Como explicar a consciência?
-
0:01 - 0:03Agora mesmo
-
0:03 - 0:06vocês têm um filme
passando em suas cabeças. -
0:06 - 0:09É um maravilhoso filme
em várias faixas. -
0:09 - 0:12Ele tem visão 3D e som estéreo
-
0:12 - 0:14para o que você está vendo
e ouvindo agora, -
0:14 - 0:17mas este é apenas o começo.
-
0:17 - 0:21Seu filme tem cheiro, sabor e tato.
-
0:22 - 0:25Ele tem uma noção do seu corpo:
-
0:25 - 0:28dor, fome, orgasmos.
-
0:29 - 0:31Ele tem emoções:
-
0:31 - 0:34raiva e felicidade.
-
0:34 - 0:38Ele tem memórias,
como cenas da sua infância -
0:38 - 0:41passando na sua frente.
-
0:41 - 0:45E tem esse narrador constante
-
0:45 - 0:49no seu fluxo de pensamento consciente.
-
0:50 - 0:54No coração deste filme está você
-
0:55 - 0:59experimentando isso tudo diretamente.
-
0:59 - 1:03Este filme é o seu fluxo de consciência,
-
1:05 - 1:06o sujeito da experiência
-
1:06 - 1:10da mente e do mundo.
-
1:11 - 1:14Consciência é um dos fatos fundamentais
-
1:14 - 1:16da existência humana.
-
1:16 - 1:19Cada um de nós é consciente.
-
1:19 - 1:21Todos nós temos nosso filme interior,
-
1:21 - 1:24você, você e você.
-
1:24 - 1:28Não há nada que conheçamos
tão diretamente. -
1:28 - 1:31Ao menos, eu sei sobre
minha consciência diretamente. -
1:31 - 1:35Não posso ter certeza
de que vocês são conscientes. -
1:35 - 1:39Consciência também é
o que faz a vida valer a pena. -
1:39 - 1:42Se não fôssemos conscientes,
nada em nossas vidas -
1:42 - 1:46teria significado ou valor.
-
1:46 - 1:47Mas, ao mesmo tempo,
-
1:47 - 1:51é o fenômeno mais misterioso
do universo. -
1:51 - 1:54Por que somos conscientes?
-
1:54 - 1:56Por que temos essas vozes interiores?
-
1:56 - 1:58Por que não somos apenas robôs,
-
1:58 - 2:00que processam todas essas entradas,
-
2:00 - 2:02produzem todas essas saídas,
-
2:02 - 2:06sem experienciar esse filme interior?
-
2:06 - 2:09Até agora, ninguém sabe as respostas
-
2:09 - 2:11para essas perguntas.
-
2:11 - 2:14Eu irei propor que, para integrar
a consciência à ciência, -
2:14 - 2:19algumas idéias radicais
podem ser necessárias. -
2:19 - 2:22Alguns dizem que uma
ciência da consciência -
2:22 - 2:24é impossível.
-
2:24 - 2:27Ciência, por natureza,
é objetiva. -
2:28 - 2:31Consciência, por natureza,
é subjetiva. -
2:31 - 2:36Então nunca poderia haver
uma ciência da consciência. -
2:36 - 2:39Por grande parte do século 20,
essa visão se sustentou. -
2:39 - 2:43Psicólogos estudaram
o comportamento objetivamente -
2:43 - 2:47neurocientistas estudaram
o cérebro objetivamente, -
2:47 - 2:50e ninguém jamais mencionou
a consciência. -
2:50 - 2:53Mesmo 30 anos atrás,
quando o TED começou, -
2:53 - 2:55havia muito pouco trabalho científico
-
2:55 - 2:58sobre a consciência.
-
2:58 - 3:00Mas, cerca de 20 anos atrás,
-
3:00 - 3:03isso tudo começou a mudar.
-
3:03 - 3:05Neurocientistas como Francis Crick
-
3:05 - 3:08e físicos como Roger Penrose
-
3:08 - 3:10disseram que este era o momento
-
3:10 - 3:13para a ciência atacar a consciência.
