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O argumento de um médico sobre maconha medicinal

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    Eu gostaria de contar a vocês
    sobre a coisa mais embaraçosa
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    que já aconteceu comigo em anos
    trabalhando como médico paliativo.
  • 0:11 - 0:13
    Alguns anos atrás,
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    me pediram que eu atendesse uma mulher
    que estava por volta dos 70 anos,
  • 0:17 - 0:20
    uma professora de inglês aposentada,
    que tinha câncer de pâncreas.
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    Me pediram para ir vê-la porque ela
    estava com dores, náusea e vomitando...
  • 0:26 - 0:29
    Quando fui vê-la,
    falamos sobre os seus sintomas
  • 0:29 - 0:30
    e, durante aquela consulta,
  • 0:31 - 0:35
    ela me perguntou se eu achava
    que a maconha medicinal poderia ajudá-la.
  • 0:37 - 0:42
    Pensei em tudo que aprendi na faculdade
    de medicina sobre maconha medicinal,
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    o que não tomou muito tempo, porque eu
    não tinha aprendido nada a respeito.
  • 0:47 - 0:50
    E então eu disse pra ela
    que, pelo que eu sabia,
  • 0:50 - 0:53
    a maconha medicinal
    não teria nenhum benefício.
  • 0:53 - 0:58
    Ela sorriu, acenou com a cabeça,
    pegou a bolsa dela próximo à cama
  • 0:58 - 1:02
    e tirou uma dúzia de testes
    experimentais aleatórios da bolsa
  • 1:02 - 1:04
    mostrando que a maconha
    medicinal tem benefícios
  • 1:05 - 1:09
    para sintomas como náusea,
    dor e ansiedade.
  • 1:09 - 1:12
    Ela me entregou os artigos e disse:
  • 1:12 - 1:16
    "Talvez você devesse lê-los,
    antes de dar a sua opinião...
  • 1:17 - 1:18
    doutor".
  • 1:18 - 1:19
    (Risos)
  • 1:19 - 1:21
    Então eu li.
  • 1:21 - 1:25
    Naquela noite, li todos os artigos
    e encontrei muitos outros.
  • 1:25 - 1:27
    Quando fui vê-la na manhã seguinte,
  • 1:27 - 1:31
    tive que admitir que havia
    algumas evidências
  • 1:31 - 1:34
    de que a maconha pode oferecer
    benefícios medicinais
  • 1:34 - 1:38
    e sugeri que, caso ela estivesse
    realmente interessada,
  • 1:38 - 1:39
    ela deveria tentar.
  • 1:40 - 1:41
    Sabe o que ela respondeu?
  • 1:42 - 1:46
    Essa professora aposentada de 73 anos?
  • 1:46 - 1:49
    Ela disse: "Eu tentei,
    uns seis meses atrás.
  • 1:49 - 1:50
    Foi algo maravilhoso.
  • 1:50 - 1:53
    Tenho usado todos os dias desde então.
  • 1:53 - 1:55
    É a melhor droga que eu já descobri.
  • 1:55 - 1:59
    Eu não sei por que levei 73 anos
    pra descobrir isso. É maravilhoso".
  • 1:59 - 2:00
    (Risos)
  • 2:00 - 2:03
    Naquele momento percebi
  • 2:03 - 2:06
    que eu precisava aprender
    sobre maconha medicinal,
  • 2:06 - 2:09
    porque aquilo para o qual fui preparado
    na faculdade de medicina
  • 2:09 - 2:11
    não tinha relação com a realidade.
  • 2:12 - 2:15
    Então comecei a ler mais artigos,
    comecei a falar com pesquisadores,
  • 2:15 - 2:17
    conversar com os médicos
  • 2:17 - 2:20
    e, principalmente,
    comecei a ouvir os pacientes.
  • 2:20 - 2:23
    Acabei escrevendo um livro
    baseado nessas conversas,
  • 2:23 - 2:26
    e esse livro gira em torno
    de três surpresas;
  • 2:26 - 2:28
    surpresas para mim, pelo menos.
  • 2:28 - 2:30
    Uma eu já citei,
  • 2:30 - 2:33
    que realmente há benefícios
    médicos na maconha medicinal.
