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Economic Calculation in a Natural Law / RBE, Peter Joseph, The Zeitgeist Movement, Berlin

  • 0:01 - 0:02
    [aplausos]
  • 0:08 - 0:09
    Olá, me chamo Franky.
  • 0:09 - 0:13
    Como vocês já sabem, também
    trabalho com o Movimento Zeitgeist.
  • 0:14 - 0:16
    E gostaria de saudar
    todos aqui,
  • 0:16 - 0:20
    todos que vieram de
    longe. Muito obrigado.
  • 0:20 - 0:24
    Gostaria de aproveitar esta oportunidade
    para agradecer especialmente
  • 0:24 - 0:27
    os times do Movimento Zeitgeist.
  • 0:27 - 0:30
    Time linguístico,
    de Web, de Tecnologia,
  • 0:30 - 0:34
    de Ativismo e também o time de Projetos
  • 0:34 - 0:37
    que coordenou este projeto.
  • 0:37 - 0:41
    O capítulo Alemão todo
    fez um grande trabalho
  • 0:41 - 0:44
    estabelecendo este evento
    dentro de apenas um mês.
  • 0:44 - 0:47
    Eu gostaria pessoalmente
    de agradecer a todos.
  • 0:47 - 0:49
    Que bom ver vocês aqui.
  • 0:49 - 0:52
    Acho que Peter Joseph
    não precisa de introdução.
  • 0:52 - 0:55
    Acredito que todo mundo
    aqui sabe quem ele é.
  • 0:55 - 0:58
    Para ser curto e preciso, obrigado
  • 0:58 - 1:01
    e entrego agora o microfone ao Peter.
  • 1:01 - 1:02
    [Aplausos]
  • 1:13 - 1:17
    Você pode desligar esse microfone
    já que eu não vou usá-lo.
  • 1:18 - 1:21
    Ah, é este outro... Oi !
  • 1:21 - 1:23
    Como está todo mundo?
  • 1:23 - 1:26
    Eu realmente agradeço a
    todos vocês por estarem aqui.
  • 1:26 - 1:29
    Quero agradecer Franky
    e o time de Berlim
  • 1:29 - 1:32
    por agirem tão rápido,
    foi realmente fenomenal.
  • 1:32 - 1:36
    Já realizei muitos eventos ao longo
    dos anos, não é uma tarefa fácil.
  • 1:36 - 1:38
    E sempre me lembro, quando eu viajo,
  • 1:39 - 1:42
    que o Movimento Zeitgeist é um verdadeiro
    fenômeno global, nessa etapa, não?
  • 1:43 - 1:46
    Não importa qual lugar do planeta
    qualquer um de nós está,
  • 1:46 - 1:50
    não é preciso ir muito longe para encontrar
    amigos que partilham valores semelhantes
  • 1:50 - 1:52
    nesta busca por um mundo melhor.
  • 1:55 - 1:56
    O título desta palestra é
  • 1:56 - 2:00
    "Cálculo Econômico em uma economia de
    Lei Natural Baseada em Recursos".
  • 2:00 - 2:02
    Durante os últimos cinco anos ou mais
  • 2:02 - 2:05
    o Movimento Zeitgeist produziu
    um extenso material educacional
  • 2:05 - 2:07
    no que diz respeito ao que advogamos.
  • 2:07 - 2:10
    E a curva de aprendizagem
    tem sido bastante intensa.
  • 2:11 - 2:13
    Tem havido uma tendência a generalizar
  • 2:13 - 2:16
    com relação a como as coisas
    de fato funcionam tecnicamente.
  • 2:17 - 2:19
    Este é o conteúdo desta apresentação.
  • 2:19 - 2:22
    Na parte um e dois eu vou refinar
  • 2:22 - 2:25
    as falhas inerentes ao
    modelo de mercado atual
  • 2:25 - 2:27
    a respeito de porque
    nós precisamos mudar
  • 2:27 - 2:29
    apresentando juntamente
    as vastas possibilidades
  • 2:29 - 2:32
    que atualmente temos para
    resolver grandes problemas,
  • 2:32 - 2:35
    melhorar a eficiência e
    gerar uma forma de abundância
  • 2:35 - 2:37
    que possa atender a todas
    as necessidades humanas.
  • 2:37 - 2:40
    O termo comum que ganhou
    popularidade nos últimos dois anos
  • 2:40 - 2:42
    é chamado de pós-escassez,
  • 2:42 - 2:44
    mesmo que essa palavra seja
  • 2:44 - 2:47
    um pouco imprecisa semanticamente,
    como eu vou explicar.
  • 2:48 - 2:50
    E na terceira parte vou mostrar
    como essa nova sociedade
  • 2:50 - 2:54
    funciona de modo geral na sua
    estrutura e cálculo básico.
  • 2:54 - 2:56
    Eu acho que a maioria das pessoas
    no planeta sabem que há
  • 2:56 - 2:59
    algo muito errado com a atual
    tradição socioeconômica.
  • 3:00 - 3:02
    Só não sabem como
    pensar sobre a solução,
  • 3:02 - 3:05
    ou, mais precisamente,
    como chegar a tais soluções.
  • 3:06 - 3:09
    E até que isso seja abordado,
    não vamos chegar muito longe.
  • 3:10 - 3:13
    Na mesma nota, dentro de poucos meses,
    um texto bastante substancial
  • 3:14 - 3:17
    vai ser posto em circulação,
    disponível gratuitamente
  • 3:17 - 3:19
    e também em forma impressa
    ou disponível para download
  • 3:19 - 3:22
    a preço de custo, é uma
    obra sem fins lucrativos.
  • 3:22 - 3:24
    Esperamos que seja concluída
    até o primeiro mês do próximo ano.
  • 3:24 - 3:27
    E será a expressão definitiva,
    de forma condensada,
  • 3:28 - 3:30
    sobre o Movimento, algo que
    há muito está atrasado.
  • 3:30 - 3:32
    É chamado de "O Movimento Zeitgeist:
    Uma nova forma de pensar" (PT-BR)
  • 3:32 - 3:33
    e vai servir tanto como
  • 3:33 - 3:36
    uma orientação, quanto
    um guia de referência.
  • 3:36 - 3:40
    E terá, provavelmente, mais de
    mil notas de rodapé e fontes.
  • 3:41 - 3:44
    Uma vez terminado, uma série de
    vídeos educativos será criada,
  • 3:44 - 3:47
    dividida em cerca de 20 partes
    para produzir o material,
  • 3:47 - 3:48
    juntamente com um guia de
    referência para ajudar as pessoas
  • 3:48 - 3:50
    que querem aprender
    a falar sobre essas ideias
  • 3:50 - 3:53
    porque precisamos de mais pessoas
  • 3:53 - 3:56
    a nível internacional para sermos capazes
    de nos comunicar, como eu tento fazer.
  • 3:57 - 4:00
    É algo muito importante, e
    acho que o futuro do movimento
  • 4:00 - 4:03
    jaz, em parte, em nossa
    capacidade de criar
  • 4:03 - 4:06
    uma eficiente máquina
    educacional internacional
  • 4:06 - 4:08
    com linguagem consistente
  • 4:08 - 4:12
    juntamente com projetos de design
    reais e suas inter funcionalidades.
  • 4:14 - 4:17
    Parte 1: Por que estamos aqui?
  • 4:17 - 4:19
    É este tipo de mudança
    em grande escala,
  • 4:20 - 4:22
    que o movimento defende,
    realmente necessária?
  • 4:22 - 4:24
    Não podemos apenas trabalhar
    para corrigir e melhorar o
  • 4:24 - 4:28
    atual modelo econômico,
    mantendo o quadro geral de dinheiro,
  • 4:28 - 4:32
    comércio, lucro, poder, propriedade
    e assim por diante?
  • 4:33 - 4:36
    A resposta curta é um definitivo "não",
  • 4:36 - 4:38
    como eu vou explicar.
  • 4:38 - 4:40
    Se houver qualquer interesse
    real para resolver a crescente
  • 4:41 - 4:43
    crise na saúde pública
    e ambiental atualmente,
  • 4:43 - 4:45
    este sistema precisa acabar.
  • 4:45 - 4:48
    O capitalismo de mercado, não importa
    como você queira regulamentá-lo
  • 4:48 - 4:51
    ou não regulamentá-lo,
    depende com quem você fala,
  • 4:51 - 4:54
    contém severas falhas estruturais
  • 4:54 - 4:57
    que irão sempre, de uma
    forma ou de outra,
  • 4:57 - 5:01
    perpetuar o abuso ambiental
    e a desestabilização,
  • 5:01 - 5:04
    desrespeito humano e
    cáustica desigualdade social.
  • 5:06 - 5:09
    Dito de outra forma,
    desequilíbrios ambientais e sociais
  • 5:09 - 5:13
    e uma falta de base de sustentabilidade
    ambiental e cultural
  • 5:13 - 5:16
    é inerente à economia de mercado,
    e sempre foi.
  • 5:17 - 5:21
    A diferença entre o capitalismo de hoje
    e, digamos, do século 16
  • 5:21 - 5:25
    é que a nossa capacidade tecnológica
    de acelerar rapidamente
  • 5:25 - 5:27
    e ampliar este processo de mercado
  • 5:28 - 5:31
    trouxe à tona consequências que
    simplesmente não podiam ser entendidas
  • 5:31 - 5:35
    ou mesmo percebidas durante
    aqueles tempos mais primitivos.
  • 5:36 - 5:39
    Em outras palavras, os princípios
    básicos da economia de mercado
  • 5:39 - 5:41
    sempre foram intrinsecamente falhos.
  • 5:42 - 5:45
    Levou todo esse tempo
    para a gravidade dessas falhas
  • 5:45 - 5:47
    surtirem efeito.
  • 5:47 - 5:49
    Deixe-me explicar um pouco.
  • 5:49 - 5:51
    De um ponto de vista ambiental,
  • 5:51 - 5:54
    a percepção do mercado simplesmente
    não consegue enxergar a Terra
  • 5:54 - 5:57
    como nada além de um inventário
    para fins de exploração.
  • 5:57 - 6:00
    Por quê? Porque toda a existência
    de uma economia de mercado
  • 6:00 - 6:05
    tem a ver com manter o dinheiro
    em circulação a uma taxa
  • 6:05 - 6:08
    que possa manter as pessoas
    empregadas tanto quanto possível.
  • 6:09 - 6:13
    Em outras palavras, a economia mundial
    é alimentada pelo consumo constante.
  • 6:13 - 6:16
    Se os níveis de consumo cairem,
    a demanda de trabalho cai também,
  • 6:16 - 6:20
    e assim também o poder de
    compra da população em geral
  • 6:20 - 6:23
    e, portanto, o mesmo acontece
    com a demanda por bens
  • 6:23 - 6:25
    já que o dinheiro não
    está lá para comprá-los.
  • 6:25 - 6:28
    Este consumo cíclico é a força vital
  • 6:29 - 6:31
    da nossa existência econômica.
  • 6:31 - 6:34
    A própria ideia de ser conservador
    ou verdadeiramente eficiente
  • 6:34 - 6:37
    com os recursos finitos da
    Terra de alguma forma
  • 6:37 - 6:40
    é estruturalmente contraproducente
  • 6:40 - 6:43
    para essa necessária
    força motriz de consumo.
  • 6:44 - 6:47
    Se você não acredita nisso,
    pergunte a si mesmo por que
  • 6:47 - 6:51
    praticamente todos os sistemas de suporte
    à vida no planeta estão em declínio.
  • 6:51 - 6:53
    Nós temos a perda crescente
    da camada superficial do solo,
  • 6:53 - 6:56
    perda da água doce, desestabilização
    atmosférica e climática,
  • 6:56 - 6:59
    uma perda de plâncton produtor
    de oxigênio no oceano
  • 6:59 - 7:02
    que é fundamental para a
    ecologia marinha e atmosférica,
  • 7:03 - 7:05
    o esgotamento contínuo
    da população de peixes,
  • 7:05 - 7:08
    a redução das florestas tropicais, etc.
  • 7:08 - 7:11
    Em outras palavras, uma perda global
    generalizada da biodiversidade
  • 7:11 - 7:14
    está ocorrendo e de forma crescente.
  • 7:14 - 7:18
    Para aqueles não familiarizados com
    a importância crucial da biodiversidade,
  • 7:18 - 7:22
    bilhões de anos de evolução
    criaram uma vasta biosfera
  • 7:22 - 7:26
    interdependente de seus
    sistemas a nível planetário.
  • 7:26 - 7:31
    E a violação de um sistema tem sempre
    um efeito sobre muitos outros.
  • 7:32 - 7:34
    Isso, claro, não é uma nova observação.
  • 7:34 - 7:40
    Em 2002, 192 países, em
    associação com as Nações Unidas
  • 7:40 - 7:44
    se reuniram em torno de algo chamado
    "Convenção sobre Diversidade Biológica".
  • 7:45 - 7:50
    Eles assumiram um compromisso público de
    reduzir significativamente esta perda até 2010.
  • 7:51 - 7:53
    E o que mudou oito anos mais tarde?
  • 7:53 - 7:55
    Nada.
  • 7:55 - 7:58
    Em sua publicação oficial
    em 2010, eles afirmam:
  • 7:58 - 8:02
    "Nenhuma das 21 sub-metas que
    acompanhavam o objetivo global
  • 8:02 - 8:08
    de reduzir significativamente a taxa
    de perda de biodiversidade até 2010
  • 8:08 - 8:11
    pode se afirmar definitivamente ter
    sido alcançada globalmente."
  • 8:11 - 8:16
    "Ações para promover a biodiversidade recebem
    uma minúscula fração do financiamento
  • 8:16 - 8:19
    em comparação com infraestrutura
    e desenvolvimento industrial. "
  • 8:19 - 8:21
    (Hmm) Eu me pergunto por quê?
  • 8:21 - 8:23
    "Além disso, considerações
    sobre biodiversidade
  • 8:23 - 8:25
    são frequentemente ignoradas
  • 8:25 - 8:27
    quando tais desenvolvimentos
    são projetados..."
  • 8:27 - 8:29
    "A maioria dos cenários futuros preveem
  • 8:29 - 8:32
    a continuidade de elevados níveis de extinções
  • 8:32 - 8:35
    e perda de habitats ao longo deste século."
  • 8:36 - 8:39
    Em um estudo publicado em 2011
    que foi, em parte,
  • 8:40 - 8:45
    uma resposta a uma chamada geral
    para isolar e proteger certas regiões
  • 8:45 - 8:48
    para garantir alguma segurança
    desta biodiversidade,
  • 8:48 - 8:51
    constatou-se que, mesmo com milhões de
    quilômetros quadrados de terra e oceano
  • 8:52 - 8:55
    atualmente sob proteção legal,
    houve pouco efeito
  • 8:55 - 8:58
    em diminuir a tendência de declínio.
  • 8:59 - 9:02
    Eles também fizeram a seguinte
    conclusão altamente preocupante,
  • 9:03 - 9:07
    combinando esta tendência com o estado
    do nosso consumo de recursos:
  • 9:08 - 9:12
    "O uso excessivo de recursos da Terra é possível
  • 9:12 - 9:15
    porque os recursos podem ser
    colhidos mais rapidamente
  • 9:15 - 9:17
    do que podem ser substituídos.
  • 9:17 - 9:21
    A excedência de recursos acumulada
    a partir de meados da década de 1980 a 2002
  • 9:21 - 9:23
    resultou em uma 'dívida ecológica'
  • 9:23 - 9:27
    que exigiria 2,5 planetas Terra para pagar.
  • 9:27 - 9:31
    Se a tendência atual se mantiver, as
    nossas exigências sobre o planeta Terra
  • 9:31 - 9:36
    poderiam alcançar a produtividade
    de 27 planetas em 2050. "
  • 9:39 - 9:43
    E não há falta de outros
    estudos que confirmam,
  • 9:43 - 9:46
    de uma forma ou de outra, que estamos
    realmente excedendo em muito
  • 9:46 - 9:49
    a capacidade anual de produção da Terra,
  • 9:49 - 9:52
    juntamente com a poluição
    e destruição colateral
  • 9:52 - 9:55
    causados por padrões
    de consumo e industriais.
  • 9:56 - 10:00
    Mais uma vez, esse tipo de pesquisa
    foi publicada por muitas décadas.
  • 10:00 - 10:03
    Por que é que, mesmo com
    todos esses dados coletados,
  • 10:03 - 10:06
    parece que não conseguimos frear
    o esgotamento do suporte à vida
  • 10:07 - 10:09
    e nossa excessiva tendência de consumo?
  • 10:09 - 10:11
    Será que é porque há
    muitas pessoas no planeta?
  • 10:12 - 10:14
    Será que é porque nós somos
    apenas absolutamente incompetentes
  • 10:14 - 10:17
    e não temos nenhum controle
    consciente sobre nossas ações?
  • 10:18 - 10:19
    Não.
  • 10:19 - 10:20
    O problema é que temos
  • 10:20 - 10:23
    uma tradição econômica
    global ainda em vigor
  • 10:23 - 10:27
    enraizada no pensamento pré-industrial
    do século 16 orientados à manufatura
  • 10:27 - 10:29
    que coloca o ato de consumir,
  • 10:29 - 10:34
    comprar e vender como o condutor central
    de todos os desdobramentos sociais.
  • 10:34 - 10:36
    A melhor analogia que posso
    pensar é a de considerar
  • 10:36 - 10:38
    o pedal do acelerador em um carro:
  • 10:38 - 10:41
    Quanto maior o consumo de combustível,
    mais rápido ele vai.
  • 10:41 - 10:43
    E comprar coisas em nosso
    mundo é o combustível.
  • 10:43 - 10:47
    Se você diminuir o consumo,
    o crescimento econômico diminui,
  • 10:47 - 10:50
    pessoas perdem empregos,
    poder de compra cai,
  • 10:50 - 10:53
    as coisas desestabilizam
    e assim por diante.
  • 10:54 - 10:56
    Então, eu espero
    que esteja claro
  • 10:56 - 11:00
    que o sistema simplesmente
    não recompensa ou mesmo apoia
  • 11:00 - 11:04
    sustentabilidade ambiental,
    na forma de conservação.
  • 11:04 - 11:08
    Na verdade, ele não recompensa
    a sustentabilidade em nenhuma forma
  • 11:08 - 11:12
    de eficiência física e planetária,
  • 11:12 - 11:15
    como explicarei com mais
    detalhes em um momento.
  • 11:16 - 11:19
    Ao invés disso, recompensa o fornecimento
    de serviços, de negócios e o desperdício.
  • 11:19 - 11:21
    E quanto mais problemas
    e ineficiências temos,
  • 11:22 - 11:24
    para não mencionar o
    quanto mais inseguros,
  • 11:24 - 11:27
    materialistas e necessitados nos tornamos,
  • 11:27 - 11:29
    melhor para a indústria.
  • 11:29 - 11:31
    O que é melhor para o PIB,
    o que é melhor para o emprego,
  • 11:32 - 11:34
    independentemente do fato de
    que nós podemos literalmente
  • 11:34 - 11:37
    estar matando a nós mesmos no processo.
  • 11:38 - 11:43
    Meu amigo John McMurtry, um filósofo
    canadense, refere-se a este estado
  • 11:43 - 11:46
    como:
    "A fase cancerígena do capitalismo",
  • 11:46 - 11:50
    um sistema que agora está destruindo
    seu hospedeiro, nós e a Terra,
  • 11:50 - 11:54
    quase sem saber, porque muito
    poucos hoje realmente entendem
  • 11:54 - 11:59
    quão insustentáveis os princípios
    condutores do mercado realmente são.
  • 12:00 - 12:04
    A segunda consequência estruturalmente
    inerente que quero mencionar
  • 12:04 - 12:06
    é o fato de que, empiricamente,
  • 12:06 - 12:10
    o capitalismo de mercado
    é socialmente desestabilizador.
  • 12:11 - 12:14
    Ele cria desigualdade
    desnecessária e desumana,
  • 12:14 - 12:17
    e consequentemente conflitos
    humanos desnecessários.
  • 12:17 - 12:21
    Na verdade, eu diria que o estado
    mais natural do capitalismo
  • 12:21 - 12:24
    é o conflito e desequilíbrio.
  • 12:25 - 12:28
    Eu classificaria duas formas
    de conflito no mundo:
  • 12:29 - 12:31
    nacional e de classe.
  • 12:34 - 12:37
    Eu não vou gastar muito tempo
    sobre as causas da guerra nacional,
  • 12:37 - 12:40
    pois devem ser bastante óbvias para
    a maioria de nós neste momento.
  • 12:40 - 12:43
    Nações soberanas que em parte
    são instituições protecionistas
  • 12:43 - 12:46
    às mais poderosas forças de negócios,
    muitas vezes se engajaram
  • 12:46 - 12:50
    no ato mais primal de concorrência:
    assassinato sistemático em massa.
  • 12:51 - 12:54
    A fim de preservar a integridade econômica
    de suas economias nacionais
  • 12:54 - 12:59
    e selecionar interesses empresariais,
    que compõem invariavelmente
  • 12:59 - 13:03
    o corpo político
    de qualquer país.
  • 13:04 - 13:07
    Todas as guerras da história,
    embora muitas vezes
  • 13:07 - 13:09
    convenientemente mascaradas
    por desculpas variadas,
  • 13:09 - 13:12
    têm sido predominantemente sobre
    a terra, os recursos naturais,
  • 13:12 - 13:15
    ou estratégia geoeconômica
    em um nível ou outro.