-
3:13 - 3:15E desde então, têm havido
uma grande explosão, -
3:15 - 3:18um florescer de trabalhos científicos
-
3:18 - 3:19sobre consciência.
-
3:19 - 3:21E este trabalho é maravilhoso.
É ótimo! -
3:21 - 3:23Mas também tem
-
3:23 - 3:26algumas limitações fundamentais.
-
3:27 - 3:29A peça central
-
3:29 - 3:31da recente ciência da consciência
-
3:31 - 3:34têm sido a busca por correlações,
-
3:34 - 3:37correlações entre certas
áreas do cérebro -
3:37 - 3:41e certos estados de consciência.
-
3:41 - 3:43Vimos um pouco disso
-
3:43 - 3:45por Nancy Kanwisher
e o excelente trabalho -
3:45 - 3:47que ela apresentou
minutos atrás. -
3:47 - 3:51Agora entendemos muito melhor,
por exemplo, -
3:51 - 3:53os tipos de áreas cerebrais
que lidam com -
3:53 - 3:56a experiência consciente
de ver rostos, -
3:56 - 4:00ou de sentir dor
-
4:00 - 4:02ou de se sentir feliz.
-
4:02 - 4:05Mas isso ainda é uma
ciência de correlações. -
4:05 - 4:08Não é uma ciência de explicações.
-
4:08 - 4:11Sabemos que essas áreas do cérebro
-
4:11 - 4:15relacionam-se com certos
tipos de experiências conscientes -
4:15 - 4:18mas não sabemos o porquê.
-
4:18 - 4:21Gosto de colocar isso dizendo
-
4:21 - 4:24que este tipo de trabalho
da neurociência -
4:24 - 4:26está respondendo
algumas das questões -
4:26 - 4:28que queremos saber
sobre a consciência, -
4:28 - 4:32as questões sobre o que certas
áreas do cérebro fazem -
4:32 - 4:34e com o que elas se correlacionam.
-
4:34 - 4:37Mas, de certo modo, estes são
os problemas mais fáceis. -
4:37 - 4:39Sem ofender aos neurocientistas.
-
4:39 - 4:42Não há problemas realmente
fáceis com consciência. -
4:42 - 4:46Mas isso não leva ao real mistério,
-
4:46 - 4:48ao centro do assunto:
-
4:48 - 4:53o que é isso que todo
processamento físico no cérebro -
4:53 - 4:56tenha que ser acompanhado
pela consciência? -
4:56 - 4:59Por que existe esse
filme subjetivo interior? -
4:59 - 5:02Agora mesmo, não temos
nem uma gota disso. -
5:02 - 5:04E você pode dizer,
-
5:04 - 5:08"vamos apenas dar alguns anos
à neurociência. -
5:08 - 5:11Isso acabará sendo outro
fenômeno emergente -
5:11 - 5:16como engarrafamentos, como furacões,
-
5:16 - 5:19como a vida,
e nós iremos entender". -
5:19 - 5:21Os casos clássicos de emergência
-
5:21 - 5:24são todos casos de
comportamento emergente, -
5:24 - 5:27como um engarrafamento se comporta,
-
5:27 - 5:28como um furacão funciona,
-
5:28 - 5:30como um organismo vivo se reproduz,
-
5:30 - 5:34se adapta e metaboliza,
-
5:34 - 5:36todas questões sobre
funcionamento objetivo. -
5:36 - 5:39Você poderia aplicar isso
ao cérebro humano -
5:39 - 5:41explicando alguns dos
comportamentos -
5:41 - 5:43e funções do cérebro humano
-
5:43 - 5:44como fenômeno emergente:
-
5:44 - 5:48como andamos, como falamos,
como jogamos xadrez, -
5:48 - 5:50todas estas questões sobre
comportamento. -
5:50 - 5:52Mas, no que se refere à consciência,
-
5:52 - 5:54questões sobre comportamento
-
5:54 - 5:57estão entre os problemas fáceis.
