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Por que doar nossa fortuna foi a coisa mais gratificante que já fizemos.

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    Chris Anderson: Essa é uma
    entrevista diferente.
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    Com base em que uma imagem
    vale mais do que mil palavras,
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    pedi ao Bill e a Melinda
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    para desenterrarem de seu arquivo
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    algumas fotos que ajudassem a explicar
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    um pouco do que eles têm feito,
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    para trabalharmos dessa forma.
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    Vamos começar por esta.
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    Melinda, quando e onde foi isso
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    e quem é o bonitão ao seu lado?
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    Melinda Gates: Com aqueles óculos grandes?
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    Foi na África, nossa
    primeira viagem,
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    a primeira vez que
    estivemos na África,
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    no outono de 1993.
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    Estávamos prestes a nos casar.
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    Nós nos casamos alguns meses depois,
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    e a gente fez essa viagem
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    para ver os animais e a savana.
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    Foi incrível. Bill nunca tinha ficado
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    tanto tempo longe do trabalho.
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    Mas o que realmente nos tocou
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    foram as pessoas, e a pobreza extrema.
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    Começamos a nos questionar:
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    "Será que tem que ser assim?"
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    E no final da viagem
    fomos para Zanzibar,
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    e passamos um tempo andando na praia,
    algo que faziamos muito
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    quando estávamos namorando.
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    E naquele tempo a gente já conversava que
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    a riqueza vinda da Microsoft
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    seria devolvida à sociedade.
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    Mas foi realmente no passeio na praia,
    que a gente começou a conversar sobre
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    o que poderíamos fazer, e
    como poderíamos fazê-lo?
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    CA: Considerando que essas férias
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    levaram a criação da que acredito ser
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    a maior fundação privada do mundo,
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    férias podem sair bem caras. (Risos).
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    MG: Acho que sim. Mas nós gostamos.
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    CA: Qual de vocês foi o instigador chave,
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    ou foi simétrico?
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    Bill Gates: acho que estávamos animados
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    porque haveria uma fase da nossa vida
    onde trabalharíamos juntos,
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    e descobriríamos uma forma
    de devolver este dinheiro.
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    Nesta época a gente conversava
    sobre os mais pobres,
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    e como ter um grande
    impacto sobre eles?
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    Havia coisas que não estavam sendo feitas?
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    Havia muita coisa que não sabíamos.
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    Quando olhamos para trás, vemos que
    nossa ingenuidade era incrível.
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    Mas tínhamos um certo entusiasmo
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    que essa seria a fase,
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    a fase pós-Microsoft
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    seria a nossa filantropia.
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    MG: A qual Bill sempre
    achou que aconteceria
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    depois dos seus 60 anos,
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    mas ele nem chegou aos 60 ainda,
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    e algumas coisas mudaram
    ao longo do caminho.
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    CA: Então foi aí que tudo começou,
    mas acelerou rápido.
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    Isso foi em 1993, de fato foi em 1997,
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    antes da própria fundação começar.
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    MG: Em 1997, nós lemos um artigo
    sobre as doenças diarreicas
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    que matavam muitas crianças
    ao redor do mundo,
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    e nós dizíamos para nós mesmos,
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    "Isso não pode ser assim.
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    Nos Estados Unidos,
    basta ir à farmácia."
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    E então começamos a reunir cientistas
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    e a aprender sobre a população,
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    sobre vacinas,
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    e sobre o que tinha ou não funcionado.
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    E foi aí que realmente começamos,
