Se as moléculas fossem pessoas... — George Zaidan e Charles Morton

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/chemical-reactions-zaidan-and-morton

Quando as moléculas colidem, podem ocorrer reações químicas, provocando importantes alterações estruturais, equivalentes a um novo braço na nossa cara! George Zaidan e Charles Morton imaginam, em caricatura, sistemas químicos como se fossem as ruas apinhadas das cidades, e as moléculas que nelas se chocam, como se se tratasse de um intercâmbio de apêndices.

Lição de George Zaidan e Charles Morton, animação de Neighbor.

Suponhamos que duas pessoas
estão a andar pela rua

e esbarram uma com a outra.

Pedem desculpa e continuam a andar.

Por vezes, isso também
acontece com as moléculas.

esbarram umas nas outras e pronto.

E se duas pessoas esbarrassem uma na outra

e, durante essa colisão,

o braço duma delas ficava cortado

e ficava ligado à cara da outra pessoa?

Isso seria realmente muito estranho,

mas é semelhante a uma das muitas formas

como as moléculas reagem
umas com as outras.

Duas moléculas podem juntar-se
e formar uma única

Uma pode dividir-se e formar duas.

As moléculas podem trocar partes.

Todas estas alterações
são reações químicas

e vêmo-las a acontecerem à nossa volta.

Por exemplo, quando explode
um fogo de artifício,

ou o ferro enferruja,
ou o leite azeda,

ou nasce uma pessoa,
envelhece, morre

e depois se decompõe.

Mas as reações químicas
não ocorrem a torto e a direito.

Tem tudo que bater certo.

Primeiro, as moléculas têm que chocar
umas com as outras na orientação certa.

Segundo, têm que chocar umas nas outras
com suficiente força,

ou seja, com suficiente energia.

Devem estar a pensar

que uma reação só acontece numa direção.

Por vezes, isso é verdade.

Por exemplo, as coisas
não se podem "des-queimar"

ou "des-explodir".

Mas a maior parte das reações
pode ocorrer nas duas direções,

para a frente e para trás.

Não há razão para que o tipo
com o braço na cara

não possa chocar com a rapariga sem braço,

e voltar a colocar o braço
na sua posição original.

Afastemo-nos um pouco.

Suponhamos que há mil pessoas na rua,

e todas começam com os seus membros
ligados normalmente.

No início, todas as colisões
são uma hipótese

de a Pessoa A transferir um braço
para a cara da Pessoa B.

Portanto, no início,
cada vez mais pessoas acabam

com braços ligados à cara
ou com falta de braços.

Mas à medida que aumenta
o número de pessoas

com braços na cara e sem braços,

as colisões entre essas pessoas
tornam-se mais prováveis.

Quando chocam umas com as outras,

sabem o que acontece?

Volta a haver pessoa
com apêndices normais.

O número de membros inicialmente
transferidos por segundo

começa alto e depois diminui

e o número de segundas transferências
de membros por segundo

começa em zero e depois aumenta.

Por fim, serão outra vez as mesmas.

Quando isso acontece,

o número de pessoas em cada estado
deixa de mudar,

apesar de as pessoas continuarem
a chocar umas com as outras

e a trocar de membros.

Quantas pessoas acham
que se mantêm em cada estado?

Metade por metade, será?

Não, ou seja, talvez.
Depende.

Podem ser 50/50

mas podem ser 60/40 ou 15/85

ou qualquer outra coisa.

Nós, os químicos, temos que sujar
as nossas mãos enluvadas

— bem, estamos num laboratório,
por isso, não nos sujamos —

para percebermos qual é a verdadeira
distribuição das moléculas.

Apesar de cada transferência de membros

seja um acontecimento dramático
para as pessoas envolvidas,

se nos afastarmos,

vemos números de população
que não mudam.

Chamamos a isto o "equilíbrio nirvana",

e não acontece apenas
com as reações químicas.

Coisas como as bolsas de genes

e o tráfico nas autoestradas
mostram o mesmo padrão.

Parecem muito calmos
a 9000 metros de altura,

mas há imensas coisas loucas

a acontecer lá em baixo,

só temos que nos aproximar para as vermos.