-
5:57 - 5:59Quando chegamos ao
problema difícil, -
5:59 - 6:01aí está a questão do por quê
-
6:01 - 6:03que todo este comportamento
-
6:03 - 6:06é acompanhado por uma
experiência subjetiva? -
6:06 - 6:08E aqui, o paradigma convencional
-
6:08 - 6:09da emergência,
-
6:09 - 6:12mesmo os paradigmas
convencionais da neurociência, -
6:12 - 6:16não têm exatamente muito a dizer.
-
6:17 - 6:20Agora, eu sou um cientista
materialista de coração. -
6:20 - 6:24Eu quero uma teoria científica
da consciência -
6:24 - 6:27que funcione,
-
6:27 - 6:29e, por um longo período,
-
6:29 - 6:31eu dei de cara com a parede
-
6:31 - 6:33procurando por uma
teoria da consciência -
6:33 - 6:35em puros termos físicos
-
6:35 - 6:36que funcionaria.
-
6:36 - 6:38Mas eu acabei chegando à conclusão
-
6:38 - 6:42que aquilo simplesmente não funcionava,
por razões sistemáticas. -
6:42 - 6:44É uma longa história,
-
6:44 - 6:46mas a ideia central é que
o que você consegue -
6:46 - 6:49com explicações puramente
reducionistas, -
6:49 - 6:51em termos físicos,
em termos cerebrais, -
6:51 - 6:54são histórias sobre o funcionamento
de um sistema, -
6:54 - 6:56sua estrutura, sua dinâmica,
-
6:56 - 6:58o comportamento que isso produz,
-
6:58 - 7:00ótimo para solucionar
os problemas fáceis — -
7:00 - 7:02como nos comportamos,
como funcionamos — -
7:02 - 7:06mas quando chegamos na
experiência subjetiva — -
7:06 - 7:09por que isso tudo parece
algo vindo de dentro? — -
7:09 - 7:11isso é algo fundamentalmente novo,
-
7:11 - 7:15e é sempre uma questão à frente.
-
7:15 - 7:20Então imagino que chegamos
a um impasse aqui. -
7:21 - 7:24Temos esta maravilhosa
cadeia de explicações, -
7:24 - 7:27estamos acostumados a isso,
onde a física explica a química, -
7:27 - 7:31a química explica a biologia,
-
7:31 - 7:35e a biologia explica
partes da psicologia. -
7:35 - 7:36Mas a consciência
-
7:36 - 7:39não parece se encaixar
nesse cenário. -
7:39 - 7:41Por um lado está esse dado
-
7:41 - 7:43que somos conscientes.
-
7:43 - 7:45Por outro, não sabemos como
-
7:45 - 7:48acomodar isso na nossa
visão científica do mundo. -
7:48 - 7:50Então imagino que a consciência, hoje,
-
7:50 - 7:52seja algum tipo de anomalia,
-
7:52 - 7:54uma que precisamos integrar
-
7:54 - 7:58à nossa visão do mundo,
mas não sabemos ainda como. -
7:58 - 8:00De frente a uma
anomalia como essa, -
8:00 - 8:03ideias radicais podem ser necessárias,
-
8:03 - 8:06e acho que precisaremos de
uma ou duas idéias -
8:06 - 8:09que inicialmente parecem malucas,
-
8:09 - 8:12antes de nos agarrarmos à consciência
-
8:12 - 8:14cientificamente.
-
8:14 - 8:15Agora, há alguns candidatos
-
8:15 - 8:18para o que essas
idéias malucas possam ser. -
8:18 - 8:22Meu amigo Dan Dennett,
que está aqui hoje, tem uma. -
8:22 - 8:25Sua ideia maluca é que não há
-
8:25 - 8:26problema difícil na consciência.
-
8:26 - 8:30Toda a ideia do filme subjetivo interior
-
8:30 - 8:34envolve um tipo de ilusão ou confusão.