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    era o final de 1998, 1999.
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    CA: Então você tem um grande
    pote de dinheiro,
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    e um mundo cheio de muitos problemas.
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    Como vocês decidiram no que focar?
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    BG: Decidimos que pegaríamos duas causas
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    cujas maiores desigualdades
    fossem globais.
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    Então pensamos nas crianças
    que estavam morrendo
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    porque não tinham nutrição
    sequer para se desenvolverem,
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    e em países que estavam estagnados
    por causa do nível de mortalidade,
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    e os pais tendo tantos filhos
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    que a população crescia demais,
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    e as crianças estavam tão doentes
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    que elas não podiam receber educação
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    e desenvolverem-se por si próprias.
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    Foi esta então a nossa escolha global.
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    E então nos Estados Unidos,
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    ambos tivemos uma educação incrível,
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    e vimos que os EUA conseguem
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    cumprir sua promessa de
    igualdade de oportunidade,
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    por ter um sistema de educação fenomenal,
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    e quanto mais aprendíamos mais percebíamos
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    que não estávamos cumprindo
    aquela promessa.
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    Então escolhemos essas duas coisas,
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    e tudo o que a fundação faz
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    é focado nelas.
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    CA: Eu pedi a vocês
    que escolhessem uma foto
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    que vocês gostariam que
    ilustrasse seu trabalho,
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    e Melinda, essa foi a que você escolheu.
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    O que significa essa foto?
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    MG: Uma das coisas que
    eu amo fazer quando viajo
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    é ir para as áreas rurais e
    conversar com as mulheres,
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    quer seja em Bangladesh, Índia,
    vários países da África,
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    e eu vou como uma mulher
    ocidental, sem nome.
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    Eu não lhes digo quem eu sou.
    Vou de roupas básicas.
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    E eu continuava ouvindo delas,
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    repetidamente, quanto mais eu viajava:
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    "Eu quero poder usar essa injeção."
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    Eu ia lá para falar com elas
    sobre as vacinas infantis,
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    mas elas traziam de volta a conversa para:
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    "Mas e quanto a eu tomar a injeção?",
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    que é uma injeção que estavam
    chamando de Depo-Provera,
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    que é um contraceptivo.
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    E voltei e falei com especialistas
    em saúde global,
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    que disseram: "Não, contraceptivos estão
    em estoque no mundo em desenvolvimento."
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    Tivemos que nos aprofundar nos relatórios.
    E foi isso o que a equipe me trouxe.
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    Ou seja, ter aquela coisa que
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    segundo dizem as mulheres na África,
    que elas querem usar,
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    estocadas por mais de 200 dias no ano,
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    explica porque as mulheres me diziam:
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    "Eu andava 10 km sem que
    meu marido soubesse,
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    e eu chegava na clínica e
    não havia nada lá."
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    E na África, os preservativos
    também estavam estocados
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    por causa de todo o trabalho com a AIDS
    que os EUA e outros países faziam.
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    Mas as mulheres diziam repetidamente:
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    "Eu não posso negociar o preservativo
    com o meu marido,
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    eu estaria sugerindo que
    um de nós dois teria AIDS.
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    Eu preciso da vacina, porque
    assim eu posso espaçar
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    os nascimentos dos meus filhos,
    e posso alimentá-los
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    e ter uma chance de educá-los."
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    CA: Melinda, você é católica romana,
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    e muitas vezes você foi envolvida
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    em polêmica por causa desta questão,
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    e da questão do aborto
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    de ambos os lados.
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    Como você lida com isso?
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    MG: Eu acho que este é
    um ponto muito importante,
