Return to Video

Como falar sobre a guerra com veteranos

  • 0:00 - 0:03
    Estou animado em estar aqui
    falando de veteranos,
  • 0:03 - 0:05
    pois não entrei para o Exército
  • 0:05 - 0:07
    porque queria ir para a guerra.
  • 0:07 - 0:10
    Não entrei no Exército
    porque tinha um desejo
  • 0:10 - 0:13
    ou necessidade de ir ao exterior e lutar.
  • 0:13 - 0:16
    Francamente, eu entrei no Exército porque
  • 0:16 - 0:17
    a faculdade é realmente muito cara,
  • 0:17 - 0:19
    e eles me ajudariam com isso,
  • 0:19 - 0:21
    e eu entrei no Exército
  • 0:21 - 0:23
    porque era o que eu sabia,
  • 0:23 - 0:26
    e era o que eu sabia e pensava
    poder fazer bem.
  • 0:26 - 0:29
    Eu não vim de uma família de militares.
  • 0:29 - 0:30
    Não sou filho de militar.
  • 0:30 - 0:33
    Ninguém na minha família jamais
    se alistou às forças militares,
  • 0:33 - 0:35
    e como eu fui apresentado ao Exército
  • 0:35 - 0:37
    foi quanto tinha 13 anos de idade
  • 0:37 - 0:40
    e fui enviado para uma escola militar
  • 0:40 - 0:43
    porque minha mãe vinha
    me ameaçando com essa ideia
  • 0:43 - 0:45
    desde os meus oito anos.
  • 0:45 - 0:48
    Eu tive alguns problemas
    quando estava crescendo
  • 0:48 - 0:49
    e minha mãe sempre dizia:
  • 0:49 - 0:51
    "Sabe, se você não tomar jeito,
  • 0:51 - 0:53
    vou mandá-lo para a escola militar"
  • 0:53 - 0:54
    E eu a olhava e dizia:
  • 0:54 - 0:56
    "Mamãe, eu vou me esforçar"
  • 0:56 - 0:57
    E quando eu tinha nove anos
  • 0:57 - 1:00
    ela me dava panfletos para mostrar
    que não era brincadeira,
  • 1:00 - 1:01
    eu olhava e dizia:
  • 1:01 - 1:03
    "Certo mamãe, sei que é sério
    e vou me esforçar".
  • 1:03 - 1:05
    E quando eu tinha 10 e 11 anos
  • 1:05 - 1:09
    meu comportamento continuava a piorar.
  • 1:09 - 1:12
    Eu estava em supervisão
    acadêmica e disciplinar
  • 1:12 - 1:14
    antes de atingir dois dígitos,
  • 1:14 - 1:18
    e eu senti algemas nos meus punhos
    pela primeira vez
  • 1:18 - 1:19
    quando tinha 11 anos.
  • 1:19 - 1:21
    Então, quando completei 13 anos,
  • 1:21 - 1:23
    minha mãe veio até mim dizendo:
  • 1:23 - 1:25
    "Não vou mais continuar com isso.
  • 1:25 - 1:27
    Vou te mandar para a escola militar."
  • 1:27 - 1:28
    E olhei para ela e disse:
  • 1:28 - 1:31
    "Mamãe, eu sei que está decepcionada,
    eu vou me esforçar mais."
  • 1:31 - 1:33
    E ela disse:
    "Não, você vai semana que vem".
  • 1:33 - 1:36
    E foi assim que fui apresentado
  • 1:36 - 1:38
    a toda essa ideia de ser militar,
  • 1:38 - 1:41
    porque ela pensou que seria uma boa ideia.
  • 1:41 - 1:43
    Tive que discordar totalmente dela
  • 1:43 - 1:45
    quando cheguei lá,
  • 1:45 - 1:46
    porque nos primeiros quatro dias
  • 1:46 - 1:48
    eu já tinha fugido cinco vezes da escola.