-
8:34 - 8:36Na verdade,
tudo que temos a fazer é -
8:36 - 8:39explicar as funções objetivas,
os comportamentos cerebrais, -
8:39 - 8:41e então teremos explicado tudo
-
8:41 - 8:44que precisa ser explicado.
-
8:44 - 8:46Bem, eu digo... Mais poder a ele!
-
8:46 - 8:48Este é o tipo de ideia radical
-
8:48 - 8:50que precisamos explorar
-
8:50 - 8:53se queremos ter uma
teoria cerebral da consciência -
8:53 - 8:56puramente reducionista.
-
8:56 - 8:58Ao mesmo tempo,
para mim e muitos outros, -
8:58 - 9:00esta visão está um pouco
perto demais -
9:00 - 9:02de simplesmente negar
o dado da consciência -
9:02 - 9:04para ser satisfatória.
-
9:04 - 9:07Então eu vou em uma
direção diferente. -
9:07 - 9:08No tempo restante,
-
9:08 - 9:11eu quero explorar duas ideias malucas
-
9:11 - 9:15que eu acredito que podem ser promissoras.
-
9:15 - 9:16A primeira ideia maluca
-
9:16 - 9:20é que consciência é fundamental.
-
9:21 - 9:24Físicos as vezes tomam
alguns aspectos do universo -
9:24 - 9:26como pilares fundamentais:
-
9:26 - 9:30espaço, tempo e massa.
-
9:30 - 9:33Eles postulam leis fundamentais
as governando, -
9:33 - 9:37como as leis da gravidade
e as da mecânica quântica. -
9:37 - 9:39Essas leis e propriedades fundamentais
-
9:39 - 9:43não são explicadas em nenhum
termo mais básico. -
9:43 - 9:45Ao invés disso,
são tomadas como primárias, -
9:45 - 9:49e você constrói o mundo a partir dali.
-
9:49 - 9:54Agora, às vezes, a lista de
fundamentos se expande. -
9:54 - 9:56No século 19, Maxwell descobriu
-
9:56 - 10:00que você não podia explicar
o fenômeno eletromagnético -
10:00 - 10:02nos termos dos fundamentos existentes —
-
10:02 - 10:05espaço, tempo, massa e as leis de Newton —
-
10:05 - 10:08então ele postulou leis fundamentais
-
10:08 - 10:09do eletromagnetismo
-
10:09 - 10:12e postulou a carga elétrica
-
10:12 - 10:14como o elemento fundamental
-
10:14 - 10:16que aquelas leis governam.
-
10:16 - 10:20Acho que essa é a situação
em que nos deparamos -
10:20 - 10:21com a consciência.
-
10:21 - 10:24Se você não pode explicar a consciência
-
10:24 - 10:26nos termos dos fundamentos atuais —
-
10:26 - 10:29espaço, tempo, massa, carga —
-
10:29 - 10:32então, logicamente, você
precisa expandir a lista. -
10:32 - 10:35A coisa natural a se fazer é postular
-
10:35 - 10:38a consciência em si
como algo fundamental, -
10:38 - 10:41um pilar fundamental da natureza.
-
10:41 - 10:44Isto não significa que, de repente,
você não pode fazer ciência com isso. -
10:44 - 10:48Isso abre o caminho para que você
possa fazer ciência com isso. -
10:48 - 10:50O que precisamos agora é estudar
-
10:50 - 10:53as leis fundamentais
governando a consciência, -
10:53 - 10:55as leis que conectam a consciência
-
10:55 - 10:58aos outros fundamentos:
espaço, tempo, massa, -
10:58 - 11:01processos físicos.
-
11:01 - 11:03Físicos as vezes dizem
-
11:03 - 11:06que queremos leis fundamentais
tão simples -
11:06 - 11:09que poderíamos estampá-las em camisetas.
-
11:09 - 11:11Bem, acho que algo assim é a situação
-
11:11 - 11:13que temos com a consciência.
-
11:13 - 11:16Queremos encontrar
leis fundamentais tão simples -
11:16 - 11:18que poderíamos estampá-las
em camisetas. -
11:18 - 11:20Não sabemos quais são
essas leis ainda, -
11:20 - 11:23mas é disso que estamos atrás.