  • 13:15 - 13:18
    A instituição estatal
    sempre foi impulsionada
  • 13:18 - 13:22
    por interesses comerciais e de propriedade,
    existentes tanto como um regulador
  • 13:22 - 13:26
    das operações econômicas
    internas básicas do dia-a-dia,
  • 13:26 - 13:30
    na forma da legislação e como uma
    ferramenta para a consolidação de poder
  • 13:30 - 13:33
    e vantagem competitiva das
    indústrias mais dominantes
  • 13:34 - 13:38
    da economia nacional ou mesmo, na
    verdade, mais importante ainda, global.
  • 13:40 - 13:44
    Há muitas pessoas no mundo que ainda
    olham para essa causalidade em sentido inverso.
  • 13:44 - 13:46
    Em alguns pontos de vista econômicos,
  • 13:46 - 13:49
    o governo estatal é considerado
    o problema central,
  • 13:49 - 13:52
    em oposição ao interesse próprio
    e à vantagem competitiva
  • 13:52 - 13:55
    de ethos inerente
    ao capitalismo de mercado.
  • 13:55 - 14:00
    Como o argumento "Se o poder estatal
    fosse removido ou reduzido drasticamente,
  • 14:00 - 14:04
    o mercado e a sociedade seriam livres
    da maioria dos seus efeitos negativos. "
  • 14:05 - 14:07
    O problema com este argumento
    é que ele se esquece
  • 14:07 - 14:09
    que o capitalismo
    é apenas uma variação
  • 14:09 - 14:11
    de um sistema baseado na escassez,
  • 14:11 - 14:15
    especialização e troca de propriedade.
  • 14:15 - 14:19
    Um sistema que, na verdade,
    remonta a milênios, de uma forma ou de outra.
  • 14:20 - 14:23
    Assentamentos, na antiguidade,
    precisavam se proteger, uma vez que
  • 14:23 - 14:27
    a aquisição de recursos e de terras
    se expandia ao longo do tempo.
  • 14:27 - 14:31
    Exércitos foram criados para proteger
    recursos de forças invasoras e afins.
  • 14:32 - 14:33
    Ao mesmo tempo, pessoas engajavam-se
  • 14:33 - 14:37
    em empregar a agricultura e artesanato,
  • 14:38 - 14:42
    o que revelou "trabalho" e "valor de troca"
    em uma forma muito primitiva.
  • 14:44 - 14:46
    Daí o valor da propriedade,
    em meio a essa escassez,
  • 14:46 - 14:49
    exigiu regulamentação e leis;
  • 14:49 - 14:51
    não só para proteger a propriedade,
    mas para proteger o comércio
  • 14:51 - 14:55
    e também evitar golpes e
    fraudes em transações.
  • 14:56 - 14:58
    Esta é a semente do estado!
  • 14:58 - 15:01
    O mercado é um jogo e
    pessoas podem trapacear.
  • 15:02 - 15:04
    Você precisa de regulamentação.
  • 15:04 - 15:06
    Este é o problema básico.
  • 15:06 - 15:09
    O mercado também permite,
    e aqui está a moral da história,
  • 15:09 - 15:12
    que a regulação possa ser
    comprada por dinheiro.
  • 15:12 - 15:15
    Portanto, não há uma integridade garantida.
  • 15:15 - 15:18
    O Estado e o mercado tanto lutam entre si
  • 15:18 - 15:20
    como complementam um ao outro.
  • 15:20 - 15:24
    Sempre existirá poderes reguladores centralizados
    em uma economia de mercado.
  • 15:24 - 15:27
    O Estado e o mercado são inseparáveis;
  • 15:27 - 15:29
    caminham lado a lado.
  • 15:30 - 15:33
    Agora, como um aparte, algumas pessoas
    costumam desafiar essa realidade
  • 15:33 - 15:36
    com argumentos morais ou éticos,
  • 15:36 - 15:40
    que, lamento dizer, são inteiramente
    subjetivos culturalmente.
  • 15:41 - 15:43
    Em um mundo onde tudo está à venda,
  • 15:43 - 15:47
    onde o reforço à recompensa,
    a condição operante,
  • 15:47 - 15:51
    está diretamente ligada à busca
    de ganhos e vantagens pessoais,
  • 15:51 - 15:55
    quem pode dizer onde as linhas
    devem ser traçadas?
  • 15:56 - 16:01
    É por isso que os princípios morais,
    sem reforço estrutural
  • 16:01 - 16:03
    são inúteis.
  • 16:04 - 16:08
    No final, a questão não é o que é
    moralmente certo ou moralmente errado.
  • 16:08 - 16:10
    A questão é o que funciona
    e o que não funciona.
  • 16:10 - 16:12
    Às vezes é preciso uma
    grande quantidade de tempo
  • 16:12 - 16:15
    para a verdade de tais
    padrões se materializar.
  • 16:15 - 16:18
    Por exemplo, a maioria
    das pessoas veem, com razão,
  • 16:18 - 16:20
    a abjeta escravidão
    histórica do ser humano
  • 16:20 - 16:22
    como uma condição
    moralmente errada.
  • 16:22 - 16:26
    Mas vamos aprofundar as características,
    pensar mais profundamente.
  • 16:26 - 16:31
    Eu acho que é muito mais produtivo
    reconhecer que a escravidão não funcionou
  • 16:31 - 16:35
    no sentido de que foi
    culturalmente insustentável.
  • 16:35 - 16:38
    Fanatismo em todas as formas
    não só é horrendo,
  • 16:38 - 16:42
    é culturalmente insustentável
    porque gera conflito.
  • 16:43 - 16:45
    Eu não estou ciente de qualquer
    sociedade escravista
  • 16:46 - 16:48
    que não sofreu grandes
    rebeliões de escravos.
  • 16:49 - 16:52
    É instável e, portanto, insustentável.
  • 16:52 - 16:55
    O capitalismo de mercado
    está no mesmo caminho.
  • 16:55 - 16:57
    Há mais escravos no mundo hoje,
  • 16:57 - 17:01
    operando dentro dos limites
    da economia de mercado
  • 17:01 - 17:04
    do em qualquer momento
    na história humana.
  • 17:04 - 17:07
    E não duvido de que, se conseguirmos
    passar por este período árduo
  • 17:07 - 17:10
    sem destruir a nós mesmos
    através de guerra,
  • 17:10 - 17:12
    revoltas ou colapso ecológico,
  • 17:12 - 17:15
    as pessoas no futuro vão
    olhar para trás e enxergar
  • 17:15 - 17:18
    o nosso mundo atual com
    a mesma repugnância
  • 17:18 - 17:21
    à violação dos direitos humanos
    pelo sistema econômico,
  • 17:22 - 17:26
    como nós, hoje, enxergamos o período
    da abjeta escravidão humana no passado.
  • 17:28 - 17:30
    Luta de classes.
  • 17:30 - 17:33
    Isso nos direciona bem
    para o tema da luta de classes
  • 17:33 - 17:36
    e desigualdade socioeconômica.
  • 17:37 - 17:41
    A longa história do chamado clamor "socialista"
    tem sido em grande parte sobre
  • 17:41 - 17:45
    este desequilíbrio constante e
    desumano em um nível ou outro.
  • 17:45 - 17:48
    Grande parte do tempo foi gasta
    por muitos críticos do capitalismo,
  • 17:48 - 17:52
    descrevendo como ele é, realmente,
    um sistema de exploração,
  • 17:52 - 17:57
    o qual inerentemente separa a sociedade
    em camadas econômicas estratificadas
  • 17:57 - 18:01
    e garante a dominância da classe baixa
    pela classe alta estruturalmente.
  • 18:01 - 18:03
    É estruturalmente parte do sistema.
  • 18:04 - 18:07
    Se você é uma daquelas pessoas
    que não concordam com esta realidade,
  • 18:07 - 18:11
    pergunte-se por que há greves trabalhistas
    uma após a outra durante os últimos 300 anos,
  • 18:11 - 18:13
    por que sindicatos
    trabalhistas sequer existem,
  • 18:13 - 18:15
    e por que CEOs tendem a ganhar centenas de vezes
  • 18:15 - 18:17
    mais dinheiro do que o trabalhador comum,
  • 18:17 - 18:22
    ou por que 46% da riqueza do mundo é, agora,
    propriedade de 1% da população,
  • 18:22 - 18:25
    que são quase exclusivamente algo
    que poderíamos chamar de
  • 18:25 - 18:28
    a classe proprietária capitalista.
  • 18:29 - 18:33
    Desigualdade e separação de classe
    é um resultado matemático direto
  • 18:33 - 18:36
    da orientação inerentemente
    competitiva do mercado
  • 18:36 - 18:38
    que divide indivíduos em pequenos grupos,
    enquanto estes trabalham
  • 18:38 - 18:42
    para competir uns contra os outros
    pela sobrevivência e segurança.
  • 18:43 - 18:46
    É totalmente orientada ao individualismo;
  • 18:46 - 18:51
    impulsionada por um sistema de incentivos
    baseado em autopreservação individual,
  • 18:51 - 18:55
    assumindo a necessidade de reforçar
    constantemente a própria segurança financeira
  • 18:56 - 18:59
    uma vez que o ambiente de mercado
    não dá nenhuma certeza
  • 18:59 - 19:02
    de bem-estar por si próprio.
  • 19:02 - 19:04
    Medo e ganância.
  • 19:05 - 19:06
    Os ricos ficam mais ricos,
  • 19:06 - 19:09
    porque o modelo favorece-os,
    e os pobres, basicamente, ficam na mesma,
  • 19:09 - 19:12
    porque este sistema funciona
    contra eles, em comparação.
  • 19:12 - 19:15
    É estruturalmente classificada.
  • 19:15 - 19:18
    Aqueles com mais dinheiro têm mais opções
    e influência do que aqueles com menos.
  • 19:18 - 19:21
    Você é tão livre quanto
    seu poder de compra
  • 19:21 - 19:24
    permitir que você seja.
  • 19:25 - 19:27
    O sistema de crédito
    é um exemplo perfeito.
  • 19:27 - 19:30
    O dinheiro é tratado como
    nada mais do que um produto
  • 19:30 - 19:32
    no sistema de crédito / bancário.
  • 19:32 - 19:35
    Dinheiro é vendido pelos bancos
    através de empréstimos, por lucro,
  • 19:35 - 19:37
    que vem sob a forma de juros.
  • 19:37 - 19:40
    Se você perder os pagamentos
    ou violar seu contrato,
  • 19:40 - 19:43
    frequentemente, a taxa de juros é elevada
  • 19:43 - 19:46
    porque você é agora considerado
    um consumidor de maior risco.
  • 19:46 - 19:49
    Se você não conseguir atender
    aos juros ou pagamentos futuros,
  • 19:49 - 19:51
    você se torna inadimplente,
    por causa do empréstimo.
  • 19:52 - 19:55
    Seu castigo é a ruína
    de sua avaliação de crédito
  • 19:55 - 19:58
    ou reputação nos
    círculos financeiros.
  • 19:58 - 20:02
    Quando isso acontece, a sua flexibilidade
    financeira é ainda mais sufocada,
  • 20:02 - 20:05
    pois seu acesso econômico
    se torna mais limitado.
  • 20:05 - 20:08
    As pessoas veem isso como
    apenas "a forma como as coisas são",
  • 20:08 - 20:10
    mas eles não percebem
    como isso é insidioso.
  • 20:11 - 20:13
    Isso força as classes mais baixas
    a ficar sempre embaixo
  • 20:13 - 20:17
    por motivos e forças de coerção
    que são incorporados na estrutura
  • 20:17 - 20:20
    que estão além de seu controle.
    Eu poderia dar muitos outros exemplos.
  • 20:20 - 20:22
    Tudo neste sistema
    funciona contra você,
  • 20:22 - 20:25
    se você não for afluente
    na sociedade,
  • 20:25 - 20:28
    e, adivinhem, estas políticas
    financeiras foram criadas
  • 20:28 - 20:35
    por uma lógica de mercado
    orientada pelo interesse pessoal,
  • 20:35 - 20:38
    e não por algum político
    ou algum governo.
  • 20:38 - 20:41
    E eu não vou nem discorrer sobre
    o fato de que os juros cobrados
  • 20:41 - 20:46
    para a venda de dinheiro, hoje, não existe
    no próprio suprimento de dinheiro,
  • 20:46 - 20:49
    o que cria uma espécie de sistema
    à base de coerção social
  • 20:49 - 20:53
    forçando a inevitabilidade de
    inadimplência ao longo do tempo.
  • 20:54 - 20:56
    Juntamente com atos
    de desespero econômico,
  • 20:56 - 20:59
    como a venda de imóvel
    que você preferiria não vender,
  • 20:59 - 21:01
    apenas para atender
    às suas necessidades básicas,
  • 21:01 - 21:04
    ou assumir cargos de trabalho
    que você não gostaria.
  • 21:04 - 21:08
    O mercado gera desespero
    como o seu método de coerção.
  • 21:09 - 21:13
    Isso nos leva a outra confusão
    muito comum sobre "livre mercado",
  • 21:13 - 21:16
    que frequentemente vejo na
    popular comunidade "Laissez-faire".
  • 21:17 - 21:22
    Eles falam sobre o livre comércio como
    o comércio que é inteiramente voluntário
  • 21:22 - 21:26
    como se tal coisa pudesse existir
    em um sentido empírico.
  • 21:26 - 21:30
    Todas as decisões de comércio
    vem de influências e pressões.
  • 21:31 - 21:34
    Apenas, talvez, o super-ricos
    que literalmente não precisam
  • 21:34 - 21:38
    se preocupar com a sobrevivência
    básica devido à sua riqueza,
  • 21:38 - 21:42
    pode-se dizer, se envolvem no ato
    de livre comércio voluntário.
  • 21:43 - 21:47
    Para o resto dos 99% da população mundial,
    ou trocamos ou não sobrevivemos.
  • 21:47 - 21:50
    Essa pressão é empiricamente coercitiva.
  • 21:50 - 21:53
    E não, isso não tem que ser assim,
  • 21:53 - 21:56
    que é o ponto de todo
    este novo modelo social.
  • 21:57 - 22:00
    Assim, com tudo isso de lado,
    e com esta compreensão
  • 22:00 - 22:04
    de que a desigualdade de riqueza
    é inerente ao próprio capitalismo
  • 22:04 - 22:06
    - Você não pode eliminá-la -
  • 22:06 - 22:08
    A principal questão que
    quero abordar aqui tem a ver
  • 22:08 - 22:13
    com o que a separação de classes
    e a desigualdade social nos faz
  • 22:13 - 22:15
    no contexto da saúde pública.
  • 22:16 - 22:19
    Não é apenas uma simples questão
    de alguns terem mais que outros,
  • 22:19 - 22:22
    e outros sofrendo a mera
    inconveniência material
  • 22:22 - 22:26
    ou a pressão para se envolver em trabalhos
    ou trocas que prefeririam não fazer.
  • 22:26 - 22:28
    Vai muito além disso.
  • 22:28 - 22:31
    A desigualdade socioeconômica é um veneno,
  • 22:32 - 22:34
    uma forma de poluição desestabilizadora
  • 22:35 - 22:39
    que afeta a saúde psicológica
    e fisiológica de maneira profunda,
  • 22:40 - 22:44
    ao mesmo tempo, muitas vezes acumulando
    raiva em relação a outros grupos,
  • 22:44 - 22:48
    e, por conseguinte, uma
    geração de instabilidade social.
  • 22:49 - 22:53
    O melhor termo que eu conheço que
    incorpora esta questão é "violência estrutural".
  • 22:54 - 22:56
    Se eu colocar uma arma
    na cabeça de alguém,
  • 22:56 - 23:00
    digamos um homem de 30 anos,
    puxar o gatilho e matá-lo
  • 23:00 - 23:03
    - assumindo uma expectativa
    média de vida de 84 anos -
  • 23:03 - 23:06
    você pode argumentar que,
    de certa forma, 54 anos de vida
  • 23:07 - 23:10
    foram roubados dessa pessoa
    em um ato direto de violência.
  • 23:10 - 23:13
    No entanto, se uma
    pessoa nasce pobre
  • 23:13 - 23:15
    no meio de uma sociedade abundante
  • 23:16 - 23:19
    onde é estatisticamente comprovado
    que não prejudicaria ninguém
  • 23:19 - 23:22
    sanar as necessidades
    básicas desta pessoa,
  • 23:22 - 23:25
    e ainda assim ela morre aos 30 anos,
    devido a uma doença cardíaca
  • 23:25 - 23:28
    a qual hoje é relacionada estatisticamente
  • 23:28 - 23:30
    àqueles que sofrem o estresse e os efeitos
  • 23:30 - 23:33
    do baixo status socioeconômico,
  • 23:34 - 23:35
    é a morte dessa pessoa
  • 23:35 - 23:38
    - a remoção desses 54 anos -
  • 23:38 - 23:40
    um ato de violência?
  • 23:40 - 23:42
    A resposta é "sim, é".
  • 23:42 - 23:45
    Nosso sistema legal
    nos condicionou a pensar
  • 23:45 - 23:47
    que a violência é um ato
    comportamental direto.
  • 23:48 - 23:50
    A verdade é que a
    violência é um processo,
  • 23:50 - 23:53
    não um ato, e pode
    assumir muitas formas.
  • 23:53 - 23:58
    Você não pode separar qualquer resultado
    do sistema a partir do qual ele é orientado.
  • 23:59 - 24:03
    E isso é praticamente ausente
    na forma como as pessoas pensam
  • 24:03 - 24:06
    sobre causa e efeito em um
    sistema socioeconômico.
  • 24:07 - 24:10
    Os efeitos do capitalismo de mercado
    não podem ser reduzidos
  • 24:10 - 24:13
    ou, devo dizer, não podem
    ser deduzidos logicamente
  • 24:13 - 24:17
    a partir de um exame
    local ou reducionista.
  • 24:17 - 24:19
    É como se as coisas funcionassem
    como um relógio:
  • 24:19 - 24:23
    O mercado é um sistema sinérgico,
    a economia é um sistema sinérgico,
  • 24:23 - 24:25
    e o comportamento do conjunto, ou seja,
  • 24:25 - 24:27
    as consequências sociais de larga escala
  • 24:27 - 24:30
    tais como a perpetuação de
    desigualdade ou violência,
  • 24:31 - 24:35
    só podem ser avaliadas em
    relação a esse conjunto.
  • 24:35 - 24:38
    É por isso que tem havido
    uma grande dicotomia
  • 24:38 - 24:40
    entre o que os teóricos
    de mercado acham que
  • 24:40 - 24:42
    supostamente deveria
    acontecer em seu mundo
  • 24:42 - 24:43
    e o que está realmente acontecendo.
  • 24:44 - 24:45
    Por exemplo,
  • 24:45 - 24:48
    não há dúvida de que a pobreza
    e a desigualdade social
  • 24:48 - 24:53
    está, e sempre esteve, causando um vasto
    espectro de problemas de saúde pública,
  • 24:53 - 24:56
    tanto no contexto de privação absoluta,
    o que significa não ter
  • 24:56 - 25:00
    o dinheiro para simplesmente sanar as
    necessidades básicas, como alimentação,
  • 25:00 - 25:03
    e no contexto de privação relativa,
  • 25:03 - 25:07
    que é um fenômeno psicológico
    relacionado ao estresse,
  • 25:07 - 25:10
    o estresse psicossocial
    de simplesmente viver
  • 25:10 - 25:13
    em uma sociedade
    altamente estratificada.
  • 25:14 - 25:18
    Um dos maiores preditores na
    redução de saúde pública
  • 25:18 - 25:23
    é identificado hoje
    como desigualdade social.
  • 25:24 - 25:28
    Se você comparar nações desenvolvidas
    pelo nível de desigualdade de riqueza
  • 25:28 - 25:32
    vai constatar que nações mais igualitárias
    têm índices muito melhores de saúde
  • 25:32 - 25:35
    do que as nações menos igualitárias.
  • 25:35 - 25:37
    Isso inclui a saúde física, saúde mental,
  • 25:37 - 25:41
    abuso de drogas, níveis de ensino,
    prisão, obesidade,
  • 25:41 - 25:44
    mobilidade social, a confiança ou o
    "capital social",
  • 25:44 - 25:46
    a vida comunitária, a violência,
  • 25:47 - 25:49
    gravidez na adolescência,
    e bem-estar infantil, em média.
  • 25:49 - 25:52
    Estes resultados são
    significativamente piores
  • 25:52 - 25:55
    nos países ricos com maior desigualdade.
  • 25:56 - 26:00
    No entanto, se você tentou reduzir
    e analisar, em uma única pessoa,
  • 26:00 - 26:03
    qualquer um desses fatores
    de saúde pública citados,
  • 26:03 - 26:07
    você nunca teria certeza se essa
    pessoa é realmente uma vítima
  • 26:07 - 26:08
    do estresse psicológico
  • 26:08 - 26:12
    ou da própria condição da
    violência relativa ou absoluta.
  • 26:13 - 26:15
    A causalidade só pode ser entendida
  • 26:15 - 26:17
    em larga escala, probabilisticamente,
  • 26:17 - 26:21
    o que representa a importância
    da análise estatística.
  • 26:22 - 26:25
    O mercado só pode ser
    percebido como um todo
  • 26:25 - 26:28
    para podermos mensurar a
    verdade de seus efeitos.
  • 26:28 - 26:32
    É por isso que o nosso sistema
    jurídico é tão básico e primitivo.
  • 26:34 - 26:38
    Dito isto, gostaria de detalhar outros
    exemplos de violência estrutural,
  • 26:39 - 26:41
    uma vez que, obviamente,
    manifesta-se de muitas outras formas.
