[aplausos] Olá, me chamo Franky. Como vocês já sabem, também trabalho com o Movimento Zeitgeist. E gostaria de saudar todos aqui, todos que vieram de longe. Muito obrigado. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer especialmente os times do Movimento Zeitgeist. Time linguístico, de Web, de Tecnologia, de Ativismo e também o time de Projetos que coordenou este projeto. O capítulo Alemão todo fez um grande trabalho estabelecendo este evento dentro de apenas um mês. Eu gostaria pessoalmente de agradecer a todos. Que bom ver vocês aqui. Acho que Peter Joseph não precisa de introdução. Acredito que todo mundo aqui sabe quem ele é. Para ser curto e preciso, obrigado e entrego agora o microfone ao Peter. [Aplausos] Você pode desligar esse microfone já que eu não vou usá-lo. Ah, é este outro... Oi ! Como está todo mundo? Eu realmente agradeço a todos vocês por estarem aqui. Quero agradecer Franky e o time de Berlim por agirem tão rápido, foi realmente fenomenal. Já realizei muitos eventos ao longo dos anos, não é uma tarefa fácil. E sempre me lembro, quando eu viajo, que o Movimento Zeitgeist é um verdadeiro fenômeno global, nessa etapa, não? Não importa qual lugar do planeta qualquer um de nós está, não é preciso ir muito longe para encontrar amigos que partilham valores semelhantes nesta busca por um mundo melhor. O título desta palestra é "Cálculo Econômico em uma economia de Lei Natural Baseada em Recursos". Durante os últimos cinco anos ou mais o Movimento Zeitgeist produziu um extenso material educacional no que diz respeito ao que advogamos. E a curva de aprendizagem tem sido bastante intensa. Tem havido uma tendência a generalizar com relação a como as coisas de fato funcionam tecnicamente. Este é o conteúdo desta apresentação. Na parte um e dois eu vou refinar as falhas inerentes ao modelo de mercado atual a respeito de porque nós precisamos mudar apresentando juntamente as vastas possibilidades que atualmente temos para resolver grandes problemas, melhorar a eficiência e gerar uma forma de abundância que possa atender a todas as necessidades humanas. O termo comum que ganhou popularidade nos últimos dois anos é chamado de pós-escassez, mesmo que essa palavra seja um pouco imprecisa semanticamente, como eu vou explicar. E na terceira parte vou mostrar como essa nova sociedade funciona de modo geral na sua estrutura e cálculo básico. Eu acho que a maioria das pessoas no planeta sabem que há algo muito errado com a atual tradição socioeconômica. Só não sabem como pensar sobre a solução, ou, mais precisamente, como chegar a tais soluções. E até que isso seja abordado, não vamos chegar muito longe. Na mesma nota, dentro de poucos meses, um texto bastante substancial vai ser posto em circulação, disponível gratuitamente e também em forma impressa ou disponível para download a preço de custo, é uma obra sem fins lucrativos. Esperamos que seja concluída até o primeiro mês do próximo ano. E será a expressão definitiva, de forma condensada, sobre o Movimento, algo que há muito está atrasado. É chamado de "O Movimento Zeitgeist: Uma nova forma de pensar" (PT-BR) e vai servir tanto como uma orientação, quanto um guia de referência. E terá, provavelmente, mais de mil notas de rodapé e fontes. Uma vez terminado, uma série de vídeos educativos será criada, dividida em cerca de 20 partes para produzir o material, juntamente com um guia de referência para ajudar as pessoas que querem aprender a falar sobre essas ideias porque precisamos de mais pessoas a nível internacional para sermos capazes de nos comunicar, como eu tento fazer. É algo muito importante, e acho que o futuro do movimento jaz, em parte, em nossa capacidade de criar uma eficiente máquina educacional internacional com linguagem consistente juntamente com projetos de design reais e suas inter funcionalidades. Parte 1: Por que estamos aqui? É este tipo de mudança em grande escala, que o movimento defende, realmente necessária? Não podemos apenas trabalhar para corrigir e melhorar o atual modelo econômico, mantendo o quadro geral de dinheiro, comércio, lucro, poder, propriedade e assim por diante? A resposta curta é um definitivo "não", como eu vou explicar. Se houver qualquer interesse real para resolver a crescente crise na saúde pública e ambiental atualmente, este sistema precisa acabar. O capitalismo de mercado, não importa como você queira regulamentá-lo ou não regulamentá-lo, depende com quem você fala, contém severas falhas estruturais que irão sempre, de uma forma ou de outra, perpetuar o abuso ambiental e a desestabilização, desrespeito humano e cáustica desigualdade social. Dito de outra forma, desequilíbrios ambientais e sociais e uma falta de base de sustentabilidade ambiental e cultural é inerente à economia de mercado, e sempre foi. A diferença entre o capitalismo de hoje e, digamos, do século 16 é que a nossa capacidade tecnológica de acelerar rapidamente e ampliar este processo de mercado trouxe à tona consequências que simplesmente não podiam ser entendidas ou mesmo percebidas durante aqueles tempos mais primitivos. Em outras palavras, os princípios básicos da economia de mercado sempre foram intrinsecamente falhos. Levou todo esse tempo para a gravidade dessas falhas surtirem efeito. Deixe-me explicar um pouco. De um ponto de vista ambiental, a percepção do mercado simplesmente não consegue enxergar a Terra como nada além de um inventário para fins de exploração. Por quê? Porque toda a existência de uma economia de mercado tem a ver com manter o dinheiro em circulação a uma taxa que possa manter as pessoas empregadas tanto quanto possível. Em outras palavras, a economia mundial é alimentada pelo consumo constante. Se os níveis de consumo cairem, a demanda de trabalho cai também, e assim também o poder de compra da população em geral e, portanto, o mesmo acontece com a demanda por bens já que o dinheiro não está lá para comprá-los. Este consumo cíclico é a força vital da nossa existência econômica. A própria ideia de ser conservador ou verdadeiramente eficiente com os recursos finitos da Terra de alguma forma é estruturalmente contraproducente para essa necessária força motriz de consumo. Se você não acredita nisso, pergunte a si mesmo por que praticamente todos os sistemas de suporte à vida no planeta estão em declínio. Nós temos a perda crescente da camada superficial do solo, perda da água doce, desestabilização atmosférica e climática, uma perda de plâncton produtor de oxigênio no oceano que é fundamental para a ecologia marinha e atmosférica, o esgotamento contínuo da população de peixes, a redução das florestas tropicais, etc. Em outras palavras, uma perda global generalizada da biodiversidade está ocorrendo e de forma crescente. Para aqueles não familiarizados com a importância crucial da biodiversidade, bilhões de anos de evolução criaram uma vasta biosfera interdependente de seus sistemas a nível planetário. E a violação de um sistema tem sempre um efeito sobre muitos outros. Isso, claro, não é uma nova observação. Em 2002, 192 países, em associação com as Nações Unidas se reuniram em torno de algo chamado "Convenção sobre Diversidade Biológica". Eles assumiram um compromisso público de reduzir significativamente esta perda até 2010. E o que mudou oito anos mais tarde? Nada. Em sua publicação oficial em 2010, eles afirmam: "Nenhuma das 21 sub-metas que acompanhavam o objetivo global de reduzir significativamente a taxa de perda de biodiversidade até 2010 pode se afirmar definitivamente ter sido alcançada globalmente." "Ações para promover a biodiversidade recebem uma minúscula fração do financiamento em comparação com infraestrutura e desenvolvimento industrial. " (Hmm) Eu me pergunto por quê? "Além disso, considerações sobre biodiversidade são frequentemente ignoradas quando tais desenvolvimentos são projetados..." "A maioria dos cenários futuros preveem a continuidade de elevados níveis de extinções e perda de habitats ao longo deste século." Em um estudo publicado em 2011 que foi, em parte, uma resposta a uma chamada geral para isolar e proteger certas regiões para garantir alguma segurança desta biodiversidade, constatou-se que, mesmo com milhões de quilômetros quadrados de terra e oceano atualmente sob proteção legal, houve pouco efeito em diminuir a tendência de declínio. Eles também fizeram a seguinte conclusão altamente preocupante, combinando esta tendência com o estado do nosso consumo de recursos: "O uso excessivo de recursos da Terra é possível porque os recursos podem ser colhidos mais rapidamente do que podem ser substituídos. A excedência de recursos acumulada a partir de meados da década de 1980 a 2002 resultou em uma 'dívida ecológica' que exigiria 2,5 planetas Terra para pagar. Se a tendência atual se mantiver, as nossas exigências sobre o planeta Terra poderiam alcançar a produtividade de 27 planetas em 2050. " E não há falta de outros estudos que confirmam, de uma forma ou de outra, que estamos realmente excedendo em muito a capacidade anual de produção da Terra, juntamente com a poluição e destruição colateral causados por padrões de consumo e industriais. Mais uma vez, esse tipo de pesquisa foi publicada por muitas décadas. Por que é que, mesmo com todos esses dados coletados, parece que não conseguimos frear o esgotamento do suporte à vida e nossa excessiva tendência de consumo? Será que é porque há muitas pessoas no planeta? Será que é porque nós somos apenas absolutamente incompetentes e não temos nenhum controle consciente sobre nossas ações? Não. O problema é que temos uma tradição econômica global ainda em vigor enraizada no pensamento pré-industrial do século 16 orientados à manufatura que coloca o ato de consumir, comprar e vender como o condutor central de todos os desdobramentos sociais. A melhor analogia que posso pensar é a de considerar o pedal do acelerador em um carro: Quanto maior o consumo de combustível, mais rápido ele vai. E comprar coisas em nosso mundo é o combustível. Se você diminuir o consumo, o crescimento econômico diminui, pessoas perdem empregos, poder de compra cai, as coisas desestabilizam e assim por diante. Então, eu espero que esteja claro que o sistema simplesmente não recompensa ou mesmo apoia sustentabilidade ambiental, na forma de conservação. Na verdade, ele não recompensa a sustentabilidade em nenhuma forma de eficiência física e planetária, como explicarei com mais detalhes em um momento. Ao invés disso, recompensa o fornecimento de serviços, de negócios e o desperdício. E quanto mais problemas e ineficiências temos, para não mencionar o quanto mais inseguros, materialistas e necessitados nos tornamos, melhor para a indústria. O que é melhor para o PIB, o que é melhor para o emprego, independentemente do fato de que nós podemos literalmente estar matando a nós mesmos no processo. Meu amigo John McMurtry, um filósofo canadense, refere-se a este estado como: "A fase cancerígena do capitalismo", um sistema que agora está destruindo seu hospedeiro, nós e a Terra, quase sem saber, porque muito poucos hoje realmente entendem quão insustentáveis os princípios condutores do mercado realmente são. A segunda consequência estruturalmente inerente que quero mencionar é o fato de que, empiricamente, o capitalismo de mercado é socialmente desestabilizador. Ele cria desigualdade desnecessária e desumana, e consequentemente conflitos humanos desnecessários. Na verdade, eu diria que o estado mais natural do capitalismo é o conflito e desequilíbrio. Eu classificaria duas formas de conflito no mundo: nacional e de classe. Eu não vou gastar muito tempo sobre as causas da guerra nacional, pois devem ser bastante óbvias para a maioria de nós neste momento. Nações soberanas que em parte são instituições protecionistas às mais poderosas forças de negócios, muitas vezes se engajaram no ato mais primal de concorrência: assassinato sistemático em massa. A fim de preservar a integridade econômica de suas economias nacionais e selecionar interesses empresariais, que compõem invariavelmente o corpo político de qualquer país. Todas as guerras da história, embora muitas vezes convenientemente mascaradas por desculpas variadas, têm sido predominantemente sobre a terra, os recursos naturais, ou estratégia geoeconômica em um nível ou outro. A instituição estatal sempre foi impulsionada por interesses comerciais e de propriedade, existentes tanto como um regulador das operações econômicas internas básicas do dia-a-dia, na forma da legislação e como uma ferramenta para a consolidação de poder e vantagem competitiva das indústrias mais dominantes da economia nacional ou mesmo, na verdade, mais