-
11:24 - 11:26A segunda ideia maluca
-
11:26 - 11:29é que a consciência
possa ser universal. -
11:29 - 11:33Todo sistema deve ter
-
11:33 - 11:36algum grau de consciência.
-
11:36 - 11:39Essa visão às vezes é chamada
de pampsiquismo: -
11:39 - 11:42pan para todos,
psiquismo para mente, -
11:42 - 11:44todo sistema é consciente,
-
11:44 - 11:48não apenas humanos,
cães, ratos, moscas, -
11:48 - 11:51mas até mesmo os
micróbios de Rob Knight, -
11:51 - 11:53partículas elementares.
-
11:53 - 11:56Até mesmo um fóton tem
algum grau de consciência. -
11:56 - 11:59A ideia não é que fótons
sejam inteligentes, -
11:59 - 12:01ou pensem.
-
12:01 - 12:02Não é que um fóton
-
12:02 - 12:03se sinta angustiado pensando:
-
12:03 - 12:07"Aww, estou sempre vagando por aí
quase à velocidade da luz. -
12:07 - 12:10Nunca desacelero pra sentir
o perfume das rosas." -
12:10 - 12:12Não, não dessa forma.
-
12:12 - 12:15Mas a ideia é que
fótons talvez tenham -
12:15 - 12:18algum elemento de sentimento bruto,
subjetivo, -
12:18 - 12:22algum precursor primitivo
da consciência. -
12:22 - 12:25Isso pode soar um pouco
excêntrico para você. -
12:25 - 12:27Quero dizer, por quê alguém
pensaria algo tão maluco? -
12:27 - 12:31Uma motivação vem
da primeira ideia maluca, -
12:31 - 12:33que a consciência seja fundamental.
-
12:33 - 12:37Se é fundamental,
como espaço, tempo e massa, -
12:37 - 12:40é natural supor que seja universal também,
-
12:40 - 12:42do modo como são.
-
12:42 - 12:44Também vale observar que,
embora a ideia -
12:44 - 12:46pareca contra-intuitiva para nós,
-
12:46 - 12:49é muito menos contra-intuitiva
-
12:49 - 12:50para pessoas de diferentes culturas,
-
12:50 - 12:52onde a mente humana é vista como
-
12:52 - 12:55muito mais interligada à natureza.
-
12:55 - 12:59Uma motivação mais profunda
vem da ideia de que -
12:59 - 13:01talvez a forma mais simples e poderosa
-
13:01 - 13:03de encontrar leis fundamentais
conectando -
13:03 - 13:05a consciência ao processamento físico
-
13:05 - 13:08seja conectando a consciência
à informação. -
13:08 - 13:10Onde quer que haja
processamento de informação, -
13:10 - 13:11há consciência.
-
13:11 - 13:14Processamento de informação complexa,
como nos humanos, -
13:14 - 13:15consciência complexa.
-
13:15 - 13:17Processamento de informação simples,
-
13:17 - 13:19consciência simples.
-
13:19 - 13:22Algo muito excitante nos últimos anos
-
13:22 - 13:25é que um neurocientista, Giulio Tononi,
-
13:25 - 13:26tomou este tipo de teoria
-
13:26 - 13:28e a desenvolveu rigorosamente
-
13:28 - 13:30com uma teoria matemática.
-
13:30 - 13:32Ele tem uma medida matemática
-
13:32 - 13:33de integração de informação
-
13:33 - 13:35que ele chama de phi (ou fi),
-
13:35 - 13:37medindo a quantidade de informação
-
13:37 - 13:38integrada a um sistema.
-
13:38 - 13:41E ele supõe que o phi se relaciona
-
13:41 - 13:42com a consciência.
-
13:42 - 13:44Então num cérebro humano,
-
13:44 - 13:46com enormes quantidades
de integração da informação, -
13:46 - 13:48alto grau de phi,
-
13:48 - 13:50um grande amontoado de consciência.