  • 26:42 - 26:46
    Quando vemos que 1,5 milhões de crianças
    morrem a cada ano por doenças diarreicas,
  • 26:46 - 26:48
    um problema totalmente evitável,
  • 26:48 - 26:50
    o qual não é resolvido
  • 26:50 - 26:52
    devido a uma limitação financeira em todo o mundo,
  • 26:52 - 26:55
    vemos, na verdade, o assassinato
    de 1,5 [milhões] de crianças
  • 26:55 - 26:58
    por um sistema que é tão ineficiente em seu processo,
  • 26:58 - 27:00
    que não consegue tornar disponíveis
  • 27:00 - 27:02
    os recursos necessários
    em determinadas regiões,
  • 27:02 - 27:05
    mesmo que eles já estejam lá.
  • 27:05 - 27:08
    Dependência de drogas,
    que se tornou uma praga
  • 27:08 - 27:11
    da sociedade moderna em todo o mundo,
    não apenas trazendo mortes,
  • 27:11 - 27:14
    mas também um espectro de sofrimento,
  • 27:14 - 27:16
    comprovou-se ter raízes no estresse.
  • 27:16 - 27:18
    Tem a ver com a falta de apoio
  • 27:18 - 27:21
    que cria uma reação
    em cadeia psicológica
  • 27:21 - 27:26
    que leva a preencher seus sentimentos
    de dor com auto-medicação.
  • 27:26 - 27:28
    Você raramente vai encontrar um estudo
    sobre os padrões de dependência
  • 27:29 - 27:31
    que não vê uma correlação direta
  • 27:31 - 27:34
    com as condições de vida
    instáveis e estresse.
  • 27:35 - 27:39
    E qual seria a característica
    psicológica dominante da pobreza?
  • 27:40 - 27:43
    Sentimentos de insegurança e submissão.
  • 27:44 - 27:47
    Até mesmo a grande maioria
    dos comportamentos violentos
  • 27:47 - 27:50
    surgem de condições
    prévias que foram ligadas
  • 27:50 - 27:53
    a privações e abusos
    induzidos pela pobreza.
  • 27:53 - 27:57
    O ex-chefe de estudos sobre Violência
    de Harvard, Dr. James Gilligan,
  • 27:57 - 28:00
    foi um psiquiatra penitenciário
    por várias décadas,
  • 28:00 - 28:03
    analisando as razões para atos
    extremos de assassinato e afins.
  • 28:03 - 28:08
    Em praticamente todos os casos, altos
    níveis de privação, negligência e abuso
  • 28:08 - 28:12
    ocorreram na vida dos criminosos.
    E adivinha o quê?
  • 28:12 - 28:15
    A pobreza é o melhor preditor
  • 28:15 - 28:18
    de abuso infantil e negligência.
  • 28:18 - 28:20
    Em um estudo realizado nos EUA,
    as crianças que viviam em famílias
  • 28:20 - 28:22
    com uma renda anual
    inferior a 15 mil dólares
  • 28:22 - 28:26
    têm risco 22 vezes maior de serem
    abusadas ou negligenciadas
  • 28:26 - 28:31
    do que crianças que vivem em famílias
    com renda anual de 30 mil dólares ou mais.
  • 28:32 - 28:38
    Aristóteles disse:
    "A pobreza é a mãe da revolução e do crime."
  • 28:38 - 28:42
    Gandhi disse:
    "A pobreza é a pior forma de violência."
  • 28:42 - 28:44
    E o interessante nisso tudo
  • 28:44 - 28:48
    é que todos nós somos
    possíveis vítimas de seus efeitos,
  • 28:48 - 28:50
    pois cada vez que você
    ouvir falar de um roubo,
  • 28:51 - 28:53
    ato de violência, assassinato, ou similar,
  • 28:53 - 28:56
    é provável que as origens
    desse comportamento
  • 28:56 - 28:59
    vieram de uma forma de privação evitável.
  • 28:59 - 29:01
    Digo "evitável" porque hoje
  • 29:01 - 29:04
    não há absolutamente
    nenhuma razão técnica para
  • 29:04 - 29:07
    qualquer ser humano viver em situação
    de pobreza e privação de recursos.
  • 29:08 - 29:11
    Resolver a desigualdade social
    não é apenas uma boa ação,
  • 29:11 - 29:13
    é um verdadeiro imperativo
    de saúde pública.
  • 29:13 - 29:16
    Assim como ter certeza que
    a nossa água não está poluída,
  • 29:16 - 29:18
    para que não fiquemos doentes.
  • 29:18 - 29:22
    E cada um de nós não tem ideia de quando
    poderemos ser submetido a, digamos,
  • 29:22 - 29:25
    violência produzida por essa privação.
  • 29:25 - 29:27
    É uma forma de efeito colateral.
  • 29:28 - 29:31
    Assim como o que alguns teóricos
    sociais pensam sobre as razões
  • 29:31 - 29:34
    do terrorismo moderno oriundo
    de países que sofrem abuso.
  • 29:34 - 29:36
    Um país como os Estados Unidos
    bombardeiam alguma cidade;
  • 29:36 - 29:38
    as pessoas nessa cidade perdem tudo.
  • 29:38 - 29:40
    Certas pessoas são profundamente afetadas
  • 29:40 - 29:42
    e não encontram nenhum
    outro recurso emocional
  • 29:42 - 29:45
    além de vingar-se de
    forma mais violenta possível.
  • 29:45 - 29:49
    Em seguida, uma bomba explode em um café
  • 29:49 - 29:51
    em sua cidade, matando seu irmão.
  • 29:53 - 29:57
    Em suma, se você quer produzir uma
    mentalidade criminosa ou de quadrilha,
  • 29:57 - 30:00
    deixe-os serem criados num
    ambiente onde crescem
  • 30:00 - 30:03
    com a sensação de que a sociedade
    não se preocupa com eles.
  • 30:04 - 30:07
    Assim, eles não têm necessidade de
    se preocupar com a sociedade.
  • 30:07 - 30:09
    Esta é a marca registrada,
  • 30:09 - 30:11
    a característica essencial
  • 30:11 - 30:14
    da ordem social capitalista.
  • 30:15 - 30:19
    E, antes de seguir em frente,
    acho muito interessante
  • 30:19 - 30:22
    que a grande maioria das
    instituições de direitos civis hoje,
  • 30:22 - 30:25
    ou instituições de direitos humanos,
  • 30:25 - 30:30
    que ainda exigem mais igualdade
    de raça, sexo, crença e igualdade política,
  • 30:30 - 30:35
    tendam a fazer muito pouco para abordar
    as raízes da desigualdade econômica.
  • 30:36 - 30:39
    É uma contradição muito interessante.
    Estou firmemente convencido de que,
  • 30:39 - 30:42
    à medida que o tempo avança,
    a igualdade econômica vai se transformar
  • 30:42 - 30:47
    e adquirir o mesmo papel que
    a igualdade de gênero e raça,
  • 30:47 - 30:50
    em que suprir as necessidades humanas
    e prover um alto padrão de vida
  • 30:50 - 30:53
    será uma questão de
    direitos humanos,
  • 30:53 - 30:56
    não uma conveniência de mercado,
  • 30:57 - 30:59
    nem do darwinismo social
    em que se baseia.
  • 31:01 - 31:04
    Parte Dois: Pós-Escassez.
  • 31:04 - 31:06
    Eu gostaria de passar um
    momento esclarecendo o que
  • 31:06 - 31:09
    "Sociedade Focada em Abundância"
    realmente significa
  • 31:09 - 31:12
    e dar algumas extrapolações
    estatísticas tangíveis
  • 31:12 - 31:15
    para confirmar esse potencial.
  • 31:16 - 31:20
    A Economia Baseada em Recursos
    e Lei Natural (EBRLN) não é uma utopia.
  • 31:21 - 31:26
    O Movimento Zeitgeist busca uma
    abundância alta, relativa e sustentável
  • 31:26 - 31:29
    aliviando as formas mais
    relevantes de escassez.
  • 31:30 - 31:32
    Muitos que ouvem tais distinções
    desconsideram imediatamente
  • 31:33 - 31:35
    tais qualificações como meras opiniões.
  • 31:35 - 31:38
    O fato é que não há opinião quando
    se trata de suporte à vida
  • 31:39 - 31:41
    ou necessidades humanas empíricas.
  • 31:42 - 31:44
    Abundância sustentável
    relativa significa
  • 31:44 - 31:48
    buscar mais do que o suficiente para
    atender todas as necessidades humanas e além,
  • 31:48 - 31:51
    enquanto se mantém o equilíbrio ecológico.
  • 31:52 - 31:56
    "As formas mais relevantes de escassez"
    significa diferenciar
  • 31:56 - 31:58
    entre a escassez que se
    refere às necessidades humanas
  • 31:58 - 32:01
    e a escassez que se refere
    aos desejos humanos,
  • 32:01 - 32:03
    já que não são a mesma coisa.
  • 32:03 - 32:07
    Infelizmente, a lógica do mercado
    faz de conta que são.
  • 32:07 - 32:10
    O mercado não tem como separar
    necessidades de desejos.
  • 32:10 - 32:14
    E isso nos leva a raiz do
    transtorno do sistema de valores,
  • 32:15 - 32:17
    que continua a distorcer nossa cultura.
  • 32:18 - 32:21
    A lógica é a seguinte: se existir
  • 32:21 - 32:24
    qualquer forma de escassez de
    qualquer coisa, em qualquer nível,
  • 32:24 - 32:27
    então precisamos de dinheiro e
    do mercado competitivo para regulamentá-la.
  • 32:29 - 32:31
    Deixe-me explicar isso um pouco mais.
  • 32:31 - 32:34
    Um dos membros da nossa equipe
    de palestras internacionais, Matt Berkowitz,
  • 32:34 - 32:38
    entrevistou para o rádio um economista
    austríaco muito popular pouco tempo atrás,
  • 32:39 - 32:43
    e quando o tema da escassez surgiu,
    esse economista respondeu assim:
  • 32:43 - 32:47
    "Nem todo mundo pode ter um
    bife de primeira ou uma Ferrari!"
  • 32:47 - 32:51
    Essa foi a sua posição definitiva
    em relação à escassez.
  • 32:51 - 32:54
    Isso pode até ser verdade.
    Nem todo ser humano
  • 32:54 - 32:58
    pode ter uma mansão de 500 quartos,
    com três aviões no gramado da frente,
  • 32:59 - 33:02
    e metade do continente africano
    como seu quintal.
  • 33:03 - 33:06
    Em teoria, poderíamos
    evocar qualquer coisa
  • 33:06 - 33:09
    e defender a escassez
    através do luxo,
  • 33:09 - 33:12
    assim fundamentando a existência
    de um mercado competitivo.
  • 33:13 - 33:16
    Então, quais são as necessidades humanas?
    Seriam subjetivas?
  • 33:17 - 33:19
    As necessidades humanas foram criadas
  • 33:19 - 33:23
    pelo processo de evolução
    física e psicológica.
  • 33:23 - 33:27
    O não cumprimento dessas necessidades
    virtualmente empíricas gera,
  • 33:27 - 33:28
    como observado anteriormente,
  • 33:28 - 33:32
    um espectro desestabilizador,
    estatisticamente previsível,
  • 33:32 - 33:36
    de distúrbios físicos,
    mentais e sociais
  • 33:37 - 33:41
    Os desejos humanos, por outro lado,
    são manifestações culturais
  • 33:41 - 33:46
    que foram sujeitas a uma enorme
    mudança subjetiva ao longo do tempo,
  • 33:46 - 33:49
    revelando, na verdade,
    algo de natureza arbitrária.
  • 33:49 - 33:54
    Isto não quer dizer que obsessões compulsivas
    não podem ser tão desejadas
  • 33:54 - 33:58
    que começam a assumir
    o papel de necessidades.
  • 33:58 - 34:00
    Esse é um fenômeno que ocorre facilmente
  • 34:00 - 34:02
    em nossa sociedade
    materialista, na verdade.
  • 34:02 - 34:06
    É exatamente por isso que as questões de
    desigualdade financeira anteriormente assinaladas,
  • 34:06 - 34:08
    ou seja, a resposta de
    estresse psicossocial
  • 34:09 - 34:12
    resultante da comparação social,
    são o que são.
  • 34:13 - 34:16
    É uma parte da nossa psicologia
    evolutiva de muitas maneiras.
  • 34:16 - 34:19
    Mas é em parte por isso que as
    sociedades mais desiguais também
  • 34:19 - 34:23
    são as sociedades menos saudáveis,
    porque perpetuamos isso.
  • 34:24 - 34:28
    O Movimento Zeitgeist não está promovendo
    uma abundância universal infinita de tudo,
  • 34:28 - 34:30
    o que é claramente impossível
    num planeta finito.
  • 34:30 - 34:34
    Em vez, promove uma visão de
    mundo "pós-escassez" ou de abundância,
  • 34:34 - 34:38
    reconhecendo os limites naturais
    de consumo no planeta,
  • 34:39 - 34:41
    e procurando um equilíbrio.
  • 34:43 - 34:46
    E o que separa o mundo de hoje
    do mundo do passado
  • 34:46 - 34:48
    é que a nossa capacidade
    científica e tecnológica
  • 34:49 - 34:51
    chegou a um ponto de
    aceleração da eficiência
  • 34:51 - 34:55
    onde a criação de um alto padrão de vida,
    para todas as pessoas do planeta
  • 34:55 - 34:58
    com base nas preferências
    culturais atuais, na verdade,
  • 34:58 - 35:01
    é possível agora dentro
    destes limites sustentáveis
  • 35:01 - 35:05
    sem a necessidade destrutiva de competir
    através do mecanismo de mercado.
  • 35:07 - 35:10
    Isto é feito com a chamada
    'efemerização',
  • 35:11 - 35:14
    um termo cunhado pelo engenheiro
    R. Buckminster Fuller,
  • 35:14 - 35:16
    e o entendimento é muito simples:
  • 35:16 - 35:20
    "A quantidade de recursos e energia necessárias
    para executar uma determinada tarefa
  • 35:20 - 35:23
    diminuiu constantemente ao longo do tempo,
  • 35:23 - 35:27
    enquanto a eficiência da tarefa
    tem aumentado, paradoxalmente."
  • 35:28 - 35:30
    Um exemplo é a comunicação por satélite,
  • 35:30 - 35:33
    que usa exponencialmente menos material
  • 35:33 - 35:36
    do que o fio de cobre grosso tradicional
  • 35:36 - 35:39
    e é mais versátil e eficaz.
  • 35:39 - 35:43
    Em outras palavras, estamos sempre
    fazendo mais com menos,
  • 35:43 - 35:46
    e essa tendência pode ser notada em todas
    as áreas de desenvolvimento industrial,
  • 35:46 - 35:48
    dos processadores de computador ou a Lei de Moore
  • 35:48 - 35:51
    até a rápida aceleração
    do conhecimento humano
  • 35:51 - 35:54
    ou da tecnologia da informação
  • 35:56 - 35:58
    E não é apenas nos bens físicos.
  • 35:58 - 36:01
    Também se aplica a processos ou sistemas.
  • 36:01 - 36:03
    Por exemplo, o sistema de trabalho,
    hoje com a automação,
  • 36:03 - 36:05
    mostra exatamente o mesmo padrão.
  • 36:05 - 36:10
    A indústria se tornou mais produtiva
    com menos pessoas,
  • 36:10 - 36:12
    máquinas cada vez mais eficientes
  • 36:12 - 36:18
    com um consumo de energia e materiais cada vez
    menor por operação ao longo do tempo.
  • 36:19 - 36:21
    Agora um breve parêntesis, alguns podem ter notado
  • 36:21 - 36:24
    que constantemente uso a seguinte frase:
  • 36:24 - 36:27
    "Alto padrão de vida".
    O que isso significa?
  • 36:27 - 36:30
    Quem pode dizer o que um
    alto padrão de vida deve ser?
  • 36:30 - 36:33
    A resposta a essa pergunta
    não "quem", é "o quê".
  • 36:33 - 36:36
    E 'o quê' determina o nosso padrão de vida
  • 36:37 - 36:39
    é justamente o nosso
    estado atual da tecnologia.
  • 36:39 - 36:42
    e o que é necessário para manter
  • 36:42 - 36:46
    a sustentabilidade social e ambiental
    em um planeta finito.
  • 36:46 - 36:47
    Essa é a equação.
  • 36:49 - 36:52
    Se nós, como sociedade, desejamos
    manter os valores do materialismo,
  • 36:52 - 36:57
    crescimento e consumo, promovendo
    a virtude de ter desejos infinitos
  • 36:57 - 37:00
    então podemos muito bem
    nos matar agora mesmo,
  • 37:00 - 37:03
    já que será o resultado final
    se continuarmos a ultrapassar
  • 37:03 - 37:07
    os limites do mundo físico em relação
    à nossa exploração dos recursos
  • 37:07 - 37:09
    e à perda da biodiversidade.
  • 37:09 - 37:12
    Então quero deixar bem claro:
    esta nova proposta econômica
  • 37:12 - 37:15
    não trata apenas de ver como
    o mercado é obsoleto por si só,
  • 37:15 - 37:19
    dada a nossa nova e poderosa
    percepção de eficiência técnica,
  • 37:19 - 37:23
    também trata do fato de
    que precisamos sair
  • 37:23 - 37:26
    do paradigma do mercado
    o mais rápido possível
  • 37:26 - 37:29
    antes que cause ainda mais danos.
  • 37:31 - 37:33
    OK, Pós-Escassez.
  • 37:33 - 37:35
    As quatro categorias que eu quero
    abordar em detalhes em relação a isso
  • 37:35 - 37:38
    são alimentos, água,
    energia e bens materiais.
  • 37:39 - 37:41
    Por favor, notem que,
    para alimentos, energia e água,
  • 37:41 - 37:45
    esta é uma avaliação realmente
    muito conservadora,
  • 37:45 - 37:48
    através de estatísticas e medidas
    baseadas apenas
  • 37:48 - 37:51
    em métodos existentes que
    foram postos em uso industrial,
  • 37:51 - 37:55
    não em coisas teóricas de que
    pessoas falam o tempo todo.
  • 37:55 - 37:57
    E tudo o que eu vou fazer
    é aumentar a escala,
  • 37:57 - 38:00
    usando o contexto da
    teoria dos sistemas.
  • 38:00 - 38:01
    Alimentos.
  • 38:02 - 38:05
    De acordo com as Nações Unidas,
    uma em cada oito pessoas na Terra,
  • 38:05 - 38:08
    quase um bilhão de pessoas,
    sofrem de desnutrição crônica.
  • 38:11 - 38:14
    No entanto, admite-se que há
    comida suficiente, produzida hoje
  • 38:14 - 38:17
    pelos métodos tradicionais do mercado,
    para fornecer a todos no mundo
  • 38:17 - 38:21
    pelo menos 2720 kilocalorias por dia,
  • 38:21 - 38:24
    que é mais que o suficiente para
    manter a saúde básica para a maioria.
  • 38:24 - 38:27
    Portanto, em princípio, neste momento,
  • 38:27 - 38:31
    a existência de um grande número
    de pessoas cronicamente famintas
  • 38:31 - 38:34
    revela, no mínimo, de que há algo
    fundamentalmente errado
  • 38:34 - 38:38
    com o processo industrial
    e econômico global.
  • 38:39 - 38:43
    De acordo com a Instituição
    de Engenheiros Mecânicos,
  • 38:43 - 38:46
    "Estima-se que 30 a 50% de todos
    os alimentos produzidos
  • 38:47 - 38:49
    nunca atinge o estômago humano
  • 38:49 - 38:52
    e este número não reflete o fato
    de que grandes quantidades de terra,
  • 38:52 - 38:55
    energia, fertilizantes e água
    também foram perdidos
  • 38:55 - 38:59
    na produção de gêneros alimentícios
    que simplesmente vão para o lixo. "
  • 39:01 - 39:02
    Enquanto há certamente
    um imperativo
  • 39:02 - 39:05
    para considerar a relevância
    destes padrões de desperdício,
  • 39:05 - 39:08
    parece que o jeito
    mais eficiente e prático
  • 39:08 - 39:10
    de superar completamente
    essa deficiência mundial
  • 39:10 - 39:14
    é atualizar o próprio sistema
    de produção de alimentos
  • 39:14 - 39:17
    com a localização mais estratégica
  • 39:17 - 39:20
    a fim de reduzir o desperdício causado
  • 39:20 - 39:24
    pelas deficiências na cadeia
    de fornecimento global atual.
  • 39:24 - 39:27
    Talvez o mais promissor
    desses arranjos é algo chamado
  • 39:27 - 39:30
    agricultura vertical, com o qual suponho
    que muitos já estão familiarizados.
  • 39:30 - 39:33
    A agricultura vertical tem sido
    posta à prova em várias regiões
  • 39:33 - 39:36
    com resultados extremamente promissores
    em relação à eficiência e à conservação.
  • 39:37 - 39:40
    Este método de produção de
    alimentos abundantes não apenas
  • 39:40 - 39:43
    usa menos recursos por unidade produzida,
    gerando menos desperdício,
  • 39:43 - 39:45
    tem um impacto ecológico reduzido,
  • 39:45 - 39:47
    alimentos de melhor qualidade,
  • 39:48 - 39:51
    como também usa uma
    superfície menor do planeta,
  • 39:51 - 39:54
    usa menos área de terra
    do que estamos usando hoje.
  • 39:54 - 39:58
    Pode ser feito até mesmo
    no mar, de tão versátil,
  • 39:58 - 40:01
    permitindo que certos tipos de alimentos,
    impossíveis de serem produzidos em certos climas e regiões,
  • 40:01 - 40:03
    possam ser cultivados, simplesmente
    porque é um sistema fechado.