importante ainda, global. Há muitas pessoas no mundo que ainda olham para essa causalidade em sentido inverso. Em alguns pontos de vista econômicos, o governo estatal é considerado o problema central, em oposição ao interesse próprio e à vantagem competitiva de ethos inerente ao capitalismo de mercado. Como o argumento "Se o poder estatal fosse removido ou reduzido drasticamente, o mercado e a sociedade seriam livres da maioria dos seus efeitos negativos. " O problema com este argumento é que ele se esquece que o capitalismo é apenas uma variação de um sistema baseado na escassez, especialização e troca de propriedade. Um sistema que, na verdade, remonta a milênios, de uma forma ou de outra. Assentamentos, na antiguidade, precisavam se proteger, uma vez que a aquisição de recursos e de terras se expandia ao longo do tempo. Exércitos foram criados para proteger recursos de forças invasoras e afins. Ao mesmo tempo, pessoas engajavam-se em empregar a agricultura e artesanato, o que revelou "trabalho" e "valor de troca" em uma forma muito primitiva. Daí o valor da propriedade, em meio a essa escassez, exigiu regulamentação e leis; não só para proteger a propriedade, mas para proteger o comércio e também evitar golpes e fraudes em transações. Esta é a semente do estado! O mercado é um jogo e pessoas podem trapacear. Você precisa de regulamentação. Este é o problema básico. O mercado também permite, e aqui está a moral da história, que a regulação possa ser comprada por dinheiro. Portanto, não há uma integridade garantida. O Estado e o mercado tanto lutam entre si como complementam um ao outro. Sempre existirá poderes reguladores centralizados em uma economia de mercado. O Estado e o mercado são inseparáveis; caminham lado a lado. Agora, como um aparte, algumas pessoas costumam desafiar essa realidade com argumentos morais ou éticos, que, lamento dizer, são inteiramente subjetivos culturalmente. Em um mundo onde tudo está à venda, onde o reforço à recompensa, a condição operante, está diretamente ligada à busca de ganhos e vantagens pessoais, quem pode dizer onde as linhas devem ser traçadas? É por isso que os princípios morais, sem reforço estrutural são inúteis. No final, a questão não é o que é moralmente certo ou moralmente errado. A questão é o que funciona e o que não funciona. Às vezes é preciso uma grande quantidade de tempo para a verdade de tais padrões se materializar. Por exemplo, a maioria das pessoas veem, com razão, a abjeta escravidão histórica do ser humano como uma condição moralmente errada. Mas vamos aprofundar as características, pensar mais profundamente. Eu acho que é muito mais produtivo reconhecer que a escravidão não funcionou no sentido de que foi culturalmente insustentável. Fanatismo em todas as formas não só é horrendo, é culturalmente insustentável porque gera conflito. Eu não estou ciente de qualquer sociedade escravista que não sofreu grandes rebeliões de escravos. É instável e, portanto, insustentável. O capitalismo de mercado está no mesmo caminho. Há mais escravos no mundo hoje, operando dentro dos limites da economia de mercado do em qualquer momento na história humana. E não duvido de que, se conseguirmos passar por este período árduo sem destruir a nós mesmos através de guerra, revoltas ou colapso ecológico, as pessoas no futuro vão olhar para trás e enxergar o nosso mundo atual com a mesma repugnância à violação dos direitos humanos pelo sistema econômico, como nós, hoje, enxergamos o período da abjeta escravidão humana no passado. Luta de classes. Isso nos direciona bem para o tema da luta de classes e desigualdade socioeconômica. A longa história do chamado clamor "socialista" tem sido em grande parte sobre este desequilíbrio constante e desumano em um nível ou outro. Grande parte do tempo foi gasta por muitos críticos do capitalismo, descrevendo como ele é, realmente, um sistema de exploração, o qual inerentemente separa a sociedade em camadas econômicas estratificadas e garante a dominância da classe baixa pela classe alta estruturalmente. É estruturalmente parte do sistema. Se você é uma daquelas pessoas que não concordam com esta realidade, pergunte-se por que há greves trabalhistas uma após a outra durante os últimos 300 anos, por que sindicatos trabalhistas sequer existem, e por que CEOs tendem a ganhar centenas de vezes mais dinheiro do que o trabalhador comum, ou por que 46% da riqueza do mundo é, agora, propriedade de 1% da população, que são quase exclusivamente algo que poderíamos chamar de a classe proprietária capitalista. Desigualdade e separação de classe é um resultado matemático direto da orientação inerentemente competitiva do mercado que divide indivíduos em pequenos grupos, enquanto estes trabalham para competir uns contra os outros pela sobrevivência e segurança. É totalmente orientada ao individualismo; impulsionada por um sistema de incentivos baseado em autopreservação individual, assumindo a necessidade de reforçar constantemente a própria segurança financeira uma vez que o ambiente de mercado não dá nenhuma certeza de bem-estar por si próprio. Medo e ganância. Os ricos ficam mais ricos, porque o modelo favorece-os, e os pobres, basicamente, ficam na mesma, porque este sistema funciona contra eles, em comparação. É estruturalmente classificada. Aqueles com mais dinheiro têm mais opções e influência do que aqueles com menos. Você é tão livre quanto seu poder de compra permitir que você seja. O sistema de crédito é um exemplo perfeito. O dinheiro é tratado como nada mais do que um produto no sistema de crédito / bancário. Dinheiro é vendido pelos bancos através de empréstimos, por lucro, que vem sob a forma de juros. Se você perder os pagamentos ou violar seu contrato, frequentemente, a taxa de juros é elevada porque você é agora considerado um consumidor de maior risco. Se você não conseguir atender aos juros ou pagamentos futuros, você se torna inadimplente, por causa do empréstimo. Seu castigo é a ruína de sua avaliação de crédito ou reputação nos círculos financeiros. Quando isso acontece, a sua flexibilidade financeira é ainda mais sufocada, pois seu acesso econômico se torna mais limitado. As pessoas veem isso como apenas "a forma como as coisas são", mas eles não percebem como isso é insidioso. Isso força as classes mais baixas a ficar sempre embaixo por motivos e forças de coerção que são incorporados na estrutura que estão além de seu controle. Eu poderia dar muitos outros exemplos. Tudo neste sistema funciona contra você, se você não for afluente na sociedade, e, adivinhem, estas políticas financeiras foram criadas por uma lógica de mercado orientada pelo interesse pessoal, e não por algum político ou algum governo. E eu não vou nem discorrer sobre o fato de que os juros cobrados para a venda de dinheiro, hoje, não existe no próprio suprimento de dinheiro, o que cria uma espécie de sistema à base de coerção social forçando a inevitabilidade de inadimplência ao longo do tempo. Juntamente com atos de desespero econômico, como a venda de imóvel que você preferiria não vender, apenas para atender às suas necessidades básicas, ou assumir cargos de trabalho que você não gostaria. O mercado gera desespero como o seu método de coerção. Isso nos leva a outra confusão muito comum sobre "livre mercado", que frequentemente vejo na popular comunidade "Laissez-faire". Eles falam sobre o livre comércio como o comércio que é inteiramente voluntário como se tal coisa pudesse existir em um sentido empírico. Todas as decisões de comércio vem de influências e pressões. Apenas, talvez, o super-ricos que literalmente não precisam se preocupar com a sobrevivência básica devido à sua riqueza, pode-se dizer, se envolvem no ato de livre comércio voluntário. Para o resto dos 99% da população mundial, ou trocamos ou não sobrevivemos. Essa pressão é empiricamente coercitiva. E não, isso não tem que ser assim, que é o ponto de todo este novo modelo social. Assim, com tudo isso de lado, e com esta compreensão de que a desigualdade de riqueza é inerente ao próprio capitalismo - Você não pode eliminá-la - A principal questão que quero abordar aqui tem a ver com o que a separação de classes e a desigualdade social nos faz no contexto da saúde pública. Não é apenas uma simples questão de alguns terem mais que outros, e outros sofrendo a mera inconveniência material ou a pressão para se envolver em trabalhos ou trocas que prefeririam não fazer. Vai muito além disso. A desigualdade socioeconômica é um veneno, uma forma de poluição desestabilizadora que afeta a saúde psicológica e fisiológica de maneira profunda, ao mesmo tempo, muitas vezes acumulando raiva em relação a outros grupos, e, por conseguinte, uma geração de instabilidade social. O melhor termo que eu conheço que incorpora esta questão é "violência estrutural". Se eu colocar uma arma na cabeça de alguém, digamos um homem de 30 anos, puxar o gatilho e matá-lo - assumindo uma expectativa média de vida de 84 anos - você pode argumentar que, de certa forma, 54 anos de vida foram roubados dessa pessoa em um ato direto de violência. No entanto, se uma pessoa nasce pobre no meio de uma sociedade abundante onde é estatisticamente comprovado que não prejudicaria ninguém sanar as necessidades básicas desta pessoa, e ainda assim ela morre aos 30 anos, devido a uma doença cardíaca a qual hoje é relacionada estatisticamente àqueles que sofrem o estresse e os efeitos do baixo status socioeconômico, é a morte dessa pessoa - a remoção desses 54 anos - um ato de violência? A resposta é "sim, é". Nosso sistema legal nos condicionou a pensar que a violência é um ato comportamental direto. A verdade é que a violência é um processo, não um ato, e pode assumir muitas formas. Você não pode separar qualquer resultado do sistema a partir do qual ele é orientado. E isso é praticamente ausente na forma como as pessoas pensam sobre causa e efeito em um sistema socioeconômico. Os efeitos do capitalismo de mercado não podem ser reduzidos ou, devo dizer, não podem ser deduzidos logicamente a partir de um exame local ou reducionista. É como se as coisas funcionassem como um relógio: O mercado é um sistema sinérgico, a economia é um sistema sinérgico, e o comportamento do conjunto, ou seja, as consequências sociais de larga escala tais como a perpetuação de desigualdade ou violência, só podem ser avaliadas em relação a esse conjunto. É por isso que tem havido uma grande dicotomia entre o que os teóricos de mercado acham que supostamente deveria acontecer em seu mundo e o que está realmente acontecendo. Por exemplo, não há dúvida de que a pobreza e a desigualdade social está, e sempre esteve, causando um vasto espectro de problemas de saúde pública, tanto no contexto de privação absoluta, o que significa não ter o dinheiro para simplesmente sanar as necessidades básicas, como alimentação, e no contexto de privação relativa, que é um fenômeno psicológico relacionado ao estresse, o estresse psicossocial de simplesmente viver em uma sociedade altamente estratificada. Um dos maiores preditores na redução de saúde pública é identificado hoje como desigualdade social. Se você comparar nações desenvolvidas pelo nível de desigualdade de riqueza vai constatar que nações mais igualitárias têm índices muito melhores de saúde do que as nações menos igualitárias. Isso inclui a saúde física, saúde mental, abuso de drogas, níveis de ensino, prisão, obesidade, mobilidade social, a confiança ou o "capital social", a vida comunitária, a violência, gravidez na adolescência, e bem-estar infantil, em média. Estes resultados são significativamente piores nos países ricos com maior desigualdade. No entanto, se você tentou reduzir e analisar, em uma única pessoa, qualquer um desses fatores de saúde pública citados, você nunca teria certeza se essa pessoa é realmente uma vítima do estresse psicológico ou da própria condição da violência relativa ou absoluta. A causalidade só pode ser entendida em larga escala, probabilisticamente, o que representa a importância da análise estatística. O mercado só pode ser percebido como um todo para podermos mensurar a verdade de seus efeitos. É por isso que o nosso sistema jurídico é tão básico e primitivo. Dito isto, gostaria de detalhar outros exemplos de violência estrutural, uma vez que, obviamente, manifesta-se de muitas outras formas. Quando vemos que 1,5 milhões de crianças morrem a cada ano por doenças diarreicas, um problema totalmente evitável, o qual não é resolvido devido a uma limitação financeira em todo o mundo, vemos, na verdade, o assassinato de 1,5 [milhões] de crianças por um sistema que é tão ineficiente