-
13:50 - 13:53Em um rato, médio grau de
integração da informação, -
13:53 - 13:54ainda assim muito significante,
-
13:54 - 13:56uma considerável
quantidade de consciência. -
13:56 - 13:59Mas conforme você desce até os vermes,
-
13:59 - 14:02micróbios, partículas,
-
14:02 - 14:04a quantidade de phi decai.
-
14:04 - 14:06A quantidade de integração
da informação decai, -
14:06 - 14:08mas ainda não é zero.
-
14:08 - 14:10Na teoria de Tononi,
-
14:10 - 14:12ainda haverá um grau não-zero
-
14:12 - 14:14de consciência.
-
14:14 - 14:16Com efeito, ele está propondo
uma lei fundamental -
14:16 - 14:19da consciência: alto phi,
alta consciência. -
14:19 - 14:22Agora, não sei se essa teoria é correta,
-
14:22 - 14:25mas talvez seja, na verdade,
a teoria precursora neste momento -
14:25 - 14:27na ciência da consciência,
-
14:27 - 14:29e vêm sendo utilizada para integrar
-
14:29 - 14:31um vasto leque de dados científicos,
-
14:31 - 14:34e tem uma boa propriedade
que é, de fato, -
14:34 - 14:37simples o suficiente para
estampar em uma camiseta. -
14:37 - 14:40Outra motivação final é que
-
14:40 - 14:42o pampsiquismo pode
nos ajudar a integrar -
14:42 - 14:45consciência ao mundo físico.
-
14:45 - 14:48Físicos e filósofos têm observado
-
14:48 - 14:51que a física é curiosamente abstrata.
-
14:51 - 14:53Ela descreve a estrutura da realidade
-
14:53 - 14:55utilizando um monte de equações,
-
14:55 - 14:58mas isso não nos diz
sobre a realidade -
14:58 - 14:59que a sustenta.
-
14:59 - 15:01Como Stephen Hawking diz,
-
15:01 - 15:05o que coloca a alma nas equações?
-
15:05 - 15:08Bem, na visão pampsíquica,
-
15:08 - 15:10você pode deixar as equações
da física como estão, -
15:10 - 15:12mas você pode usá-las para descrever
-
15:12 - 15:14o fluxo de consciência.
-
15:14 - 15:16Isso é o que a física está
finalmente fazendo, -
15:16 - 15:18descrevendo o fluxo de consciência.
-
15:18 - 15:20Nessa visão, é a consciência
-
15:20 - 15:24que coloca alma nas equações.
-
15:24 - 15:26Nessa visão, a consciência
-
15:26 - 15:27não está suspensa
fora do mundo físico -
15:27 - 15:29como algo adicional.
-
15:29 - 15:32Está lá, direto no centro.
-
15:32 - 15:35Essa visão, eu penso,
a visão pampsíquica, -
15:35 - 15:38tem o potencial de transfigurar
nossa relação -
15:38 - 15:40com a natureza,
-
15:40 - 15:42e pode ter sérias consequências
-
15:42 - 15:45sociais e éticas.
-
15:46 - 15:48Algumas delas podem ser
contra-intuitivas. -
15:48 - 15:51Eu costumava pensar que
não deveria comer nada -
15:51 - 15:54que fosse consciente,
-
15:54 - 15:56sendo assim, deveria ser vegetariano.
-
15:56 - 15:59Agora, se você é pampsiquista
e adota essa visão -
15:59 - 16:02você vai passar muita fome.
-
16:02 - 16:03Quando se pensa nisso,
-
16:03 - 16:05isso tende a transfigurar sua visão,
-
16:05 - 16:07já que o que importa
para propósitos éticos -
16:07 - 16:09e considerações morais,
-
16:09 - 16:12não é apenas o fato da consciência,
-
16:12 - 16:15mas o grau e a complexidade
da consciência. -
16:15 - 16:17Também é natural perguntar
sobre a consciência -
16:17 - 16:20em outros sistemas,
como computadores. -
16:20 - 16:23Que tal o sistema
artificialmente inteligente -
16:23 - 16:25do filme "Ela", Samantha?