  • 1:48 - 1:51
    Havia portões pretos enormes
    em volta da escola
  • 1:51 - 1:52
    e toda vez que davam as costas
  • 1:52 - 1:55
    eu simplesmente corria através dos portões
  • 1:55 - 1:57
    e os pegava ao dizer que
    se não quisermos estar lá
  • 1:57 - 1:58
    podemos ir embora qualquer hora.
  • 1:58 - 2:00
    Então eu apenas dizia:
  • 2:00 - 2:03
    "Certo, sendo assim
    eu gostaria de ir." (Risos)
  • 2:03 - 2:05
    E nunca funcionava.
  • 2:05 - 2:07
    E eu continuava me perdendo.
  • 2:07 - 2:09
    Mas finalmente,
  • 2:09 - 2:11
    depois de um tempo estando lá,
  • 2:11 - 2:13
    e depois do primeiro ano
  • 2:13 - 2:14
    naquela escola militar,
  • 2:14 - 2:19
    eu percebi que estava crescendo.
  • 2:19 - 2:22
    Percebi as coisas
    de que gostava naquela escola
  • 2:22 - 2:25
    e do que eu gostava sobre a estrutura
  • 2:25 - 2:28
    era algo que nunca havia visto antes:
  • 2:28 - 2:31
    o fato de que finalmente
    eu era parte de algo maior,
  • 2:31 - 2:33
    parte de um time,
    que era importante para os outros
  • 2:33 - 2:35
    eu estar lá,
  • 2:35 - 2:38
    o fato de que liderança
    não era apenas uma piada,
  • 2:38 - 2:41
    mas sim algo real,
    na verdade uma parte central
  • 2:41 - 2:43
    de toda aquela experiência.
  • 2:43 - 2:45
    E quando chegou a hora
  • 2:45 - 2:47
    de realmente terminar o colégio,
  • 2:47 - 2:50
    eu comecei a pensar
    sobre o que queria fazer,
  • 2:50 - 2:52
    e assim como a maioria dos estudantes
  • 2:52 - 2:55
    não tinha ideia do que isso significava
    ou do que queria fazer.
  • 2:55 - 2:57
    E comecei a pensar nas pessoas
  • 2:57 - 2:59
    que eu respeitava e admirava.
  • 2:59 - 3:01
    E pensei em um monte de pessoas
  • 3:01 - 3:04
    e particularmente muitos dos homens
  • 3:04 - 3:06
    que estiveram presentes na minha vida.
  • 3:06 - 3:08
    E todos eles usavam uniformes
  • 3:08 - 3:10
    dos Estados Unidos da América,
  • 3:10 - 3:12
    então para mim a resposta e a questão
  • 3:12 - 3:14
    realmente se tornaram muito fáceis.
  • 3:14 - 3:16
    a pergunta sobre o que eu queria ser
  • 3:16 - 3:17
    foi rapidamente preenchida com:
  • 3:17 - 3:20
    "Acho que serei um oficial do Exército."
  • 3:20 - 3:22
    Então o Exército passou por esse processo,
  • 3:22 - 3:23
    e eles me treinaram,
  • 3:23 - 3:25
    e quando digo que não entrei no Exército
  • 3:25 - 3:27
    porque queria ir para a guerra,
  • 3:27 - 3:29
    a verdade é que eu entrei em 1996.
  • 3:29 - 3:31
    Realmente não havia
    muita coisa acontecendo.
  • 3:31 - 3:33
    Eu nunca senti
    como se estivesse em perigo.
  • 3:33 - 3:35
    Quando falei com minha mãe...
  • 3:35 - 3:36
    eu me alistei com 17 anos,
  • 3:36 - 3:38
    então precisava de permissão dos pais
  • 3:38 - 3:39
    para me alistar;
  • 3:39 - 3:40
    eu dei a papelada a minha mãe
  • 3:40 - 3:42
    e ela só achou que era
    como a escola militar.