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    como uma comunidade global
    tínhamos desistido dos contraceptivos.
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    Sabíamos que 210 milhões de mulheres
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    queriam acesso aos contraceptivos,
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    mesmo os que temos aqui nos EUA.
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    E nós não estávamos dando isso a elas
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    por causa da controvérsia
    política em nosso país.
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    E para mim isso era um crime.
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    E eu ficava tentando encontrar a pessoa
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    que traria isso de volta
    ao cenário global.
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    E finalmente percebi
    que tinha que fazê-lo.
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    E mesmo sendo católica,
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    eu acredito em contracepção,
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    assim como a maioria das
    mulheres católicas nos EUA
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    que dizem que usam contraceptivos.
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    E eu não deveria deixar que essa polêmica
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    fosse a coisa que nos impedisse.
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    Nos EUA, costumávamos ter consenso
    a respeito de contraceptivos, e então
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    voltamo-nos a esse consenso global
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    e levantamos 2,6 bilhões de dólares
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    para essa questão das mulheres.
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    (Aplausos)
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    CA: Bill, este é seu gráfico.
    Do que se trata?
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    BG: Meu gráfico tem números nele.
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    (Risos)
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    Eu realmente gosto deste gráfico.
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    Este é o número de crianças
    que morrem a cada ano
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    antes de completarem 5 anos.
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    E o que você vê é realmente
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    uma história de sucesso fenomenal,
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    mas que não é muito conhecida,
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    de que estamos fazendo
    progressos incríveis.
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    Nós reduzimos de 20 milhões,
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    não muito tempo depois que eu nasci,
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    para cerca de 6 milhões.
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    Portanto, esta é uma história
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    em grande parte das vacinas.
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    A varíola matava alguns milhões
    de crianças por ano.
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    Ela foi erradicada de modo
    que desceu para zero.
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    O sarampo matava
    alguns milhões por ano.
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    Agora mata algumas
    centenas de milhares.
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    Este é um gráfico onde se deseja que
    esse número continue diminuindo.
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    E isso será possível
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    usando a ciência das novas vacinas,
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    levando as vacinas às crianças.
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    Nós podemos acelerar o progresso.
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    Na última década
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    esse número caiu mais rápido
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    do que nunca na história,
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    e por isso eu adoro o fato
    de que você pode dizer:
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    "Se podemos inventar novas vacinas,
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    podemos distribuí-las, usar
    o que temos aprendido
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    e fazer a entrega corretamente",
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    e então poderemos
    realizar um milagre.
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    CA: Você faz contas sobre isso
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    e isso funciona, eu acho, literalmente
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    em milhares de vidas de crianças
    salvas todos os dias,
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    em comparação com o ano anterior.
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    Isso não é noticiado.
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    Um avião com 200 mortes
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    é uma história muito
    maior do que essa.
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    Isso deixa você chateado?
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    BG: Sim, porque é uma coisa
    silenciosa acontecendo.
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    É uma criança, uma criança de cada vez.
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    98% disso não tem nada a ver
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    com desastres naturais,
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    contudo, a caridade das pessoas
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    diante de um desastre natural, é incrível.
  • 8:23 - 8:27
    É impressionante como as pessoas pensam,
    "Podia ter sido comigo", e o dinheiro flui
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    Essas causas têm sido
    um pouco invisíveis.
  • 8:30 - 8:33
    Com a exposição dos "Objetivos de
    desenvolvimento do milênio"