-
16:26 - 16:27Ela é consciente?
-
16:27 - 16:29Bem, se você pegar a visão
-
16:29 - 16:30informacional pampsíquica,
-
16:30 - 16:33ela certamente tem um processamento
de informações complexo -
16:33 - 16:35e integração,
-
16:35 - 16:37então a resposta provável é sim,
ela é consciente. -
16:37 - 16:40Se isso está certo,
levanta questões éticas -
16:40 - 16:43muito sérias sobre
-
16:43 - 16:46a ética em desenvolver
sistemas inteligentes -
16:46 - 16:49e a ética de desligá-los.
-
16:49 - 16:51Por fim, você deve perguntar
sobre a consciência -
16:51 - 16:53de grupos inteiros,
-
16:53 - 16:55o planeta.
-
16:55 - 16:58O Canadá possui sua
própria consciência? -
16:58 - 17:00Ou, em um nível mais local,
-
17:00 - 17:01um grupo integrado
-
17:01 - 17:04como a audiência em
uma conferência TED -
17:04 - 17:07estamos nós, nesse momento,
tendo uma consciência coletiva, -
17:07 - 17:09um filme interior,
-
17:09 - 17:11para este grupo TED
-
17:11 - 17:14que seja distinto dos filmes interiores
de cada uma das nossas partes? -
17:14 - 17:16Não sei a resposta
para essa pergunta, -
17:16 - 17:18mas acho que ao menos seja uma
-
17:18 - 17:20que valha a pena levar a sério.
-
17:20 - 17:22Certo, então essa visão pampsíquica
-
17:22 - 17:24é radical,
-
17:24 - 17:26e eu não sei se está correta.
-
17:26 - 17:28Estou, na verdade, mais confiante
-
17:28 - 17:30sobre a primeira ideia maluca,
-
17:30 - 17:32de que a consciência é fundamental,
-
17:32 - 17:34do que sobre a segunda,
-
17:34 - 17:36de que seja universal.
-
17:36 - 17:38Digo, a visão levanta inúmeras questões,
-
17:38 - 17:40qualquer número de desafios,
-
17:40 - 17:41do tipo como os pequenos pedaços
-
17:41 - 17:43de consciência se aglutinam
-
17:43 - 17:45ao tipo de consciência complexa
-
17:45 - 17:47que conhecemos e amamos.
-
17:47 - 17:51Se pudermos responder essas perguntas,
acredito que estaremos indo bem -
17:51 - 17:54no nosso caminho para uma
teoria séria da consciência. -
17:54 - 17:57Se não, bem, este é o problema
mais difícil talvez, -
17:57 - 17:59na ciência e na filosofia.
-
17:59 - 18:02Não podemos esperar
resolvê-lo numa noite. -
18:02 - 18:06Mas acredito que iremos
entender isso algum dia. -
18:06 - 18:09Entender a consciência
é a chave, eu acho, -
18:09 - 18:11tanto para entender o universo,
-
18:11 - 18:14quanto para entendermos
nós mesmos. -
18:14 - 18:17Talvez apenas precisemos
da ideia maluca certa. -
18:17 - 18:19Obrigado.
-
18:19 - 18:20(Aplausos)
- Title:
- Como explicar a consciência?