  • 3:42 - 3:44
    Ela pensou: "Foi bom para ele antes,
  • 3:44 - 3:46
    então acho que vou deixá-lo continuar lá"
  • 3:46 - 3:49
    sem a menor ideia de que
    a papelada que estava assinando
  • 3:49 - 3:51
    estava na verdade alistando seu filho
  • 3:51 - 3:54
    para se tornar um oficial do Exército.
  • 3:54 - 3:56
    Eu entrei no processo,
  • 3:56 - 3:58
    e novamente todo o tempo eu pensava:
  • 3:58 - 4:02
    Isso é ótimo, talvez eu sirva
    por um fim de semana
  • 4:02 - 4:07
    ou duas semanas no ano, fazer treinamento,
  • 4:07 - 4:09
    e então alguns anos após eu me alistar,
  • 4:09 - 4:12
    alguns anos após minha mãe
    assinar aqueles papéis,
  • 4:12 - 4:15
    o mundo inteiro mudou.
  • 4:16 - 4:19
    E após o 11 de setembro, havia um
    contexto totalmente novo
  • 4:19 - 4:23
    sobre o ofício que escolhi.
  • 4:23 - 4:27
    Quando me alistei,
    nunca foi para combater,
  • 4:27 - 4:29
    mas agora que estava dentro,
  • 4:29 - 4:33
    era exatamente isso que iria acontecer.
  • 4:33 - 4:36
    E eu pensava tanto nos soldados
  • 4:36 - 4:38
    que um dia eu acabaria liderando.
  • 4:38 - 4:40
    Lembro quando, logo após o 11 de setembro,
  • 4:40 - 4:43
    três semanas depois,
    eu estava em um avião para o exterior,
  • 4:43 - 4:45
    mas não estava indo com os militares,
  • 4:45 - 4:47
    estava indo porque havia ganhado
  • 4:47 - 4:49
    uma bolsa de estudos no exterior.
  • 4:49 - 4:50
    Recebi aquela bolsa de estudos
  • 4:50 - 4:53
    para ir morar e estudar no exterior,
  • 4:53 - 4:55
    e viveria na Inglaterra,
    e isso era interessante,
  • 4:55 - 4:56
    mas ao mesmo tempo,
  • 4:56 - 4:59
    as mesmas pessoas que treinaram comigo,
  • 4:59 - 5:01
    os mesmos soldados que
    estavam treinando comigo
  • 5:01 - 5:04
    nos preparando para a guerra,
  • 5:04 - 5:07
    estavam na verdade indo para a guerra.
  • 5:07 - 5:09
    Eles estavam prestes a se encontrar
  • 5:09 - 5:11
    no meio de lugares nos quais
  • 5:11 - 5:13
    a grande maioria das pessoas,
  • 5:13 - 5:16
    a grande maioria de nós mesmos
    enquanto treinávamos,
  • 5:16 - 5:19
    nem conseguiriam apontar no mapa.
  • 5:19 - 5:21
    Passei alguns anos terminando a graduação
  • 5:21 - 5:23
    e durante todo o tempo em que eu estava lá
  • 5:23 - 5:25
    sentado em prédios em Oxford
  • 5:25 - 5:27
    que haviam sido literalmente construídos
  • 5:27 - 5:29
    centenas de anos antes da fundação dos EUA
  • 5:29 - 5:32
    e eu sentado aqui
    conversando com catedráticos
  • 5:32 - 5:36
    sobre o assassinato
    do Arquiduque Ferdinand,
  • 5:36 - 5:40
    e como aquilo influenciou o início
    da Primeira Guerra Mundial,
  • 5:40 - 5:42
    todo o tempo meu coração e minha cabeça
  • 5:42 - 5:45
    estavam nos meus soldados
  • 5:45 - 5:47
    que estavam agora jogando seus coletes
  • 5:47 - 5:49
    e pegando suas roupas de artilharia
  • 5:49 - 5:51
    e tentado entender
    como exatamente se trocar
  • 5:51 - 5:54
    ou como exatamente se limpa
    uma metralhadora
  • 5:54 - 5:55
    no escuro.