em seu processo, que não consegue tornar disponíveis os recursos necessários em determinadas regiões, mesmo que eles já estejam lá. Dependência de drogas, que se tornou uma praga da sociedade moderna em todo o mundo, não apenas trazendo mortes, mas também um espectro de sofrimento, comprovou-se ter raízes no estresse. Tem a ver com a falta de apoio que cria uma reação em cadeia psicológica que leva a preencher seus sentimentos de dor com auto-medicação. Você raramente vai encontrar um estudo sobre os padrões de dependência que não vê uma correlação direta com as condições de vida instáveis e estresse. E qual seria a característica psicológica dominante da pobreza? Sentimentos de insegurança e submissão. Até mesmo a grande maioria dos comportamentos violentos surgem de condições prévias que foram ligadas a privações e abusos induzidos pela pobreza. O ex-chefe de estudos sobre Violência de Harvard, Dr. James Gilligan, foi um psiquiatra penitenciário por várias décadas, analisando as razões para atos extremos de assassinato e afins. Em praticamente todos os casos, altos níveis de privação, negligência e abuso ocorreram na vida dos criminosos. E adivinha o quê? A pobreza é o melhor preditor de abuso infantil e negligência. Em um estudo realizado nos EUA, as crianças que viviam em famílias com uma renda anual inferior a 15 mil dólares têm risco 22 vezes maior de serem abusadas ou negligenciadas do que crianças que vivem em famílias com renda anual de 30 mil dólares ou mais. Aristóteles disse: "A pobreza é a mãe da revolução e do crime." Gandhi disse: "A pobreza é a pior forma de violência." E o interessante nisso tudo é que todos nós somos possíveis vítimas de seus efeitos, pois cada vez que você ouvir falar de um roubo, ato de violência, assassinato, ou similar, é provável que as origens desse comportamento vieram de uma forma de privação evitável. Digo "evitável" porque hoje não há absolutamente nenhuma razão técnica para qualquer ser humano viver em situação de pobreza e privação de recursos. Resolver a desigualdade social não é apenas uma boa ação, é um verdadeiro imperativo de saúde pública. Assim como ter certeza que a nossa água não está poluída, para que não fiquemos doentes. E cada um de nós não tem ideia de quando poderemos ser submetido a, digamos, violência produzida por essa privação. É uma forma de efeito colateral. Assim como o que alguns teóricos sociais pensam sobre as razões do terrorismo moderno oriundo de países que sofrem abuso. Um país como os Estados Unidos bombardeiam alguma cidade; as pessoas nessa cidade perdem tudo. Certas pessoas são profundamente afetadas e não encontram nenhum outro recurso emocional além de vingar-se de forma mais violenta possível. Em seguida, uma bomba explode em um café em sua cidade, matando seu irmão. Em suma, se você quer produzir uma mentalidade criminosa ou de quadrilha, deixe-os serem criados num ambiente onde crescem com a sensação de que a sociedade não se preocupa com eles. Assim, eles não têm necessidade de se preocupar com a sociedade. Esta é a marca registrada, a característica essencial da ordem social capitalista. E, antes de seguir em frente, acho muito interessante que a grande maioria das instituições de direitos civis hoje, ou instituições de direitos humanos, que ainda exigem mais igualdade de raça, sexo, crença e igualdade política, tendam a fazer muito pouco para abordar as raízes da desigualdade econômica. É uma contradição muito interessante. Estou firmemente convencido de que, à medida que o tempo avança, a igualdade econômica vai se transformar e adquirir o mesmo papel que a igualdade de gênero e raça, em que suprir as necessidades humanas e prover um alto padrão de vida será uma questão de direitos humanos, não uma conveniência de mercado, nem do darwinismo social em que se baseia. Parte Dois: Pós-Escassez. Eu gostaria de passar um momento esclarecendo o que "Sociedade Focada em Abundância" realmente significa e dar algumas extrapolações estatísticas tangíveis para confirmar esse potencial. A Economia Baseada em Recursos e Lei Natural (EBRLN) não é uma utopia. O Movimento Zeitgeist busca uma abundância alta, relativa e sustentável aliviando as formas mais relevantes de escassez. Muitos que ouvem tais distinções desconsideram imediatamente tais qualificações como meras opiniões. O fato é que não há opinião quando se trata de suporte à vida ou necessidades humanas empíricas. Abundância sustentável relativa significa buscar mais do que o suficiente para atender todas as necessidades humanas e além, enquanto se mantém o equilíbrio ecológico. "As formas mais relevantes de escassez" significa diferenciar entre a escassez que se refere às necessidades humanas e a escassez que se refere aos desejos humanos, já que não são a mesma coisa. Infelizmente, a lógica do mercado faz de conta que são. O mercado não tem como separar necessidades de desejos. E isso nos leva a raiz do transtorno do sistema de valores, que continua a distorcer nossa cultura. A lógica é a seguinte: se existir qualquer forma de escassez de qualquer coisa, em qualquer nível, então precisamos de dinheiro e do mercado competitivo para regulamentá-la. Deixe-me explicar isso um pouco mais. Um dos membros da nossa equipe de palestras internacionais, Matt Berkowitz, entrevistou para o rádio um economista austríaco muito popular pouco tempo atrás, e quando o tema da escassez surgiu, esse economista respondeu assim: "Nem todo mundo pode ter um bife de primeira ou uma Ferrari!" Essa foi a sua posição definitiva em relação à escassez. Isso pode até ser verdade. Nem todo ser humano pode ter uma mansão de 500 quartos, com três aviões no gramado da frente, e metade do continente africano como seu quintal. Em teoria, poderíamos evocar qualquer coisa e defender a escassez através do luxo, assim fundamentando a existência de um mercado competitivo. Então, quais são as necessidades humanas? Seriam subjetivas? As necessidades humanas foram criadas pelo processo de evolução física e psicológica. O não cumprimento dessas necessidades virtualmente empíricas gera, como observado anteriormente, um espectro desestabilizador, estatisticamente previsível, de distúrbios físicos, mentais e sociais Os desejos humanos, por outro lado, são manifestações culturais que foram sujeitas a uma enorme mudança subjetiva ao longo do tempo, revelando, na verdade, algo de natureza arbitrária. Isto não quer dizer que obsessões compulsivas não podem ser tão desejadas que começam a assumir o papel de necessidades. Esse é um fenômeno que ocorre facilmente em nossa sociedade materialista, na verdade. É exatamente por isso que as questões de desigualdade financeira anteriormente assinaladas, ou seja, a resposta de estresse psicossocial resultante da comparação social, são o que são. É uma parte da nossa psicologia evolutiva de muitas maneiras. Mas é em parte por isso que as sociedades mais desiguais também são as sociedades menos saudáveis, porque perpetuamos isso. O Movimento Zeitgeist não está promovendo uma abundância universal infinita de tudo, o que é claramente impossível num planeta finito. Em vez, promove uma visão de mundo "pós-escassez" ou de abundância, reconhecendo os limites naturais de consumo no planeta, e procurando um equilíbrio. E o que separa o mundo de hoje do mundo do passado é que a nossa capacidade científica e tecnológica chegou a um ponto de aceleração da eficiência onde a criação de um alto padrão de vida, para todas as pessoas do planeta com base nas preferências culturais atuais, na verdade, é possível agora dentro destes limites sustentáveis sem a necessidade destrutiva de competir através do mecanismo de mercado. Isto é feito com a chamada 'efemerização', um termo cunhado pelo engenheiro R. Buckminster Fuller, e o entendimento é muito simples: "A quantidade de recursos e energia necessárias para executar uma determinada tarefa diminuiu constantemente ao longo do tempo, enquanto a eficiência da tarefa tem aumentado, paradoxalmente." Um exemplo é a comunicação por satélite, que usa exponencialmente menos material do que o fio de cobre grosso tradicional e é mais versátil e eficaz. Em outras palavras, estamos sempre fazendo mais com menos, e essa tendência pode ser notada em todas as áreas de desenvolvimento industrial, dos processadores de computador ou a Lei de Moore até a rápida aceleração do conhecimento humano ou da tecnologia da informação E não é apenas nos bens físicos. Também se aplica a processos ou sistemas. Por exemplo, o sistema de trabalho, hoje com a automação, mostra exatamente o mesmo padrão. A indústria se tornou mais produtiva com menos pessoas, máquinas cada vez mais eficientes com um consumo de energia e materiais cada vez menor por operação ao longo do tempo. Agora um breve parêntesis, alguns podem ter notado que constantemente uso a seguinte frase: "Alto padrão de vida". O que isso significa? Quem pode dizer o que um alto padrão de vida deve ser? A resposta a essa pergunta não "quem", é "o quê". E 'o quê' determina o nosso padrão de vida é justamente o nosso estado atual da tecnologia. e o que é necessário para manter a sustentabilidade social e ambiental em um planeta finito. Essa é a equação. Se nós, como sociedade, desejamos manter os valores do materialismo, crescimento e consumo, promovendo a virtude de ter desejos infinitos então podemos muito bem nos matar agora mesmo, já que será o resultado final se continuarmos a ultrapassar os limites do mundo físico em relação à nossa exploração dos recursos e à perda da biodiversidade. Então quero deixar bem claro: esta nova proposta econômica não trata apenas de ver como o mercado é obsoleto por si só, dada a nossa nova e poderosa percepção de eficiência técnica, também trata do fato de que precisamos sair do paradigma do mercado o mais rápido possível antes que cause ainda mais danos. OK, Pós-Escassez. As quatro categorias que eu quero abordar em detalhes em relação a isso são alimentos, água, energia e bens materiais. Por favor, notem que, para alimentos, energia e água, esta é uma avaliação realmente muito conservadora, através de estatísticas e medidas baseadas apenas em métodos existentes que foram postos em uso industrial, não em coisas teóricas de que pessoas falam o tempo todo. E tudo o que eu vou fazer é aumentar a escala, usando o contexto da teoria dos sistemas. Alimentos. De acordo com as Nações Unidas, uma em cada oito pessoas na Terra, quase um bilhão de pessoas, sofrem de desnutrição crônica. No entanto, admite-se que há comida suficiente, produzida hoje pelos métodos tradicionais do mercado, para fornecer a todos no mundo pelo menos 2720 kilocalorias por dia, que é mais que o suficiente para manter a saúde básica para a maioria. Portanto, em princípio, neste momento, a existência de um grande número de pessoas cronicamente famintas revela, no mínimo, de que há algo fundamentalmente errado com o processo industrial e econômico global. De acordo com a Instituição de Engenheiros Mecânicos, "Estima-se que 30 a 50% de todos os alimentos produzidos nunca atinge o estômago humano e este número não reflete o fato de que grandes quantidades de terra, energia, fertilizantes e água também foram perdidos na produção de gêneros alimentícios que simplesmente vão para o lixo. " Enquanto há certamente um imperativo para considerar a relevância destes padrões de desperdício, parece que o jeito mais eficiente e prático de superar completamente essa deficiência mundial é atualizar o próprio sistema de produção de alimentos com a localização mais estratégica a fim de reduzir o desperdício causado pelas deficiências na cadeia de fornecimento global atual. Talvez o mais promissor desses arranjos é algo chamado agricultura vertical, com o qual suponho que muitos já estão familiarizados. A agricultura vertical tem sido posta à prova em várias regiões com resultados extremamente promissores em relação à eficiência e à conservação. Este método de produção de alimentos abundantes não apenas usa menos recursos por unidade produzida, gerando menos desperdício, tem um impacto ecológico reduzido, alimentos de melhor qualidade, como também usa uma superfície menor do planeta, usa menos área de terra do que estamos usando hoje. Pode ser feito até mesmo no mar, de tão versátil, permitindo que certos tipos de alimentos, impossíveis de serem produzidos em certos climas e regiões, possam ser cultivados, simplesmente porque é um sistema fechado. Um sistema de fazenda vertical em Cingapura, por exemplo, tem um gabinete transparente construído sob medida, que usa um sistema hidráulico automatizado em circuito fechado para fazer as plantas