garofalo
Speaker:
Sara Garofalo
Description:

Assista à lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/the-psychology-behind-irrational-decisions-sara-garofalo

Geralmente as pessoas, do ponto de vista puramente econômico, tomam decisões que não são "racionais" , ou seja, decisões que não levam necessariamente ao melhor resultado. Por que isso acontece? Será que somos tão ruins assim para lidar com números e probabilidades? Ou será que existe um mecanismo psicológico por trás disso? Sara Garofalo explica a heurística, que é um método para a solução de problemas baseado mais na experiência prévia e na intuição do que na análise.

Lição de Sara Garofalo, animação de TOGETHER.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:39

Portuguese, Brazilian subtitles

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