  • 5:57 - 6:00
    Essa era a nova realidade.
  • 6:00 - 6:02
    Logo que terminei
    os estudos e me realistei
  • 6:02 - 6:05
    minha unidade e eu estávamos
    partindo para o Afeganistão,
  • 6:05 - 6:06
    haviam soldados na minha unidade
  • 6:06 - 6:08
    que estavam
    na segunda e terceira missões
  • 6:08 - 6:10
    antes da minha primeira.
  • 6:10 - 6:12
    Lembro-me de sair com minha unidade
    pela primeira vez
  • 6:12 - 6:14
    e quando você entra no Exército
  • 6:14 - 6:15
    e vai a combate,
  • 6:15 - 6:16
    todo mundo olha o seu ombro,
  • 6:16 - 6:20
    porque nele está sua marca de combate.
  • 6:20 - 6:21
    E imediatamente ao conhecer alguém
  • 6:21 - 6:23
    você aperta sua mão,
  • 6:23 - 6:24
    e então seus olhos vão para os ombros,
  • 6:24 - 6:26
    porque você quer ver onde serviram,
  • 6:26 - 6:28
    ou em que unidade eles serviram.
  • 6:28 - 6:30
    E eu era a única pessoa por lá
  • 6:30 - 6:31
    com um ombro vazio,
  • 6:31 - 6:35
    e ele queimava toda vez
    que alguém o olhava.
  • 6:35 - 6:38
    Mas você tem uma chance
    de falar com seus soldados,
  • 6:38 - 6:42
    e você os pergunta por que se alistaram.
  • 6:42 - 6:46
    Eu me alistei porque
    a universidade era cara.
  • 6:46 - 6:51
    Muitos dos meus soldados se alistaram
    por razões completamente diferentes.
  • 6:51 - 6:53
    Alistaram-se por um senso de obrigação.
  • 6:53 - 6:54
    Alistaram-se porque estavam bravos
  • 6:54 - 6:56
    e queriam fazer algo sobre isso.
  • 6:56 - 6:58
    Alistaram-se porque
  • 6:58 - 7:00
    suas famílias disseram que era importante.
  • 7:00 - 7:03
    Alistaram-se porque queriam
    alguma forma de vingança.
  • 7:03 - 7:06
    Alistaram-se por uma imensa
    variedade de razões distintas.
  • 7:06 - 7:09
    E agora estávamos todos nós no exterior
  • 7:09 - 7:12
    lutando nesses conflitos.
  • 7:13 - 7:15
    E o que era fascinante para mim
    era que eu,
  • 7:15 - 7:20
    muito ingênuo, comecei
    a ouvir essas palavras
  • 7:20 - 7:23
    que eu nunca compreendi totalmente,
  • 7:23 - 7:25
    porque logo após o 11 de setembro,
    você começa a ouvir
  • 7:25 - 7:27
    pessoas chegando e dizendo
  • 7:27 - 7:29
    "Bem, obrigado pelo seu serviço".
  • 7:29 - 7:31
    E eu apenas comecei a seguir e dizer
  • 7:31 - 7:33
    as mesmas coisas aos meus soldados.
  • 7:33 - 7:35
    Isso antes mesmo de eu partir.
  • 7:35 - 7:38
    Mas eu realmente não tinha ideia
    do que aquilo significava.
  • 7:38 - 7:40
    Eu apenas dizia porque parecia correto.
  • 7:40 - 7:42
    Porque parecia a coisa certa a se dizer
  • 7:42 - 7:44
    às pessoas que haviam servido no exterior.
  • 7:44 - 7:46
    "Obrigado pelo seu serviço".