  • 2:33 - 2:37
    Esses benefícios podem não ser
    tão grandes ou brilhantes
  • 2:37 - 2:41
    como alguns dos maiores defensores
    dessa área querem nos fazer acreditar,
  • 2:41 - 2:42
    mas são reais.
  • 2:43 - 2:44
    Surpresa número dois:
  • 2:44 - 2:47
    a maconha medicinal tem alguns riscos.
  • 2:47 - 2:50
    Esses riscos podem não ser
    tão grandes e assustadores
  • 2:50 - 2:53
    como alguns opositores à maconha medicinal
    querem nos fazer acreditar,
  • 2:53 - 2:56
    mas, mesmo assim, eles são reais.
  • 2:56 - 2:59
    Mas a terceira surpresa é a mais...
  • 2:59 - 3:00
    impressionante.
  • 3:00 - 3:03
    A maioria dos pacientes com que conversei,
  • 3:03 - 3:06
    que se voltaram para a ajuda
    da maconha medicinal,
  • 3:06 - 3:09
    não recorreram a ela
    devido aos seus benefícios,
  • 3:09 - 3:11
    ou ao equilíbrio
    entre riscos e benefícios,
  • 3:11 - 3:14
    ou por acharem
    que era uma droga muito boa,
  • 3:14 - 3:17
    mas sim porque ela dava a eles
    o controle sobre sua enfermidade.
  • 3:17 - 3:19
    Deixava-os controlarem sua saúde
  • 3:20 - 3:23
    de um jeito eficiente, produtivo,
  • 3:23 - 3:25
    eficaz e confortável para eles.
  • 3:26 - 3:29
    Vou contar a história de outra
    paciente para exemplificar.
  • 3:29 - 3:31
    Robin tinha uns 40 anos quando a conheci,
  • 3:31 - 3:35
    mas parecia ter quase 70.
  • 3:35 - 3:38
    Ela tinha sofrido de artrite reumatoide
    durante os últimos 20 anos,
  • 3:38 - 3:40
    as mãos dela retorceram devido à artrite,
  • 3:41 - 3:42
    sua coluna estava torcida,
  • 3:42 - 3:45
    ela precisava de cadeira de rodas
    para se locomover.
  • 3:45 - 3:47
    Ela parecia frágil e fraca,
  • 3:47 - 3:49
    e acho que fisicamente ela estava,
  • 3:49 - 3:52
    porém emocionalmente,
    psicologicamente, cognitivamente
  • 3:52 - 3:56
    era uma das pessoas
    mais duronas que eu já conheci.
  • 3:56 - 3:58
    E quando me sentei perto dela
  • 3:58 - 4:00
    em um centro de maconha medicinal
    no Norte da Califórnia
  • 4:00 - 4:04
    pra perguntar por que ela
    usa maconha medicinal,
  • 4:04 - 4:07
    o que isso tinha feito a ela
    e como a tinha ajudado,
  • 4:07 - 4:11
    ela começou me contando o que eu
    já tinha ouvido de outros pacientes.
  • 4:11 - 4:13
    Que a ajuda com a ansiedade;
  • 4:13 - 4:14
    com a sua dor;
  • 4:14 - 4:16
    sem dor ela dormia melhor.
  • 4:16 - 4:18
    Eu já sabia daquilo.
  • 4:18 - 4:20
    Mas ela disse algo
    que eu nunca tinha ouvido:
  • 4:20 - 4:24
    que aquilo deu a ela
    o controle sobre a sua vida
  • 4:24 - 4:26
    e sobre a sua saúde.
  • 4:26 - 4:28
    Ela podia usar quando ela quisesse,
  • 4:28 - 4:29
    do jeito que ela quisesse,
  • 4:29 - 4:32
    com uma dose e frequência
    que funcionavam pra ela.
  • 4:32 - 4:35
    E, se não funcionasse,
    ela poderia fazer mudanças.
  • 4:35 - 4:37
    Tudo dependia da sua vontade.
  • 4:37 - 4:38
    O mais importante, ela disse,
  • 4:38 - 4:41
    era que ela não precisava
    da permissão de ninguém,
  • 4:41 - 4:44
    nem de uma consulta,
    nem de uma receita médica,
  • 4:44 - 4:45
    nem de um pedido do farmacêutico.
  • 4:45 - 4:47
    Tudo dependia dela.