  • 8:33 - 8:34
    dentre outras coisas,
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    nós estamos vendo algum
    aumento da generosidade.
  • 8:37 - 8:40
    A meta é levar isso para
    bem abaixo de um milhão,
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    o que deve ser possível em
    nosso tempo de vida.
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    CA: Talvez precisasse de alguém
    apaixonado por números e gráficos,
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    ao invés de apenas uma
    cara grande e triste
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    para se engajar.
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    Você usou-o em seu relatório deste ano,
  • 8:52 - 8:55
    você usou basicamente esse argumento
    para dizer que a ajuda,
  • 8:55 - 8:57
    ao contrário do "meme" que diz
  • 8:57 - 9:00
    que a ajuda é inútil
    e desnecessária,
  • 9:00 - 9:02
    ela na verdade tem sido eficaz.
  • 9:02 - 9:04
    BG: Sim, as pessoas podem...
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    existe um tipo de ajuda
    que foi bem-intencionada
  • 9:08 - 9:09
    mas não serviu.
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    Há alguns investimentos
    de capital de risco
  • 9:11 - 9:14
    que eram bem-intencionados,
    e não deram certo.
  • 9:14 - 9:17
    Você não deve apenas dizer:
    "Por causa disso,
  • 9:17 - 9:20
    porque não temos um registro perfeito,
  • 9:20 - 9:21
    esse é um mau empreendimento."
  • 9:21 - 9:23
    Você deve olhar para: qual era sua meta?
  • 9:23 - 9:26
    Como você está tentando
    melhorar a nutrição,
  • 9:26 - 9:29
    a sobrevivência e alfabetização,
  • 9:29 - 9:31
    de forma que os países possam cuidar de si
  • 9:31 - 9:34
    e dizer: "Legal, isso está indo bem.",
    e serem mais inteligentes.
  • 9:34 - 9:36
    Podemos gastar a ajuda melhor.
  • 9:36 - 9:39
    Nem tudo é uma panaceia.
  • 9:39 - 9:42
    Eu acho que podemos fazer melhor
    do que o capital de risco,
  • 9:42 - 9:45
    incluindo grandes sucessos como este.
  • 9:45 - 9:48
    CA: A sabedoria tradicional diz que
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    é muito difícil para os casais
    trabalharem juntos.
  • 9:52 - 9:54
    Como vocês conseguem lidar isso?
  • 9:54 - 9:55
    MG: Muitas mulheres vêm me dizer:
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    "Não acho que conseguiria
    trabalhar com meu marido.
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    Isso não iria funcionar."
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    A gente gosta disso, e a gente não--
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    esta fundação foi uma
    aproximação para nós dois,
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    nessa jornada de aprendizado contínuo.
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    E nós não viajamos tanto juntos
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    pela fundação, como quando
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    o Bill trabalhava na Microsoft.
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    Nós estamos viajando mais,
    só que separadamente.
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    Mas sempre sei que ao voltar pra casa,
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    Bill estará interessado no que eu aprendi.
  • 10:21 - 10:23
    Não importa se sobre mulheres ou meninas,
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    ou algo novo sobre a cadeia
    de distribuição das vacinas,
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    ou alguém que seja um grande líder.
  • 10:27 - 10:30
    Ele vai ouvir com real interesse.
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    E ele sabe que ao chegar em casa,
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    seja para falar sobre o discurso que deu,
  • 10:33 - 10:35
    dados, ou o que ele aprendeu,
  • 10:35 - 10:36
    estarei bem interessada.
  • 10:36 - 10:39
    Acho que nós temos uma
    relação muito colaborativa.
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    Mas não estamos juntos a
    cada minuto, isso é certo.
  • 10:42 - 10:46
    (Risos)
  • 10:46 - 10:49
    CA: Mas agora estão, e estamos
    muito felizes que estejam.
  • 10:49 - 10:52
    Melinda, no início você basicamente
  • 10:52 - 10:54
    comandava o show sozinha.
  • 10:54 - 10:55
    Seis anos atrás, eu acho,
  • 10:55 - 10:58
    Bill veio em tempo integral.
    Saiu da Microsoft
  • 10:58 - 11:00
    e veio em tempo integral.
    Deve ter sido difícil
  • 11:00 - 11:02
    se ajustar a isso, não?
  • 11:02 - 11:05
    MG: De fato eu acho que
  • 11:05 - 11:07
    para os funcionários da fundação,
  • 11:07 - 11:10
    a chegada do Bill trouxe mais ansiedade
  • 11:10 - 11:11
    para eles do que para mim.
  • 11:11 - 11:12
    Eu estava muito empolgada.
  • 11:12 - 11:14
    Obviamente Bill tomou essa decisão
  • 11:14 - 11:17
    antes de anunciá-la em 2006,
  • 11:17 - 11:18
    e foi realmente uma decisão dele.
  • 11:18 - 11:20
    Mas, novamente,
    foram nas férias da praia
  • 11:20 - 11:21
    onde andávamos pela areia,
  • 11:21 - 11:24
    e ele estava começando
    a pensar nessa ideia.
  • 11:24 - 11:26
    E para mim, a alegria de ter o Bill
  • 11:26 - 11:29
    colocando seu cérebro e seu coração
  • 11:29 - 11:31
    contra esses grandes problemas globais,
  • 11:31 - 11:34
    essas desigualdades, para mim
    foi muito animador.
  • 11:34 - 11:38
    Sim, os funcionários da fundação ficaram
    muito ansiosos por causa disso.
  • 11:38 - 11:39
    (Aplausos)
  • 11:39 - 11:41
    CA: Isso é muito legal.
  • 11:41 - 11:44
    MG: Mas isso passou nos
    primeiros três meses dele lá.
  • 11:44 - 11:46
    BG: Incluindo alguns funcionários.
  • 11:46 - 11:49
    MG: Foi o que disse, a ansiedade dos
    funcionários passou após três meses.
  • 11:49 - 11:52
    BG: Não, estou brincando.
    MG: Você quer dizer, eles não se foram.
  • 11:52 - 11:53
    BG: Alguns sim, mas...
  • 11:53 - 11:55
    (Risos)
  • 11:55 - 11:57
    CA: Sobre o que vocês conversam?
  • 11:57 - 12:00
    Domingo, 11 horas da manhã,
  • 12:00 - 12:01
    você está longe do trabalho,
  • 12:01 - 12:03
    O que surge? Sobre o que vocês conversam?
  • 12:03 - 12:05
    BG: Como nós construímos
  • 12:05 - 12:08
    essa coisa juntos desde o início,
  • 12:08 - 12:10
    é uma grande parceria.
  • 12:10 - 12:12
    Eu tinha isso com Paul Allen
  • 12:12 - 12:14
    no começo da Microsoft.
  • 12:14 - 12:17