  • 40:04 - 40:07
    Um sistema de fazenda vertical
    em Cingapura, por exemplo,
  • 40:07 - 40:09
    tem um gabinete transparente
    construído sob medida,
  • 40:09 - 40:11
    que usa um sistema hidráulico
    automatizado em circuito fechado
  • 40:12 - 40:15
    para fazer as plantas circularem
    entre a luz do sol
  • 40:15 - 40:17
    e tratamento de nutrientes orgânicos,
  • 40:17 - 40:19
    custando apenas cerca 3 dólares por mês
  • 40:19 - 40:22
    em eletricidade para cada gabinete.
  • 40:23 - 40:26
    Este sistema também é relatado
    em ter 10 vezes
  • 40:26 - 40:30
    mais produtividade por metro quadrado
    do que a agricultura convencional,
  • 40:30 - 40:34
    novamente, usando muito
    menos água, trabalho e fertilizantes.
  • 40:34 - 40:37
    Estudantes da Universidade
    de Columbia nos EUA
  • 40:37 - 40:42
    determinaram que, para alimentar 50 mil pessoas,
    uma fazenda de 30 andares
  • 40:42 - 40:45
    construída no espaço de
    um quarteirão seria necessário,
  • 40:45 - 40:47
    o que dá cerca de 2,5 hectares.
  • 40:47 - 40:51
    Se extrapolarmos isso no contexto
    da cidade de Los Angeles, Califórnia
  • 40:51 - 40:55
    de onde venho, com uma população
    de mais ou menos de 4 milhões,
  • 40:55 - 40:58
    com uma área total de,
    aproximadamente, 128 mil hectares,
  • 40:59 - 41:03
    levaria 78 estruturas para
    alimentar todos os residentes.
  • 41:03 - 41:09
    Isso equivale a cerca de 0,1%
    da área total de Los Angeles
  • 41:09 - 41:11
    para alimentar toda a população.
  • 41:12 - 41:15
    Se aplicarmos esta extrapolação para a Terra
  • 41:15 - 41:18
    e à população humana de 7,2 bilhões
    de pessoas, acabamos precisando de
  • 41:18 - 41:22
    cerca de 144 mil fazendas verticais
    para alimentar o mundo todo.
  • 41:22 - 41:27
    Isso equivale a cerca de 368 mil hectares
    de terra para colocar essas fazendas que,
  • 41:28 - 41:30
    dado que uns 38% das terras do planeta
  • 41:30 - 41:33
    são, atualmente, utilizadas
    para a agricultura tradicional,
  • 41:33 - 41:36
    chegamos à conclusão que precisamos
    de apenas cerca de 0,006%
  • 41:37 - 41:39
    das terras agrícolas existentes na Terra
  • 41:39 - 41:42
    para atender às necessidades de produção.
  • 41:42 - 41:44
    Vamos ser um pouco mais coerentes.
  • 41:44 - 41:47
    Dentro dessa estatística de 38%
    de uso do solo para a agricultura,
  • 41:47 - 41:49
    muitas dessas terras
    são também utilizadas
  • 41:49 - 41:52
    para a criação de gado, e não apenas
    para o cultivo de safras.
  • 41:53 - 41:55
    Assim, se fôssemos usar, teoricamente,
  • 41:55 - 41:59
    somente as terras de produção de safras,
  • 41:59 - 42:01
    que são cerca de 1,6 bilhões de hectares,
  • 42:01 - 42:03
    substituindo o cultivo em terra
  • 42:03 - 42:08
    por estas fazendas verticais de 30 andares
    colocadas lado a lado, em teoria
  • 42:09 - 42:13
    a produção de alimentos seria suficiente
    para atender as necessidades nutricionais
  • 42:13 - 42:16
    e alimentar 34,4 trilhões de pessoas.
  • 42:18 - 42:23
    Dado que só precisaremos alimentar
    cerca de 9 bilhões de pessoas em 2050,
  • 42:23 - 42:28
    precisamos aproveitar apenas cerca de 0,02%
    desta capacidade teórica, que,
  • 42:28 - 42:34
    como poderiamos argumentar,
    torna bastante discutível as objeções práticas
  • 42:34 - 42:36
    comuns contra as extrapolações
    mencionadas acima.
  • 42:36 - 42:40
    Em suma, temos um potencial
    de completa abundância global de alimentos.
  • 42:42 - 42:43
    Água.
  • 42:44 - 42:47
    Segundo a Organização Mundial de Saúde,
    cerca de 2,6 bilhões de pessoas,
  • 42:47 - 42:49
    metade do mundo em desenvolvimento,
    carecem de saneamento básico adequado
  • 42:50 - 42:52
    e cerca de 1,1 bilhão
    de pessoas não têm acesso
  • 42:53 - 42:55
    a qualquer tipo de
    fonte de água potável.
  • 42:55 - 42:58
    Devido ao esgotamento em curso, em 2025,
  • 42:58 - 43:01
    estima-se que cerca de
    2 bilhões de pessoas
  • 43:01 - 43:04
    viverão em áreas duramente
    afetadas pela escassez de água,
  • 43:04 - 43:07
    com 2/3 de toda a população mundial
  • 43:08 - 43:10
    vivendo em áreas com
    períodos de falta de água.
  • 43:11 - 43:14
    A causa? Obviamente
    desperdício e poluição,
  • 43:14 - 43:16
    mas não vou falar sobre isso.
  • 43:16 - 43:19
    Os detalhes, causas e prevenção,
    não são o tema aqui.
  • 43:20 - 43:23
    Em vez disso, vamos adotar, mais uma vez,
    apenas uma abordagem da capacidade tecnológica,
  • 43:23 - 43:28
    considerando os sistemas modernos
    de purificação e dessalinização
  • 43:28 - 43:30
    na escala macro industrial.
  • 43:31 - 43:33
    A purificação.
  • 43:33 - 43:39
    Globalmente, cada pessoa usa, em média,
    1.385m³ de água por ano.
  • 43:39 - 43:43
    Isso leva em conta toda a atividade industrial,
    bem como a agricultura.
  • 43:44 - 43:47
    Por uma questão de argumentação,
    vamos considerar o que levaria para purificar
  • 43:47 - 43:53
    toda a água doce que é usada no mundo, em média, por ano.
  • 43:53 - 43:58
    Dada a média global de 1385m³
  • 43:58 - 44:00
    e uma população de 7,2 bilhões,
  • 44:00 - 44:04
    chegamos a um consumo anual total
    de cerca de 10 trilhões de m³.
  • 44:05 - 44:11
    Usando como base uma uma estação de desinfecção
    por Raios UV do Estado de Nova Iorque,
  • 44:11 - 44:15
    que possui capacidade de produção de cerca
    de 3 bilhões de metros cúbicos por ano,
  • 44:16 - 44:19
    ocupando cerca de 0,9 hectares de terra,
  • 44:19 - 44:22
    precisaríamos de 3.327 estações
  • 44:22 - 44:27
    para purificar toda a água utilizada
    por toda a população global,
  • 44:27 - 44:30
    ocupando cerca de 3.000 hectares de terra.
  • 44:31 - 44:34
    Nem é preciso dizer que há
    muitos outros fatores que entram em jogo,
  • 44:34 - 44:37
    tais como as necessidades de energia,
    localização, etc. Isso faz sentido.
  • 44:37 - 44:39
    No entanto, esse é um pequeno problema.
  • 44:40 - 44:42
    3.000 hectares não são nada comparados
  • 44:42 - 44:46
    aos 9 bilhões de hectares
    de terra do planeta.
  • 44:47 - 44:50
    Para dar um exemplo mais prático:
    os militares dos EUA, sozinhos,
  • 44:51 - 44:55
    tem cerca de 845 mil bases militares
  • 44:56 - 44:58
    e edifícios.
  • 44:58 - 45:03
    Foi relatado que isso usa até 7,5 milhões
    de hectares em todo o mundo.
  • 45:04 - 45:08
    Somente 0,04% dessa terra seria necessário
  • 45:08 - 45:12
    para tratar a água fresca total
    que o planeta inteiro consome.
  • 45:12 - 45:16
    Isso caso fosse necessário, o que, obviamente, não é.
  • 45:17 - 45:19
    Dessalinização.
  • 45:19 - 45:22
    Vamos usar a mesma extrapolação
    teórica para a dessalinização.
  • 45:23 - 45:26
    O método de dessalinização mais comum hoje
    é chamado de "osmose inversa".
  • 45:26 - 45:29
    De acordo com a Associação
    Nacional de Dessalinização,
  • 45:30 - 45:34
    é responsável por 60% do tratamento
    de dessalinização, a nível mundial.
  • 45:34 - 45:37
    Há uma série de outros métodos
    que estão emergindo muito rapidamente
  • 45:37 - 45:40
    com níveis elevados de eficiência, os quais podem
    tratar a água muito mais rapidamente.
  • 45:40 - 45:42
    Mas não vou falar sobre isso.
  • 45:42 - 45:44
    Quero falar somente dos métodos
    comuns, aplicados hoje.
  • 45:45 - 45:47
    Apenas tenha em mente que
    tudo o que eu estou falando
  • 45:47 - 45:49
    tem imensas melhorias
    chegando muito em breve.
  • 45:49 - 45:54
    Há uma estação de dessalinização da água do mar
    por osmose inversa avançada na Austrália
  • 45:54 - 45:58
    capaz de produzir cerca de
    150 milhões de m³ de água doce por ano
  • 45:58 - 46:00
    ocupando aproximadamente
    13 hectares.
  • 46:00 - 46:04
    Dado que uso anual total
    de água do mundo, hoje,
  • 46:04 - 46:07
    é cerca de 10 trilhões
    de metros cúbicos,
  • 46:07 - 46:09
    levaria 60 mil estações
    para produzir
  • 46:09 - 46:12
    toda a água usada globalmente hoje.
  • 46:12 - 46:15
    Considerando as dimensões
    dessa estação, que é muito grande,
  • 46:15 - 46:18
    tal façanha levaria mais ou menos
    29 mil quilômetros de litoral,
  • 46:18 - 46:22
    ou 8,5% dos litorais do mundo.
  • 46:22 - 46:26
    Obviamente, isso não é o ideal, é muito litoral,
  • 46:26 - 46:28
    mas este exercício é sobre proporções.
  • 46:28 - 46:31
    É óbvio que não precisamos
    dessalinizar toda a água usada,
  • 46:31 - 46:34
    nem ignoraríamos o uso
    de processos de purificação
  • 46:35 - 46:39
    ou ignoraríamos as vastas reformas necessárias
    para preservar a eficiência e a água doce;
  • 46:40 - 46:44
    ou, de igual importância, os sistemas
    de reuso que estão vindo à fruição
  • 46:44 - 46:47
    onde os edifícios são capazes
    de usar a água várias vezes,
  • 46:47 - 46:50
    reciclando a água que vem da pia
    para ser usada em descargas,
  • 46:50 - 46:54
    e outros mecanismos que, infelizmente,
    não são usados pela a grande maioria.
  • 46:55 - 46:58
    Vamos fazer uma extrapolação
    um pouco mais prática e real,
  • 46:58 - 47:01
    combinando apenas
    purificação e dessalinização,
  • 47:01 - 47:04
    com estatísticas reais
    de escassez regionais.
  • 47:04 - 47:07
    No continente africano,
    há cerca de 345 milhões de pessoas
  • 47:08 - 47:10
    que não têm acesso a água potável.
  • 47:10 - 47:13
    Se aplicarmos a taxa de
    consumo média global observada,
  • 47:13 - 47:16
    novamente: 1385m³ por ano,
  • 47:16 - 47:20
    procurando fornecer essa quantidade
    a cada uma dessas 345 milhões de pessoas,
  • 47:21 - 47:25
    precisaríamos produzir cerca de 480 bilhões
    de metros cúbicos anualmente.
  • 47:25 - 47:27
    Se dividirmos esse número na metade
  • 47:27 - 47:32
    e usarmos a purificação para uma parte
    e dessalinização para a outra parte,
  • 47:32 - 47:36
    o processo de dessalinização usaria 1,9%
  • 47:36 - 47:40
    ou 795 km de litoral para suas instalações,
  • 47:41 - 47:46
    e apenas cerca de 118 hectares de terra
    para instalações de purificação,
  • 47:46 - 47:49
    que é uma fração minúscula
    do continente africano
  • 47:49 - 47:51
    que possui cerca de
    2,8 bilhões de hectares.
  • 47:51 - 47:54
    Portanto, isso é altamente realizável,
    mesmo neste exemplo bruto.
  • 47:55 - 48:00
    De qualquer maneira, maximizaríamos
    estrategicamente o processos de purificação,
  • 48:00 - 48:02
    já que é claramente mais eficiente,
  • 48:02 - 48:06
    e usaríamos a dessalinização
    apenas para a demanda restante.
  • 48:07 - 48:09
    Em suma, é um absurdo
    para qualquer um no planeta
  • 48:09 - 48:12
    ficar sem água doce,
    sem falar, entre parêntesis,
  • 48:13 - 48:16
    que 70% de toda a água doce usada hoje
  • 48:17 - 48:22
    vai para a agricultura em nossos métodos
    agrícolas com alto desperdício. 70%!
  • 48:23 - 48:28
    Se, por exemplo, aplicássemos sistemas
    de fazendas verticais cuja economia
  • 48:28 - 48:31
    de água já foi constatada em mais de 80%,
  • 48:31 - 48:33
    veríamos um enorme aumento
    na disponibilidade
  • 48:33 - 48:36
    desse recurso escasso.
  • 48:36 - 48:38
    Passando para a energia.
  • 48:38 - 48:43
    Vivemos em uma massiva máquina de
    motor-perpétuo conhecida como Universo.
  • 48:43 - 48:47
    O fato de ainda estarmos usando reservas
    de combustíveis fósseis poluidores na Terra
  • 48:47 - 48:50
    ou o fenômeno nuclear
    incrivelmente instável,
  • 48:50 - 48:53
    o qual deixa pouco espaço
    para a falibilidade humana,
  • 48:53 - 48:55
    é verdadeiramente assustador.
  • 48:56 - 49:00
    Existem quatro principais
    ontes de energias renováveis
  • 49:00 - 49:02
    de grande capacidade
  • 49:02 - 49:05
    que são atualmente ideais,
  • 49:05 - 49:08
    conforme o nosso estado atual
    da aplicação tecnológica.
  • 49:08 - 49:11
    São as estações
    geotérmicas, eólicas,
  • 49:11 - 49:14
    solares e energia
    à base de água.
  • 49:14 - 49:17
    Devido à falta de tempo,
    não vou explicar o que são
  • 49:17 - 49:19
    e suponho que a maioria já sabe.
    Eu só vou fazer
  • 49:19 - 49:21
    uma comparação da abundância.
  • 49:22 - 49:23
    Geotérmica.
  • 49:23 - 49:26
    Um relatório de 2006 do MIT
    sobre energia geotérmica
  • 49:26 - 49:29
    constatou que 13 mil zettajoules de energia
    estão atualmente disponíveis na Terra,
  • 49:29 - 49:33
    com 2 mil zettajoules ao alcance
  • 49:33 - 49:35
    com o aperfeiçoamento
    de tecnologias.
  • 49:35 - 49:38
    O consumo total de energia de
    todos os países do planeta
  • 49:38 - 49:41
    é apenas metade de
    um zettajoule por ano.
  • 49:41 - 49:44
    Isto significa, literalmente, que milhares
    de anos de energia planetária
  • 49:44 - 49:47
    poderiam ser aproveitados
    apenas por este meio.
  • 49:47 - 49:52
    A energia geotérmica também usa muito menos
    área do que outras fontes de energia.
  • 49:53 - 49:54
    Por aproximadamente 30 anos,
  • 49:54 - 49:55
    um período de tempo
    comumente usado
  • 49:55 - 50:00
    para comparar o impacto do ciclo
    de vida de diferentes fontes de energia,
  • 50:00 - 50:03
    verificou-se que uma instalação
    de energia geotérmica
  • 50:04 - 50:09
    usa 404 m² de terreno
    por gigawatt hora,
  • 50:09 - 50:11
    enquanto uma
    termelétrica a carvão
  • 50:11 - 50:16
    usa 3.632 m² por
    gigawatt hora.
  • 50:17 - 50:20
    Se fizessemos uma comparação básica
    entre energia geotérmica e a carvão,
  • 50:20 - 50:23
    usando essa proporção
    de m² por gigawatt hora,
  • 50:23 - 50:25
    veríamos que dá para encaixar
    9 usinas geotérmicas
  • 50:25 - 50:28
    no espaço de uma usina a carvão.
  • 50:28 - 50:31
    E isso sem contar a enorme
    quantidade de terra
  • 50:31 - 50:33
    que é utilizada atualmente para
    a extração do carvão.
  • 50:34 - 50:36
    Esses enormes buracos
    que vemos na terra.
  • 50:36 - 50:39
    E alias a beleza da energia
    geotérmica e, de fato,
  • 50:39 - 50:42
    de todas as fontes de energias
    renováveis sobre as quais vou falar,
  • 50:42 - 50:45
    é que o local de
    extração [de energia]
  • 50:45 - 50:48
    é quase sempre no mesmo lugar
    da produção [de eletricidade]
  • 50:48 - 50:51
    e da distribuição também.
  • 50:51 - 50:55
    Todas as fontes de hidrocarbonetos,
    por outro lado, exigem que a extração
  • 50:55 - 50:59
    e as instalações de produção de energia
    fiquem quase sempre em locais separados,
  • 50:59 - 51:02
    e às vezes refinarias também,
    em outro local.
  • 51:03 - 51:06
    Em 2013, foi anunciado que uma
    termelétrica de 1.000 megawatts
  • 51:06 - 51:09
    seria construída na Etiópia.
  • 51:09 - 51:13
    Vamos usar isso como uma
    base teórica para extrapolação.
  • 51:14 - 51:16
    Se fosse uma usina geotérmica
    de 1.000 megawatts
  • 51:16 - 51:19
    operando a plena capacidade,
  • 51:19 - 51:21
    24 horas por dia,
    365 dias por ano,
  • 51:21 - 51:26
    produziria 8,7 milhões de
    megawatts hora por ano.
  • 51:26 - 51:29
    A demanda atual de energia
    mundial é de mais ou menos
  • 51:29 - 51:32
    153 bilhões
    megawatts hora por ano,
  • 51:32 - 51:35
    o que significa que seriam
    necessárias, teoricamente,
  • 51:35 - 51:39
    umas 17 mil usinas geotérmicas
    para suprir a demanda global.
  • 51:40 - 51:45
    Há mais de 2.300 termelétricas a
    carvão em operação no mundo hoje.
  • 51:45 - 51:49
    Usando a comparação de tamanho
    mencionada anteriormente,
  • 51:49 - 51:53
    de nove usinas geotérmicas cabendo
    no espaço de uma termelétrica a carvão,
  • 51:53 - 51:57
    seria necessário o espaço de
    1.940 termelétricas a carvão
  • 51:57 - 52:01
    para conter as 17 mil
    usinas geotérmicas
  • 52:01 - 52:04
    ou 84% do total das termelétricas
    a carvão existentes hoje.
  • 52:05 - 52:07
    Além disso, dado que o carvão
    corresponde por apenas 41%
  • 52:08 - 52:10
    de produção de
    energia atualmente,
  • 52:10 - 52:13
    esta extrapolação teórica
    também mostra
  • 52:13 - 52:17
    como, em 84% do espaço atualmente
    usado por termelétricas a carvão,
  • 52:18 - 52:20
    as usinas geotérmicas
    poderiam fornecer
  • 52:20 - 52:24
    100% da demanda
    energética global.
  • 52:25 - 52:28
    Parques eólicos.
  • 52:28 - 52:31
    Calcula-se, hoje, com a tecnologia
    de turbinas existentes,
  • 52:31 - 52:32
    que está melhorando rapidamente,
  • 52:32 - 52:33
    que a Terra pode produzir
  • 52:33 - 52:36
    centenas de trilhões de watts
    de potência, muitas vezes mais
  • 52:36 - 52:39
    do que o mundo
    consome no total.
  • 52:39 - 52:42
    No entanto, de forma simplificada,
    usando os 3600 hectares
  • 52:42 - 52:45
    do Parque Eólico Alta, na Califórnia,
    como base teórica,
  • 52:45 - 52:51
    que tem uma capacidade ativa
    de 1320 megawatts de potência,
  • 52:51 - 52:55
    uma produção anual de 11 milhões
    de megawatts hora é possível, em teoria.
  • 52:56 - 53:01
    Isso significa que 13 mil
    parques eólicos de 3600 hectares
  • 53:01 - 53:02
    seriam necessários para atender
  • 53:03 - 53:07
    demanda global total de
    153 bilhões de megawatts hora.
  • 53:07 - 53:11
    Isso requer cerca de 48 milhões
    de hectares de terra
  • 53:11 - 53:16
    ou 0,3% da superfície da Terra
  • 53:16 - 53:19
    para fornecer energia ao
    mundo todo, em abstração.
  • 53:19 - 53:22
    No entanto, a energia eólica
    em mar aberto
  • 53:22 - 53:25
    é geralmente muito mais poderosa
    do que quando baseada em terra.
  • 53:25 - 53:26
    De acordo com a
  • 53:26 - 53:32
    'Avaliação de Recursos Eólicos em
    Mar Aberto para os Estados Unidos':
  • 53:32 - 53:37
    um potencial de 4150 gigawatts
    em turbinas eólicas
  • 53:37 - 53:40
    poderia ser gerado
  • 53:40 - 53:43
    em mar aberto, apenas
    nos Estados Unidos.