circularem entre a luz do sol e tratamento de nutrientes orgânicos, custando apenas cerca 3 dólares por mês em eletricidade para cada gabinete. Este sistema também é relatado em ter 10 vezes mais produtividade por metro quadrado do que a agricultura convencional, novamente, usando muito menos água, trabalho e fertilizantes. Estudantes da Universidade de Columbia nos EUA determinaram que, para alimentar 50 mil pessoas, uma fazenda de 30 andares construída no espaço de um quarteirão seria necessário, o que dá cerca de 2,5 hectares. Se extrapolarmos isso no contexto da cidade de Los Angeles, Califórnia de onde venho, com uma população de mais ou menos de 4 milhões, com uma área total de, aproximadamente, 128 mil hectares, levaria 78 estruturas para alimentar todos os residentes. Isso equivale a cerca de 0,1% da área total de Los Angeles para alimentar toda a população. Se aplicarmos esta extrapolação para a Terra e à população humana de 7,2 bilhões de pessoas, acabamos precisando de cerca de 144 mil fazendas verticais para alimentar o mundo todo. Isso equivale a cerca de 368 mil hectares de terra para colocar essas fazendas que, dado que uns 38% das terras do planeta são, atualmente, utilizadas para a agricultura tradicional, chegamos à conclusão que precisamos de apenas cerca de 0,006% das terras agrícolas existentes na Terra para atender às necessidades de produção. Vamos ser um pouco mais coerentes. Dentro dessa estatística de 38% de uso do solo para a agricultura, muitas dessas terras são também utilizadas para a criação de gado, e não apenas para o cultivo de safras. Assim, se fôssemos usar, teoricamente, somente as terras de produção de safras, que são cerca de 1,6 bilhões de hectares, substituindo o cultivo em terra por estas fazendas verticais de 30 andares colocadas lado a lado, em teoria a produção de alimentos seria suficiente para atender as necessidades nutricionais e alimentar 34,4 trilhões de pessoas. Dado que só precisaremos alimentar cerca de 9 bilhões de pessoas em 2050, precisamos aproveitar apenas cerca de 0,02% desta capacidade teórica, que, como poderiamos argumentar, torna bastante discutível as objeções práticas comuns contra as extrapolações mencionadas acima. Em suma, temos um potencial de completa abundância global de alimentos. Água. Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 2,6 bilhões de pessoas, metade do mundo em desenvolvimento, carecem de saneamento básico adequado e cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso a qualquer tipo de fonte de água potável. Devido ao esgotamento em curso, em 2025, estima-se que cerca de 2 bilhões de pessoas viverão em áreas duramente afetadas pela escassez de água, com 2/3 de toda a população mundial vivendo em áreas com períodos de falta de água. A causa? Obviamente desperdício e poluição, mas não vou falar sobre isso. Os detalhes, causas e prevenção, não são o tema aqui. Em vez disso, vamos adotar, mais uma vez, apenas uma abordagem da capacidade tecnológica, considerando os sistemas modernos de purificação e dessalinização na escala macro industrial. A purificação. Globalmente, cada pessoa usa, em média, 1.385m³ de água por ano. Isso leva em conta toda a atividade industrial, bem como a agricultura. Por uma questão de argumentação, vamos considerar o que levaria para purificar toda a água doce que é usada no mundo, em média, por ano. Dada a média global de 1385m³ e uma população de 7,2 bilhões, chegamos a um consumo anual total de cerca de 10 trilhões de m³. Usando como base uma uma estação de desinfecção por Raios UV do Estado de Nova Iorque, que possui capacidade de produção de cerca de 3 bilhões de metros cúbicos por ano, ocupando cerca de 0,9 hectares de terra, precisaríamos de 3.327 estações para purificar toda a água utilizada por toda a população global, ocupando cerca de 3.000 hectares de terra. Nem é preciso dizer que há muitos outros fatores que entram em jogo, tais como as necessidades de energia, localização, etc. Isso faz sentido. No entanto, esse é um pequeno problema. 3.000 hectares não são nada comparados aos 9 bilhões de hectares de terra do planeta. Para dar um exemplo mais prático: os militares dos EUA, sozinhos, tem cerca de 845 mil bases militares e edifícios. Foi relatado que isso usa até 7,5 milhões de hectares em todo o mundo. Somente 0,04% dessa terra seria necessário para tratar a água fresca total que o planeta inteiro consome. Isso caso fosse necessário, o que, obviamente, não é. Dessalinização. Vamos usar a mesma extrapolação teórica para a dessalinização. O método de dessalinização mais comum hoje é chamado de "osmose inversa". De acordo com a Associação Nacional de Dessalinização, é responsável por 60% do tratamento de dessalinização, a nível mundial. Há uma série de outros métodos que estão emergindo muito rapidamente com níveis elevados de eficiência, os quais podem tratar a água muito mais rapidamente. Mas não vou falar sobre isso. Quero falar somente dos métodos comuns, aplicados hoje. Apenas tenha em mente que tudo o que eu estou falando tem imensas melhorias chegando muito em breve. Há uma estação de dessalinização da água do mar por osmose inversa avançada na Austrália capaz de produzir cerca de 150 milhões de m³ de água doce por ano ocupando aproximadamente 13 hectares. Dado que uso anual total de água do mundo, hoje, é cerca de 10 trilhões de metros cúbicos, levaria 60 mil estações para produzir toda a água usada globalmente hoje. Considerando as dimensões dessa estação, que é muito grande, tal façanha levaria mais ou menos 29 mil quilômetros de litoral, ou 8,5% dos litorais do mundo. Obviamente, isso não é o ideal, é muito litoral, mas este exercício é sobre proporções. É óbvio que não precisamos dessalinizar toda a água usada, nem ignoraríamos o uso de processos de purificação ou ignoraríamos as vastas reformas necessárias para preservar a eficiência e a água doce; ou, de igual importância, os sistemas de reuso que estão vindo à fruição onde os edifícios são capazes de usar a água várias vezes, reciclando a água que vem da pia para ser usada em descargas, e outros mecanismos que, infelizmente, não são usados pela a grande maioria. Vamos fazer uma extrapolação um pouco mais prática e real, combinando apenas purificação e dessalinização, com estatísticas reais de escassez regionais. No continente africano, há cerca de 345 milhões de pessoas que não têm acesso a água potável. Se aplicarmos a taxa de consumo média global observada, novamente: 1385m³ por ano, procurando fornecer essa quantidade a cada uma dessas 345 milhões de pessoas, precisaríamos produzir cerca de 480 bilhões de metros cúbicos anualmente. Se dividirmos esse número na metade e usarmos a purificação para uma parte e dessalinização para a outra parte, o processo de dessalinização usaria 1,9% ou 795 km de litoral para suas instalações, e apenas cerca de 118 hectares de terra para instalações de purificação, que é uma fração minúscula do continente africano que possui cerca de 2,8 bilhões de hectares. Portanto, isso é altamente realizável, mesmo neste exemplo bruto. De qualquer maneira, maximizaríamos estrategicamente o processos de purificação, já que é claramente mais eficiente, e usaríamos a dessalinização apenas para a demanda restante. Em suma, é um absurdo para qualquer um no planeta ficar sem água doce, sem falar, entre parêntesis, que 70% de toda a água doce usada hoje vai para a agricultura em nossos métodos agrícolas com alto desperdício. 70%! Se, por exemplo, aplicássemos sistemas de fazendas verticais cuja economia de água já foi constatada em mais de 80%, veríamos um enorme aumento na disponibilidade desse recurso escasso. Passando para a energia. Vivemos em uma massiva máquina de motor-perpétuo conhecida como Universo. O fato de ainda estarmos usando reservas de combustíveis fósseis poluidores na Terra ou o fenômeno nuclear incrivelmente instável, o qual deixa pouco espaço para a falibilidade humana, é verdadeiramente assustador. Existem quatro principais ontes de energias renováveis de grande capacidade que são atualmente ideais, conforme o nosso estado atual da aplicação tecnológica. São as estações geotérmicas, eólicas, solares e energia à base de água. Devido à falta de tempo, não vou explicar o que são e suponho que a maioria já sabe. Eu só vou fazer uma comparação da abundância. Geotérmica. Um relatório de 2006 do MIT sobre energia geotérmica constatou que 13 mil zettajoules de energia estão atualmente disponíveis na Terra, com 2 mil zettajoules ao alcance com o aperfeiçoamento de tecnologias. O consumo total de energia de todos os países do planeta é apenas metade de um zettajoule por ano. Isto significa, literalmente, que milhares de anos de energia planetária poderiam ser aproveitados apenas por este meio. A energia geotérmica também usa muito menos área do que outras fontes de energia. Por aproximadamente 30 anos, um período de tempo comumente usado para comparar o impacto do ciclo de vida de diferentes fontes de energia, verificou-se que uma instalação de energia geotérmica usa 404 m² de terreno por gigawatt hora, enquanto uma termelétrica a carvão usa 3.632 m² por gigawatt hora. Se fizessemos uma comparação básica entre energia geotérmica e a carvão, usando essa proporção de m² por gigawatt hora, veríamos que dá para encaixar 9 usinas geotérmicas no espaço de uma usina a carvão. E isso sem contar a enorme quantidade de terra que é utilizada atualmente para a extração do carvão. Esses enormes buracos que vemos na terra. E alias a beleza da energia geotérmica e, de fato, de todas as fontes de energias renováveis sobre as quais vou falar, é que o local de extração [de energia] é quase sempre no mesmo lugar da produção [de eletricidade] e da distribuição também. Todas as fontes de hidrocarbonetos, por outro lado, exigem que a extração e as instalações de produção de energia fiquem quase sempre em locais separados, e às vezes refinarias também, em outro local. Em 2013, foi anunciado que uma termelétrica de 1.000 megawatts seria construída na Etiópia. Vamos usar isso como uma base teórica para extrapolação. Se fosse uma usina geotérmica de 1.000 megawatts operando a plena capacidade, 24 horas por dia, 365 dias por ano, produziria 8,7 milhões de megawatts hora por ano. A demanda atual de energia mundial é de mais ou menos 153 bilhões megawatts hora por ano, o que significa que seriam necessárias, teoricamente, umas 17 mil usinas geotérmicas para suprir a demanda global. Há mais de 2.300 termelétricas a carvão em operação no mundo hoje. Usando a comparação de tamanho mencionada anteriormente, de nove usinas geotérmicas cabendo no espaço de uma termelétrica a carvão, seria necessário o espaço de 1.940 termelétricas a carvão para conter as 17 mil usinas geotérmicas ou 84% do total das termelétricas a carvão existentes hoje. Além disso, dado que o carvão corresponde por apenas 41% de produção de energia atualmente, esta extrapolação teórica também mostra como, em 84% do espaço atualmente usado por termelétricas a carvão, as usinas geotérmicas poderiam fornecer 100% da demanda energética global. Parques eólicos. Calcula-se, hoje, com a tecnologia de turbinas existentes, que está melhorando rapidamente, que a Terra pode produzir centenas de trilhões de watts de potência, muitas vezes mais do que o mundo consome no total. No entanto, de forma simplificada, usando os 3600 hectares do Parque Eólico Alta, na Califórnia, como base teórica, que tem uma capacidade ativa de 1320 megawatts de potência, uma produção anual de 11 milhões de megawatts hora é possível, em teoria. Isso significa que 13 mil parques eólicos de 3600 hectares seriam necessários para atender demanda global total de 153 bilhões de megawatts hora. Isso requer cerca de 48 milhões de hectares de terra ou 0,3% da superfície da Terra para fornecer energia ao mundo todo, em abstração. No entanto, a energia eólica em mar aberto é geralmente muito mais poderosa do que quando baseada em terra. De acordo com a 'Avaliação de Recursos Eólicos em Mar Aberto para os Estados Unidos': um potencial de 4150 gigawatts em turbinas eólicas poderia ser gerado em mar aberto, apenas nos Estados Unidos. Supondo que esta fonte de energia fosse estável durante um ano inteiro, ficaríamos com um total de energia de 36 bilhões de megawatts hora no ano. Sendo que Estados Unidos, em 2010, usou 25,7 bilhões de megawatts hora, concluímos que a produção de energia eólica em mar aberto sozinha atenderia e excederia o uso total nacional em cerca de 10,6 bilhões megawatts hora, ou 41%. E axiomaticamente, extrapolando esse nível nacional de capacidade para as demais linhas costeiras