    Eu tinha isso com o Steve Ballmer
    quando a Microsoft ficou maior,
  • 12:17 - 12:19
    e agora com a Melinda
    é ainda mais forte,
  • 12:19 - 12:21
    do mesmo jeito, é uma parceira,
  • 12:21 - 12:23
    então a gente conversa muito sobre
  • 12:23 - 12:25
    para que tipo de coisa a
    gente devia doar mais,
  • 12:25 - 12:28
    que grupos estão funcionando bem?
  • 12:28 - 12:29
    Ela tem muitas ideias.
  • 12:29 - 12:31
    Ela conversa muito com os funcionários.
  • 12:31 - 12:33
    Faremos várias viagens que ela descreveu.
  • 12:33 - 12:36
    Portanto, há muita colaboração.
  • 12:36 - 12:38
    Eu não consigo pensar em nada onde
  • 12:38 - 12:42
    um de nós tenha uma opinião superforte
  • 12:42 - 12:44
    sobre uma coisa ou outra.
  • 12:44 - 12:46
    CA: E você Melinda, consegue
    pensar em algo? (Risos)
  • 12:46 - 12:48
    Nunca se sabe.
  • 12:48 - 12:49
    MG: Bem, eis o que acontece.
  • 12:49 - 12:51
    Vemos as coisas por ângulos distintos,
  • 12:51 - 12:53
    e eu acho que isso é muito bom.
  • 12:53 - 12:55
    O Bill consegue olhar para a
    massa de dados
  • 12:55 - 12:58
    e dizer, "Quero agir com base
    nessas estatísticas globais."
  • 12:58 - 13:00
    Mas eu eu vou mais pela intuição.
  • 13:00 - 13:02
    Eu vou a campo e falo com várias pessoas,
  • 13:02 - 13:03
    e o Bill me ensinou a pegar isso
  • 13:03 - 13:06
    e entender os dados globais,
    e ver se eles correspondem,
  • 13:06 - 13:08
    e acho que o que ensinei a ele,
  • 13:08 - 13:09
    foi pegar esses dados
  • 13:09 - 13:11
    e ir falar com as pessoas para entender:
  • 13:11 - 13:13
    "Você realmente consegue
    entregar essa vacina?"
  • 13:13 - 13:15
    "Você consegue fazer
    uma mulher aceitar
  • 13:15 - 13:17
    essas gotas pólio,
    na boca de seu filho?"
  • 13:17 - 13:19
    Porque a parte da distribuição
  • 13:19 - 13:21
    é tão importante quanto a da ciência.
  • 13:21 - 13:23
    Eu acho que ao longo do tempo
  • 13:23 - 13:25
    houve convergência dos
    nossos pontos de vista
  • 13:25 - 13:28
    e francamente, o trabalho fica
    melhor por causa disso.
  • 13:28 - 13:31
    CA: Quanto às vacinas,
    poliomielite e assim por diante,
  • 13:31 - 13:34
    vocês tiveram alguns
    sucessos surpreendentes.
  • 13:34 - 13:35
    Mas e quanto ao fracasso?
  • 13:35 - 13:37
    Você pode falar de algum fracasso
  • 13:37 - 13:39
    e talvez, o que aprenderam com ele?
  • 13:39 - 13:42
    BG: Sim. Felizmente podemos
    suportar alguns fracassos,
  • 13:42 - 13:44
    porque certamente já os tivemos.
  • 13:44 - 13:48
    Fazemos vários trabalhos com
    remédios ou vacinas,
  • 13:48 - 13:51
    e você sabe que terá alguns fracassos.
  • 13:51 - 13:54
    Divulgamos aquele, que teve
    muita publicidade,
  • 13:54 - 13:55
    ao pedir um preservativo melhor.
  • 13:55 - 13:57
    Tivemos centenas de ideias.
  • 13:57 - 14:00
    Talvez algumas delas vão funcionar.
  • 14:00 - 14:03
    Nós éramos muito ingênuos,
    certamente eu era, sobre um remédio
  • 14:03 - 14:06
    para uma doença na Índia,
    a leishmaniose visceral,
  • 14:06 - 14:09
    e eu pensei: "Ao conseguirmos o remédio,
    vamos erradicar essa doença
  • 14:09 - 14:11
    Só que precisava de uma injeção
  • 14:11 - 14:13
    todos os dias, por 10 dias.
  • 14:13 - 14:15
    Levou três anos a mais do que esperávamos
  • 14:15 - 14:17
    para ter o remédio e então,
    não haveria jeito
  • 14:17 - 14:19
    de conseguirmos distribuí-lo
    com eficiência.
  • 14:19 - 14:20
    Felizmente descobrimos
  • 14:20 - 14:24
    que se você matar moscas de areia,
  • 14:24 - 14:26
    provavelmente você vai ter sucesso.
  • 14:26 - 14:27
    Mas nós levamos 5 anos,
  • 14:27 - 14:29
    pode-se dizer que perdemos 5 anos
  • 14:29 - 14:31
    e cerca de 60 milhões,
  • 14:31 - 14:32
    em um caminho que acabou tendo
  • 14:32 - 14:36
    um benefício muito modesto
    ao final de tudo.
  • 14:36 - 14:40
    CA: Vocês estão gastando cerca de
    1 bilhão de dólares por ano
  • 14:40 - 14:42
    em educação, eu acho, algo assim.
  • 14:42 - 14:46
    A história do que deu certo
  • 14:46 - 14:48
    é bastante longa e complexa.
  • 14:48 - 14:52
    Mas tem alguma coisa que deu errado,
    e que você possa falar?
  • 14:52 - 14:54
    MG: Diria que uma boa lição para nós
  • 14:54 - 14:56
    com esse trabalho precoce,
    é que pensávamos
  • 14:56 - 14:58
    que as pequenas escolas
    eram a resposta,
  • 14:58 - 14:59
    e elas certamente ajudam.
  • 14:59 - 15:01
    Eles diminuem a taxa de desistência.
  • 15:01 - 15:03
    Há menos violência e
    criminalidade nessas escolas.
  • 15:03 - 15:05
    Mas o que aprendemos com esse trabalho
  • 15:05 - 15:08
    e que acabou por ser a chave fundamental,
  • 15:08 - 15:10
    é ter um grande professor
    na sala de aula.
  • 15:10 - 15:12
    Se você não tem um bom professor
  • 15:12 - 15:13
    na sala de aula,
  • 15:13 - 15:15
    não interessa se a escola
    é grande ou pequena,
  • 15:15 - 15:17
    você não vai mudar a trajetória
  • 15:17 - 15:19
    de saber se aquele aluno
    estará pronto para a faculdade.
  • 15:19 - 15:23
    (Aplausos)
  • 15:23 - 15:25
    CA: Melinda, esta é você e
  • 15:25 - 15:29
    sua filha mais velha, Jenn.
  • 15:29 - 15:31
    Isso foi cerca de três
    semanas atrás, eu acho,
  • 15:31 - 15:32
    Três ou quatro. Onde foi isso?
  • 15:32 - 15:34
    MG: Nós fomos para a Tanzânia.
  • 15:34 - 15:35
    Jenn já esteve lá.
  • 15:35 - 15:38
    Todos nossos filhos já
    passaram um tempo na África.
  • 15:38 - 15:40
    E nós fizemos algo muito diferente:
  • 15:40 - 15:42
    nós decidimos ir passar
  • 15:42 - 15:44
    duas noites e três dias
    com uma família.
  • 15:44 - 15:47
    Anna e Sanare são os pais.
  • 15:47 - 15:50
    Eles nos convidaram, e então
    ficamos em sua "boma".
  • 15:50 - 15:54
    Na verdade acho que as cabras ficavam lá
    vivendo naquela pequena cabana
  • 15:54 - 15:56
    em sua pequena propriedade,
    antes de chegarmos lá.
  • 15:56 - 15:57
    E nós ficamos com a família
  • 15:57 - 15:59
    e nós realmente aprendemos
  • 15:59 - 16:01
    como é a vida na Tanzânia rural.
  • 16:01 - 16:03
    E a diferença entre apenas ir
  • 16:03 - 16:05
    e visitar por metade de um dia,
  • 16:05 - 16:06
    ou três quartos de um dia,
  • 16:06 - 16:08
    contra passar uma noite foi profunda,
  • 16:08 - 16:11
    deixe-me dar-lhes uma
    explicação sobre isso.
  • 16:11 - 16:14
    Eles tiveram 6 filhos, e
    conforme conversava com a Anna
  • 16:14 - 16:16
    na cozinha, cozinhamos
    cerca de cinco horas