  • 53:43 - 53:47
    Supondo que esta fonte de energia
    fosse estável durante um ano inteiro,
  • 53:47 - 53:51
    ficaríamos com um total de energia de
    36 bilhões de megawatts hora no ano.
  • 53:52 - 53:55
    Sendo que Estados Unidos, em 2010,
  • 53:55 - 53:58
    usou 25,7 bilhões
    de megawatts hora,
  • 53:58 - 54:01
    concluímos que a produção de
    energia eólica em mar aberto sozinha
  • 54:01 - 54:04
    atenderia e excederia
    o uso total nacional
  • 54:04 - 54:08
    em cerca de 10,6 bilhões
    megawatts hora, ou 41%.
  • 54:09 - 54:13
    E axiomaticamente, extrapolando
    esse nível nacional de capacidade
  • 54:13 - 54:15
    para as demais linhas
    costeiras do planeta,
  • 54:16 - 54:21
    levando também em conta as estatísticas
    baseadas em terra mencionadas anteriormente,
  • 54:21 - 54:25
    é claro que podemos abastecer
    em energia o mundo várias vezes
  • 54:25 - 54:27
    com energia eólica e
    de forma bastante prática.
  • 54:29 - 54:31
    Usinas solares.
  • 54:32 - 54:35
    Se a humanidade pudesse capturar 0,1%
    da energia solar que incide na Terra
  • 54:36 - 54:38
    teríamos acesso a
    seis vezes mais energia
  • 54:38 - 54:41
    de que consumimos em
    todas as formas hoje.
  • 54:41 - 54:43
    A capacidade de aproveitar essa
    energia depende da tecnologia
  • 54:43 - 54:47
    e do percentual de
    conversão da radiação.
  • 54:48 - 54:51
    O Sistema Solar Elétrico Ivanpah,
    na Califórnia,
  • 54:51 - 54:54
    é um campo de
    1400 hectares
  • 54:54 - 54:57
    com uma geração anual de cerca de
    um milhão de megawatts hora.
  • 54:57 - 55:02
    Se extrapolássemos, utilizando
    isso como a base teórica,
  • 55:02 - 55:08
    levaria cerca de 142 mil campos ou
    cerca de 200 milhões de hectares de terra
  • 55:08 - 55:11
    para atender ao consumo
    global atual de energia.
  • 55:11 - 55:14
    Isso dá cerca de 1,5% da
    área total da Terra.
  • 55:15 - 55:20
    Os desertos cobrem cerca de 1/3 do mundo,
    ou cerca de 4,8 bilhões de hectares
  • 55:20 - 55:23
    e eles tendem a ser bastante
    favoráveis a usinas solares,
  • 55:23 - 55:27
    embora muitas vezes a menos propícios
    ao suporte à vida para o ser humano.
  • 55:27 - 55:30
    Tendo em conta os cerca de
    200 milhões de hectares
  • 55:30 - 55:33
    teoricamente necessários para abastecer
    o mundo com energia, como calculado,
  • 55:34 - 55:37
    apenas 4,1% dos desertos do
    mundo seriam necessários
  • 55:37 - 55:39
    para conter essas usinas.
  • 55:40 - 55:43
    É terra que praticamente
    não tem outra utilidade.
  • 55:44 - 55:46
    Energia baseada em água.
  • 55:46 - 55:50
    Existem cinco tipos dominantes de
    energia a base de água: ondas, das marés,
  • 55:50 - 55:52
    corrente oceânicas, osmótica,
  • 55:52 - 55:55
    oceano térmica, e cursos de água.
  • 55:55 - 55:58
    Em geral, a tecnologia para
    o aproveitamento do oceano
  • 55:58 - 56:01
    está em sua infância,
    mas o potencial é muito grande.
  • 56:01 - 56:04
    E com base em
    estimativas tradicionais,
  • 56:04 - 56:07
    seguem os potenciais globais
    geralmente aceitos,
  • 56:07 - 56:11
    estimados usando
    os métodos existentes.
  • 56:11 - 56:15
    Não estamos usando tecnologia avançada
    que não já esteja em aplicação.
  • 56:16 - 56:21
    A soma dá em torno de
    150 mil terawatt hora por ano
  • 56:21 - 56:24
    ou 96% do uso global atual
  • 56:24 - 56:26
    de meio zetta joule.
  • 56:26 - 56:31
    É o suficiente para abastecer o mundo a partir
    de uma só fonte, se fosse explorada.
  • 56:31 - 56:34
    No entanto, para dar uma ideia do
    potencial tecnológico crescente,
  • 56:34 - 56:37
    porque eu acho que isso é importante,
    considerando como a tecnologia
  • 56:37 - 56:41
    de energia orientada a água está
    profundamente em sua infância,
  • 56:41 - 56:44
    desenvolvimentos recentes no
    aproveitamento das correntes oceânicas
  • 56:45 - 56:47
    - as correntes que existem no fundo do oceano -
  • 56:47 - 56:50
    que podem abranger velocidades muito
    mais baixas agora do que costumavam,
  • 56:50 - 56:53
    foi estimado que o oceano,
    sozinho, poderia hoje,
  • 56:53 - 56:57
    teoricamente, abastecer o mundo inteiro,
    se explorado corretamente.
  • 56:59 - 57:00
    Vamos recapitular:
  • 57:01 - 57:04
    Eólica, solar, d'água e a
    energia geotérmica demonstraram,
  • 57:04 - 57:07
    como grande fontes de
    energia renovável,
  • 57:07 - 57:11
    que são capazes, individualmente,
    de atender e até exceder em muito
  • 57:11 - 57:15
    a demanda anual global
    de energia neste momento.
  • 57:15 - 57:19
    E, obviamente, uma abordagem de sistemas,
    harmonizando uma fração otimizada
  • 57:19 - 57:22
    de cada uma dessas fontes
    renováveis, estrategicamente,
  • 57:22 - 57:26
    é a chave para alcançar a
    abundância total e global de energia.
  • 57:27 - 57:29
    Por exemplo, não é
    inconcebível imaginar
  • 57:29 - 57:32
    uma série de ilhas
    artificiais flutuantes
  • 57:32 - 57:36
    em litorais selecionados, projetadas
    para aproveitar, de uma só vez,
  • 57:36 - 57:41
    o vento, o sol, a diferença térmica,
    as ondas, as marés e as correntes,
  • 57:41 - 57:44
    todos ao mesmo tempo
    e no mesmo local.
  • 57:44 - 57:48
    Tais ilhas de energia enviariam, então,
    sua colheita de volta a terra
  • 57:48 - 57:50
    para armazenamento
    e distribuição.
  • 57:50 - 57:54
    Projetar coisas desse tipo depende
    apenas da nossa engenhosidade.
  • 57:56 - 57:58
    Localização e reuso.
  • 57:58 - 58:00
    A última coisa que quero
    mencionar sobre energia,
  • 58:01 - 58:04
    que se baseia explicitamente
    neste pensamento sistêmico,
  • 58:04 - 58:07
    tem a ver com a localização
    e esquemas de reuso.
  • 58:08 - 58:11
    A exploração local de energia
    não recebe um décimo
  • 58:11 - 58:14
    da atenção que
    precisa hoje.
  • 58:14 - 58:16
    Métodos renováveis de pequena
    escala menor que favorecem
  • 58:17 - 58:19
    estruturas individuais
    ou pequenas áreas
  • 58:19 - 58:22
    se enquadram na mesma lógica de sistemas,
    qualquer que seja a combinação.
  • 58:23 - 58:25
    Esses sistemas locais poderiam
    também, se for necessário,
  • 58:25 - 58:28
    estar ligados com o sistema
    de carga base maior,
  • 58:28 - 58:31
    criando uma rede global integrada
    e de fontes diversificadas,
  • 58:31 - 58:34
    que acontece às vezes hoje
    com a energia solar.
  • 58:34 - 58:37
    Existem muitos sistemas localizados
    lá fora que pode extrair energia
  • 58:37 - 58:40
    do ambiente próximo:
    há matrizes de energia solar,
  • 58:41 - 58:43
    há sistemas de captação
    de vento de pequeno porte,
  • 58:43 - 58:45
    aquecimento e
    arrefecimento geotérmico
  • 58:45 - 58:48
    e até mesmo projetos arquitetônicos
    que simplesmente tornam o uso
  • 58:49 - 58:51
    da luz natural e o isolamento
    térmico mais eficientes.
  • 58:52 - 58:54
    Buckminster Fuller foi genial
    com suas estruturas geodésicas
  • 58:54 - 58:57
    e como elas conseguem reter
    energia muito bem. É a mesma ideia.
  • 58:58 - 59:00
    Olhando para a
    infra-estrutura das cidades,
  • 59:00 - 59:04
    vemos o mesmo desperdício de
    eficiência possível em quase toda parte.
  • 59:04 - 59:07
    Uma tecnologia simples
    chamada piezoeletricidade
  • 59:07 - 59:11
    é capaz de converter energia mecânica
    e pressão diretamente em eletricidade.
  • 59:11 - 59:15
    É um excelente exemplo de um método de
    reaproveitamento de energia com grande potencial.
  • 59:15 - 59:18
    As aplicações existentes
    incluem a geração de energia
  • 59:18 - 59:22
    por pessoas simplesmente andando
    sobre estes pisos e calçadas,
  • 59:22 - 59:25
    ruas que podem gerar energia
    pelo tráfego de veículos,
  • 59:25 - 59:28
    e sistemas ferroviários que
    também podem capturar energia
  • 59:28 - 59:31
    da passagem de trens
    através de pressão.
  • 59:31 - 59:35
    Pessoas que estudaram
    isso sugeriram
  • 59:35 - 59:38
    que um trecho de estrada de
    um quilômetro e meio de comprimento,
  • 59:38 - 59:41
    quatro faixas de largura,
    uma rodovia,
  • 59:41 - 59:43
    e trafegada por cerca de
    mil veículos por hora
  • 59:44 - 59:46
    pode criar cerca de
    0,4 megawatts de energia,
  • 59:46 - 59:49
    o que é suficiente para
    alimentar 600 casas.
  • 59:49 - 59:52
    Agora, extrapole para o grosso
    das estradas do mundo,
  • 59:53 - 59:56
    você tem uma fonte muito poderosa
    de energia regenerativa.
  • 59:58 - 60:01
    No geral, se pensarmos sobre o enorme
    desperdício de energia mecânica
  • 60:01 - 60:05
    apenas por veículos e pedestres
    em centros de alto tráfego,
  • 60:05 - 60:08
    o potencial de energia a
    ser regenerada é substancial.
  • 60:08 - 60:11
    É este o pensamento
    sistêmico que é necessário
  • 60:11 - 60:13
    para manter a sustentabilidade
  • 60:13 - 60:17
    e ao mesmo tempo buscar essa
    abundância de energia global.
  • 60:19 - 60:22
    O último assunto, mais complexo,
    além da energia,
  • 60:22 - 60:25
    será o tema de
    abundância material
  • 60:25 - 60:27
    e da criação dos bens de
    consumo necessários à vida.
  • 60:28 - 60:31
    Ao contrário da categoria
    anterior, mais simples,
  • 60:31 - 60:34
    a pós-escassez da água
    e da energia e etc.,
  • 60:34 - 60:38
    a criação de uma ampla
    abundância material
  • 60:38 - 60:41
    de todos os itens básicos que compõem
    a média atual, pode-se dizer,
  • 60:42 - 60:45
    do que é culturalmente considerado
    um "alto padrão de vida", hoje,
  • 60:45 - 60:47
    é substancialmente mais
    radical em sua necessidade
  • 60:48 - 60:50
    de revisão e mudança
    da cadeia industrial.
  • 60:51 - 60:55
    Como dito anteriormente, o método
    atual altamente ineficiente
  • 60:55 - 60:59
    de design industrial, produção,
    distribuição e regeneração
  • 60:59 - 61:02
    é uma das principais razões
    por estarmos em um estado constante
  • 61:02 - 61:04
    de excesso global na
    utilização dos recursos
  • 61:04 - 61:08
    e de perda desestabilizadora
    de biodiversidade.
  • 61:09 - 61:12
    Além disso, como observado antes,
    o mercado não incentiva
  • 61:12 - 61:14
    estados avançados
    de eficiência,
  • 61:14 - 61:17
    já que a eficiência sempre
    reduz a quantidade de trabalho,
  • 61:17 - 61:20
    recursos e serviços necessários
    para um determinado fim
  • 61:21 - 61:23
    e, portanto, reduz a
    circulação monetária.
  • 61:23 - 61:26
    Não consigo deixar
    de reforçar isso sempre.
  • 61:26 - 61:29
    Portanto, um nova visão
    sistêmica sinérgica da indústria
  • 61:30 - 61:33
    focalizada explicitamente na eficiência
    no uso dos materiais e da mão de obra
  • 61:34 - 61:38
    juntamente com uma estratégia otimizada
    para a sustentabilidade está em pauta.
  • 61:38 - 61:43
    Por uma questão de tempo e como
    transição para a última parte dos cálculos,
  • 61:43 - 61:46
    eu vou focar em alguns
    princípios ou protocolos
  • 61:46 - 61:49
    e como cada protocolo
    auxilia na eficiência
  • 61:49 - 61:52
    para esta abundância
    pós-escassez.
  • 61:52 - 61:55
    Sem isso levaria uma
    quantidade enorme de tempo.
  • 61:55 - 61:57
    Não é tão simples quanto
    as extrapolações anteriores.
  • 61:57 - 61:59
    No entanto, neste livro que
    eu mencionei haverá um capítulo
  • 61:59 - 62:02
    dedicada a esta temática,
    com muitos detalhes.
  • 62:07 - 62:09
    1) Acesso, não propriedade privada.
  • 62:10 - 62:13
    Uma sociedade baseada na propriedade
    incentiva a preferência de possuir
  • 62:14 - 62:16
    um determinado produto, em vez de alugar
  • 62:17 - 62:19
    ou ter acesso, quando necessário.
  • 62:20 - 62:23
    Eu sou um cineasta e apesar, de alugar
    alguns equipamentos de vez em quando,
  • 62:23 - 62:26
    é muito mais econômico e
    inteligente comprar as coisas
  • 62:27 - 62:29
    porque elas têm
    valor de revenda.
  • 62:29 - 62:32
    Este incentivo à propriedade universal
    é um incrível desperdício
  • 62:32 - 62:36
    quando examinamos o tempo de
    uso real de um determinado bem.
  • 62:37 - 62:41
    Facilitar os meios de acesso quando as
    coisas podem ser compartilhadas
  • 62:41 - 62:45
    permitirá que muitos ganhem acesso aos bens
    que de outra forma não poderiam usar
  • 62:45 - 62:49
    bem como a redução na produção,
    em proporção, desses bens.
  • 62:49 - 62:51
    Numa Economia Baseada
    em Recursos e Lei Natural
  • 62:51 - 62:55
    procuramos criar uma abundância de acesso,
    não uma abundância de propriedade
  • 62:55 - 62:57
    que é inerentemente
    um desperdício.
  • 62:58 - 63:02
    Em paralelo, também é importante
    notar que a propriedade
  • 63:02 - 63:04
    não é um
    conceito empírico.
  • 63:04 - 63:07
    Apenas o acesso é
    empiricamente válido.
  • 63:07 - 63:10
    Propriedade é um
    artifício protecionista.
  • 63:10 - 63:13
    O acesso é a realidade
    da condição social humana.
  • 63:13 - 63:16
    Para que você possa realmente
    dizer que "possui" um computador,
  • 63:16 - 63:18
    você tem que ter
    chegado sozinho
  • 63:18 - 63:22
    a todo o processo tecnológico
    que fez essa coisa
  • 63:22 - 63:24
    juntamente com as ideias
    que compõem as ferramentas
  • 63:24 - 63:27
    que você poderia ter usado
    para fazer esse computador.
  • 63:27 - 63:29
    Isso é literalmente impossível
  • 63:29 - 63:33
    e é o que destrói a antiga
    teoria do valor-trabalho.
  • 63:33 - 63:36
    - propriedade é o que é apresentada
    pelos economistas clássicos -
  • 63:37 - 63:40
    Não existe propriedade.
    Há apenas o acesso e partilha,
  • 63:40 - 63:43
    não importa o sistema
    social que usa.
  • 63:44 - 63:47
    2) Reciclagem no próprio Design.
  • 63:47 - 63:50
    Ao contrário da nossa intuição,
    não existe desperdício
  • 63:50 - 63:51
    no mundo natural.
  • 63:51 - 63:54
    Não só do ponto de vista
    da biosfera, que reutiliza
  • 63:54 - 63:56
    tudo em seu processo,
  • 63:56 - 64:01
    os 92 principais elementos que ocorrem
    naturalmente na tabela periódica
  • 64:01 - 64:04
    que compõem toda a matéria
    não podem ser esgotados.
  • 64:05 - 64:08
    A humanidade tem dado
    muito pouca consideração
  • 64:08 - 64:12
    para o papel de regeneração dos materiais
    e como todas as nossas práticas de design
  • 64:12 - 64:15
    devem levar em conta
    essa reciclagem.
  • 64:15 - 64:18
    Na verdade, como alguns devem saber,
    o mais elevado estado desta reciclagem
  • 64:18 - 64:21
    eventualmente acabará vindo
    com a nanotecnologia.
  • 64:21 - 64:24
    A nanotecnologia será
    capaz de criar produtos
  • 64:24 - 64:28
    no nível atômico e
    desmontá-los de volta
  • 64:28 - 64:31
    praticamente para
    o ponto de partida.
  • 64:31 - 64:35
    É a forma perfeita de reciclagem.
    Por sinal, não estou sugerindo isso.
  • 64:35 - 64:38
    Não estou sugerindo que a nanotecnologia
    seja mesmo necessária neste momento,
  • 64:39 - 64:41
    como se fosse o que
    estamos fazendo agora.
  • 64:41 - 64:44
    É que este é um grande
    princípio para referenciar
  • 64:44 - 64:47
    em relação à importância
    da regeneração.
  • 64:48 - 64:52
    Hoje, a indústria tem pouco senso
    de sinergia nesse contexto.
  • 64:52 - 64:55
    A reciclagem é pensada depois.
    As empresas continuam fazendo coisas
  • 64:55 - 64:58
    como revestir cegamente materiais
    com tintas químicas e afins
  • 64:58 - 65:01
    que distorcem as propriedades
    desses materiais
  • 65:01 - 65:03
    fazendo com que sejam
    menos reaproveitáveis,
  • 65:03 - 65:06
    ou talvez completamente irrecuperáveis
    pelos métodos de reciclagem atuais.
  • 65:06 - 65:09
    Isso acontece o tempo todo.
    Então, resumindo,
  • 65:09 - 65:12
    a reciclagem estratégica
    é, provavelmente, o mais importante
  • 65:12 - 65:15
    núcleo para a
    abundância sustentada.
  • 65:16 - 65:19
    Cada aterro na Terra é apenas
    um desperdício de potencial.
  • 65:20 - 65:24
    Número 3: adequação estratégica
    ao design correto.
  • 65:24 - 65:26
    para o uso dos materiais
  • 65:26 - 65:29
    mais abundantes e
    propícios conhecidos.
  • 65:30 - 65:33
    Você vai notar essa qualificação
    da eficiência no que eu disse:
  • 65:34 - 65:36
    propício e abundante.
  • 65:36 - 65:41
    Propício significa mais adaptados com
    base nas propriedades dos materiais.
  • 65:41 - 65:45
    Abundante significa que
    você leva também em conta
  • 65:45 - 65:49
    a acessibilidade do material
    e o impacto ambiental
  • 65:49 - 65:54
    na comparação com outros materiais
    que podem ser menos ou mais propícios.
  • 65:54 - 65:57
    Esta é uma comparação
    da eficiência sinérgica.
  • 65:58 - 66:00
    Me desculpem se o vocabulário
    fica um pouco complicado.
  • 66:00 - 66:05
    Provavelmente o melhor exemplo disso
    seja a construção de um lar ou domicílio.
  • 66:05 - 66:08
    O uso comum de madeira, tijolos,
    parafusos e a vasta gama de peças
  • 66:08 - 66:13
    típicas de uma casa comum é muito
    ineficiente comparado com
  • 66:13 - 66:18
    materiais mais modernos, simplificados
    e pré-fabricados ou moldáveis.
  • 66:19 - 66:21
    A casa tradicional de 200
    metros quadrados requer cerca de
  • 66:22 - 66:24
    40 a 50 árvores,
    ou seja um hectare.
  • 66:24 - 66:28
    Compare isso com casas que podem
    ser criadas com processos de pré-fabricação
  • 66:28 - 66:31
    com polímeros
    ecológicos simples,
  • 66:31 - 66:35
    concreto ou outros métodos
    facilmente moldáveis.
  • 66:35 - 66:38
    A impressão em 3D, por exemplo,
    está a caminho.
  • 66:39 - 66:44
    Estas novas abordagens têm um impacto
    ambiental muito pequeno quando comparado
  • 66:44 - 66:47
    à continua destruição das florestas
    do planeta para extração de madeira.
  • 66:47 - 66:50
    A construção civil é, hoje, um dos setores
    industriais que mais consome e desperdiça
  • 66:50 - 66:53
    matéria prima no mundo.
  • 66:54 - 66:57
    com cerca de 40% de toda a
    matéria prima usada na construção
  • 66:57 - 66:59
    acabando como lixo
    no final da obra.
  • 67:01 - 67:05
    Número 4: Design propício para
    a automação do trabalho.
  • 67:05 - 67:08
    Bom isso é muito
    estranho para muitos.
