Como ressuscitar um bairro: com imaginação, beleza e arte
-
0:02 - 0:05Sou oleiro,
-
0:05 - 0:10o que, aparentemente,
é uma profissão muito humilde. -
0:10 - 0:12Sei muito sobre vasos.
-
0:12 - 0:16Passei cerca de 15 anos a fazê-los.
-
0:16 - 0:22Uma das coisas de que gosto muito
no meu ofício e na minha formação -
0:22 - 0:27é que rapidamente aprendemos
a fazer coisas fantásticas do nada. -
0:28 - 0:33Passei muito tempo na minha roda
com montanhas de barro -
0:33 - 0:34a experimentar coisas,
-
0:34 - 0:38e as limitações da minha capacidade,
do meu talento, -
0:38 - 0:41baseavam-se nas minhas mãos
e na minha imaginação. -
0:41 - 0:43Se quisesse fazer uma taça bonita
-
0:43 - 0:47e não soubesse como fazer um suporte,
tinha de aprender a fazê-lo. -
0:48 - 0:52Esse processo de aprendizagem
tem sido muito útil na minha vida. -
0:53 - 0:58Sinto que, enquanto oleiros,
também aprendemos a modelar o mundo. -
0:59 - 1:03Houve alturas,
na minha atividade, -
1:03 - 1:08em que quis refletir
sobre outros momentos importantes -
1:08 - 1:13da História dos EUA, da História Mundial,
em que aconteceram coisas complicadas, -
1:13 - 1:16mas como falamos
sobre ideias complicadas -
1:16 - 1:19sem separar as pessoas desse conteúdo?
-
1:20 - 1:25Poderia usar a arte, como estas velhas
e obsoletas mangueiras do Alabama, -
1:25 - 1:32para falar das complexidades de uma luta
pelos direitos humanos, nos anos 60? -
1:32 - 1:37É possível falar sobre mim e o meu pai
a fazer projetos de trabalho? -
1:37 - 1:41O meu pai era reparador de telhas
e empreiteiro, tinha um pequeno negócio. -
1:41 - 1:43Aos 80 anos,
estava preparado para se reformar -
1:43 - 1:47e a máquina de alcatrão dele
era a minha herança. -
1:48 - 1:52Uma máquina de alcatrão
não parece ser grande herança. Não era. -
1:52 - 1:56Era malcheirosa e ocupava
muito espaço no meu estúdio, -
1:56 - 2:00mas perguntei ao meu pai
se ele gostaria de fazer arte comigo, -
2:00 - 2:06se poderíamos repensar este material
como algo muito especial. -
2:06 - 2:10E se valorizando o material
e as capacidades do meu pai, -
2:10 - 2:15poderíamos começar a ver o alcatrão
como o barro, de uma nova forma, -
2:16 - 2:20moldando-o de outra maneira,
ajudando-nos a imaginar potencialidades? -
2:21 - 2:26Depois do barro, voltei-me
para diferentes tipos de materiais -
2:26 - 2:30e o meu estúdio cresceu muito,
porque não era apenas o material, -
2:30 - 2:33mas a nossa capacidade
de modelar as coisas. -
2:33 - 2:36Tinha cada vez mais ideias
-
2:36 - 2:40e coisas a acontecer
à porta do meu estúdio. -
2:42 - 2:45Para vos contextualizar um pouco,
eu vivo em Chicago. -
2:45 - 2:48Agora, vivo na zona sul,
mas sou da zona oeste. -
2:48 - 2:51Para aqueles que não são de Chicago,
isso não quer dizer nada, -
2:51 - 2:53mas se eu não referisse
que era da zona oeste, -
2:53 - 2:57chatearia muita gente da cidade.
-
2:58 - 3:01O sítio onde vivo
chama-se Grand Crossing. -
3:01 - 3:04É um bairro que já teve melhores dias.
-
3:05 - 3:08Está longe de ser
um condomínio fechado. -
3:09 - 3:12Há muito abandono no meu bairro
-
3:12 - 3:17e, enquanto eu fazia vasos
e tinha uma boa carreira artística, -
3:17 - 3:22estavam a acontecer muitas coisas
à porta do meu estúdio. -
3:22 - 3:28Todos nós sabemos da bolha imobiliária
e dos desafios do abandono -
3:28 - 3:31e falamos sobre isso
mais numas cidades do que noutras, -
3:31 - 3:34mas creio que muitas das cidades
norte-americanas e estrangeiras -
3:34 - 3:37têm o problema dos edifícios
decadentes e abandonados -
3:37 - 3:40aos quais ninguém sabe o que fazer.