  • 16:16 - 16:17
    na cozinha da cabana no dia,
  • 16:17 - 16:19
    e ao conversarmos, ela tinha realmente
  • 16:19 - 16:22
    planejado e espaçado com o marido
    os nascimentos de seus filhos.
  • 16:22 - 16:24
    Era uma relação muito amorosa.
  • 16:24 - 16:26
    Era um guerreiro Massai e sua esposa.
  • 16:26 - 16:28
    Mas eles decidiram se casar,
  • 16:28 - 16:31
    eles claramente tinham respeito e
    amor no relacionamento.
  • 16:31 - 16:33
    Seus filhos, seus 6 filhos,
  • 16:33 - 16:35
    os dois no meio eram gêmeos de 13 anos,
  • 16:35 - 16:38
    um menino e uma menina, chamada Grace.
  • 16:38 - 16:39
    E quando saímos para cortar madeira
  • 16:39 - 16:42
    e fazer tudo que Grace e sua mãe faziam,
  • 16:42 - 16:44
    Graçe não era uma criança,
    ela era uma adolescente
  • 16:44 - 16:46
    mas ela não era um adulto.
  • 16:46 - 16:47
    Ela era muito, muito tímida.
  • 16:47 - 16:49
    Ela ficava querendo
    falar comigo e Jenn.
  • 16:49 - 16:52
    Nós continuávamos tentando
    envolvê-la, mas ela era tímida.
  • 16:52 - 16:54
    E então à noite,
  • 16:54 - 16:57
    quando todas as luzes se
    apagaram na Tanzânia rural
  • 16:57 - 16:58
    e não havia lua naquela noite--
  • 16:58 - 17:00
    a primeira noite, sem estrelas,
  • 17:00 - 17:02
    e Jenn saiu da nossa cabana
  • 17:02 - 17:04
    com sua pequena lanterna REI ligada,
  • 17:04 - 17:07
    Grace imediatamente correu
  • 17:07 - 17:08
    e foi buscar o tradutor,
  • 17:08 - 17:10
    e foi direto na direção da Jenn e falou:
  • 17:10 - 17:11
    "Quando você voltar para casa
  • 17:11 - 17:13
    posso ficar com a lanterna,
  • 17:13 - 17:14
    para que possa estudar a noite?"
  • 17:14 - 17:15
    CA: Oh, caramba.
  • 17:15 - 17:17
    MG: E o pai dela tinha me dito
  • 17:17 - 17:19
    o quanto temia que,ao contrário do filho,
  • 17:19 - 17:20
    que havia passado nos exames,
  • 17:20 - 17:22
    por causa de suas tarefas
  • 17:22 - 17:23
    ela não se saísse bem,
  • 17:23 - 17:25
    e não conseguisse ir
    à escola pública.
  • 17:25 - 17:28
    Ele disse: "Não sei como vou
    pagar pela educação dela.
  • 17:28 - 17:30
    Eu não posso pagar a escola privada
  • 17:30 - 17:32
    e ela pode acabar nesta fazenda,
    como minha esposa."
  • 17:32 - 17:34
    Eles sabem a diferença
  • 17:34 - 17:37
    que a educação pode fazer,
    de uma forma clara e profunda.
  • 17:37 - 17:39
    CA: Esta é uma outra foto
  • 17:39 - 17:42
    de seus outros dois filhos, Rory e Phoebe,
  • 17:42 - 17:46
    juntamente com Paul Farmer.
  • 17:46 - 17:48
    Ter três filhos
  • 17:48 - 17:51
    quando você é a família
    mais rica do mundo,
  • 17:51 - 17:53
    parece ser uma experiência social
  • 17:53 - 17:57
    que não exige muita imaginação.
  • 17:57 - 17:58
    Como é isso para vocês?
  • 17:58 - 18:01
    Qual foi a sua abordagem?
  • 18:01 - 18:03
    BG: Em geral diria que
  • 18:03 - 18:06
    as crianças têm boa educação,
    mas você tem que se certificar que
  • 18:06 - 18:08
    eles tenham senso de suas capacidades,
  • 18:08 - 18:10
    que saibam para onde vão e o que farão.
  • 18:10 - 18:12
    E a nossa filosofia tem sido
  • 18:12 - 18:13
    a de ser bem francos com eles:
  • 18:13 - 18:16
    a maioria do dinheiro
    vai para a fundação --
  • 18:16 - 18:19
    e de ajudá-los a encontrarem
    algo que os motive.
  • 18:19 - 18:20
    Queremos encontrar um equilíbrio
  • 18:20 - 18:23
    onde eles tenham liberdade
    para fazer qualquer coisa,
  • 18:23 - 18:26
    mas não com um monte de dinheiro
    despejado sobre eles,
  • 18:26 - 18:29
    porque senão eles podem pegar
    e não fazer nada.
  • 18:29 - 18:32
    E até agora eles estão
    bastante diligentes,
  • 18:32 - 18:35
    animados para escolherem
    seu próprio caminho.
  • 18:35 - 18:40
    CA: Vocês preservaram a privacidade deles
    com cuidado, por razões óbvias.
  • 18:40 - 18:42
    Estou curioso em saber por que
    me deram permissão
  • 18:42 - 18:44
    para mostrar essas fotos aqui no TED.
  • 18:44 - 18:45
    MG: Bem, é interessante.
  • 18:45 - 18:47
    À medida que eles crescem, eles sabem
  • 18:47 - 18:50
    que a nossa família
    acredita na responsabilidade,
  • 18:50 - 18:52
    que estamos em uma situação inacreditável
  • 18:52 - 18:54
    só por vivermos nos Estados Unidos
  • 18:54 - 18:55
    e termos uma ótima educação,
  • 18:55 - 18:58
    e que temos a responsabilidade
    de devolver ao mundo.
  • 18:58 - 19:00
    E conforme eles crescem e os ensinamos
  • 19:00 - 19:02
    Eles estiveram em tantos
    países ao redor do mundo e
  • 19:02 - 19:03
    eles dizem:
  • 19:03 - 19:07
    "Queremos que as pessoas saibam que
    acreditamos no que estão fazendo, pais,
  • 19:07 - 19:08
    está tudo bem em expor mais a gente".
  • 19:08 - 19:11
    Portanto, temos a permissão deles
    para mostrar esta imagem.
  • 19:11 - 19:13
    E eu acho que Paul Farmer, provavelmente
  • 19:13 - 19:15
    vai colocá-la em algum de seus trabalhos.
  • 19:15 - 19:17
    Mas eles realmente se importam muito
  • 19:17 - 19:19
    com a missão da fundação também.
  • 19:19 - 19:21
    CA: Vocês facilmente têm
    dinheiro suficiente,
  • 19:21 - 19:24
    apesar de suas vastas contribuições
    para a fundação,
  • 19:24 - 19:25
    para torná-los bilionários.
  • 19:25 - 19:27
    Esse é o seu plano para eles?
  • 19:27 - 19:29
    BG: Não. Não. Eles não terão
    qualquer coisa assim.
  • 19:29 - 19:31
    Eles precisam ter um senso de que
  • 19:31 - 19:38
    seu próprio trabalho é
    significativo e importante.
  • 19:38 - 19:41
    Nós lemos um longo artigo
    antes de nos casarmos,
  • 19:41 - 19:44
    onde Warren Buffett falava sobre isso,
  • 19:44 - 19:47
    e ficamos bastante convencidos
    de que não era um favor
  • 19:47 - 19:49
    nem para a sociedade,
    nem para as crianças.
  • 19:49 - 19:51
    CA: Falando em Warren Buffett,
  • 19:51 - 19:54
    algo realmente incrível
    aconteceu em 2006,
  • 19:54 - 19:57
    quando de alguma forma
    o seu único rival verdadeiro,
  • 19:57 - 19:59
    para pessoa mais rica da América,
  • 19:59 - 20:00
    de repente concordou em dar
  • 20:00 - 20:03
    80% da fortuna dele
  • 20:03 - 20:04
    para a sua fundação.
  • 20:04 - 20:06
    Como é que isso aconteceu?
  • 20:06 - 20:08
    Eu acho que há a versão longa e a curta.
  • 20:08 - 20:09
    Temos tempo para a curta.
  • 20:09 - 20:13
    BG: Tudo bem. Warren
    era um amigo próximo
  • 20:13 - 20:18
    e a esposa dele, Suzie, queria
  • 20:18 - 20:19
    doar tudo.
  • 20:19 - 20:23