  • 67:08 - 67:10
    Quanto mais nos conformamos
    com o estado atual
  • 67:11 - 67:14
    dos processos de produção
    rápida e eficiente,
  • 67:14 - 67:16
    maior a abundância gerada.
  • 67:17 - 67:20
    Se você ler textos sobre
    processos de fabricação,
  • 67:20 - 67:23
    eles normalmente separam
    o trabalho em três categorias.
  • 67:23 - 67:27
    Há a montagem humana, a
    mecanização e a automação.
  • 67:27 - 67:29
    Montagem humana
    significa feito à mão.
  • 67:29 - 67:32
    Mecanização significa máquinas
    auxiliando o trabalhador,
  • 67:32 - 67:35
    e automação significa que
    não há participação humana.
  • 67:37 - 67:40
    Imagine que você está precisando de
    uma cadeira e existem três modelos.
  • 67:40 - 67:44
    O primeiro é elaborado e complexo
    e só pode ser feito à mão.
  • 67:44 - 67:47
    O segundo é mais simples,
    e poderia ser feito de peças
  • 67:47 - 67:50
    feitas por máquinas, mas
    teria que ser montado à mão.
  • 67:50 - 67:56
    A terceira cadeira é produzida por um
    processo completamente automatizado.
  • 67:58 - 68:01
    Esta última cadeira seria, em teoria,
    o objetivo de design
  • 68:02 - 68:04
    desta nova abordagem.
  • 68:05 - 68:08
    Isso teria por efeito reduzir a
    complexidade do processo de automação,
  • 68:08 - 68:10
    com pouco ou nenhum
    trabalho humano.
  • 68:10 - 68:14
    Imagine uma fábrica que
    não só produz carros,
  • 68:14 - 68:17
    mas produz praticamente
    qualquer tipo de coisa
  • 68:17 - 68:20
    feita dos mesmos
    materiais básicos.
  • 68:20 - 68:22
    Isto é muito viável.
  • 68:22 - 68:25
    Isto iria aumentar a
    produção significativamente.
  • 68:25 - 68:29
    Em outras palavras, estamos
    otimizando os meios de produção.
  • 68:29 - 68:32
    E entre parêntesis, muitos que
    vêem coisas como esta
  • 68:32 - 68:35
    acham que isso significa que não vai
    existir mais qualquer variedade no futuro,
  • 68:35 - 68:39
    que tudo vai ser básico e uniformizado e
    todo mundo vai ter as mesmas coisas.
  • 68:39 - 68:43
    Não, eu só estou usando isso como um
    exemplo para falar sobre eficiência.
  • 68:43 - 68:46
    Ser propício para a automação não
    significa a uniformidade universal
  • 68:46 - 68:49
    porque a quantidade
    de variações possíveis
  • 68:50 - 68:53
    com nossa tecnologia de automação
    atual é incrível e está acelerando.
  • 68:53 - 68:57
    Robótica modular: há muitas
    máquinas de auto-mudança
  • 68:57 - 69:00
    que podem criar uma grande
    quantidade de variações.
  • 69:00 - 69:03
    Tudo isso significa os processos
    existentes em seu estado atual
  • 69:03 - 69:06
    devem ser respeitados
    para facilitar a produção.
  • 69:06 - 69:09
    Por favor, não confunda isso com
    "todo mundo tem o mesmo modelo de tudo".
  • 69:09 - 69:12
    O que eles recebem são os mesmos
    princípios básicos de sustentabilidade,
  • 69:12 - 69:15
    que vêm em em formas diferentes,
    se você conseguir compreender isso.
  • 69:15 - 69:19
    Estes 4 parâmetros sendo utilizados,
    juntamente com a intenção básica
  • 69:19 - 69:23
    de auxiliar a tendência de
    efemerização em todos os níveis,
  • 69:23 - 69:26
    há pouca dúvida de
    que todo ser humano
  • 69:26 - 69:28
    poderia ter um
    alto padrão de vida.
  • 69:28 - 69:32
    É simplesmente uma questão de
    converter toda a ineficiência que temos
  • 69:32 - 69:36
    diretamente em produtividade,
    de forma estratégica.
  • 69:38 - 69:42
    Vou concluir esta seção, sinalizando
    que R. Buckminster Fuller
  • 69:42 - 69:45
    foi provavelmente o único
    ser humano que já tentou
  • 69:45 - 69:48
    levar em conta e quantificar o
    estado dos recursos e seu potencial
  • 69:48 - 69:51
    dentro dos últimos cem anos e,
    apesar de primitivo,
  • 69:52 - 69:56
    ele foi capaz de chegar
    à seguinte conclusão em 1969:
  • 69:57 - 70:01
    "O ser humano desenvolveu uma mecanização
    tão intensa na Primeira Guerra Mundial
  • 70:01 - 70:06
    que a percentagem da população
    total do mundo dos "ricos" industriais
  • 70:06 - 70:09
    subiu, em 1919, para 6%.
  • 70:09 - 70:11
    Esta foi uma mudança
    muito brusca na história.
  • 70:11 - 70:14
    Até a segunda guerra mundial,
    20% de toda a humanidade
  • 70:14 - 70:16
    tinha se tornado parte
    dos "ricos" industriais.
  • 70:17 - 70:21
    Atualmente, a proporção desses
    "ricos" é de 40% da humanidade.
  • 70:21 - 70:24
    Se aumentássemos o desempenho
    dos recursos do nível atual
  • 70:24 - 70:29
    para a eficiência global
    altamente viável de 12% acima
  • 70:29 - 70:32
    - aumentar o uso em 12%
    de forma holística, em média -
  • 70:32 - 70:35
    toda a humanidade
    pode ser atendida."
  • 70:35 - 70:40
    O aumento exponencial da tecnologia
    da informação desde 1969,
  • 70:40 - 70:42
    junto com a tecnologia aplicada e
  • 70:42 - 70:45
    o entendimento sinérgico
    avançado que temos hoje,
  • 70:46 - 70:48
    eu suspeito que, agora,
    excede em muito.
  • 70:48 - 70:53
    Ou seja, estamos muito além do aumento de
    eficiência de 12%, que ele viu como necessário.
  • 70:53 - 70:58
    O problema agora, em parte, é se adequar
    à facilitação industrial da maneira correta,
  • 70:59 - 71:01
    o que atualmente não é feito.
  • 71:02 - 71:06
    Isso nos leva à Parte III:
    Organização e Cálculos Econômicos.
  • 71:08 - 71:10
    Se você está se perguntando
    por que eu passei tanto tempo
  • 71:10 - 71:12
    nos pontos anteriores
    de pós-escassez
  • 71:12 - 71:15
    e esses dois problemas centrais
    inerentes ao capitalismo de mercado,
  • 71:15 - 71:18
    desequilíbrio social e
    desequilíbrio ambiental,
  • 71:18 - 71:21
    é porque não dá para entender
    a lógica dos fatores econômicos
  • 71:21 - 71:25
    envolvidos neste modelo sem
    essas percepções anteriores.
  • 71:27 - 71:30
    A Economia Baseada em Recursos e Lei Natural
    não é apenas uma consequência progressiva
  • 71:30 - 71:34
    da nossa capacidade crescente de
    sermos produtivos como espécie,
  • 71:34 - 71:37
    como se fôssemos simplesmente evoluir
    gradualmente para fora do sistema de mercado,
  • 71:37 - 71:39
    um passo de cada vez,
    sob esta abordagem.
  • 71:39 - 71:43
    Não. A extrema necessidade
    de remoção deste sistema
  • 71:43 - 71:45
    deve ser percebida mais uma vez.
  • 71:45 - 71:47
    Tem que se tornar
    uma parte, na verdade,
  • 71:47 - 71:50
    da estrutura de incentivos
    do novo modelo:
  • 71:50 - 71:54
    a compreensão histórica de que
    se não nos ajustarmos desta forma
  • 71:54 - 71:57
    vamos reverter para o
    período altamente instável
  • 71:57 - 71:59
    no qual estamos
    neste momento.
  • 72:00 - 72:03
    Um modelo econômico
    é uma construção teórica
  • 72:03 - 72:08
    que representa processos compostos
    por um conjunto de variáveis ou funções,
  • 72:08 - 72:11
    descrevendo as relações
    lógicas entre eles.
  • 72:11 - 72:12
    Definição básica.
  • 72:13 - 72:16
    Se alguém já estudou modelagem econômica
    tradicional ou baseada em mercado,
  • 72:16 - 72:19
    uma grande quantidade de tempo muitas vezes
    é gasta em coisas como a tendências de preços,
  • 72:20 - 72:23
    padrões de comportamento,
    funções utilitaristas,
  • 72:23 - 72:26
    inflação, flutuações cambiais, etc.
  • 72:26 - 72:31
    Raramente, ou nunca, algo é dito
    sobre a saúde pública ou ecológica.
  • 72:31 - 72:35
    Por quê? Porque o mercado é,
    novamente, cego em relação à vida
  • 72:35 - 72:39
    e dissociado da ciência de
    suporte à vida e sustentabilidade.
  • 72:39 - 72:42
    É simplesmente um
    sistema de procuração.
  • 72:44 - 72:48
    A melhor maneira de pensar sobre esta
    economia não é com termos tradicionais,
  • 72:48 - 72:50
    mas sim como um sistema
    avançado de produção,
  • 72:51 - 72:55
    distribuição e gerenciamento, no qual
    o público é democraticamente envolvido,
  • 72:55 - 72:59
    via uma uma espécie
    de economia participativa
  • 73:00 - 73:04
    que facilita os processos de entrada,
    como propostas de design
  • 73:04 - 73:08
    e avaliação da demanda,
    enquanto filtra todas as ações
  • 73:08 - 73:13
    através do que vamos chamar de
    protocolos de sustentabilidade e eficiência.
  • 73:13 - 73:17
    Estas são as regras básicas
    de ação industrial
  • 73:17 - 73:21
    estabelecidas pelas leis da natureza,
    não a opinião humana.
  • 73:21 - 73:25
    Como observado antes, nenhum desses
    interesses são estruturalmente inerentes
  • 73:25 - 73:29
    ao modelo capitalista e é claro que
    a humanidade precisa de um modelo
  • 73:29 - 73:33
    que tem esse tipo de coisa
    embutida para consideração.
  • 73:34 - 73:37
    Objetivos do sistema estrutural.
  • 73:37 - 73:40
    Todos os sistemas econômicos
    têm objetivos estruturais
  • 73:40 - 73:43
    que podem não ser óbvios.
  • 73:43 - 73:46
    O objetivo estrutural do capitalismo de mercado,
    conforme descrito, é o crescimento
  • 73:46 - 73:50
    e manutenção das taxas de consumo altas o
    suficiente para manter as pessoas empregadas
  • 73:50 - 73:56
    a todo momento, e o emprego exige também
    uma cultura, real ou percebida,
  • 73:56 - 73:59
    de ineficiência, e isso
    significa, essencialmente,
  • 73:59 - 74:04
    a preservação de escassez,
    de uma forma ou de outra.
  • 74:04 - 74:06
    Este é o seu objetivo estrutural.
  • 74:06 - 74:10
    E boa sorte em fazer com que
    um economista de mercado admita isso.
  • 74:11 - 74:15
    O objetivo deste modelo [a EBRLN]
    é otimizar a eficiência técnica
  • 74:16 - 74:19
    e criar o mais alto nível de
    abundância que for possível,
  • 74:19 - 74:22
    dentro dos limites da
    sustentabilidade na Terra,
  • 74:22 - 74:25
    buscando atender as necessidades
    humanas diretamente.
  • 74:28 - 74:30
    Panorama do sistema.
  • 74:30 - 74:34
    Um dos grandes mitos sobre este modelo
    é que tem um planejamento central.
  • 74:34 - 74:36
    Tenho certeza que muitos
    de nós já ouvimos isso.
  • 74:36 - 74:40
    O que isto significa baseado em
    precedentes históricos é que supõe-se
  • 74:40 - 74:44
    que um grupo de elite basicamente
    tomará as decisões econômicas
  • 74:44 - 74:45
    para a sociedade.
  • 74:46 - 74:51
    Não. Este modelo é um sistema
    de design colaborativo:
  • 74:51 - 74:54
    CDS (Collaborative Design System).
    Sem planejamento central.
  • 74:54 - 74:57
    É baseado inteiramente em
    interações com o público
  • 74:57 - 75:01
    facilitadas por um sistema programado
    em linguagem aberta (Open-Source),
  • 75:01 - 75:04
    que permite um fluxo constante
    de informação e resposta
  • 75:04 - 75:07
    e que pode, literalmente, permitir
    a opinião do público
  • 75:07 - 75:11
    sobre qualquer assunto industrial,
    seja pessoal ou social.
  • 75:12 - 75:14
    Agora, uma pergunta comum,
    quando se fala desse assunto:
  • 75:14 - 75:16
    "Quem programa esse sistema?"
  • 75:17 - 75:19
    A resposta é:
    todo mundo e ninguém.
  • 75:19 - 75:22
    As regras concretas das
    leis da natureza, como se aplicam
  • 75:22 - 75:26
    à sustentabilidade ambiental
    e à eficiência da engenharia,
  • 75:26 - 75:29
    são um quadro de referência
    completamente objetivo.
  • 75:29 - 75:32
    As nuances podem mudar em
    algum grau ao longo do tempo,
  • 75:32 - 75:35
    mas os princípios
    gerais permanecem.
  • 75:36 - 75:39
    Ao longo do tempo, a lógica dessa abordagem
    também irá se tornar mais rígida
  • 75:39 - 75:42
    porque aprendemos mais de acordo com
    o aperfeiçoamento do nosso entendimento
  • 75:42 - 75:44
    e, portanto, menos espaço
    para a subjetividade
  • 75:44 - 75:47
    em certas áreas que
    poderiam ter tido antes.
  • 75:47 - 75:50
    Mais uma vez, vou descrever
    isso melhor num momento.
  • 75:50 - 75:54
    Além disso, os próprios programas estarão
    disponíveis em uma plataforma open source
  • 75:54 - 75:57
    para avaliação e críticas do público,
    absolutamente transparente.
  • 75:57 - 75:59
    E se alguém notou
    um problema
  • 75:59 - 76:03
    ou percebe que uma estratégia de otimização
    não foi aplicada, como provavelmente será o caso,
  • 76:03 - 76:06
    isso é avaliado e testado
    pela comunidade
  • 76:06 - 76:09
    como uma espécie de
    Wikipedia para cálculos,
  • 76:09 - 76:12
    mas muito menos subjetivo
    do que a Wikipedia,
  • 76:12 - 76:15
    sem aqueles administradores
    temperamentais.
  • 76:16 - 76:19
    Outra confusão tradicional
    envolvendo o conceito
  • 76:19 - 76:22
    e, que para muitos, passou
    a definir a diferença
  • 76:22 - 76:25
    entre capitalismo
    e todo o resto.
  • 76:25 - 76:28
    E tem a ver com o fato
    de os meios de produção
  • 76:29 - 76:31
    serem de propriedade
    privada ou não.
  • 76:31 - 76:36
    Aparece em todas as toneladas
    de textos literários tradicionais
  • 76:36 - 76:38
    sobre o capitalismo
    quando eles descrevem
  • 76:38 - 76:42
    isso como a manifestação final do
    comportamento humano, da sociedade.
  • 76:42 - 76:45
    Se você não souber o que isso
    significa, os "meios de produção"
  • 76:45 - 76:49
    se referem aos ativos não-humanos
    usados para criar bens, como máquinas,
  • 76:49 - 76:52
    ferramentas, fábricas,
    escritórios e similares.
  • 76:52 - 76:54
    No capitalismo, os meio de
    produção são de propriedade
  • 76:55 - 76:59
    do capitalista, por definição histórica,
    daí a origem do termo.
  • 76:59 - 77:03
    Estou abordando isso porque existe
    uma discussão centenária
  • 77:03 - 77:06
    que qualquer sistema cujos meios de
    produção não sejam de propriedade privada,
  • 77:06 - 77:11
    não vai ser tão eficiente
    em termos econômicos
  • 77:11 - 77:14
    como um sistema onde são, ou talvez
    nem mesmo tenha eficiência alguma.
  • 77:14 - 77:18
    Isso, como o argumento descreve,
    é por causa da necessidade de preço:
  • 77:18 - 77:20
    o mecanismo de preços.
  • 77:20 - 77:24
    O preço, que tem
    uma capacidade fluida
  • 77:24 - 77:27
    de permitir a troca de bens de
    praticamente qualquer tipo,
  • 77:27 - 77:32
    devido à indivisibilidade de seu valor,
    cria de fato um mecanismo de retorno
  • 77:32 - 77:35
    que liga a totalidade do sistema de
    mercado de um modo restrito.
  • 77:36 - 77:40
    O preço é uma maneira de alocar recursos
    escassos entre interesses conflitantes.
  • 77:40 - 77:43
    Preços, propriedade e dinheiro
    traduzem, em suma,
  • 77:44 - 77:46
    as preferências subjetivas
    de demanda
  • 77:46 - 77:49
    em valores de troca
    semi-objetivos.
  • 77:49 - 77:54
    Digo "semi" porque é apenas uma
    medida culturalmente relativa,
  • 77:54 - 77:58
    ausentes a maioria dos fatores que consideram
    a verdadeira eficiencia técnica
  • 77:58 - 78:00
    para um determinado
    material ou bem.
  • 78:00 - 78:03
    Não tem nada a ver com o que
    os materiais ou mercadorias são.
  • 78:03 - 78:06
    É apenas um mecanismo.
  • 78:06 - 78:09
    Talvez o único dado
    realmente técnico, na verdade,
  • 78:09 - 78:11
    que o preço abrange, de
    forma bem grosseira,
  • 78:11 - 78:15
    tenha a ver com a escassez de
    recursos e a energia de trabalho.
  • 78:15 - 78:17
    A escassez de recursos
    e energia de trabalho.
  • 78:17 - 78:20
    Você pode encontrar
    isso no valor do "preço".
  • 78:20 - 78:23
    Então neste contexto,
    a pergunta se torna:
  • 78:23 - 78:25
    Será possível criar
    um sistema que pode,
  • 78:25 - 78:28
    com eficiência
    igual ou melhor,
  • 78:28 - 78:32
    facilitar o retorno dos consumidores em
    relação às suas preferências, da demanda,
  • 78:32 - 78:36
    do valor do trabalho e da escassez
    de recursos ou de componentes
  • 78:36 - 78:41
    sem o sistema de preço ou os valores
    subjetivos de propriedade ou de troca?
  • 78:42 - 78:43
    E é claro que é possível.
  • 78:44 - 78:47
    O truque é eliminar
    completamente a troca
  • 78:47 - 78:50
    e criar uma ligação
    de controle e feedback direto
  • 78:51 - 78:54
    entre o consumidor e os
    próprios meios de produção.
  • 78:54 - 78:57
    O consumidor se torna parte
    dos meios de produção
  • 78:57 - 79:01
    e o "complexo industrial" se torna
    nada mais do que uma ferramenta
  • 79:02 - 79:05
    acessada pelo público
    para gerar bens.
  • 79:06 - 79:10
    Na verdade, conforme mencionado,
    esse mesmo sistema
  • 79:10 - 79:13
    pode ser usado para virtualmente
    qualquer cálculo societal
  • 79:13 - 79:16
    praticamente eliminando
    o governo, de fato,
  • 79:16 - 79:18
    e a política como
    a conhecemos.
  • 79:18 - 79:22
    É um processo participativo
    de tomada de decisão.
  • 79:23 - 79:27
    Entre parêntesis, na medida em
    que realmente sempre haverá
  • 79:27 - 79:29
    escassez de alguma
    coisa no mundo,
  • 79:29 - 79:33
    que é a própria base da existência do
    preço, do mercado e do dinheiro,
  • 79:33 - 79:36
    os seres humanos podem entender
    novamente a extrema necessidade
  • 79:37 - 79:40
    de existir em uma relação estável
    e constante com a natureza
  • 79:40 - 79:43
    e a espécie humana global
    para a sustentabilidade
  • 79:43 - 79:46
    cultural e ambiental,
    ou não.
  • 79:46 - 79:49
    Podemos ou continuar no mesmo
    caminho em que estamos agora
  • 79:49 - 79:51
    ou nos tornarmos
    mais conscientes,
  • 79:52 - 79:54
    responsáveis com o mundo
    e com os outros,
  • 79:54 - 79:58
    buscando a pós-escassez e usando
    as leis da natureza para a sustentabilidade
  • 79:58 - 80:01
    e a eficiência para decidirmos
    a melhor forma de alocar
  • 80:01 - 80:03
    nossa matéria-prima, ou não.
  • 80:04 - 80:07
    Mas eu acho que o dito
    caminho é o mais inteligente.
  • 80:08 - 80:11
    Digo isso porque este
    argumento dos recursos
  • 80:11 - 80:16
    sempre se resume à
    abstração da escassez.
  • 80:16 - 80:20
    Nunca especifica o que a
    escassez é em certos contextos.
  • 80:21 - 80:23
    Não separa a escassez,
    e isso é a sua falha fatal,
  • 80:23 - 80:25
    entre as necessidades
    e os desejos humanos.
  • 80:26 - 80:30
    Além disso, eu quero
    salientar outra falácia
  • 80:30 - 80:32
    sobre a propriedade privada
    dos meios de produção.
  • 80:33 - 80:35
    Uma falácia desse conceito amplo
    é o seu atraso cultural.
  • 80:36 - 80:39
    Hoje estamos vendo uma
    fusão de bens de capital,
  • 80:39 - 80:42
    bens de consumo
    e força de trabalho.