-
3:40 - 3:43Então, pensei se haveria
uma maneira de começar a ver -
3:43 - 3:48estes edifícios como uma extensão
ou expansão da minha arte. -
3:48 - 3:51E se podia fazê-lo com outros criativos:
-
3:51 - 3:55arquitetos, engenheiros,
investidores imobiliários... -
3:55 - 3:58Juntos talvez pudéssemos pensar
-
3:58 - 4:02em formas mais elaboradas
de reabilitar as nossas cidades. -
4:03 - 4:07Então, comprei uma casa.
O preço era muito acessível. -
4:07 - 4:09Remodelámo-la.
-
4:09 - 4:15Deixámo-la o mais bonita possível
para ver se animávamos o bairro. -
4:16 - 4:18Depois de comprar a casa
por 18 mil dólares, -
4:18 - 4:20fiquei sem dinheiro nenhum.
-
4:20 - 4:25Então, comecei a varrer a casa,
como uma espécie de "performance". -
4:26 - 4:30Era um espetáculo, as pessoas
aproximavam-se e eu começava a varrer. -
4:30 - 4:33Porque a vassoura era de graça
e varrer também. -
4:33 - 4:34Resultou.
-
4:34 - 4:37(Risos)
-
4:37 - 4:42Mas passámos a usar a casa
para fazer exposições, jantares, -
4:42 - 4:46e descobrimos que aquela casa,
no meu bairro, Dorchester -
4:46 - 4:49— agora chamamos ao bairro
"projetos dorchester" — -
4:49 - 4:53de certa forma, aquela casa
tornou-se um ponto de encontro -
4:53 - 4:55de muitas atividades diferentes.
-
4:55 - 4:59Transformámos a casa
no que agora chamamos a "Casa Arquivo". -
5:00 - 5:02A Casa Arquivo
organizava coisas fantásticas. -
5:02 - 5:08Pessoas influentes, da cidade e de fora,
davam por elas no meio do bairro. -
5:08 - 5:13Foi aí que senti que talvez houvesse uma
relação entre a minha história com o barro -
5:13 - 5:16e este novo empreendimento.
-
5:16 - 5:19Calmamente,
começávamos a reformular -
5:19 - 5:22a maneira como as pessoas
viam a zona sul da cidade. -
5:23 - 5:28Uma casa transformou-se noutras
e tentámos sempre demonstrar -
5:28 - 5:32que não só é importante
criar um edifício bonito, -
5:32 - 5:36como também é importante
ter em conta o seu conteúdo. -
5:36 - 5:38Não estávamos a pensar
apenas no desenvolvimento, -
5:38 - 5:41mas também no programa.
-
5:41 - 5:44A pensar no tipo de ligações
que poderiam acontecer -
5:44 - 5:49entre uma casa e outra,
entre um vizinho e outro. -
5:50 - 5:53Este edifício tornou-se a Casa Ouvinte.
-
5:53 - 5:59Tem uma coleção de livros descartados
pela Johnson Publishing Corporation, -
5:59 - 6:03e outros livros de uma velha livraria
que ia encerrar. -
6:03 - 6:07Queria estimular estes edifícios
o máximo possível -
6:07 - 6:11com quem quer
que se juntasse a mim. -
6:12 - 6:15Em Chicago,
há edifícios fantásticos. -
6:15 - 6:19Este edifício era a antiga
casa de droga do bairro. -
6:19 - 6:21Quando ficou abandonado,
-
6:21 - 6:25deu-nos uma grande oportunidade
para imaginar o que poderia acontecer lá. -
6:25 - 6:29Convertemos este sítio
na Casa do Cinema Negro. -
6:29 - 6:33A Casa do Cinema Negro deu-nos
a oportunidade de passar filmes no bairro -
6:33 - 6:37que fossem importantes e relevantes
para a vizinhança. -
6:37 - 6:41Se quiséssemos passar um filme antigo
do Melvin Van Peebles, podíamos. -
6:41 - 6:44Se quiséssemos,
podíamos passar o "Car Wash". -
6:44 - 6:45Seria fantástico.