    Tragicamente ela faleceu
    antes que ele fizesse isso,
  • 20:23 - 20:26
    e ele sabe delegar muito bem e
  • 20:26 - 20:29
    (Risos)
  • 20:29 - 20:30
    ele disse:
  • 20:30 - 20:31
    CA: Tuíte isso.
  • 20:31 - 20:34
    BG: Se ele conseguisse alguém
    que estivesse fazendo algo de bom
  • 20:34 - 20:38
    e estivesse disposto a
    fazê-lo sem nenhum custo,
  • 20:38 - 20:41
    talvez tudo bem. Mas nós
    ficamos atordoados.
  • 20:41 - 20:43
    MG: Totalmente pasmos.
    BG: Nunca esperamos isso,
  • 20:43 - 20:45
    e foi inacreditável.
  • 20:45 - 20:48
    Isso permitiu-nos aumentar
    a nossa ambição dramaticamente
  • 20:48 - 20:51
    quanto ao que a fundação pode fazer.
  • 20:51 - 20:53
    Metade dos recursos que temos
  • 20:53 - 20:56
    vêm da alucinante
    generosidade do Warren.
  • 20:56 - 20:58
    CA: Acho que você prometeu que,
    quando estivesse pronto,
  • 20:58 - 21:00
    95% ou mais da sua riqueza
  • 21:00 - 21:02
    seriam doados a fundação.
  • 21:02 - 21:03
    BG: Sim.
  • 21:03 - 21:08
    CA: E desde quando vocês começaram
    essa relação-- sim, é incrível.
  • 21:08 - 21:10
    (Aplausos)
  • 21:10 - 21:13
    E recentemente, você e Warren
  • 21:13 - 21:15
    têm andado por aí tentando convencer
  • 21:15 - 21:17
    outros bilionários e pessoas de sucesso
  • 21:17 - 21:18
    a prometerem dar, o que...
  • 21:18 - 21:24
    mais da metade de seus ativos
    para a filantropia.
  • 21:24 - 21:27
    Como está essa questão?
  • 21:27 - 21:30
    BG: Temos cerca de 120 pessoas
  • 21:30 - 21:32
    que já fizeram esta promessa de doação.
  • 21:32 - 21:35
    E o legal é que nos reunimos
  • 21:35 - 21:37
    anualmente e conversamos:
  • 21:37 - 21:39
    "Ok, você contrata pessoal,
    o que dá a eles?"
  • 21:39 - 21:41
    Não tentamos homogeneizar.
    A beleza da filantropia
  • 21:41 - 21:43
    é esta diversidade alucinante.
  • 21:43 - 21:45
    As pessoas doam para algumas coisas,
  • 21:45 - 21:47
    e a gente vê e fala: "Nossa!".
  • 21:47 - 21:48
    Mas isso é ótimo.
  • 21:48 - 21:50
    Esse é o papel da filantropia:
  • 21:50 - 21:52
    escolher diferentes abordagens
  • 21:52 - 21:54
    mesmo que com único foco, como a educação.
  • 21:54 - 21:56
    Nós precisamos de mais experimentos.
  • 21:56 - 21:59
    Mas tem sido maravilhoso
    conhecer essas pessoas,
  • 21:59 - 22:01
    compartilhar sua jornada
    para a filantropia,
  • 22:01 - 22:02
    como envolvem seus filhos,
  • 22:02 - 22:04
    onde estão agindo diferentemente,
  • 22:04 - 22:07
    e isso tem sido muito mais bem
    sucedido do que esperávamos.
  • 22:07 - 22:10
    E parece que nos próximos anos
  • 22:10 - 22:12
    isso só tende a crescer.
  • 22:12 - 22:15
    MG: E ter pessoas vendo que outras pessoas
  • 22:15 - 22:18
    estão fazendo a diferença
    com a filantropia,
  • 22:18 - 22:20
    quero dizer, essas são as pessoas que
  • 22:20 - 22:23
    criaram seus próprios negócios, colocaram
    sua engenhosidade em ideias incríveis.
  • 22:23 - 22:26
    Se eles colocarem as suas
    ideias e seu cérebro
  • 22:26 - 22:28
    a favor da filantropia, eles podem
    mudar o mundo.
  • 22:28 - 22:31
    E eles começam a ver outros
    fazendo isso, e dizem:
  • 22:31 - 22:33
    "Uau, quero fazer isso
    com meu dinheiro."
  • 22:33 - 22:34
    Para mim, essa é a parte que é incrível.
  • 22:34 - 22:37
    CA: Parece-me que é
    realmente muito difícil
  • 22:37 - 22:39
    para algumas pessoas descobrirem
  • 22:39 - 22:41
    mesmo que remotamente,
    como gastar tanto dinheiro
  • 22:41 - 22:44
    em alguma outra coisa.
  • 22:44 - 22:46
    Há provavelmente alguns
    bilionários nessa sala,
  • 22:46 - 22:48
    e certamente algumas
    pessoas bem sucedidas.
  • 22:48 - 22:50
    Estou curioso, você pode fazer o discurso?
  • 22:50 - 22:51
    Qual é a chamada?
  • 22:51 - 22:54
    BG: Bem, é a coisa mais
    gratificante que já fizemos,
  • 22:54 - 22:57
    e você não pode ficar
    com isso só pra você,
  • 22:57 - 23:00
    e se não estiver legal
    para os seus filhos,
  • 23:00 - 23:01
    vamos nos reunir e discutir
  • 23:01 - 23:04
    o que pode ser feito.
  • 23:04 - 23:06
    O mundo é um lugar muito melhor
  • 23:06 - 23:09
    por causa dos filantropos do passado,
  • 23:09 - 23:11
    e da tradição aqui dos Estados Unidos
  • 23:11 - 23:13
    que é a mais forte, é a inveja do mundo.
  • 23:13 - 23:15
    E parte da razão por ser tão otimista,
  • 23:15 - 23:17
    é porque eu realmente acho
  • 23:17 - 23:19
    que a filantropia vai crescer,
  • 23:19 - 23:20
    e pegar algumas coisas onde
  • 23:20 - 23:23
    o trabalho e descobertas do
    governo não são fortes,
  • 23:23 - 23:26
    e acender uma luz na direção certa.
  • 23:26 - 23:29
    CA: O mundo tem essa
    terrível desigualdade,
  • 23:29 - 23:30
    um problema crescente,
  • 23:30 - 23:32
    que parece ser estrutural.
  • 23:32 - 23:35
    Eu acho que se mais de seus pares
  • 23:35 - 23:37
    seguirem o mesmo caminho que vocês,
  • 23:37 - 23:39
    isso vai fazer diferença
  • 23:39 - 23:40
    tanto no problema como certamente
  • 23:40 - 23:41
    na percepção do problema.
  • 23:41 - 23:43
    Esse é um comentário justo?
  • 23:43 - 23:45
    BG: Oh, sim. Se você tirar do mais rico
  • 23:45 - 23:48
    e der ao menos rico, isso é bom.
  • 23:48 - 23:50
    É tentar equilibrar, e isso é justo.
  • 23:50 - 23:52
    MG: Mas você muda os sistemas.
  • 23:52 - 23:54
    Nos EUA, estamos tentando mudar
  • 23:54 - 23:56
    o sistema de educação para
    que seja justo para todos,
  • 23:56 - 23:58
    e funcione para todos os estudantes.
  • 23:58 - 24:00
    Isso para mim realmente muda
  • 24:00 - 24:01
    o equilíbrio da desigualdade.
  • 24:01 - 24:03
    BG: Isso é o mais importante.
  • 24:03 - 24:06
    (Aplausos)
  • 24:06 - 24:10
    CA: Bem, eu acho que
    a maioria das pessoas aqui
  • 24:10 - 24:11
    e muitos milhões ao redor do mundo,
  • 24:11 - 24:14
    estão admiradas com a trajetória
  • 24:14 - 24:15
    que suas vidas tomaram,
  • 24:15 - 24:19
    e com a forma espetacular
  • 24:19 - 24:21
    que vocês moldaram o futuro.
  • 24:21 - 24:24
    Muito obrigado por virem ao TED, por
    compartilharem conosco e pelo que fazem.
  • 24:24 - 24:26
    Bill Gates: Obrigado.
    Melinda Gates: Obrigada.
  • 24:26 - 24:29
    (Aplausos)
  • 24:35 - 24:39
    BG: Obrigado.
    MG: Muito obrigada.
  • 24:39 - 24:43
    BG: Ok, bom trabalho. (Aplausos)
Title:
Por que doar nossa fortuna foi a coisa mais gratificante que já fizemos.
Speaker:
Bill e Melinda Gates
Description:

Em 1993, Bill e Melinda Gates, ainda noivos, passeavam em uma praia em Zanzibar, tomaram uma decisão ousada de como fazer com que a sua fortuna que veio da Microsoft voltasse para a sociedade. Em uma conversa com Chris Anderson, o casal fala sobre seu trabalho na Fundação Bill & Melinda Gates, bem como sobre o seu casamento, seus filhos, seus fracassos e a satisfação de doar a maior parte de sua fortuna.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
25:00
  • A tradução, ao meu ver, está em um nível excelente.
    Parabéns!

  • Olá Andrea e Ruy,

    Serei honesto, peguei essa tarefa para aprovar e vi que muitas legendas estavam muito acima dos 21 caracteres por segundo. Resolvi assistir um pouco e notei que a conversa durante a palestra é bem rápida e que quem a transcreveu para o inglês não se preocupou com a regra também. Assim decidi eu mesmo arrumar e dediquei as últimas três horas à isso, gostaria que ao menos dessem uma olhada para entender o que fiz para adequar.
    Qualquer erro, por favor apontem!

    Abraços!

  • Tulio,
    quando entreguei a tradução do Bill/Melinda, foi antes do seu alerta quanto aos 21char/seg. Ou seja, eu ainda não sabia da regra.

    Eu já sabia que não podia ter mais de 42char/sentença, e essa regra sempre cumpri.

    Sinto muito que você tenha perdido tanto tempo para corrigir isso. Se fosse possível eu mesma teria corrigido.

    Peço desculpa por esse trabalho que lhe dei - mas novamente, não foi falta de preocupação e sim, de conhecimento.

    De minha parte, fique tranquilo pois como você viu na palestra da Kitra Cahana (que traduzi após a sua orientação dos 21char/seg) isso já não acontece mais.

    Vou olhar como ficou sua correção/ajuste.

    Abraços. Andrea.
    [16/07/2014 09:40am]

  • Não tem problema, eu quis corrigir porque o erro partiu da transcrição original em inglês mesmo. Não precisa pedir desculpas!

    Abraços

Portuguese, Brazilian subtitles

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