do planeta, levando também em conta as estatísticas baseadas em terra mencionadas anteriormente, é claro que podemos abastecer em energia o mundo várias vezes com energia eólica e de forma bastante prática. Usinas solares. Se a humanidade pudesse capturar 0,1% da energia solar que incide na Terra teríamos acesso a seis vezes mais energia de que consumimos em todas as formas hoje. A capacidade de aproveitar essa energia depende da tecnologia e do percentual de conversão da radiação. O Sistema Solar Elétrico Ivanpah, na Califórnia, é um campo de 1400 hectares com uma geração anual de cerca de um milhão de megawatts hora. Se extrapolássemos, utilizando isso como a base teórica, levaria cerca de 142 mil campos ou cerca de 200 milhões de hectares de terra para atender ao consumo global atual de energia. Isso dá cerca de 1,5% da área total da Terra. Os desertos cobrem cerca de 1/3 do mundo, ou cerca de 4,8 bilhões de hectares e eles tendem a ser bastante favoráveis a usinas solares, embora muitas vezes a menos propícios ao suporte à vida para o ser humano. Tendo em conta os cerca de 200 milhões de hectares teoricamente necessários para abastecer o mundo com energia, como calculado, apenas 4,1% dos desertos do mundo seriam necessários para conter essas usinas. É terra que praticamente não tem outra utilidade. Energia baseada em água. Existem cinco tipos dominantes de energia a base de água: ondas, das marés, corrente oceânicas, osmótica, oceano térmica, e cursos de água. Em geral, a tecnologia para o aproveitamento do oceano está em sua infância, mas o potencial é muito grande. E com base em estimativas tradicionais, seguem os potenciais globais geralmente aceitos, estimados usando os métodos existentes. Não estamos usando tecnologia avançada que não já esteja em aplicação. A soma dá em torno de 150 mil terawatt hora por ano ou 96% do uso global atual de meio zetta joule. É o suficiente para abastecer o mundo a partir de uma só fonte, se fosse explorada. No entanto, para dar uma ideia do potencial tecnológico crescente, porque eu acho que isso é importante, considerando como a tecnologia de energia orientada a água está profundamente em sua infância, desenvolvimentos recentes no aproveitamento das correntes oceânicas - as correntes que existem no fundo do oceano - que podem abranger velocidades muito mais baixas agora do que costumavam, foi estimado que o oceano, sozinho, poderia hoje, teoricamente, abastecer o mundo inteiro, se explorado corretamente. Vamos recapitular: Eólica, solar, d'água e a energia geotérmica demonstraram, como grande fontes de energia renovável, que são capazes, individualmente, de atender e até exceder em muito a demanda anual global de energia neste momento. E, obviamente, uma abordagem de sistemas, harmonizando uma fração otimizada de cada uma dessas fontes renováveis, estrategicamente, é a chave para alcançar a abundância total e global de energia. Por exemplo, não é inconcebível imaginar uma série de ilhas artificiais flutuantes em litorais selecionados, projetadas para aproveitar, de uma só vez, o vento, o sol, a diferença térmica, as ondas, as marés e as correntes, todos ao mesmo tempo e no mesmo local. Tais ilhas de energia enviariam, então, sua colheita de volta a terra para armazenamento e distribuição. Projetar coisas desse tipo depende apenas da nossa engenhosidade. Localização e reuso. A última coisa que quero mencionar sobre energia, que se baseia explicitamente neste pensamento sistêmico, tem a ver com a localização e esquemas de reuso. A exploração local de energia não recebe um décimo da atenção que precisa hoje. Métodos renováveis de pequena escala menor que favorecem estruturas individuais ou pequenas áreas se enquadram na mesma lógica de sistemas, qualquer que seja a combinação. Esses sistemas locais poderiam também, se for necessário, estar ligados com o sistema de carga base maior, criando uma rede global integrada e de fontes diversificadas, que acontece às vezes hoje com a energia solar. Existem muitos sistemas localizados lá fora que pode extrair energia do ambiente próximo: há matrizes de energia solar, há sistemas de captação de vento de pequeno porte, aquecimento e arrefecimento geotérmico e até mesmo projetos arquitetônicos que simplesmente tornam o uso da luz natural e o isolamento térmico mais eficientes. Buckminster Fuller foi genial com suas estruturas geodésicas e como elas conseguem reter energia muito bem. É a mesma ideia. Olhando para a infra-estrutura das cidades, vemos o mesmo desperdício de eficiência possível em quase toda parte. Uma tecnologia simples chamada piezoeletricidade é capaz de converter energia mecânica e pressão diretamente em eletricidade. É um excelente exemplo de um método de reaproveitamento de energia com grande potencial. As aplicações existentes incluem a geração de energia por pessoas simplesmente andando sobre estes pisos e calçadas, ruas que podem gerar energia pelo tráfego de veículos, e sistemas ferroviários que também podem capturar energia da passagem de trens através de pressão. Pessoas que estudaram isso sugeriram que um trecho de estrada de um quilômetro e meio de comprimento, quatro faixas de largura, uma rodovia, e trafegada por cerca de mil veículos por hora pode criar cerca de 0,4 megawatts de energia, o que é suficiente para alimentar 600 casas. Agora, extrapole para o grosso das estradas do mundo, você tem uma fonte muito poderosa de energia regenerativa. No geral, se pensarmos sobre o enorme desperdício de energia mecânica apenas por veículos e pedestres em centros de alto tráfego, o potencial de energia a ser regenerada é substancial. É este o pensamento sistêmico que é necessário para manter a sustentabilidade e ao mesmo tempo buscar essa abundância de energia global. O último assunto, mais complexo, além da energia, será o tema de abundância material e da criação dos bens de consumo necessários à vida. Ao contrário da categoria anterior, mais simples, a pós-escassez da água e da energia e etc., a criação de uma ampla abundância material de todos os itens básicos que compõem a média atual, pode-se dizer, do que é culturalmente considerado um "alto padrão de vida", hoje, é substancialmente mais radical em sua necessidade de revisão e mudança da cadeia industrial. Como dito anteriormente, o método atual altamente ineficiente de design industrial, produção, distribuição e regeneração é uma das principais razões por estarmos em um estado constante de excesso global na utilização dos recursos e de perda desestabilizadora de biodiversidade. Além disso, como observado antes, o mercado não incentiva estados avançados de eficiência, já que a eficiência sempre reduz a quantidade de trabalho, recursos e serviços necessários para um determinado fim e, portanto, reduz a circulação monetária. Não consigo deixar de reforçar isso sempre. Portanto, um nova visão sistêmica sinérgica da indústria focalizada explicitamente na eficiência no uso dos materiais e da mão de obra juntamente com uma estratégia otimizada para a sustentabilidade está em pauta. Por uma questão de tempo e como transição para a última parte dos cálculos, eu vou focar em alguns princípios ou protocolos e como cada protocolo auxilia na eficiência para esta abundância pós-escassez. Sem isso levaria uma quantidade enorme de tempo. Não é tão simples quanto as extrapolações anteriores. No entanto, neste livro que eu mencionei haverá um capítulo dedicada a esta temática, com muitos detalhes. 1) Acesso, não propriedade privada. Uma sociedade baseada na propriedade incentiva a preferência de possuir um determinado produto, em vez de alugar ou ter acesso, quando necessário. Eu sou um cineasta e apesar, de alugar alguns equipamentos de vez em quando, é muito mais econômico e inteligente comprar as coisas porque elas têm valor de revenda. Este incentivo à propriedade universal é um incrível desperdício quando examinamos o tempo de uso real de um determinado bem. Facilitar os meios de acesso quando as coisas podem ser compartilhadas permitirá que muitos ganhem acesso aos bens que de outra forma não poderiam usar bem como a redução na produção, em proporção, desses bens. Numa Economia Baseada em Recursos e Lei Natural procuramos criar uma abundância de acesso, não uma abundância de propriedade que é inerentemente um desperdício. Em paralelo, também é importante notar que a propriedade não é um conceito empírico. Apenas o acesso é empiricamente válido. Propriedade é um artifício protecionista. O acesso é a realidade da condição social humana. Para que você possa realmente dizer que "possui" um computador, você tem que ter chegado sozinho a todo o processo tecnológico que fez essa coisa juntamente com as ideias que compõem as ferramentas que você poderia ter usado para fazer esse computador. Isso é literalmente impossível e é o que destrói a antiga teoria do valor-trabalho. - propriedade é o que é apresentada pelos economistas clássicos - Não existe propriedade. Há apenas o acesso e partilha, não importa o sistema social que usa. 2) Reciclagem no próprio Design. Ao contrário da nossa intuição, não existe desperdício no mundo natural. Não só do ponto de vista da biosfera, que reutiliza tudo em seu processo, os 92 principais elementos que ocorrem naturalmente na tabela periódica que compõem toda a matéria não podem ser esgotados. A humanidade tem dado muito pouca consideração para o papel de regeneração dos materiais e como todas as nossas práticas de design devem levar em conta essa reciclagem. Na verdade, como alguns devem saber, o mais elevado estado desta reciclagem eventualmente acabará vindo com a nanotecnologia. A nanotecnologia será capaz de criar produtos no nível atômico e desmontá-los de volta praticamente para o ponto de partida. É a forma perfeita de reciclagem. Por sinal, não estou sugerindo isso. Não estou sugerindo que a nanotecnologia seja mesmo necessária neste momento, como se fosse o que estamos fazendo agora. É que este é um grande princípio para referenciar em relação à importância da regeneração. Hoje, a indústria tem pouco senso de sinergia nesse contexto. A reciclagem é pensada depois. As empresas continuam fazendo coisas como revestir cegamente materiais com tintas químicas e afins que distorcem as propriedades desses materiais fazendo com que sejam menos reaproveitáveis, ou talvez completamente irrecuperáveis pelos métodos de reciclagem atuais. Isso acontece o tempo todo. Então, resumindo, a reciclagem estratégica é, provavelmente, o mais importante núcleo para a abundância sustentada. Cada aterro na Terra é apenas um desperdício de potencial. Número 3: adequação estratégica ao design correto. para o uso dos materiais mais abundantes e propícios conhecidos. Você vai notar essa qualificação da eficiência no que eu disse: propício e abundante. Propício significa mais adaptados com base nas propriedades dos materiais. Abundante significa que você leva também em conta a acessibilidade do material e o impacto ambiental na comparação com outros materiais que podem ser menos ou mais propícios. Esta é uma comparação da eficiência sinérgica. Me desculpem se o vocabulário fica um pouco complicado. Provavelmente o melhor exemplo disso seja a construção de um lar ou domicílio. O uso comum de madeira, tijolos, parafusos e a vasta gama de peças típicas de uma casa comum é muito ineficiente comparado com materiais mais modernos, simplificados e pré-fabricados ou moldáveis. A casa tradicional de 200 metros quadrados requer cerca de 40 a 50 árvores, ou seja um hectare. Compare isso com casas que podem ser criadas com processos de pré-fabricação com polímeros ecológicos simples, concreto ou outros métodos facilmente moldáveis. A impressão em 3D, por exemplo, está a caminho. Estas novas abordagens têm um impacto ambiental muito pequeno quando comparado à continua destruição das florestas do planeta para extração de madeira. A construção civil é, hoje, um dos setores industriais que mais consome e desperdiça matéria prima no mundo. com cerca de 40% de toda a matéria prima usada na construção acabando como lixo no final da obra. Número 4: Design propício para a automação do trabalho. Bom isso é muito estranho para muitos. Quanto mais nos conformamos com o estado atual dos processos de produção rápida e eficiente, maior a abundância gerada. Se você ler textos sobre processos de fabricação, eles normalmente separam o trabalho em três categorias. Há a montagem humana, a mecanização e a automação. Montagem humana significa feito à mão. Mecanização significa máquinas auxiliando o trabalhador, e automação significa que não há participação humana. Imagine que você