-
6:46 - 6:48Rapidamente enchemos o edifício
-
6:48 - 6:51e tivemos de nos mudar
para um espaço mais amplo. -
6:51 - 6:55A Casa do Cinema Negro — construída
a partir de um pedacinho de barro — -
6:55 - 7:01teve de ser transferida para outro
pedaço de barro, que é o meu estúdio. -
7:03 - 7:07Apercebi-me que — para aqueles
que são obcecados por zonamento — -
7:07 - 7:12algumas das coisas que estava a fazer
nestes edifícios abandonados -
7:12 - 7:15não eram os usos para os quais
os edifícios tinham sido construídos -
7:16 - 7:18e que há políticas da cidade que dizem:
-
7:18 - 7:21"Uma casa que é residencial
tem de permanecer como tal." -
7:21 - 7:26Mas o que fazemos em bairros
onde não há ninguém que queira viver lá? -
7:26 - 7:30Onde as pessoas que têm os meios
para lá viver já se foram embora? -
7:30 - 7:32O que fazemos
a estes edifícios abandonados? -
7:32 - 7:36Estava a tentar ressuscitá-los
usando a cultura. -
7:36 - 7:39Descobrimos
que a vizinhança ficava entusiasmada -
7:39 - 7:44e as pessoas eram tão recetivas,
que tivemos de arranjar edifícios maiores. -
7:44 - 7:45Quando os encontrámos,
-
7:45 - 7:50em parte, havia os recursos
necessários para pensar nessas coisas. -
7:50 - 7:54Este banco a que chamamos o Banco
das Artes estava em muito mau estado. -
7:54 - 7:57Havia cerca de dois metros
de água acumulada. -
7:57 - 8:00Foi um projeto difícil de financiar,
-
8:00 - 8:02porque os bancos
não se interessavam pelo bairro, -
8:02 - 8:06as pessoas também não,
porque não acontecia nada ali. -
8:06 - 8:10Era lixo.
Era nada. Nenhures. -
8:11 - 8:16Começámos a pensar no que mais
poderia acontecer neste edifício. -
8:16 - 8:20(Aplausos)
-
8:22 - 8:25Agora que se espalharam
as notícias do meu bairro -
8:25 - 8:27e temos tido mais visitantes,
-
8:27 - 8:30descobrimos que o banco
pode ser um centro de exposições -
8:30 - 8:32arquivos, espetáculos de música,
-
8:32 - 8:36e que agora há pessoas interessadas
em morar perto daqueles edifícios, -
8:36 - 8:40porque trouxemos calor,
acendemos uma chama. -
8:40 - 8:45Um dos arquivos que vamos ter
é a Johnson Publishing Corporation. -
8:45 - 8:49Também começámos a colecionar
artigos da História Norte-Americana, -
8:49 - 8:52de pessoas que vivem
ou já viveram naquele bairro. -
8:52 - 8:56Algumas destas imagens
são imagens infames de negros, -
8:56 - 8:59histórias com conteúdo provocador
-
8:59 - 9:02e há sítio melhor do que um bairro
-
9:02 - 9:06com jovens que se questionam
constantemente quanto à sua identidade -
9:06 - 9:10para falar sobre as complexidades
da raça e do estatuto social? -
9:11 - 9:15De certa forma,
o banco representa o centro. -
9:15 - 9:20Estamos a tentar criar
um núcleo fiel de atividade cultural -
9:20 - 9:23e se conseguirmos criar muitos centros,
-
9:23 - 9:25com espaços verdes à volta,
-
9:25 - 9:32os edifícios que comprámos e reabilitámos,
que são agora cerca de 60 ou 70, -
9:32 - 9:37se conseguíssemos
criar uma Versalhes em miniatura -
9:37 - 9:41e ligar estes edifícios
através de uma linda paisagem... -
9:41 - 9:44(Aplausos)
-
9:44 - 9:47...este sítio, onde as pessoas
nunca quiseram estar, -
9:47 - 9:52tornar-se-ia um destino importante
para as pessoas de todo o mundo. -
9:53 - 9:57De certa forma,
sinto mesmo que sou oleiro. -
9:57 - 10:00Lidamos com as coisas
que temos na roda, -
10:00 - 10:06e, com as capacidades que temos,
imaginamos a taça que queremos fazer. -
10:07 - 10:12O que começou numa taça,
passou a uma casa, a um bairro, -
10:12 - 10:15a um distrito cultural,
a repensar a cidade -
10:15 - 10:18e, em cada etapa, houve coisas
que não sabia que tinha de aprender. -
10:18 - 10:21E nunca aprendi tanto
sobre zonamento na vida. -
10:21 - 10:24Nunca pensei que fosse preciso.
-
10:24 - 10:28Mas, em consequência, descobri que
não só há espaço para a minha arte, -
10:28 - 10:31como também para outras atividades.