- Speaker:
- David Chalmers
- Description:
-
Nossa consciência é um aspecto fundamental da nossa existência, diz o filósofo David Chalmers: "Não há nada que conheçamos tão profundamente...,mas ao mesmo tempo é o fenômeno mais misterioso do universo". Ele divide algumas maneiras de pensar sobre o filme interior passando em nossas mentes.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 18:37
Enrico Stefano Suriano commented on Portuguese, Brazilian subtitles for How do you explain consciousness? | ||
Tulio Leao approved Portuguese, Brazilian subtitles for How do you explain consciousness? | ||
Tulio Leao commented on Portuguese, Brazilian subtitles for How do you explain consciousness? | ||
Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for How do you explain consciousness? | ||
Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for How do you explain consciousness? | ||
Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for How do you explain consciousness? | ||
Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for How do you explain consciousness? | ||
Tulio Leao edited Portuguese, Brazilian subtitles for How do you explain consciousness? |
Enrico Stefano Suriano
Some of the subtitle lines may have surpassed the 42 characters limit. However, the speaker of this video talks very clearly and makes use of big intervals between phrases. That being said, I believe there may be no problem in keeping it that way. Please check it out and advise me correctly. Thanks.
Rafael Braga Rodrigues
Olá Erico,
Se eu deixei passar alguma linha fora do padrão, sinta-se totalmente a vontade para adapta-la, ou simplesmente quebrá-la em duas (o mesmo vale para a velocidade de leitura). A regra do 42/21 têm sido bastante cobrada pelos LC's, para que consigamos manter a maior qualidade possível no trabalho.
Se houver algo mais em que eu possa ajudar, estou a disposição.
Abs
Enrico Stefano Suriano
Obrigado, Rafael. Como comecei há pouco tempo, ainda não tomei a liberdade de editar as linhas ou a velocidade de leitura, mas vou ficar de olho nisso nas próximas vezes.
Abs.
Enrico Stefano Suriano
Obrigado, Rafael. Como comecei há pouco tempo, ainda não tomei a liberdade de editar as linhas ou a velocidade de leitura, mas vou ficar de olho nisso nas próximas vezes.
Abs.
Rafael Braga Rodrigues
Erico,
Neste caso, se você realmente começou há pouco e não sente segurança, a própria equipe de coordenadores sugere que você não pegue tarefas de revisão, pois estas exigem um pouco mais de experiência.
O pessoal costuma orientar a só pegar tarefas de revisão após ter legendado, no mínimo, 90 minutos de TED Talks, isso para te dar uma maior base.
Coloco aqui embaixo o link dos vídeos de orientação do OTP que me ajudaram bastante no começo:
https://www.youtube.com/user/OTPTED
Qualquer dúvida ou algo mais em que eu possa ajudar, estou a disposição.
Abraços,
Tulio Leao
Olá Enrico e Rafael,
Li a discussão de vocês no comentário, muito boa. Parabéns, tanto pela disposição de dialogarem entre si para fazerem o melhor trabalho, quanto pelo que fizeram com a legenda, que estava muito boa. Eu fiz alguns pequenos ajustes para adequar aos 42:21 e corrigi alguns typos, mas gostei muito da qualidade geral.
Em 7:38.77 - "on one hand" foi traduzido por "numa mão", mas não soa muito natural em português, então troquei pelo equivalente "por um lado/por outro".
Quanto à liberdade de editar na revisão é exatamente o que o Rafael disse. A revisão é vista por muitos como mais fácil, já que teoricamente alguém já traduziu e interpretou aquele termo mais difícil ou aquela piadinha, etc. Na realidade ela é bem mais difícil, porque você tem de analisar de forma crítica o trabalho do tradutor e justamente se sentir confortável para sugerir correções e explicar o que deve mudar ou elogiar o que foi feito muito bem. Desse modo temos sim recomendado que a pessoa tenha transcrito ou traduzido 90 minutos antes de prosseguir, faz com que ela "pegue o jeito", se desenvolva, para contribuir ainda mais :)
Os vídeos do canal do TED OTP, recomendados pelo Rafael são realmente um ótimo ponto de partida. Para outras explicações e tutoriais mais detalhados, há também a OTPedia (Wiki do TED OTP) http://translations.ted.org/wiki/Main_Page
É isso, qualquer dúvida estou à disposição.
Abraços!
Enrico Stefano Suriano
Valeu, Rafael! Vou dar uma olhada nesse link.
Obrigado, Tulio! Ok, vou me informar melhor nesse canal antes de partir pra outras revisões. Qualquer dúvida, divido aqui.
Abs.