  • 4:47 - 4:49
    Ela estava no controle.
  • 4:50 - 4:53
    E se isso parece algo pequeno
    para alguém com uma doença crônica,
  • 4:53 - 4:54
    não é... não é mesmo.
  • 4:55 - 4:57
    Quando enfrentamos
    uma doença crônica séria,
  • 4:57 - 5:03
    seja artrite reumatoide,
    lúpus, câncer, diabetes,
  • 5:03 - 5:04
    ou uma cirrose,
  • 5:04 - 5:06
    nós perdemos o controle.
  • 5:06 - 5:09
    E repare que eu digo "quando" e não "se".
  • 5:09 - 5:13
    Todos nós, em algum momento, vamos
    enfrentar alguma doença crônica séria
  • 5:13 - 5:15
    que nos causará perda do controle.
  • 5:16 - 5:19
    Veremos nosso funcionamento diminuir,
    alguns verão a cognição cair,
  • 5:19 - 5:22
    não seremos mais capazes
    de cuidar de nós mesmos,
  • 5:22 - 5:24
    de fazer o que queremos fazer.
  • 5:24 - 5:26
    O nosso corpo vai nos trair,
  • 5:26 - 5:29
    e, nesse processo, perderemos o controle.
  • 5:29 - 5:31
    Isso é assustador.
  • 5:31 - 5:33
    Não só assustador, é amedrontante.
  • 5:33 - 5:35
    É aterrorizante.
  • 5:35 - 5:37
    Quando falo com meus pacientes
    de tratamento paliativo,
  • 5:37 - 5:41
    muito estão enfrentando uma doença
    que vai acabar com suas vidas,
  • 5:41 - 5:43
    eles têm muito do que se aterrorizar,
  • 5:43 - 5:47
    dores, náuseas, vômitos,
    prisões de ventre, fadiga,
  • 5:47 - 5:48
    a morte iminente.
  • 5:48 - 5:51
    Porém o que mais os assusta
  • 5:51 - 5:53
    é a possibilidade de que em algum momento,
  • 5:53 - 5:55
    amanhã ou no mês seguinte,
  • 5:55 - 5:59
    eles irão perder o controle da saúde,
  • 5:59 - 6:00
    das suas vidas,
  • 6:00 - 6:02
    do seu tratamento,
  • 6:02 - 6:04
    e eles se tornarão dependentes dos outros,
  • 6:04 - 6:06
    e isso é aterrorizante.
  • 6:07 - 6:10
    Não é uma surpresa
    que pacientes como Robin,
  • 6:10 - 6:14
    sobre quem acabei de contar
    e que eu conheci na clínica,
  • 6:14 - 6:15
    se voltem para a maconha medicinal,
  • 6:15 - 6:19
    para tentar retomar algum controle.
  • 6:19 - 6:20
    Como eles fazem isso?
  • 6:20 - 6:23
    Como essas clínicas de maconha medicinal,
  • 6:23 - 6:25
    como essa na qual conheci a Robin,
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    como elas dão de volta aos pacientes
    o controle que eles precisam?
  • 6:31 - 6:37
    E como elas fazem isso de uma forma
    que hospitais e clínicas convencionais
  • 6:37 - 6:39
    não conseguem, pelo menos para a Robin?
  • 6:39 - 6:41
    Qual é o segredo delas?
  • 6:41 - 6:44
    Então eu decidi descobrir.
  • 6:44 - 6:48
    Fui a uma clínica ilegal
    em Venice Beach, na Califórnia,
  • 6:48 - 6:49
    e consegui uma recomendação
  • 6:49 - 6:53
    que me permitiria ser um paciente
    de maconha medicinal.
  • 6:53 - 6:54
    Consegui uma carta de recomendação
  • 6:54 - 6:57
    que me permitiria
    comprar maconha medicinal.
  • 6:57 - 7:00
    Consegui de forma ilegal,
    porque não sou residente na Califórnia,
  • 7:00 - 7:02
    devo admitir isso.
  • 7:02 - 7:04
    Devo admitir também, para esclarecer,
  • 7:04 - 7:07
    que nunca usei aquela carta
    de recomendação para fazer uma compra,
  • 7:07 - 7:10
    isso é para todos os agentes do DEA.