-
10:32 - 10:33Começaram a perguntar-nos,
-
10:33 - 10:37"Theaster, como vais alargar o projeto?
Qual é o teu plano de sustentabilidade?" -
10:37 - 10:41(Risos) (Aplausos)
-
10:42 - 10:46Descobri que não me podia exportar.
-
10:46 - 10:50O que parece ser necessário
em cidades como Akron, em Ohio, -
10:50 - 10:53em Detroit, no Michigan
e Gary, em Indiana -
10:53 - 10:57é que há pessoas nesses sítios
que já acreditam neles, -
10:57 - 11:00que não veem a hora de os tornar lindos
-
11:00 - 11:03e que, muitas vezes, as pessoas
que gostam muito de um sítio -
11:03 - 11:07não sabem onde encontrar os recursos
necessários para fazer coisas fantásticas -
11:07 - 11:12ou não conhecem um grupo de pessoas
que possa ajudar a concretizá-las. -
11:12 - 11:15Agora, começámos
a dar aconselhamento pelo país -
11:16 - 11:18sobre como começar com o que se tem,
-
11:18 - 11:21como começar com as coisas
que estão à nossa frente, -
11:21 - 11:23como fazer do nada alguma coisa,
-
11:23 - 11:28como remodelar o nosso mundo
numa roda ou no nosso bairro -
11:28 - 11:30ou até mesmo na cidade.
-
11:30 - 11:32Muito obrigado.
-
11:32 - 11:35(Aplausos)
-
11:40 - 11:41June Cohen: Obrigada.
-
11:41 - 11:46Creio que muita gente estará a fazer-se
a mesma pergunta que levantaste no fim. -
11:46 - 11:51Como podem fazer isto na sua cidade?
Não nos podemos exportar. -
11:51 - 11:54Dá-nos exemplos sobre o que alguém
inspirado em relação à sua cidade -
11:54 - 11:57pode fazer para desenvolver
projetos como o teu? -
11:57 - 12:00Theaster Gates: Uma coisa muito importante
-
12:00 - 12:04é pensar não apenas no projeto individual,
-
12:04 - 12:07como uma casa antiga,
-
12:07 - 12:13mas na relação entre a casa antiga,
a escola local, uma pequena taberna, -
12:13 - 12:16e se existe alguma sinergia
entre essas coisas. -
12:16 - 12:18Conseguem pôr
essas pessoas a comunicar? -
12:18 - 12:23Descobri que em casos
onde os bairros falharam, -
12:23 - 12:25continuava a haver ritmo.
-
12:25 - 12:28Como identificamos o ritmo desse sítio,
as pessoas dedicadas, -
12:28 - 12:33e como fazemos com que pessoas
que lutam e se esforçam há 20 anos -
12:33 - 12:36voltem a interessar-se
pelo sítio onde moram? -
12:36 - 12:38Alguém tem de fazer esse trabalho.
-
12:38 - 12:43Se eu fosse um empreendedor tradicional,
falaria apenas de edifícios -
12:43 - 12:46e de pôr um cartaz à janela
a dizer "Arrenda-se". -
12:46 - 12:49Eu acho que temos
de supervisionar mais do que isso. -
12:49 - 12:55Temos de ser conscientes:
"Que negócios quero expandir aqui?" -
12:55 - 12:59"Há pessoas que vivem neste sítio
que queiram expandi-los comigo?" -
12:59 - 13:02Eu creio que não é apenas
o espaço residencial ou cultural, -
13:02 - 13:05tem de haver uma recriação
do núcleo económico. -
13:05 - 13:09Pensar nessas duas coisas
parece-me o mais correto. -
13:09 - 13:13JC: É difícil incentivar as pessoas,
quando elas se esforçam há 20 anos. -
13:13 - 13:17Existem métodos
que te ajudaram a ultrapassar isso? -
13:17 - 13:22TG: Sim, agora há muitos exemplos
de pessoas que fazem um ótimo trabalho, -
13:22 - 13:26mas esses métodos
são como quando os "media" dizem -
13:26 - 13:29que só acontecem
coisas violentas num sítio. -
13:29 - 13:32Com base nas nossas capacidades
e num contexto em particular, -
13:32 - 13:37quais são as coisas que podemos fazer
no nosso bairro para combater isso? -
13:37 - 13:43Descobri que se somos amantes de teatro,
podemos fazer teatro ao ar livre. -
13:43 - 13:47Nalguns casos, não temos
os recursos em determinados bairros -
13:47 - 13:50para fazer coisas tão aparatosas,
-
13:50 - 13:55mas se conseguirmos arranjar formas
de garantir que os habitantes de um sítio -
13:55 - 14:00e as pessoas que podem apoiar as coisas
que acontecem a nível local se juntem, -
14:00 - 14:03acontecem coisas fantásticas.