  • 7:46 - 7:48
    Mas eu não tinha ideia
  • 7:48 - 7:50
    de qual era o contexto,
  • 7:50 - 7:54
    ou sequer o que significava para
    as pessoas que ouviam aquilo.
  • 7:54 - 7:59
    Logo que cheguei do Afeganistão
  • 7:59 - 8:02
    pensava que se você
    retornasse do conflito,
  • 8:02 - 8:06
    todos os perigos teriam se acabado.
  • 8:06 - 8:08
    Pensei que se conseguisse
    voltar de um conflito
  • 8:08 - 8:10
    de alguma forma poderia
  • 8:10 - 8:12
    limpar o suor da testa e dizer:
  • 8:12 - 8:15
    "Ufa, estou feliz de ter escapado dessa"
  • 8:15 - 8:17
    sem entender que para muitas pesoas
  • 8:17 - 8:19
    quando voltam para casa,
  • 8:19 - 8:22
    a guerra continua.
  • 8:22 - 8:24
    Ela continua passando em nossas cabeças.
  • 8:24 - 8:27
    Passa em todas as nossas memórias.
  • 8:27 - 8:30
    Em todas as nossas emoções.
  • 8:31 - 8:33
    Por favor, perdoem-nos
  • 8:33 - 8:37
    se não gostamos de estar em multidões.
  • 8:38 - 8:40
    Por favor, pedoem-nos
  • 8:40 - 8:42
    quando passamos uma semana em um lugar
  • 8:42 - 8:44
    com regras de luz 100% restritas,
  • 8:44 - 8:47
    porque não é permitido
    andar com luzes brancas,
  • 8:47 - 8:48
    se alguma coisa possui luz branca,
  • 8:48 - 8:50
    pode ser vista de muito longe,
  • 8:50 - 8:52
    enquanto se você usa luzes verdes
  • 8:52 - 8:53
    ou pequenas luzes azuis,
  • 8:53 - 8:55
    ela não são vistas de muito longe.
  • 8:55 - 8:57
    Então por favor,
    perdoem-nos se, do nada,
  • 8:57 - 9:00
    nós temos 100% de disciplina com luzes
  • 9:00 - 9:03
    para uma semana depois
    estar no meio da Times Square,
  • 9:03 - 9:07
    e temos dificuldade em nos adaptar a isso.
  • 9:08 - 9:09
    Por favor perdoem-nos
  • 9:09 - 9:11
    quando estamos de volta a um família
  • 9:11 - 9:15
    que tem se virado
    completamente bem sem você,
  • 9:15 - 9:17
    e agora, quando você volta,
  • 9:17 - 9:21
    não é tão simples voltar
    a um senso de normalidade,
  • 9:21 - 9:25
    porque todo o "normal" mudou.
  • 9:25 - 9:29
    Eu me lembro de quando voltei.
    Eu queria conversar com as pessoas.
  • 9:29 - 9:32
    Queria que me perguntassem
    sobre minhas experiências.
  • 9:32 - 9:33
    Queria que viessem a mim e dissessem:
  • 9:33 - 9:35
    "O que você fez?"
  • 9:35 - 9:36
    Queria que dissessem:
  • 9:36 - 9:38
    "Como era lá? Como era a comida?
  • 9:38 - 9:41
    Como foi a experiência?
    Como vai você?"
  • 9:42 - 9:44
    E a única pergunta que eu recebia era:
  • 9:44 - 9:47
    "Você atirou em alguém?"
  • 9:47 - 9:49
    E esses eram os que eram
  • 9:49 - 9:52
    curiosos o suficiente
    para dizer qualquer coisa.
  • 9:52 - 9:54
    Porque as vezes há esse medo,
    essa apreensão
  • 9:54 - 9:56
    de que se eu disser alguma coisa
  • 9:56 - 9:57
    tenho medo de ofender,
  • 9:57 - 9:59
    ou de acontecer algo,
  • 9:59 - 10:03
    então o padrão era apenas não dizer nada.