está precisando de uma cadeira e existem três modelos. O primeiro é elaborado e complexo e só pode ser feito à mão. O segundo é mais simples, e poderia ser feito de peças feitas por máquinas, mas teria que ser montado à mão. A terceira cadeira é produzida por um processo completamente automatizado. Esta última cadeira seria, em teoria, o objetivo de design desta nova abordagem. Isso teria por efeito reduzir a complexidade do processo de automação, com pouco ou nenhum trabalho humano. Imagine uma fábrica que não só produz carros, mas produz praticamente qualquer tipo de coisa feita dos mesmos materiais básicos. Isto é muito viável. Isto iria aumentar a produção significativamente. Em outras palavras, estamos otimizando os meios de produção. E entre parêntesis, muitos que vêem coisas como esta acham que isso significa que não vai existir mais qualquer variedade no futuro, que tudo vai ser básico e uniformizado e todo mundo vai ter as mesmas coisas. Não, eu só estou usando isso como um exemplo para falar sobre eficiência. Ser propício para a automação não significa a uniformidade universal porque a quantidade de variações possíveis com nossa tecnologia de automação atual é incrível e está acelerando. Robótica modular: há muitas máquinas de auto-mudança que podem criar uma grande quantidade de variações. Tudo isso significa os processos existentes em seu estado atual devem ser respeitados para facilitar a produção. Por favor, não confunda isso com "todo mundo tem o mesmo modelo de tudo". O que eles recebem são os mesmos princípios básicos de sustentabilidade, que vêm em em formas diferentes, se você conseguir compreender isso. Estes 4 parâmetros sendo utilizados, juntamente com a intenção básica de auxiliar a tendência de efemerização em todos os níveis, há pouca dúvida de que todo ser humano poderia ter um alto padrão de vida. É simplesmente uma questão de converter toda a ineficiência que temos diretamente em produtividade, de forma estratégica. Vou concluir esta seção, sinalizando que R. Buckminster Fuller foi provavelmente o único ser humano que já tentou levar em conta e quantificar o estado dos recursos e seu potencial dentro dos últimos cem anos e, apesar de primitivo, ele foi capaz de chegar à seguinte conclusão em 1969: "O ser humano desenvolveu uma mecanização tão intensa na Primeira Guerra Mundial que a percentagem da população total do mundo dos "ricos" industriais subiu, em 1919, para 6%. Esta foi uma mudança muito brusca na história. Até a segunda guerra mundial, 20% de toda a humanidade tinha se tornado parte dos "ricos" industriais. Atualmente, a proporção desses "ricos" é de 40% da humanidade. Se aumentássemos o desempenho dos recursos do nível atual para a eficiência global altamente viável de 12% acima - aumentar o uso em 12% de forma holística, em média - toda a humanidade pode ser atendida." O aumento exponencial da tecnologia da informação desde 1969, junto com a tecnologia aplicada e o entendimento sinérgico avançado que temos hoje, eu suspeito que, agora, excede em muito. Ou seja, estamos muito além do aumento de eficiência de 12%, que ele viu como necessário. O problema agora, em parte, é se adequar à facilitação industrial da maneira correta, o que atualmente não é feito. Isso nos leva à Parte III: Organização e Cálculos Econômicos. Se você está se perguntando por que eu passei tanto tempo nos pontos anteriores de pós-escassez e esses dois problemas centrais inerentes ao capitalismo de mercado, desequilíbrio social e desequilíbrio ambiental, é porque não dá para entender a lógica dos fatores econômicos envolvidos neste modelo sem essas percepções anteriores. A Economia Baseada em Recursos e Lei Natural não é apenas uma consequência progressiva da nossa capacidade crescente de sermos produtivos como espécie, como se fôssemos simplesmente evoluir gradualmente para fora do sistema de mercado, um passo de cada vez, sob esta abordagem. Não. A extrema necessidade de remoção deste sistema deve ser percebida mais uma vez. Tem que se tornar uma parte, na verdade, da estrutura de incentivos do novo modelo: a compreensão histórica de que se não nos ajustarmos desta forma vamos reverter para o período altamente instável no qual estamos neste momento. Um modelo econômico é uma construção teórica que representa processos compostos por um conjunto de variáveis ou funções, descrevendo as relações lógicas entre eles. Definição básica. Se alguém já estudou modelagem econômica tradicional ou baseada em mercado, uma grande quantidade de tempo muitas vezes é gasta em coisas como a tendências de preços, padrões de comportamento, funções utilitaristas, inflação, flutuações cambiais, etc. Raramente, ou nunca, algo é dito sobre a saúde pública ou ecológica. Por quê? Porque o mercado é, novamente, cego em relação à vida e dissociado da ciência de suporte à vida e sustentabilidade. É simplesmente um sistema de procuração. A melhor maneira de pensar sobre esta economia não é com termos tradicionais, mas sim como um sistema avançado de produção, distribuição e gerenciamento, no qual o público é democraticamente envolvido, via uma uma espécie de economia participativa que facilita os processos de entrada, como propostas de design e avaliação da demanda, enquanto filtra todas as ações através do que vamos chamar de protocolos de sustentabilidade e eficiência. Estas são as regras básicas de ação industrial estabelecidas pelas leis da natureza, não a opinião humana. Como observado antes, nenhum desses interesses são estruturalmente inerentes ao modelo capitalista e é claro que a humanidade precisa de um modelo que tem esse tipo de coisa embutida para consideração. Objetivos do sistema estrutural. Todos os sistemas econômicos têm objetivos estruturais que podem não ser óbvios. O objetivo estrutural do capitalismo de mercado, conforme descrito, é o crescimento e manutenção das taxas de consumo altas o suficiente para manter as pessoas empregadas a todo momento, e o emprego exige também uma cultura, real ou percebida, de ineficiência, e isso significa, essencialmente, a preservação de escassez, de uma forma ou de outra. Este é o seu objetivo estrutural. E boa sorte em fazer com que um economista de mercado admita isso. O objetivo deste modelo [a EBRLN] é otimizar a eficiência técnica e criar o mais alto nível de abundância que for possível, dentro dos limites da sustentabilidade na Terra, buscando atender as necessidades humanas diretamente. Panorama do sistema. Um dos grandes mitos sobre este modelo é que tem um planejamento central. Tenho certeza que muitos de nós já ouvimos isso. O que isto significa baseado em precedentes históricos é que supõe-se que um grupo de elite basicamente tomará as decisões econômicas para a sociedade. Não. Este modelo é um sistema de design colaborativo: CDS (Collaborative Design System). Sem planejamento central. É baseado inteiramente em interações com o público facilitadas por um sistema programado em linguagem aberta (Open-Source), que permite um fluxo constante de informação e resposta e que pode, literalmente, permitir a opinião do público sobre qualquer assunto industrial, seja pessoal ou social. Agora, uma pergunta comum, quando se fala desse assunto: "Quem programa esse sistema?" A resposta é: todo mundo e ninguém. As regras concretas das leis da natureza, como se aplicam à sustentabilidade ambiental e à eficiência da engenharia, são um quadro de referência completamente objetivo. As nuances podem mudar em algum grau ao longo do tempo, mas os princípios gerais permanecem. Ao longo do tempo, a lógica dessa abordagem também irá se tornar mais rígida porque aprendemos mais de acordo com o aperfeiçoamento do nosso entendimento e, portanto, menos espaço para a subjetividade em certas áreas que poderiam ter tido antes. Mais uma vez, vou descrever isso melhor num momento. Além disso, os próprios programas estarão disponíveis em uma plataforma open source para avaliação e críticas do público, absolutamente transparente. E se alguém notou um problema ou percebe que uma estratégia de otimização não foi aplicada, como provavelmente será o caso, isso é avaliado e testado pela comunidade como uma espécie de Wikipedia para cálculos, mas muito menos subjetivo do que a Wikipedia, sem aqueles administradores temperamentais. Outra confusão tradicional envolvendo o conceito e, que para muitos, passou a definir a diferença entre capitalismo e todo o resto. E tem a ver com o fato de os meios de produção serem de propriedade privada ou não. Aparece em todas as toneladas de textos literários tradicionais sobre o capitalismo quando eles descrevem isso como a manifestação final do comportamento humano, da sociedade. Se você não souber o que isso significa, os "meios de produção" se referem aos ativos não-humanos usados para criar bens, como máquinas, ferramentas, fábricas, escritórios e similares. No capitalismo, os meio de produção são de propriedade do capitalista, por definição histórica, daí a origem do termo. Estou abordando isso porque existe uma discussão centenária que qualquer sistema cujos meios de produção não sejam de propriedade privada, não vai ser tão eficiente em termos econômicos como um sistema onde são, ou talvez nem mesmo tenha eficiência alguma. Isso, como o argumento descreve, é por causa da necessidade de preço: o mecanismo de preços. O preço, que tem uma capacidade fluida de permitir a troca de bens de praticamente qualquer tipo, devido à indivisibilidade de seu valor, cria de fato um mecanismo de retorno que liga a totalidade do sistema de mercado de um modo restrito. O preço é uma maneira de alocar recursos escassos entre interesses conflitantes. Preços, propriedade e dinheiro traduzem, em suma, as preferências subjetivas de demanda em valores de troca semi-objetivos. Digo "semi" porque é apenas uma medida culturalmente relativa, ausentes a maioria dos fatores que consideram a verdadeira eficiencia técnica para um determinado material ou bem. Não tem nada a ver com o que os materiais ou mercadorias são. É apenas um mecanismo. Talvez o único dado realmente técnico, na verdade, que o preço abrange, de forma bem grosseira, tenha a ver com a escassez de recursos e a energia de trabalho. A escassez de recursos e energia de trabalho. Você pode encontrar isso no valor do "preço". Então neste contexto, a pergunta se torna: Será possível criar um sistema que pode, com eficiência igual ou melhor, facilitar o retorno dos consumidores em relação às suas preferências, da demanda, do valor do trabalho e da escassez de recursos ou de componentes sem o sistema de preço ou os valores subjetivos de propriedade ou de troca? E é claro que é possível. O truque é eliminar completamente a troca e criar uma ligação de controle e feedback direto entre o consumidor e os próprios meios de produção. O consumidor se torna parte dos meios de produção e o "complexo industrial" se torna nada mais do que uma ferramenta acessada pelo público para gerar bens. Na verdade, conforme mencionado, esse mesmo sistema pode ser usado para virtualmente qualquer cálculo societal praticamente eliminando o governo, de fato, e a política como a conhecemos. É um processo participativo de tomada de decisão. Entre parêntesis, na medida em que realmente sempre haverá escassez de alguma coisa no mundo, que é a própria base da existência do preço, do mercado e do dinheiro, os seres humanos podem entender novamente a extrema necessidade de existir em uma relação estável e constante com a natureza e a espécie humana global para a sustentabilidade cultural e ambiental, ou não. Podemos ou continuar no mesmo caminho em que estamos agora ou nos tornarmos mais conscientes, responsáveis com o mundo e com os outros, buscando a pós-escassez e usando as leis da natureza para a sustentabilidade e a eficiência para decidirmos a melhor forma de alocar nossa matéria-prima, ou não. Mas eu acho que o dito caminho é o mais inteligente. Digo isso porque este argumento dos recursos sempre se resume à abstração da escassez. Nunca especifica o que a escassez é em certos contextos. Não separa a escassez, e isso é a sua falha fatal, entre as necessidades e os desejos humanos. Além disso, eu quero salientar outra falácia sobre a propriedade privada dos meios de produção. Uma falácia desse conceito amplo é o seu atraso cultural. Hoje estamos vendo uma fusão de bens de capital, bens de consumo e força de trabalho. Máquinas estão substituindo a força de trabalho humano tornando-se bens de capital e ao mesmo tempo reduzindo seu tamanho para se tornarem bens de consumo. Tenho certeza que quase todos nesta sala têm uma impressora em casa. Quando você envia um