-
14:03 - 14:04JC: Interessante.
-
14:04 - 14:08Como sabes que os projetos que crias
são para os desfavorecidos -
14:08 - 14:12e não apenas
para os vegetarianos alternativos -
14:12 - 14:14que possam tirar partido disso?
-
14:14 - 14:19TG: Aqui começamos
a entrar em pormenores. -
14:19 - 14:23Neste momento,
Grand Crossing tem 99% de negros. -
14:24 - 14:25Pelo menos, a viver lá.
-
14:25 - 14:28E sabemos que quem tem
uma propriedade num sítio -
14:28 - 14:30é diferente de quem
anda nas ruas todos os dias. -
14:30 - 14:33Pode dizer-se que Grand Crossing
-
14:33 - 14:37já está em processo de se tornar
algo diferente do que é hoje. -
14:38 - 14:43Mas há maneiras de pensar
em fundos de habitação ou de terras -
14:43 - 14:46ou um desenvolvimento
com base em missões -
14:46 - 14:48que comece a proteger
uma parte do espaço que surge, -
14:48 - 14:53porque quando temos
7500 terrenos vazios numa cidade, -
14:53 - 14:57queremos que aconteça lá alguma coisa,
mas precisamos de entidades -
14:57 - 15:02que não estejam só interessadas
no desenvolvimento, mas na estabilização. -
15:02 - 15:06Sinto que, muitas vezes, a parte
do desenvolvimento é muito impulsionada, -
15:06 - 15:11mas o trabalho de consciencialização
da vizinhança já não é tão importante. -
15:11 - 15:16Como começamos a aumentar a vigilância
-
15:16 - 15:20para garantir que os recursos que são
disponibilizados às pessoas que chegam -
15:20 - 15:23também são distribuídos pelos habitantes
que lá vivem há mais tempo. -
15:23 - 15:25JC: Faz sentido.
Mais uma pergunta. -
15:25 - 15:30Falas tanto da beleza
e da importância da beleza e das artes. -
15:30 - 15:33Talvez haja quem defenda
que os fundos seriam melhor empregados -
15:33 - 15:36em serviços básicos
para os desfavorecidos. -
15:36 - 15:40Como contestas esse ponto de vista?
-
15:40 - 15:44TG: Creio que a beleza
é um serviço básico. -
15:44 - 15:47(Aplausos)
-
15:50 - 15:54Descobri que, muitas vezes,
onde há recursos -
15:54 - 15:58que não foram disponibilizados
a cidades desprovidas de meios -
15:58 - 16:00ou bairros ou comunidades,
-
16:00 - 16:04por vezes, a cultura é a faísca
que ajuda a inflamar -
16:04 - 16:07e que não posso fazer tudo.
-
16:07 - 16:10Mas creio que se começarmos
pela cultura -
16:10 - 16:13e fizermos com que as pessoas
reinvistam no seu bairro, -
16:13 - 16:18começam a aparecer outros tipos
de serviços adjacentes -
16:18 - 16:22e as pessoas podem fazer exigências
que sejam poéticas. -
16:22 - 16:27E as exigências políticas necessárias
para o despertar das cidades -
16:27 - 16:29também se tornam muito poéticas.
-
16:29 - 16:30JC: Faz todo o sentido.
-
16:30 - 16:33Muito obrigada
por teres estado aqui connosco. -
16:33 - 16:34Obrigada. Theaster Gates.
-
16:34 - 16:39(Aplausos)
- Title:
- Como ressuscitar um bairro: com imaginação, beleza e arte
- Speaker:
- Theaster Gates
- Description:
-
Theaster Gates, oleiro de profissão e ativista social por vocação, queria fazer alguma coisa quanto ao estado lastimável do seu bairro, na zona sul de Chicago. E foi o que fez, transformando edifícios abandonados em centros comunitários que unem e inspiram aqueles que lá vivem (e atraem aqueles que não vivem lá). Nesta palestra fervorosa, Gates descreve os seus esforços por construir uma "Versalhes em miniatura" em Chicago e partilha a sua convicção de que a cultura pode ser um catalisador da transformação social em qualquer cidade, em qualquer lado.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:52
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Isabel Vaz Belchior edited Portuguese subtitles for How to revive a neighborhood: with imagination, beauty and art |