  • 80:42 - 80:45
    Máquinas estão substituindo
    a força de trabalho humano
  • 80:45 - 80:48
    tornando-se bens de capital
    e ao mesmo tempo
  • 80:48 - 80:51
    reduzindo seu tamanho para se
    tornarem bens de consumo.
  • 80:52 - 80:56
    Tenho certeza que quase todos nesta
    sala têm uma impressora em casa.
  • 80:56 - 80:58
    Quando você envia um arquivo para a
    impressora a partir de seu computador,
  • 80:58 - 81:02
    você está no controle de uma
    mini-versão de um meio de produção.
  • 81:03 - 81:05
    E quanto a
    impressoras 3D?
  • 81:05 - 81:07
    Em algumas cidades, hoje, já existem
    laboratórios de impressão 3D
  • 81:08 - 81:10
    onde as pessoas podem
    enviar seu projeto
  • 81:10 - 81:13
    para imprimir
    um objeto físico.
  • 81:13 - 81:16
    O modelo que eu vou descrever
    é uma ideia similar.
  • 81:16 - 81:18
    O próximo passo
    é a criação
  • 81:18 - 81:21
    de um complexo industrial
    estrategicamente automatizado,
  • 81:21 - 81:23
    localizado o mais próximo possível,
  • 81:23 - 81:26
    que se destine a produzir,
    através de meios automatizados,
  • 81:26 - 81:31
    a média de tudo que uma determinada
    região expressou demanda.
  • 81:31 - 81:34
    Pense nisso: produção sob
    demanda em uma escala maciça.
  • 81:35 - 81:37
    Considere, por um momento,
    quanto espaço de armazenamento,
  • 81:37 - 81:39
    energia e transporte
    e excedentes inúteis
  • 81:40 - 81:42
    seriam imediatamente eliminados
    por esta abordagem.
  • 81:42 - 81:47
    Eu acho que os dias da produção desperdiçante
    em massa e de economias de escala,
  • 81:47 - 81:48
    estão chegando
    ao fim.
  • 81:48 - 81:51
    Bem, se nós quisermos.
  • 81:52 - 81:55
    Este tipo de pensamento:
    cálculo econômico real,
  • 81:56 - 82:00
    no sentido mais técnico do termo.
  • 82:00 - 82:03
    Estamos calculando como ser tão
    tecnicamente eficientes e conservadores
  • 82:03 - 82:08
    quanto possível, que, de novo e quase
    paradoxalmente, é o que vai facilitar
  • 82:08 - 82:12
    uma abundância de acesso mundial, para
    atender todas as necessidades humanas e além.
  • 82:13 - 82:16
    Estrutura e processos.
  • 82:16 - 82:19
    Vou percorrer os
    três processos seguintes:
  • 82:19 - 82:22
    (1) A interface de design colaborativo
    e esquemática industrial;
  • 82:22 - 82:24
    (2) Gestão de recursos,
    feedback e valor; e
  • 82:24 - 82:29
    (3) Princípios gerais de sustentabilidade
    e de cálculo macro.
  • 82:30 - 82:34
    A interface de design colaborativo é,
    essencialmente, o novo mercado;
  • 82:34 - 82:36
    é um mercado de ideias.
  • 82:36 - 82:39
    Este sistema é o primeiro passo
    para tudo que seja de interesse produzir.
  • 82:39 - 82:43
    Pode ser iniciado por uma única pessoa,
    pode ser iniciado por uma equipe,
  • 82:43 - 82:46
    se você tem amigos e pretendem
    trabalhar em conjunto,
  • 82:46 - 82:49
    como as empresas funcionam;
    pode ser iniciado por todos.
  • 82:49 - 82:51
    É de linguagem aberta (open-source)
    e de acesso aberto.
  • 82:51 - 82:54
    E a sua ideia está aberta para a contribuição
    de qualquer pessoa interessada
  • 82:54 - 82:59
    nesse tipo de produto ou qualquer um
    que esteja on-line e que queira contribuir.
  • 83:00 - 83:02
    Obviamente, toma a forma
    de um site, como eu disse,
  • 83:02 - 83:05
    e da mesma forma, o que quer
    que exista como produto final,
  • 83:06 - 83:08
    tudo o que é colocado em
    produção, embora em teoria
  • 83:08 - 83:11
    tudo estará sob
    modificação constante,
  • 83:11 - 83:14
    mas o que foi aprovado, por assim dizer,
    é armazenado de forma digital
  • 83:14 - 83:17
    em um banco que disponibiliza
    o produto para todos.
  • 83:17 - 83:19
    Como uma espécie de
    catálogo de produtos,
  • 83:19 - 83:23
    exceto que contém todas
    as informações digitais
  • 83:23 - 83:25
    necessárias para produzi-las.
  • 83:25 - 83:28
    É assim que a
    demanda é avaliada.
  • 83:28 - 83:30
    A partir de feedback
    do usuário e é imediato.
  • 83:30 - 83:33
    Em vez, é claro, de
    fazer propaganda
  • 83:33 - 83:38
    e do sistema de proposta
    de produtos unidirecional
  • 83:38 - 83:42
    que temos hoje, onde as empresas basicamente
    dizem o que você deveria comprar,
  • 83:42 - 83:44
    com o público em geral
    indo com o fluxo,
  • 83:44 - 83:48
    favorecendo um bom componente
    ou funcionalidade usando o preço,
  • 83:48 - 83:51
    e se o público não gostar de algum produto,
    este, obviamente, não será mais produzido,
  • 83:51 - 83:53
    para podar a oferta
    e a demanda.
  • 83:53 - 83:55
    Este sistema funciona
    da maneira oposta.
  • 83:55 - 83:58
    Toda a comunidade tem
    a opção de apresentar ideias
  • 83:58 - 84:01
    para que todos possam
    ver, avaliar e acrescentar.
  • 84:01 - 84:04
    Qualquer coisa que não interessa
    simplesmente não será executada.
  • 84:04 - 84:07
    Não há teste nenhum aqui,
    como você vê no marketing,
  • 84:07 - 84:11
    o que é um desperdício
    incrível. É simples assim.
  • 84:11 - 84:13
    O mecanismo de proposta
  • 84:13 - 84:17
    será uma interface
    de design interativo
  • 84:17 - 84:21
    como vemos com Design por Computador,
    ou "CAD", como é chamado,
  • 84:21 - 84:24
    ou, mais especificamente,
    Engenharia Assistida por Computador
  • 84:24 - 84:27
    que é um processo
    sinérgico mais complicado.
  • 84:28 - 84:32
    Entre parêntesis, alguns veem programas
    de computador para realizar projetos
  • 84:32 - 84:35
    como muito demorados para
    aprender a utilizar, e de fato são,
  • 84:35 - 84:37
    mas, assim como os
    primeiros computadores
  • 84:37 - 84:40
    eram interfaces baseadas
    em códigos muito difíceis
  • 84:41 - 84:43
    que mais tarde foram substituídos
    por pequenos programas
  • 84:44 - 84:46
    com os ícones gráficos com os quais
    estamos todos tão familiarizados,
  • 84:46 - 84:51
    os futuros programas de CAD poderiam
    ser orientados exatamente da mesma forma
  • 84:51 - 84:53
    para se tornarem
    mais fáceis de utilizar.
  • 84:54 - 84:57
    Obviamente, nem todo mundo
    tem de se envolver com projetos.
  • 84:57 - 85:01
    Algumas pessoas, como a maioria hoje em dia,
    apenas aprecia o que já foi criado.
  • 85:01 - 85:04
    Eles absorvem e utilizam
    o que outras pessoas inventaram.
  • 85:04 - 85:07
    Portanto, haverá uma tendência menor de
    projetos falhos, de uma certa maneira.
  • 85:08 - 85:11
    Nem todo mundo vai querer exercer
    algum papel nesse tipo de projeto.
  • 85:11 - 85:14
    Mas muitos vão e muitos
    vão gostar do processo.
  • 85:15 - 85:18
    E você pode personalizar as coisas durante
    o processo, o que é uma grande vantagem.
  • 85:18 - 85:22
    Há diversas minúcias durante a produção de um
    produto as quais muita gente não faz nem ideia,
  • 85:22 - 85:24
    mas talvez a pessoa só
    queira mudar a cor e pronto.
  • 85:24 - 85:26
    Obviamente, isso não precisa
    de muito conhecimento.
  • 85:27 - 85:30
    Mais importante,
    tecnicamente falando,
  • 85:30 - 85:34
    a beleza desses programas
    de design e engenharia hoje,
  • 85:34 - 85:37
    é que incorporam
    simulações físicas avançadas
  • 85:37 - 85:40
    e outras propriedades da
    lei natural do mundo real.
  • 85:40 - 85:44
    Assim, um produto não é apenas
    visível como um modelo 3D estático.
  • 85:44 - 85:46
    Pode ser testado
    digitalmente ali mesmo.
  • 85:47 - 85:49
    E embora a capacidade de teste
    possa ser limitada hoje,
  • 85:49 - 85:53
    é simplesmente uma questão de foco
    para aperfeiçoar esses meios digitais.
  • 85:53 - 85:57
    Por exemplo, na indústria automobilística,
    muito antes das novas ideias serem construídas,
  • 85:57 - 86:00
    elas passam por processos
    de testes digitais similares
  • 86:00 - 86:02
    e não há nenhuma
    razão para acreditar
  • 86:02 - 86:05
    que não acabará sendo
    possível representar,
  • 86:05 - 86:08
    imitar e implementar,
    digitalmente,
  • 86:08 - 86:11
    praticamente todas as leis
    conhecidas da natureza,
  • 86:11 - 86:14
    e ser capaz de aplicá-las a diferentes contextos.
  • 86:15 - 86:18
    Da mesma forma,
    e isto é importante,
  • 86:18 - 86:22
    o desenho proposto no
    presente sistema é filtrado
  • 86:23 - 86:27
    através de uma série de protocolos
    de sustentabilidade e eficiência
  • 86:27 - 86:31
    que se relacionam não só
    à situação do mundo natural
  • 86:31 - 86:33
    mas também ao
    sistema industrial total,
  • 86:34 - 86:36
    analisando o
    que é compatível.
  • 86:36 - 86:40
    Os processos de avaliação
    e sugestão incluiriam o seguinte:
  • 86:40 - 86:43
    durabilidade maximizada
    estrategicamente,
  • 86:44 - 86:45
    adaptabilidade,
  • 86:45 - 86:48
    padronização dos gêneros
    de componentes,
  • 86:48 - 86:53
    facilitação da reciclagem estrategica, como eu mencionei antes,
  • 86:53 - 86:56
    e facilitação estratégica
    do projeto em si,
  • 86:56 - 86:59
    tornando-os propícios para
    automação do trabalho.
  • 87:00 - 87:02
    Vou passar por cada
    tópico rapidamente.
  • 87:02 - 87:03
    Durabilidade significa apenas
  • 87:03 - 87:05
    construir os produtos tão resistentes
    e tão duradouros quanto é relevante.
  • 87:06 - 87:09
    Os materiais utilizados, considerando
    possíveis substituições,
  • 87:09 - 87:12
    devido aos níveis de escassez e outros fatores,
  • 87:12 - 87:14
    seriam calculados dinamicamente,
  • 87:15 - 87:16
    de fato automaticamente
  • 87:16 - 87:18
    pelo sistema de projetos,
  • 87:18 - 87:22
    para que sejam os mais propícios a um
    padrão de durabilidade otimizada.
  • 87:23 - 87:24
    Adaptabilidade.
  • 87:24 - 87:27
    Isto significa o estado mais
    elevado de flexibilidade
  • 87:27 - 87:30
    para a substituição
    de componentes.
  • 87:30 - 87:33
    Alguém viu essa coisa
    chamada "Phonebloks"?
    [phonebloks.com]
  • 87:34 - 87:35
    Brilhante.
  • 87:35 - 87:39
    No caso de um componente
    de qualquer produto quebrar
  • 87:39 - 87:42
    ou ficar ultrapassado, o projeto
    facilita, sempre que possível,
  • 87:42 - 87:44
    que tais componentes sejam
    facilmente substituídos
  • 87:45 - 87:47
    para maximizar a vida útil
    do produto como um todo.
  • 87:48 - 87:52
    Padronização dos gêneros
    de componentes.
  • 87:52 - 87:55
    Quaisquer novos projetos deverão estar
    em conformidade com ou substituir,
  • 87:55 - 87:57
    caso estejam desatualizados,
  • 87:57 - 88:00
    componentes que,
    ou já são muito utilizados,
  • 88:00 - 88:04
    ou estão ultrapassados devido a uma
    relativa falta de desempenho.
  • 88:04 - 88:08
    Muitos não sabem, mas em 1801
    um homem chamado Eli Whitney
  • 88:09 - 88:12
    foi o primeiro a realmente aplicar
    a padronização na produção.
  • 88:12 - 88:14
    Ele fazia mosquetes e na
    época eram feitos à mão,
  • 88:15 - 88:16
    e eles não eram intercambiáveis.
  • 88:16 - 88:18
    Então se alguma peça
    do mosquete quebrasse
  • 88:18 - 88:20
    não podia ser trocada por uma
    peça de outro mosquete.
  • 88:20 - 88:22
    Ele foi o primeiro até a criar as
    ferramentas para isso
  • 88:23 - 88:26
    e foi o que basicamente começou todo
    o processo de padronização,
  • 88:26 - 88:29
    e os militares dos EUA eram então capazes
    de comprar grandes lotes de mosquetes e
  • 88:30 - 88:32
    repor suas peças.
    Era muito mais sustentável,
  • 88:33 - 88:35
    mesmo sendo para
    matar pessoas. (risos)
  • 88:36 - 88:39
    O que é interessante para os militares,
    porque se você pensar nisso,
  • 88:39 - 88:42
    as forças armadas são um dos
    sistemas mais eficientes do planeta
  • 88:42 - 88:44
    porque não há economia de mercado.
  • 88:44 - 88:47
    Se você realmente quer olhar
    onde a eficiência industrial nasceu,
  • 88:47 - 88:51
    por mais que eu não goste deles,
    foi justamente com os militares
  • 88:51 - 88:54
    que houve o máximo
    de aproveitamento [de recursos].
  • 88:54 - 88:57
    De qualquer forma, essa lógica não se
    aplica apenas a um determinado produto,
  • 88:58 - 89:01
    é aplicada a todos os gêneros
    produzidos: padronização.
  • 89:02 - 89:05
    Inclusive, essa eficiência nunca vai
    acontecer em uma economia de mercado
  • 89:06 - 89:09
    com a sua base na concorrência,
    já que a tecnologia proprietária
  • 89:10 - 89:13
    remove toda essa eficiência
    colaborativa. Ninguém quer isso.
  • 89:13 - 89:15
    Ninguém quer
    compartilhar tudo assim.
  • 89:15 - 89:18
    Caso contrário, as pessoas não teriam
    que voltar para a empresa de origem
  • 89:18 - 89:20
    e comprar a peça, elas
    iriam para outro lugar
  • 89:20 - 89:23
    onde têm acesso através
    de outros meios.
  • 89:24 - 89:26
    Facilitação da reciclagem.
  • 89:26 - 89:28
    Como observado anteriormente, isso significa
    que tudo deve estar em conformidade com
  • 89:28 - 89:31
    o estado das possibilidades
    de regeneração.
  • 89:31 - 89:34
    O desmonte de qualquer
    produto deve ser previsto
  • 89:35 - 89:38
    e pensado da maneira
    mais otimizada
  • 89:39 - 89:43
    e facilitar a automação
    de trabalho.
  • 89:43 - 89:46
    Isto significa que o
    estado atual da produção
  • 89:46 - 89:49
    automatizada otimizada é
    diretamente levado em conta,
  • 89:50 - 89:52
    buscando refinar
    o processo
  • 89:52 - 89:55
    (perdão), buscando refinar
    o projeto que é apresentado
  • 89:55 - 89:58
    para que seja mais favorável para
    o estado atual de produção
  • 89:58 - 90:02
    com a menor quantidade de trabalho
    ou monitoramento humano.
  • 90:02 - 90:07
    Procuramos simplificar a maneira que os
    materiais e os meios de produção são usados
  • 90:07 - 90:10
    de modo que o número máximo de
    produtos podem ser produzidos
  • 90:10 - 90:14
    com a menor variação de materiais e
    equipamentos de produção.
  • 90:14 - 90:16
    É um ponto muito importante.
  • 90:16 - 90:19
    Esses cinco fatores serão
    o que nós podemos chamar
  • 90:19 - 90:23
    de Função de Eficiência de Projeto
    Otimizado, em termo técnico.
  • 90:23 - 90:27
    Tenha isso em mente pois retornarei
    a este assunto em um momento.
  • 90:28 - 90:31
    Passando para o complexo industrial, o layout.
  • 90:31 - 90:34
    Ou seja, a rede de instalações
    que é diretamente conectada
  • 90:34 - 90:37
    ao sistema de projetos e banco de dados
    que acabei de descrever.
  • 90:38 - 90:41
    Basicamente os servidores, a produção,
    a distribuição e a reciclagem.
  • 90:42 - 90:46
    Além disso, teríamos que relacionar
    o estado atual dos recursos,
  • 90:46 - 90:51
    de importância crítica, de acordo com
    a rede global de gestão de recursos,
  • 90:51 - 90:54
    outra camada, a qual também
    vou descrever em um momento.
  • 90:56 - 90:57
    Produção.
  • 90:57 - 91:01
    No caso, o ato de
    produzir evoluiria,
  • 91:01 - 91:03
    pois, como dito antes,
    fábricas automatizadas
  • 91:03 - 91:07
    seriam cada vez mais
    capazes de produzir mais
  • 91:07 - 91:11
    com menos insumos materiais e menos máquinas:
    a chamada "Efemerização".
  • 91:11 - 91:15
    Se pudermos remover questões complexas
    desnecessárias dentro de um projeto
  • 91:15 - 91:18
    Podemos aprofundar ainda mais
    esta tendência à eficiência.
  • 91:18 - 91:21
    Com níveis cada vez mais baixos de impacto
    ambiental e utilização de recursos,
  • 91:22 - 91:25
    enquanto maximizamos nosso
    potencial de produção de abundância.
  • 91:26 - 91:28
    O número de unidades de produção,
  • 91:28 - 91:31
    seja homogêneo ou heterogêneo,
    como eles seriam chamados,
  • 91:31 - 91:34
    seriam distribuídos estrategicamente
    baseados de acordo
  • 91:34 - 91:36
    com a topografia e estatísticas demográficas,
    coisas muito simples.
  • 91:37 - 91:39
    Não é diferente do que como
    supermercados funcionam hoje
  • 91:39 - 91:41
    onde eles tentam manter
    distâncias médias
  • 91:41 - 91:43
    entre grupos de pessoas e bairros
    da melhor forma possível.
  • 91:44 - 91:46
    Você pode chamar isso de
    "estratégia de proximidade",
  • 91:46 - 91:49
    que eu vou falar novamente
    em um momento.
  • 91:49 - 91:50
    Distribuição.
  • 91:50 - 91:53
    Pode ser efetuada diretamente
    através da unidade de produção
  • 91:53 - 91:57
    como no caso de uma produção por
    demanda única e personalizada
  • 91:57 - 92:00
    ou pode ser enviada para uma
    "biblioteca" de distribuição
  • 92:00 - 92:02
    para o acesso do público em massa,
  • 92:03 - 92:05
    com base na demanda e
    interesse naquela região.
  • 92:05 - 92:09
    O sistema de "biblioteca" é o lugar
    onde os bens podem ser obtidos.
  • 92:09 - 92:12
    Alguns produtos podem ser
    propícios à baixa demanda
  • 92:12 - 92:15
    e produção personalizada
    e alguns não serão.
  • 92:15 - 92:18
    A comida é um exemplo fácil de uma
    necessidade de produção em massa,
  • 92:18 - 92:20
    enquanto uma peça única
    de mobilia sob medida
  • 92:20 - 92:24
    viria diretamente das instalações industriais,
    quando fosse produzida.
  • 92:25 - 92:27
    Eu suspeito que este processo
    de produção por demanda,
  • 92:27 - 92:32
    o qual será igualmente tão utilizado
    quanto a produção em massa,
  • 92:32 - 92:34
    será uma enorme vantagem.
  • 92:34 - 92:37
    Como se observa, a produção
    por demanda é mais eficiente
  • 92:37 - 92:40
    uma vez que os recursos vão ser
    utilizados para a demanda exata
  • 92:40 - 92:43
    em oposição à produção em
    grandes lotes que fazemos hoje.
  • 92:44 - 92:46
    Distribuição
  • 92:46 - 92:47
    Desculpe-me, deveria dizer
  • 92:47 - 92:50
    E no contexto de distribuição:
    Biblioteca de Distribuição.
  • 92:50 - 92:54
    O inventário é avaliado em trocas
    diretas de informação e feedback
  • 92:54 - 92:57
    entre a produção,
    distribuição e demanda.
  • 92:57 - 92:59
    Se isso não faz sentido para você,
    você só precisa pensar em
  • 92:59 - 93:02
    como funciona o rastreamento e
    gerenciamento de inventário
  • 93:02 - 93:05
    de qualquer grande centro de
    distribuição comercial atual,
  • 93:05 - 93:07
    com, naturalmente, alguns ajustes
    feitos para este novo modelo.
  • 93:07 - 93:10
    Nós já fazemos este
    tipo de atividade.
  • 93:10 - 93:13
    E independentemente do local para onde
    este produto está destinado a ir,
  • 93:13 - 93:16
    se é personalizado ou não, para
    bibliotecas ou para um usuário direto,
  • 93:16 - 93:18
    este ainda é um
    sistema de acesso.