  • 10:03 - 10:06
    O problema com isso é que
  • 10:06 - 10:08
    você sente como se seu serviço
  • 10:08 - 10:10
    não tenha sido sequer reconhecido,
  • 10:10 - 10:13
    como se ninguém sequer se importasse.
  • 10:13 - 10:16
    "Obrigado pelo seu serviço"
  • 10:16 - 10:19
    e mudávamos o assunto.
  • 10:19 - 10:22
    O que eu queria entender melhor
  • 10:22 - 10:25
    era o que estava por trás disso,
  • 10:25 - 10:30
    e porque "Obrigado pelo seu serviço"
    não era suficiente.
  • 10:31 - 10:34
    O fato é, nós temos literalmente
  • 10:34 - 10:37
    2,6 milhões de homens e mulheres
  • 10:37 - 10:40
    que são veteranos
    do Iraque ou Afeganistão
  • 10:40 - 10:43
    que estão todos entre nós.
  • 10:43 - 10:45
    Às vezes sabemos quem são,
  • 10:45 - 10:47
    às vezes não,
  • 10:47 - 10:50
    mas há aquele sentimento,
    aquela experiência compartilhada,
  • 10:50 - 10:52
    aquele vínculo compartilhado,
  • 10:52 - 10:54
    onde sabemos que tudo aquilo
  • 10:54 - 10:56
    e aquele capítulo das nossas vidas,
  • 10:56 - 10:59
    embora possa estar fechado,
  • 10:59 - 11:02
    ainda não terminou.
  • 11:02 - 11:05
    Pensamos sobre o
    "Obrigado pelo seu serviço"
  • 11:05 - 11:07
    e as pessoas dizem
    "O que significa para você?"
  • 11:07 - 11:09
    "Obrigado pelo seu serviço", para mim
  • 11:09 - 11:12
    significa reconhecer nossas histórias,
  • 11:12 - 11:15
    perguntar quem nós somos,
  • 11:15 - 11:18
    entender a força
  • 11:18 - 11:22
    que tantas pessoas,
    tantos que serviram conosco têm,
  • 11:22 - 11:25
    e por que aquele serviço significa tanto.
  • 11:25 - 11:28
    "Obrigado pelo seu serviço"
    significa reconhecer
  • 11:28 - 11:30
    que só porque nós estamos de volta
  • 11:30 - 11:31
    e tiramos nossos uniformes,
  • 11:31 - 11:34
    isso não significa que nosso
    maior serviço para esse país
  • 11:34 - 11:36
    de alguma forma está acabado.
  • 11:36 - 11:39
    O fato é, ainda há muito
  • 11:39 - 11:43
    que pode ser oferecido e feito.
  • 11:43 - 11:45
    Quando olho para a pessoas
  • 11:45 - 11:48
    como nosso amigo Taylor Urruela,
  • 11:49 - 11:51
    que perdeu sua perna no Iraque,
  • 11:51 - 11:53
    tinha dois grandes sonhos em sua vida:
  • 11:53 - 11:56
    Um era ser um soldado.
    O outro, ser jogador de baseball.
  • 11:56 - 12:01
    Ele perdeu sua perna no Iraque.
  • 12:01 - 12:03
    Ele voltou
  • 12:03 - 12:05
    e ao invés de decidir que, bem,
  • 12:05 - 12:08
    já que perdi minha perna,
    aquele outro sonho já era,
  • 12:08 - 12:11
    ele decide que ainda tem aquele
    sonho de jogar baseball
  • 12:11 - 12:13
    e inicia esse grupo chamado VETSports,
  • 12:13 - 12:16
    que hoje conta com veteranos
    de todo o país
  • 12:16 - 12:19
    e utiliza os esportes como
    uma forma de tratamento.