arquivo para a impressora a partir de seu computador, você está no controle de uma mini-versão de um meio de produção. E quanto a impressoras 3D? Em algumas cidades, hoje, já existem laboratórios de impressão 3D onde as pessoas podem enviar seu projeto para imprimir um objeto físico. O modelo que eu vou descrever é uma ideia similar. O próximo passo é a criação de um complexo industrial estrategicamente automatizado, localizado o mais próximo possível, que se destine a produzir, através de meios automatizados, a média de tudo que uma determinada região expressou demanda. Pense nisso: produção sob demanda em uma escala maciça. Considere, por um momento, quanto espaço de armazenamento, energia e transporte e excedentes inúteis seriam imediatamente eliminados por esta abordagem. Eu acho que os dias da produção desperdiçante em massa e de economias de escala, estão chegando ao fim. Bem, se nós quisermos. Este tipo de pensamento: cálculo econômico real, no sentido mais técnico do termo. Estamos calculando como ser tão tecnicamente eficientes e conservadores quanto possível, que, de novo e quase paradoxalmente, é o que vai facilitar uma abundância de acesso mundial, para atender todas as necessidades humanas e além. Estrutura e processos. Vou percorrer os três processos seguintes: (1) A interface de design colaborativo e esquemática industrial; (2) Gestão de recursos, feedback e valor; e (3) Princípios gerais de sustentabilidade e de cálculo macro. A interface de design colaborativo é, essencialmente, o novo mercado; é um mercado de ideias. Este sistema é o primeiro passo para tudo que seja de interesse produzir. Pode ser iniciado por uma única pessoa, pode ser iniciado por uma equipe, se você tem amigos e pretendem trabalhar em conjunto, como as empresas funcionam; pode ser iniciado por todos. É de linguagem aberta (open-source) e de acesso aberto. E a sua ideia está aberta para a contribuição de qualquer pessoa interessada nesse tipo de produto ou qualquer um que esteja on-line e que queira contribuir. Obviamente, toma a forma de um site, como eu disse, e da mesma forma, o que quer que exista como produto final, tudo o que é colocado em produção, embora em teoria tudo estará sob modificação constante, mas o que foi aprovado, por assim dizer, é armazenado de forma digital em um banco que disponibiliza o produto para todos. Como uma espécie de catálogo de produtos, exceto que contém todas as informações digitais necessárias para produzi-las. É assim que a demanda é avaliada. A partir de feedback do usuário e é imediato. Em vez, é claro, de fazer propaganda e do sistema de proposta de produtos unidirecional que temos hoje, onde as empresas basicamente dizem o que você deveria comprar, com o público em geral indo com o fluxo, favorecendo um bom componente ou funcionalidade usando o preço, e se o público não gostar de algum produto, este, obviamente, não será mais produzido, para podar a oferta e a demanda. Este sistema funciona da maneira oposta. Toda a comunidade tem a opção de apresentar ideias para que todos possam ver, avaliar e acrescentar. Qualquer coisa que não interessa simplesmente não será executada. Não há teste nenhum aqui, como você vê no marketing, o que é um desperdício incrível. É simples assim. O mecanismo de proposta será uma interface de design interativo como vemos com Design por Computador, ou "CAD", como é chamado, ou, mais especificamente, Engenharia Assistida por Computador que é um processo sinérgico mais complicado. Entre parêntesis, alguns veem programas de computador para realizar projetos como muito demorados para aprender a utilizar, e de fato são, mas, assim como os primeiros computadores eram interfaces baseadas em códigos muito difíceis que mais tarde foram substituídos por pequenos programas com os ícones gráficos com os quais estamos todos tão familiarizados, os futuros programas de CAD poderiam ser orientados exatamente da mesma forma para se tornarem mais fáceis de utilizar. Obviamente, nem todo mundo tem de se envolver com projetos. Algumas pessoas, como a maioria hoje em dia, apenas aprecia o que já foi criado. Eles absorvem e utilizam o que outras pessoas inventaram. Portanto, haverá uma tendência menor de projetos falhos, de uma certa maneira. Nem todo mundo vai querer exercer algum papel nesse tipo de projeto. Mas muitos vão e muitos vão gostar do processo. E você pode personalizar as coisas durante o processo, o que é uma grande vantagem. Há diversas minúcias durante a produção de um produto as quais muita gente não faz nem ideia, mas talvez a pessoa só queira mudar a cor e pronto. Obviamente, isso não precisa de muito conhecimento. Mais importante, tecnicamente falando, a beleza desses programas de design e engenharia hoje, é que incorporam simulações físicas avançadas e outras propriedades da lei natural do mundo real. Assim, um produto não é apenas visível como um modelo 3D estático. Pode ser testado digitalmente ali mesmo. E embora a capacidade de teste possa ser limitada hoje, é simplesmente uma questão de foco para aperfeiçoar esses meios digitais. Por exemplo, na indústria automobilística, muito antes das novas ideias serem construídas, elas passam por processos de testes digitais similares e não há nenhuma razão para acreditar que não acabará sendo possível representar, imitar e implementar, digitalmente, praticamente todas as leis conhecidas da natureza, e ser capaz de aplicá-las a diferentes contextos. Da mesma forma, e isto é importante, o desenho proposto no presente sistema é filtrado através de uma série de protocolos de sustentabilidade e eficiência que se relacionam não só à situação do mundo natural mas também ao sistema industrial total, analisando o que é compatível. Os processos de avaliação e sugestão incluiriam o seguinte: durabilidade maximizada estrategicamente, adaptabilidade, padronização dos gêneros de componentes, facilitação da reciclagem estrategica, como eu mencionei antes, e facilitação estratégica do projeto em si, tornando-os propícios para automação do trabalho. Vou passar por cada tópico rapidamente. Durabilidade significa apenas construir os produtos tão resistentes e tão duradouros quanto é relevante. Os materiais utilizados, considerando possíveis substituições, devido aos níveis de escassez e outros fatores, seriam calculados dinamicamente, de fato automaticamente pelo sistema de projetos, para que sejam os mais propícios a um padrão de durabilidade otimizada. Adaptabilidade. Isto significa o estado mais elevado de flexibilidade para a substituição de componentes. Alguém viu essa coisa chamada "Phonebloks"? [phonebloks.com] Brilhante. No caso de um componente de qualquer produto quebrar ou ficar ultrapassado, o projeto facilita, sempre que possível, que tais componentes sejam facilmente substituídos para maximizar a vida útil do produto como um todo. Padronização dos gêneros de componentes. Quaisquer novos projetos deverão estar em conformidade com ou substituir, caso estejam desatualizados, componentes que, ou já são muito utilizados, ou estão ultrapassados devido a uma relativa falta de desempenho. Muitos não sabem, mas em 1801 um homem chamado Eli Whitney foi o primeiro a realmente aplicar a padronização na produção. Ele fazia mosquetes e na época eram feitos à mão, e eles não eram intercambiáveis. Então se alguma peça do mosquete quebrasse não podia ser trocada por uma peça de outro mosquete. Ele foi o primeiro até a criar as ferramentas para isso e foi o que basicamente começou todo o processo de padronização, e os militares dos EUA eram então capazes de comprar grandes lotes de mosquetes e repor suas peças. Era muito mais sustentável, mesmo sendo para matar pessoas. (risos) O que é interessante para os militares, porque se você pensar nisso, as forças armadas são um dos sistemas mais eficientes do planeta porque não há economia de mercado. Se você realmente quer olhar onde a eficiência industrial nasceu, por mais que eu não goste deles, foi justamente com os militares que houve o máximo de aproveitamento [de recursos]. De qualquer forma, essa lógica não se aplica apenas a um determinado produto, é aplicada a todos os gêneros produzidos: padronização. Inclusive, essa eficiência nunca vai acontecer em uma economia de mercado com a sua base na concorrência, já que a tecnologia proprietária remove toda essa eficiência colaborativa. Ninguém quer isso. Ninguém quer compartilhar tudo assim. Caso contrário, as pessoas não teriam que voltar para a empresa de origem e comprar a peça, elas iriam para outro lugar onde têm acesso através de outros meios. Facilitação da reciclagem. Como observado anteriormente, isso significa que tudo deve estar em conformidade com o estado das possibilidades de regeneração. O desmonte de qualquer produto deve ser previsto e pensado da maneira mais otimizada e facilitar a automação de trabalho. Isto significa que o estado atual da produção automatizada otimizada é diretamente levado em conta, buscando refinar o processo (perdão), buscando refinar o projeto que é apresentado para que seja mais favorável para o estado atual de produção com a menor quantidade de trabalho ou monitoramento humano. Procuramos simplificar a maneira que os materiais e os meios de produção são usados de modo que o número máximo de produtos podem ser produzidos com a menor variação de materiais e equipamentos de produção. É um ponto muito importante. Esses cinco fatores serão o que nós podemos chamar de Função de Eficiência de Projeto Otimizado, em termo técnico. Tenha isso em mente pois retornarei a este assunto em um momento. Passando para o complexo industrial, o layout. Ou seja, a rede de instalações que é diretamente conectada ao sistema de projetos e banco de dados que acabei de descrever. Basicamente os servidores, a produção, a distribuição e a reciclagem. Além disso, teríamos que relacionar o estado atual dos recursos, de importância crítica, de acordo com a rede global de gestão de recursos, outra camada, a qual também vou descrever em um momento. Produção. No caso, o ato de produzir evoluiria, pois, como dito antes, fábricas automatizadas seriam cada vez mais capazes de produzir mais com menos insumos materiais e menos máquinas: a chamada "Efemerização". Se pudermos remover questões complexas desnecessárias dentro de um projeto Podemos aprofundar ainda mais esta tendência à eficiência. Com níveis cada vez mais baixos de impacto ambiental e utilização de recursos, enquanto maximizamos nosso potencial de produção de abundância. O número de unidades de produção, seja homogêneo ou heterogêneo, como eles seriam chamados, seriam distribuídos estrategicamente baseados de acordo com a topografia e estatísticas demográficas, coisas muito simples. Não é diferente do que como supermercados funcionam hoje onde eles tentam manter distâncias médias entre grupos de pessoas e bairros da melhor forma possível. Você pode chamar isso de "estratégia de proximidade", que eu vou falar novamente em um momento. Distribuição. Pode ser efetuada diretamente através da unidade de produção como no caso de uma produção por demanda única e personalizada ou pode ser enviada para uma "biblioteca" de distribuição para o acesso do público em massa, com base na demanda e interesse naquela região. O sistema de "biblioteca" é o lugar onde os bens podem ser obtidos. Alguns produtos podem ser propícios à baixa demanda e produção personalizada e alguns não serão. A comida é um exemplo fácil de uma necessidade de produção em massa, enquanto uma peça única de mobilia sob medida viria diretamente das instalações industriais, quando fosse produzida. Eu suspeito que este processo de produção por demanda, o qual será igualmente tão utilizado quanto a produção em massa, será uma enorme vantagem. Como se observa, a produção por demanda é mais eficiente uma vez que os recursos vão ser utilizados para a demanda exata em oposição à produção em grandes lotes que fazemos hoje. Distribuição Desculpe-me, deveria dizer E no contexto de distribuição: Biblioteca de Distribuição. O inventário é avaliado em trocas diretas de informação e feedback entre a produção, distribuição e demanda. Se isso não faz sentido para você, você só precisa pensar em como funciona o rastreamento e gerenciamento de inventário de qualquer grande centro de distribuição comercial atual, com, naturalmente, alguns ajustes feitos para este novo modelo. Nós já fazemos este tipo de atividade. E independentemente do local para onde este produto está destinado a ir, se é personalizado ou não, para bibliotecas ou para um usuário direto, este ainda é um sistema de acesso. Em outras palavras, a qualquer