  • 93:18 - 93:22
    Em outras palavras, a qualquer momento,
    o utilizador desse produto personalizado
  • 93:22 - 93:24
    pode devolver o item
    para reprocessamento
  • 93:24 - 93:28
    assim como a pessoa que obteve
    algo da biblioteca pode também.
  • 93:29 - 93:31
    Uma vez que, como observado anteriormente,
    o produto foi pré-otimizado
  • 93:31 - 93:34
    - Todos os bens são pré-otimizados
    para reciclagem inteligente -
  • 93:34 - 93:37
    as instalações de reciclagem serão,
    na verdade, construídas diretamente
  • 93:37 - 93:40
    na unidade de produção ou de acordo com
    o gênero da unidade de produção,
  • 93:40 - 93:42
    dependendo do número de
    instalações que você precisa
  • 93:42 - 93:44
    para atender à variedade de demanda.
  • 93:45 - 93:47
    Portanto, não há lixo aqui:
    se é um telefone,
  • 93:47 - 93:49
    um sofá, um computador,
    uma jaqueta ou um livro,
  • 93:50 - 93:53
    tudo volta ao local de onde foi produzido
    para reprocessamento direto.
  • 93:53 - 93:56
    Idealmente, esta é uma
    economia de desperdício zero.
  • 93:58 - 94:01
    Gestão de Recursos, feedback e valor.
  • 94:01 - 94:05
    O processo de desenho assistido
    por computador e engenharia
  • 94:05 - 94:07
    obviamente não existe no vácuo.
  • 94:07 - 94:12
    Processando a demanda requisitada a partir
    dos recursos naturais disponíveis.
  • 94:13 - 94:17
    Assim, ligado a este processo de
    projeto e literalmente inserido
  • 94:18 - 94:21
    na Função de Eficiência de Projeto Otimizado,
    a qual observamos antes,
  • 94:21 - 94:23
    está a dinâmica troca de informações
  • 94:23 - 94:24
    a partir de um sistema de
    gerenciamento em escala global
  • 94:25 - 94:27
    o qual nos dá dados sobre
    todos os recursos relevantes
  • 94:27 - 94:29
    que contabilizam todas
    as demandas e produções.
  • 94:29 - 94:33
    Hoje, a maioria das grandes indústrias
    mantém dados periódicos
  • 94:33 - 94:35
    de seus materiais no que diz respeito
    à quantidade que elas possuem,
  • 94:35 - 94:37
    mas evidentemente é difícil
    determinar o total [global]
  • 94:38 - 94:41
    devido à existência de segredos
    corporativos e coisas semelhantes.
  • 94:41 - 94:43
    Mas ainda assim é feito.
  • 94:43 - 94:48
    Na proporção em que
    é tecnicamente possível,
  • 94:48 - 94:50
    todos os recursos seriam
    rastreados e monitorados,
  • 94:50 - 94:53
    o mais próximo do
    tempo real possível.
  • 94:53 - 94:56
    Por quê? Principalmente porque
    temos de manter o equilíbrio
  • 94:56 - 94:59
    com processos de regeneração da Terra,
    em todos os momentos,
  • 94:59 - 95:03
    ao mesmo tempo que, como dito antes,
    trabalharíamos para maximizar estrategicamente
  • 95:03 - 95:06
    a utilização de materiais
    mais abundantes,
  • 95:06 - 95:07
    enquanto tentaríamos minimizar
  • 95:07 - 95:09
    qualquer recurso que
    tivesse perigo de escassez.
  • 95:10 - 95:11
    Valor.
  • 95:12 - 95:15
    Como medida do valor,
    as duas medidas dominantes,
  • 95:15 - 95:18
    que serão constantemente submetidas
    a novos e dinâmicos cálculos
  • 95:18 - 95:20
    através do feedback, à medida
    que a indústria se desenvolve,
  • 95:20 - 95:23
    é "escassez" e "complexidade do trabalho."
  • 95:24 - 95:27
    Ao valor de escassez,
    sem um sistema de mercado,
  • 95:27 - 95:29
    pode ser atribuído
    um valor numérico,
  • 95:29 - 95:30
    dizer, de 1 a 100.
  • 95:31 - 95:33
    1 denotaria a
    escassez mais grave
  • 95:33 - 95:35
    no que diz respeito à
    taxa atual de utilização,
  • 95:35 - 95:36
    e 100 a menos grave.
  • 95:36 - 95:39
    50 marcaria a linha divisória
    de estado estacionário.
  • 95:39 - 95:42
    Por exemplo, se a
    utilização de madeira chega
  • 95:42 - 95:45
    abaixo do nível de
    equilíbrio de 50,
  • 95:45 - 95:47
    o que significaria o
    consumo está superando
  • 95:47 - 95:49
    a taxa de regeneração
    natural da Terra,
  • 95:49 - 95:52
    isso resultaria em um
    movimento de retenção,
  • 95:52 - 95:56
    tal como o processo de
    substituição de materiais,
  • 95:56 - 95:59
    encontrando alternativas
    para substituição da madeira,
  • 95:59 - 96:01
    em quaisquer
    produções futuras.
  • 96:02 - 96:05
    E, se você é daquela mentalidade de
    livre mercado, ouvindo isso
  • 96:05 - 96:08
    vai provavelmente se opor a este ponto,
    dizendo "sem um sistema de preços,
  • 96:09 - 96:12
    como você pode comparar o valor de um
    material com outro ou com vários materiais?"
  • 96:12 - 96:16
    Simples: você organiza gêneros
  • 96:16 - 96:19
    ou grupos de materiais
    com utilidades similares
  • 96:19 - 96:23
    e quantifica, da melhor maneira possível,
    as suas propriedades relacionadas
  • 96:23 - 96:27
    e grau de eficiência
    para um determinado fim.
  • 96:27 - 96:30
    Em seguida, você aplica um espectro geral
    de valores numéricos
  • 96:30 - 96:32
    a essas relações também.
  • 96:33 - 96:36
    Por exemplo, há um
    espectro de metais
  • 96:36 - 96:39
    que têm diferentes eficiências
    de condutividade elétrica.
  • 96:40 - 96:42
    Estas eficiências podem
    ser quantificadas.
  • 96:42 - 96:44
    Se elas podem ser quantificadas,
    elas podem ser comparadas.
  • 96:44 - 96:50
    Então, se o cobre vai abaixo do valor médio
    de 50 em relação à sua escassez,
  • 96:50 - 96:53
    cálculos são desencadeados
    pelo programa de gerenciamento
  • 96:53 - 96:57
    para comparar o estado de outros materiais
    favoráveis na sua base de dados,
  • 96:57 - 97:00
    comparar o seu nível de
    escassez e sua eficiência,
  • 97:00 - 97:02
    preparando para a substituição,
    e esse tipo de informação
  • 97:03 - 97:05
    é enviada diretamente de
    volta para os projetistas.
  • 97:06 - 97:10
    Naturalmente, este tipo de raciocínio
    pode ficar extremamente complicado,
  • 97:10 - 97:13
    como são inúmeros recursos e
    inúmeras eficiências e propósitos,
  • 97:14 - 97:17
    e é exatamente por isso que ele é calculado
    por uma máquina, não pessoas,
  • 97:17 - 97:20
    e é também por isso que
    supera o sistema de preços,
  • 97:20 - 97:25
    quando se trata de verdadeira consciência
    dos recursos e gestão inteligente.
  • 97:26 - 97:28
    Complexidade de Trabalho.
  • 97:28 - 97:32
    Isto significa simplesmente estimar a
    complexidade de uma determinada produção.
  • 97:33 - 97:37
    Complexidade, no contexto de uma
    indústria orientada à automação,
  • 97:37 - 97:40
    pode ser quantificada
    definindo e comparando
  • 97:40 - 97:43
    o número de etapas do
    processo, por assim dizer.
  • 97:44 - 97:46
    Qualquer bem de produção
    pode ser prefigurado
  • 97:46 - 97:50
    sobre quantas "etapas de produção" ele irá
    requerer antes do ato de produzir.
  • 97:50 - 97:53
    Ele pode, então, ser comparado
    a outros bens de produção,
  • 97:53 - 97:57
    de preferência no mesmo gênero,
    para uma avaliação quantificável.
  • 97:57 - 98:00
    Em outras palavras, as unidades
    de medida são as etapas.
  • 98:00 - 98:02
    Por exemplo, uma cadeira que pode
    ser moldada em 3 minutos,
  • 98:03 - 98:05
    a partir de polímeros em um
    simples processo terá um menor
  • 98:05 - 98:09
    valor de complexidade de trabalho do que
    uma cadeira que requer montagem automatizada,
  • 98:09 - 98:13
    uma cadeia produtiva mais trabalhosa
    com utilização de materiais diferentes.
  • 98:14 - 98:17
    Caso o valor de um determinado processo
    seja muito complexo
  • 98:17 - 98:20
    ou ineficiente em termos do que é
    atualmente possível em produção
  • 98:21 - 98:24
    ou muito ineficiente em comparação
    a outro projeto já existente
  • 98:24 - 98:28
    da mesma natureza; o projeto,
    juntamente com outros parâmetros,
  • 98:28 - 98:32
    seria sinalizado para
    ser reavaliado.
  • 98:32 - 98:35
    Tudo isso viria de informações de feedback
    da interface de Projetos,
  • 98:35 - 98:38
    e não há nenhuma razão para supor que,
    com o avanço contínuo
  • 98:38 - 98:41
    em IA, inteligência artificial,
  • 98:41 - 98:44
    [o sistema] de feedback não só
    destacaria o problema
  • 98:44 - 98:47
    mas também daria
    sugestões ou substituições
  • 98:47 - 98:50
    para melhor entendimento,
    diretamente na interface.
  • 98:52 - 98:54
    Macro-cálculo.
  • 98:54 - 98:57
    Vamos colocar alguns
    destes raciocínios juntos.
  • 98:57 - 98:59
    Espero que todos tenham
    paciência comigo. (risos)
  • 99:00 - 99:02
    Se o objetivo for
    analisar um bom projeto
  • 99:02 - 99:05
    na forma mais ampla possível no que
    diz respeito ao desdobramento industrial,
  • 99:05 - 99:08
    acabaríamos com cerca de
    quatro funções ou processos
  • 99:09 - 99:12
    cada relativa aos quatro estágios
    dominantes e contínuos de projeto,
  • 99:13 - 99:15
    produção, distribuição e reciclagem.
  • 99:15 - 99:18
    As seguintes proposições devem ser
    óbvias o suficiente como regra estrutural.
  • 99:20 - 99:23
    Todos os Projetos de produto devem
    adaptar-se à eficiência do projeto otimizado.
  • 99:23 - 99:26
    Todos eles devem se adaptar a
    eficiência da produção otimizada.
  • 99:26 - 99:29
    Eles devem se adaptar a
    eficiência da distribuição otimizada,
  • 99:29 - 99:32
    e eles devem se adaptar a
    eficiência de reciclagem otimizada.
  • 99:32 - 99:35
    Parece redundante, mas é assim
    que temos que pensar nisso.
  • 99:36 - 99:39
    Aqui é um esquema linear de blocos e
    a representação simbólica da lógica,
  • 99:39 - 99:42
    que incorpora os
    sub-processos ou funções
  • 99:42 - 99:44
    as quais irei simplificar
    de forma bem genérica.
  • 99:46 - 99:49
    Processo 1: O Projeto (Design).
  • 99:49 - 99:51
    Eficiência do projeto otimizado.
  • 99:51 - 99:56
    A concepção do produto deve atender
    ou adaptar-se a um conjunto de critérios
  • 99:56 - 100:00
    pelo o que chamamos os
    padrões de eficiência atuais.
  • 100:00 - 100:04
    Este processo eficiência tem
    cinco sub processos avaliativos,
  • 100:05 - 100:07
    como observado anteriormente
    na apresentação:
  • 100:07 - 100:11
    durabilidade, capacidade de
    adaptação, a estandardização
  • 100:11 - 100:14
    reciclagem inteligente, maximização
    inteligente da automação.
  • 100:17 - 100:19
    Uma maior simplificação dessas
    variáveis e associações lógicas
  • 100:20 - 100:22
    pode ser feita, figurativamente,
  • 100:22 - 100:25
    mas não acho que seja
    propício para esta apresentação
  • 100:25 - 100:29
    pois estaríamos nos perdendo
    em minúcias reducionistas,
  • 100:29 - 100:33
    mas este material será desenvolvido
    muito mais e colocado
  • 100:33 - 100:36
    no livro anteriormente citado,
    e estará disponível gratuitamente.
  • 100:36 - 100:40
    Vou tentar fazer o meu melhor para demonstrar
    o processo de eficiência geral aqui.
  • 100:41 - 100:44
    Então por fim, tratando-se deste processo
    de Eficiência do Projeto Otimizado
  • 100:44 - 100:48
    chegamos a esta função
    de projeto no topo.
  • 100:48 - 100:52
    Só para demonstrar, vou listar todos
    os significados de cada função no final.
  • 100:54 - 100:57
    Passamos para
    o processo 2.
  • 100:57 - 100:59
    Eficiência da produção.
  • 100:59 - 101:01
    Em suma, este
    é o filtro digital
  • 101:01 - 101:06
    que aloca o projeto para um dos
    dois tipos de instalações de produção:
  • 101:06 - 101:09
    Uma de alta demanda
    ou produção em massa,
  • 101:09 - 101:11
    e outra de demanda menor,
    personalizada ou sob medida.
  • 101:12 - 101:14
    A primeira utiliza automação
    fixa, o que quer dizer
  • 101:14 - 101:18
    produção sem variações,
    ideal para alta demanda.
  • 101:18 - 101:21
    E a segunda utiliza
    automação flexível,
  • 101:21 - 101:24
    a qual pode fazer uma variedade de coisas,
    geralmente mais eficiente em pequenas tiragens.
  • 101:24 - 101:26
    Esta é uma distinção
    que é comumente feita
  • 101:26 - 101:29
    em produções tradicionais.
  • 101:29 - 101:32
    Esta estrutura supõe apenas
    dois tipos de instalações,
  • 101:32 - 101:36
    mas, obviamente, poderia haver mais,
    baseadas em outros fatores de produção.
  • 101:36 - 101:39
    Entretanto se as regras do processo
    projetual forem respeitadas,
  • 101:39 - 101:42
    como dito antes, é provável que não haja
    muitas variações [em tipos de instalações]
  • 101:42 - 101:45
    Ao longo do tempo, as coisas
    ficam cada vez mais simples.
  • 101:46 - 101:48
    Vou resumir rapidamente
    para aqueles
  • 101:49 - 101:51
    que gostam de
    coisas simplificadas:
  • 101:51 - 101:53
    Todos os projetos de
    produtos são filtrados por
  • 101:53 - 101:56
    uma Determinação Classificatória
    de Demanda, processo "D".
  • 101:56 - 101:59
    O processo de Determinação Classificatória
    de Demanda faz a filtragem
  • 101:59 - 102:04
    com base nas normas estabelecidas
    para baixa ou alta demanda.
  • 102:05 - 102:07
    Todos os projetos de
    produtos de baixa demanda
  • 102:07 - 102:10
    serão fabricados pelo processo
    de automação flexível.
  • 102:10 - 102:12
    Todos os projetos de
    produtos de alta demanda
  • 102:12 - 102:14
    serão fabricados pelo
    processo de automação fixa.
  • 102:14 - 102:16
    Além disso, os projetos de Produtos,
  • 102:16 - 102:18
    tanto de baixa quanto de alta demanda,
  • 102:18 - 102:22
    serão distribuídos regionalmente de
    acordo com a estratégia de proximidade
  • 102:23 - 102:26
    da instalação de fabricação.
    Isto significa simplesmente
  • 102:26 - 102:29
    vamos manter as coisas o mais perto possível,
    tanto baseado na distância média
  • 102:29 - 102:32
    de qualquer demanda, quanto no tipo
    de instalação que você está usando.
  • 102:32 - 102:35
    Isso vai mudar ao longo do tempo de
    acordo com mudanças populacionais,
  • 102:35 - 102:37
    portanto continuamos atualizando.
  • 102:37 - 102:39
    Processo 3.
  • 102:39 - 102:41
    Depois que processo 2 for concluído,
  • 102:41 - 102:43
    o projeto do produto é
    agora um produto físico
  • 102:44 - 102:47
    e será alocado de acordo com a
    Eficiência de Distribuição Otimizada.
  • 102:48 - 102:51
    Em suma, todos os produtos
    são previamente alocados
  • 102:51 - 102:55
    com base na Determinação Classificatória
    de Demanda, citada anteriormente.
  • 102:55 - 102:59
    Assim, produtos de baixa demanda
    seguem o processo de distribuição direta.
  • 102:59 - 103:02
    Produtos de alta demanda seguem
    o processo de distribuição em massa,
  • 103:02 - 103:04
    que, neste caso, seriam
    as "Bibliotecas de Acesso".
  • 103:05 - 103:09
    Ambos os produtos, de
    baixa e alta demanda,
  • 103:09 - 103:12
    serão atribuídos regionalmente
    pela estratégia de proximidade.
  • 103:13 - 103:17
    E o processo 4, muito simples: o produto
    passa por seu período de vida útil.
  • 103:18 - 103:22
    Idealmente, este foi atualizado e
    adaptado, utilizado em sua plenitude
  • 103:22 - 103:25
    e feito da forma mais avançada
    tecnologicamente possível dentro sua vida útil.
  • 103:25 - 103:28
    E ao perder sua função e tornar-se
    obsoleto, passamos para o processo 4,
  • 103:28 - 103:31
    que é a Eficiência de Reciclagem Otimizada.
  • 103:31 - 103:34
    Todos os produtos obsoletos
    seguirão um protocolo regenerativo
  • 103:34 - 103:37
    que é um sub-processo que
    eu não vou me aprofundar
  • 103:37 - 103:39
    pois é bastante complexo,
  • 103:39 - 103:41
    e cujo papel cabe aos engenheiros
    em desenvolver ao longo do tempo.
  • 103:42 - 103:44
    Esta é apenas uma simples
    macro-representação
  • 103:45 - 103:49
    uma vez que estas sub-variáveis e
    sub-processos são ainda mais amplos.
  • 103:51 - 103:54
    Mantendo tudo isto em mente, mais uma
    vez, grande quantidade disso estará no livro,
  • 103:54 - 103:56
    e espero que outras pessoas
    que sejam proficientes nisso
  • 103:56 - 103:59
    e que estejam de acordo com este tipo de pensamento,
    possam ver este material
  • 103:59 - 104:01
    e aprimorar mais, aperfeiçoar
    essas equações e relações.
  • 104:01 - 104:04
    O que eu tentei fazer
    aqui é mostrar um esboço
  • 104:04 - 104:06
    de como este tipo de
    coisa se desenvolve.
  • 104:07 - 104:09
    E como conclusão eu
    diria, mais ou menos,
  • 104:09 - 104:12
    que este esboço de
    sustentabilidade e eficiência,
  • 104:12 - 104:14
    é uma coisa muito
    simples e lógica.
  • 104:14 - 104:17
    Você não tem que ser um cientista
    para entender como as coisas funcionam.
  • 104:17 - 104:20
    A criação de um programa real que
    pode calcular e levar em consideração
  • 104:20 - 104:24
    centenas, se não milhares de
    sub-processos, de forma algorítmica,
  • 104:24 - 104:27
    os quais dizem respeito a um
    complexo econômico é, de fato,
  • 104:27 - 104:31
    um grande projeto em si, mas
    é mais um projeto tedioso.
  • 104:31 - 104:34
    Você não precisa ser um gênio
    para conceber uma coisa dessas.
  • 104:34 - 104:37
    Acho que este é um excelente
    programa para 'Think Tanks'
  • 104:37 - 104:39
    para todos que estejam
    interessados em projetos.
  • 104:39 - 104:41
    Eu tenho vários pequenos projetos
    que estou tentando por em prática
  • 104:41 - 104:44
    quando eu tiver tempo, um deles se
    chama Instituto Global de Redesign (GRI),
  • 104:44 - 104:46
    que é uma abordagem
    macro-económica a fim de
  • 104:46 - 104:49
    redesenhar toda a superfície
    do planeta, basicamente.
  • 104:49 - 104:52
    E neste outro conceito de programação que
    nós criamos uma plataforma open source
  • 104:52 - 104:54
    onde as pessoas podem começar
    a projetar este mesmo programa
  • 104:54 - 104:56
    o qual acabei de descrever.
  • 104:56 - 104:59
    E é isso. Eu ia fazer uma conclusão
    para essa conversa,
  • 104:59 - 105:00
    mas já falei demais.
  • 105:01 - 105:03
    Portanto, espero que isso dê uma
    compreensão mais profunda do modelo
  • 105:04 - 105:06
    e como ele funciona e
    agradeço pela atenção.
  • 105:06 - 105:09
    [Aplausos]
  • 105:10 - 162:59
    [ A parte de perguntas e respostas ainda não está traduzida ]
    [ Agradecemos pela atenção e por assistir ao vídeo! ]
    [ Movimento Zeitgeist - movimentozeitgeist.com.br ]
Title:
Economic Calculation in a Natural Law / RBE, Peter Joseph, The Zeitgeist Movement, Berlin
Description:

Economic Calculation in a Natural Law / Resource-based Economy, Peter Joseph, The Zeitgeist Movement, Berlin Germany
November 12 2013

Intro: 0:00
Part 1: Why Change?: 4:12
Part 2: Post Scarcity: 30:59
Part 3: Economic Organization and Calculation: 1:11:01
Q&A: 1:45:10

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