  • 7:10 - 7:11
    (Risos)
  • 7:11 - 7:14
    Amo o trabalho de vocês,
    continuem com ele.
  • 7:14 - 7:15
    (Risos)
  • 7:15 - 7:18
    Mesmo não me permitindo comprar,
  • 7:18 - 7:22
    aquela carta era importante
    porque me permitia ser um paciente.
  • 7:22 - 7:27
    Ela me permitia passar pelas experiências
    que pacientes como Robin passam
  • 7:27 - 7:30
    quando vão a uma clínica
    de maconha medicinal.
  • 7:30 - 7:31
    E o que eu vivenciei,
  • 7:31 - 7:33
    e é o que vivenciam todos os dias
  • 7:33 - 7:37
    centenas de milhares
    de pessoas como a Robin,
  • 7:37 - 7:39
    foi uma experiencia incrível.
  • 7:39 - 7:40
    Eu entrei na clínica,
  • 7:40 - 7:44
    e a partir do momento em que entrei
    em muitas dessas clínicas e dispensários,
  • 7:44 - 7:48
    senti que eles estavam ali pra me ajudar.
  • 7:49 - 7:52
    Faziam perguntas sobre quem eu sou,
  • 7:52 - 7:54
    que tipo de trabalho faço,
  • 7:54 - 7:58
    quais eram os meus objetivos ao procurar
    por uma prescrição de maconha medicinal,
  • 7:58 - 8:01
    ou algum produto,
  • 8:01 - 8:03
    quais eram os meus objetivos,
    minhas preferências,
  • 8:03 - 8:04
    minhas esperanças,
  • 8:04 - 8:07
    como eu acho e espero
    que isso vá me ajudar,
  • 8:07 - 8:09
    quais eram os meus medos.
  • 8:09 - 8:10
    Esses são os tipos de perguntas
  • 8:10 - 8:13
    que pacientes como a Robin
    recebem o tempo todo.
  • 8:13 - 8:16
    Esse é o tipo de pergunta
    que me deixa confiante
  • 8:16 - 8:19
    de que as pessoas com quem estou falando
    realmente têm interesse em me ajudar
  • 8:19 - 8:21
    e querem me conhecer.
  • 8:22 - 8:25
    A segunda coisa
    que aprendi nessas clínicas
  • 8:25 - 8:27
    é a disponibilidade de instrução.
  • 8:27 - 8:30
    Instrução fornecida pelos atendentes,
  • 8:30 - 8:33
    mas também pelas pessoas
    na sala de espera.
  • 8:33 - 8:37
    As pessoas estavam muito felizes,
    enquanto eu estava sentado perto delas,
  • 8:37 - 8:38
    pessoas como a Robin,
  • 8:38 - 8:42
    em me contar quem elas eram, o motivo
    de usarem a maconha medicinal,
  • 8:42 - 8:44
    como isso as ajudava,
  • 8:44 - 8:46
    e em me dar dicas e sugestões sobre isso.
  • 8:46 - 8:52
    Aquelas salas de espera são cheias
    de interação, conselho e suporte.
  • 8:53 - 8:55
    E terceiro, os atendentes.
  • 8:55 - 8:58
    Fiquei impressionado com o quanto
    eles estavam dispostos a ajudar,
  • 8:58 - 9:01
    passando uma hora ou mais
  • 9:01 - 9:05
    conversando comigo sobre as nuances
    de uma variedade versus outra,
  • 9:05 - 9:07
    de fumar versus vaporizar,
  • 9:07 - 9:08
    comestíveis versus tintura,
  • 9:08 - 9:12
    lembrando que tudo isso
    sem eu ter feito nenhum tipo de compra.
  • 9:13 - 9:17
    Pense na última vez que você entrou
    em um hospital ou em uma clínica
  • 9:17 - 9:22
    e alguém ficou horas te explicando
    de que se tratava cada coisa.
  • 9:23 - 9:28
    O fato de pacientes como a Robin
    irem a essas clínicas e dispensários
  • 9:28 - 9:31
    e receberem esse tipo de atenção
    especial e personalizada,
  • 9:31 - 9:33
    instruções e serviços,
  • 9:33 - 9:36
    deveriam ser um alerta
    ao sistema de saúde.