momento, o utilizador desse produto personalizado pode devolver o item para reprocessamento assim como a pessoa que obteve algo da biblioteca pode também. Uma vez que, como observado anteriormente, o produto foi pré-otimizado - Todos os bens são pré-otimizados para reciclagem inteligente - as instalações de reciclagem serão, na verdade, construídas diretamente na unidade de produção ou de acordo com o gênero da unidade de produção, dependendo do número de instalações que você precisa para atender à variedade de demanda. Portanto, não há lixo aqui: se é um telefone, um sofá, um computador, uma jaqueta ou um livro, tudo volta ao local de onde foi produzido para reprocessamento direto. Idealmente, esta é uma economia de desperdício zero. Gestão de Recursos, feedback e valor. O processo de desenho assistido por computador e engenharia obviamente não existe no vácuo. Processando a demanda requisitada a partir dos recursos naturais disponíveis. Assim, ligado a este processo de projeto e literalmente inserido na Função de Eficiência de Projeto Otimizado, a qual observamos antes, está a dinâmica troca de informações a partir de um sistema de gerenciamento em escala global o qual nos dá dados sobre todos os recursos relevantes que contabilizam todas as demandas e produções. Hoje, a maioria das grandes indústrias mantém dados periódicos de seus materiais no que diz respeito à quantidade que elas possuem, mas evidentemente é difícil determinar o total [global] devido à existência de segredos corporativos e coisas semelhantes. Mas ainda assim é feito. Na proporção em que é tecnicamente possível, todos os recursos seriam rastreados e monitorados, o mais próximo do tempo real possível. Por quê? Principalmente porque temos de manter o equilíbrio com processos de regeneração da Terra, em todos os momentos, ao mesmo tempo que, como dito antes, trabalharíamos para maximizar estrategicamente a utilização de materiais mais abundantes, enquanto tentaríamos minimizar qualquer recurso que tivesse perigo de escassez. Valor. Como medida do valor, as duas medidas dominantes, que serão constantemente submetidas a novos e dinâmicos cálculos através do feedback, à medida que a indústria se desenvolve, é "escassez" e "complexidade do trabalho." Ao valor de escassez, sem um sistema de mercado, pode ser atribuído um valor numérico, dizer, de 1 a 100. 1 denotaria a escassez mais grave no que diz respeito à taxa atual de utilização, e 100 a menos grave. 50 marcaria a linha divisória de estado estacionário. Por exemplo, se a utilização de madeira chega abaixo do nível de equilíbrio de 50, o que significaria o consumo está superando a taxa de regeneração natural da Terra, isso resultaria em um movimento de retenção, tal como o processo de substituição de materiais, encontrando alternativas para substituição da madeira, em quaisquer produções futuras. E, se você é daquela mentalidade de livre mercado, ouvindo isso vai provavelmente se opor a este ponto, dizendo "sem um sistema de preços, como você pode comparar o valor de um material com outro ou com vários materiais?" Simples: você organiza gêneros ou grupos de materiais com utilidades similares e quantifica, da melhor maneira possível, as suas propriedades relacionadas e grau de eficiência para um determinado fim. Em seguida, você aplica um espectro geral de valores numéricos a essas relações também. Por exemplo, há um espectro de metais que têm diferentes eficiências de condutividade elétrica. Estas eficiências podem ser quantificadas. Se elas podem ser quantificadas, elas podem ser comparadas. Então, se o cobre vai abaixo do valor médio de 50 em relação à sua escassez, cálculos são desencadeados pelo programa de gerenciamento para comparar o estado de outros materiais favoráveis na sua base de dados, comparar o seu nível de escassez e sua eficiência, preparando para a substituição, e esse tipo de informação é enviada diretamente de volta para os projetistas. Naturalmente, este tipo de raciocínio pode ficar extremamente complicado, como são inúmeros recursos e inúmeras eficiências e propósitos, e é exatamente por isso que ele é calculado por uma máquina, não pessoas, e é também por isso que supera o sistema de preços, quando se trata de verdadeira consciência dos recursos e gestão inteligente. Complexidade de Trabalho. Isto significa simplesmente estimar a complexidade de uma determinada produção. Complexidade, no contexto de uma indústria orientada à automação, pode ser quantificada definindo e comparando o número de etapas do processo, por assim dizer. Qualquer bem de produção pode ser prefigurado sobre quantas "etapas de produção" ele irá requerer antes do ato de produzir. Ele pode, então, ser comparado a outros bens de produção, de preferência no mesmo gênero, para uma avaliação quantificável. Em outras palavras, as unidades de medida são as etapas. Por exemplo, uma cadeira que pode ser moldada em 3 minutos, a partir de polímeros em um simples processo terá um menor valor de complexidade de trabalho do que uma cadeira que requer montagem automatizada, uma cadeia produtiva mais trabalhosa com utilização de materiais diferentes. Caso o valor de um determinado processo seja muito complexo ou ineficiente em termos do que é atualmente possível em produção ou muito ineficiente em comparação a outro projeto já existente da mesma natureza; o projeto, juntamente com outros parâmetros, seria sinalizado para ser reavaliado. Tudo isso viria de informações de feedback da interface de Projetos, e não há nenhuma razão para supor que, com o avanço contínuo em IA, inteligência artificial, [o sistema] de feedback não só destacaria o problema mas também daria sugestões ou substituições para melhor entendimento, diretamente na interface. Macro-cálculo. Vamos colocar alguns destes raciocínios juntos. Espero que todos tenham paciência comigo. (risos) Se o objetivo for analisar um bom projeto na forma mais ampla possível no que diz respeito ao desdobramento industrial, acabaríamos com cerca de quatro funções ou processos cada relativa aos quatro estágios dominantes e contínuos de projeto, produção, distribuição e reciclagem. As seguintes proposições devem ser óbvias o suficiente como regra estrutural. Todos os Projetos de produto devem adaptar-se à eficiência do projeto otimizado. Todos eles devem se adaptar a eficiência da produção otimizada. Eles devem se adaptar a eficiência da distribuição otimizada, e eles devem se adaptar a eficiência de reciclagem otimizada. Parece redundante, mas é assim que temos que pensar nisso. Aqui é um esquema linear de blocos e a representação simbólica da lógica, que incorpora os sub-processos ou funções as quais irei simplificar de forma bem genérica. Processo 1: O Projeto (Design). Eficiência do projeto otimizado. A concepção do produto deve atender ou adaptar-se a um conjunto de critérios pelo o que chamamos os padrões de eficiência atuais. Este processo eficiência tem cinco sub processos avaliativos, como observado anteriormente na apresentação: durabilidade, capacidade de adaptação, a estandardização reciclagem inteligente, maximização inteligente da automação. Uma maior simplificação dessas variáveis e associações lógicas pode ser feita, figurativamente, mas não acho que seja propício para esta apresentação pois estaríamos nos perdendo em minúcias reducionistas, mas este material será desenvolvido muito mais e colocado no livro anteriormente citado, e estará disponível gratuitamente. Vou tentar fazer o meu melhor para demonstrar o processo de eficiência geral aqui. Então por fim, tratando-se deste processo de Eficiência do Projeto Otimizado chegamos a esta função de projeto no topo. Só para demonstrar, vou listar todos os significados de cada função no final. Passamos para o processo 2. Eficiência da produção. Em suma, este é o filtro digital que aloca o projeto para um dos dois tipos de instalações de produção: Uma de alta demanda ou produção em massa, e outra de demanda menor, personalizada ou sob medida. A primeira utiliza automação fixa, o que quer dizer produção sem variações, ideal para alta demanda. E a segunda utiliza automação flexível, a qual pode fazer uma variedade de coisas, geralmente mais eficiente em pequenas tiragens. Esta é uma distinção que é comumente feita em produções tradicionais. Esta estrutura supõe apenas dois tipos de instalações, mas, obviamente, poderia haver mais, baseadas em outros fatores de produção. Entretanto se as regras do processo projetual forem respeitadas, como dito antes, é provável que não haja muitas variações [em tipos de instalações] Ao longo do tempo, as coisas ficam cada vez mais simples. Vou resumir rapidamente para aqueles que gostam de coisas simplificadas: Todos os projetos de produtos são filtrados por uma Determinação Classificatória de Demanda, processo "D". O processo de Determinação Classificatória de Demanda faz a filtragem com base nas normas estabelecidas para baixa ou alta demanda. Todos os projetos de produtos de baixa demanda serão fabricados pelo processo de automação flexível. Todos os projetos de produtos de alta demanda serão fabricados pelo processo de automação fixa. Além disso, os projetos de Produtos, tanto de baixa quanto de alta demanda, serão distribuídos regionalmente de acordo com a estratégia de proximidade da instalação de fabricação. Isto significa simplesmente vamos manter as coisas o mais perto possível, tanto baseado na distância média de qualquer demanda, quanto no tipo de instalação que você está usando. Isso vai mudar ao longo do tempo de acordo com mudanças populacionais, portanto continuamos atualizando. Processo 3. Depois que processo 2 for concluído, o projeto do produto é agora um produto físico e será alocado de acordo com a Eficiência de Distribuição Otimizada. Em suma, todos os produtos são previamente alocados com base na Determinação Classificatória de Demanda, citada anteriormente. Assim, produtos de baixa demanda seguem o processo de distribuição direta. Produtos de alta demanda seguem o processo de distribuição em massa, que, neste caso, seriam as "Bibliotecas de Acesso". Ambos os produtos, de baixa e alta demanda, serão atribuídos regionalmente pela estratégia de proximidade. E o processo 4, muito simples: o produto passa por seu período de vida útil. Idealmente, este foi atualizado e adaptado, utilizado em sua plenitude e feito da forma mais avançada tecnologicamente possível dentro sua vida útil. E ao perder sua função e tornar-se obsoleto, passamos para o processo 4, que é a Eficiência de Reciclagem Otimizada. Todos os produtos obsoletos seguirão um protocolo regenerativo que é um sub-processo que eu não vou me aprofundar pois é bastante complexo, e cujo papel cabe aos engenheiros em desenvolver ao longo do tempo. Esta é apenas uma simples macro-representação uma vez que estas sub-variáveis e sub-processos são ainda mais amplos. Mantendo tudo isto em mente, mais uma vez, grande quantidade disso estará no livro, e espero que outras pessoas que sejam proficientes nisso e que estejam de acordo com este tipo de pensamento, possam ver este material e aprimorar mais, aperfeiçoar essas equações e relações. O que eu tentei fazer aqui é mostrar um esboço de como este tipo de coisa se desenvolve. E como conclusão eu diria, mais ou menos, que este esboço de sustentabilidade e eficiência, é uma coisa muito simples e lógica. Você não tem que ser um cientista para entender como as coisas funcionam. A criação de um programa real que pode calcular e levar em consideração centenas, se não milhares de sub-processos, de forma algorítmica, os quais dizem respeito a um complexo econômico é, de fato, um grande projeto em si, mas é mais um projeto tedioso. Você não precisa ser um gênio para conceber uma coisa dessas. Acho que este é um excelente programa para 'Think Tanks' para todos que estejam interessados em projetos. Eu tenho vários pequenos projetos que estou tentando por em prática quando eu tiver tempo, um deles se chama Instituto Global de Redesign (GRI), que é uma abordagem macro-económica a fim de redesenhar toda a superfície do planeta, basicamente. E neste outro conceito de programação que nós criamos uma plataforma open source onde as pessoas podem começar a projetar este mesmo programa o qual acabei de descrever. E é isso. Eu ia fazer uma conclusão para essa conversa, mas já falei demais. Portanto, espero que isso dê uma compreensão mais profunda do modelo e como ele funciona e agradeço pela atenção. [Aplausos] [ A parte de perguntas e respostas ainda não está traduzida ] [ Agradecemos pela atenção e por assistir ao vídeo! ] [ Movimento Zeitgeist - movimentozeitgeist.com.br ]