  • 12:19 - 12:21
    Pessoas como Tammy Duckworth,
  • 12:21 - 12:22
    que era piloto de helicóptero
  • 12:22 - 12:24
    e cujo helicóptero que pilotava
  • 12:24 - 12:26
    exigia a utilização das duas mãos
  • 12:26 - 12:27
    e também das pernas para guiar,
  • 12:27 - 12:29
    o seu helicóptero é atingido
  • 12:29 - 12:30
    e ela tentá controlá-lo
  • 12:30 - 12:32
    mas o helicóptero não responde
  • 12:32 - 12:34
    às suas instruções e aos seus comandos.
  • 12:34 - 12:36
    Ela está tentando pousar
    o helicóptero a salvo
  • 12:36 - 12:38
    mas ele não pousa com segurança,
  • 12:38 - 12:40
    e a razão pela qual ela não consegue
  • 12:40 - 12:43
    é porque não está respondendo
    aos comandos de suas pernas
  • 12:43 - 12:46
    porque suas pernas foram arrancadas.
  • 12:46 - 12:49
    Ela quase não sobreviveu.
  • 12:49 - 12:53
    Médicos chegam e salvam sua vida,
  • 12:53 - 12:56
    mas então enquanto ela está
    se recuperando em casa,
  • 12:56 - 12:59
    ela percebe que
    "Meu trabalho ainda não terminou".
  • 13:00 - 13:01
    E agora ela usa sua voz
  • 13:01 - 13:04
    como congressista em Illinois
  • 13:04 - 13:07
    para lutar e advogar a favor
  • 13:07 - 13:10
    de uma série de assuntos
    para incluir veteranos.
  • 13:10 - 13:13
    Nós nos alistamos porque
  • 13:13 - 13:17
    nós amamos este país que representamos.
  • 13:18 - 13:20
    Nós nos alistamos porque
  • 13:20 - 13:22
    acreditamos nessa ideia
  • 13:22 - 13:25
    e acreditamos nas pessoas ao nosso lado.
  • 13:25 - 13:27
    E a única coisa que pedimos é que este
  • 13:27 - 13:29
    "Obrigado pelo seu serviço"
  • 13:29 - 13:33
    seja mais do que uma simples citação
  • 13:33 - 13:35
    que "Obrigado pelo seu serviço"
  • 13:35 - 13:37
    signifique honestamente se aprofundar
  • 13:37 - 13:40
    nas pessoas que deram um passo a frente
  • 13:40 - 13:44
    simplesmente porque lhes foi pedido,
  • 13:44 - 13:47
    e no que isso significa para nós,
    não apenas agora,
  • 13:47 - 13:50
    não apenas durante operações de combate,
  • 13:50 - 13:53
    mas muito após o último veículo partir
  • 13:53 - 13:57
    e após o último tiro ser disparado.
  • 13:58 - 14:01
    Estas são as pessoas com as quais servi,
  • 14:01 - 14:04
    e estas são as pessoas as quais eu honro.
  • 14:04 - 14:07
    Então obrigado pelo seu serviço.
  • 14:07 - 14:10
    (Aplausos)
Title:
Como falar sobre a guerra com veteranos
Speaker:
Wes Moore
Description:

Wes Moore se alistou no Exército Americano para pagar os estudos, mas a experiência se tornou o centro de quem ele é. Nesta palestra sincera, o pára-quedista e capitão; que foi o escritor de "The Other Wes Moore" ("O Outro Wes More", em tradução livre); explica o choque de retornar para casa após o Afeganistão. Ele compartilha a frase que ouviu de civis repetidamente, e mostra o porquê de ela não ser suficiente. É um chamado para todos nós pedirmos aos veteranos para que contem suas histórias... E escutarmos.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:27
  • Muito boa legenda!
    Só ajustei algumas poucas palavras, principalmente para ajustar ao tempo de leitura de 21 car/seg.

  • Excelente legenda :)

    Abraço

Portuguese, Brazilian subtitles

Revisions