  • 9:36 - 9:39
    Pessoas como a Robin estão deixando
    de ir às clínicas convencionais
  • 9:39 - 9:42
    e indo a clínicas de maconha medicinal,
  • 9:42 - 9:45
    porque ali estão lhes dando
    o que elas precisam.
  • 9:46 - 9:49
    Isso é um alerta ao sistema médico,
  • 9:49 - 9:53
    é um alerta para muitos dos meu colegas
    de profissão que não estão ouvindo
  • 9:53 - 9:55
    ou não querem ouvir.
  • 9:55 - 9:58
    Quando conversei com meus colegas médicos
  • 9:58 - 9:59
    sobre maconha medicinal,
  • 9:59 - 10:02
    eles disseram: "Ah, precisamos
    de mais evidências.
  • 10:02 - 10:04
    Precisamos de mais pesquisas
    sobre os benefícios,
  • 10:04 - 10:07
    e mais evidências sobre os riscos".
  • 10:07 - 10:08
    E quer saber? Eles estão certos.
  • 10:08 - 10:10
    Absolutamente certos.
  • 10:10 - 10:14
    Realmente precisamos de mais evidências
    sobre os benefícios da maconha medicinal.
  • 10:14 - 10:19
    E também precisamos que o governo
    altere as restrições sobre a maconha,
  • 10:19 - 10:23
    para que essa pesquisa seja possível.
  • 10:24 - 10:27
    Precisamos também de mais pesquisas
    sobre os riscos da maconha medicinal.
  • 10:27 - 10:31
    Sabemos dos riscos de seu uso recreativo,
  • 10:31 - 10:34
    mas não sabemos quase nada
    sobre os riscos da maconha medicinal.
  • 10:34 - 10:37
    Então certamente precisamos de pesquisas,
  • 10:37 - 10:39
    mas pra dizer que precisamos de pesquisas,
  • 10:39 - 10:42
    sem dizer que precisamos
    fazer mudanças já,
  • 10:42 - 10:44
    perde totalmente o sentido.
  • 10:44 - 10:47
    Pessoas como a Robin
    não querem a maconha medicinal
  • 10:47 - 10:49
    por acharem que é uma droga ótima,
  • 10:49 - 10:51
    ou por acharem
    que é inteiramente sem riscos.
  • 10:51 - 10:57
    Elas buscam porque o contexto
    em que é entregue, administrada e usada,
  • 10:57 - 11:01
    dá a elas o controle que querem ter
    sobre suas próprias vidas.
  • 11:01 - 11:04
    E isso é um alerta
    em que precisamos prestar atenção.
  • 11:05 - 11:09
    No entanto, a boa notícia é
    que hoje em dia podemos aprender
  • 11:09 - 11:12
    a partir dessas clínicas
    de maconha medicinal.
  • 11:12 - 11:14
    E essas são lições que devemos aprender.
  • 11:14 - 11:17
    Normalmente essas clínicas
    são pequenas, familiares,
  • 11:17 - 11:19
    conduzidas por pessoas
    sem treinamento médico.
  • 11:19 - 11:22
    E enquanto é embaraçoso pensar
  • 11:22 - 11:24
    que muitas dessas clínicas e dispensários
  • 11:24 - 11:28
    estão provendo serviços e apoio,
    e atendendo às necessidades dos pacientes
  • 11:28 - 11:32
    de um jeito que um sistema de saúde
    de um bilhão de dólares não está,
  • 11:32 - 11:34
    deveríamos estar envergonhados,
  • 11:34 - 11:36
    poderíamos aprender algo a partir disso.
  • 11:36 - 11:38
    E há pelo menos três lições
  • 11:38 - 11:41
    que podemos aprender
    a partir dessas pequenas clínicas.
  • 11:41 - 11:44
    Primeiro: precisamos encontrar uma forma
    de dar mais controle aos pacientes,
  • 11:45 - 11:47
    de formas pequenas, porém importantes:
  • 11:47 - 11:49
    como conversar com os médicos,
  • 11:49 - 11:51
    quando conversar com os médicos,
  • 11:51 - 11:54
    como usar os remédios
    de forma a funcionar para eles.
  • 11:54 - 11:58
    No meu caso, me tornei
    muito mais flexível e criativo,
  • 11:58 - 12:02
    dando suporte aos meus pacientes
    em usar as drogas de forma segura
  • 12:02 - 12:03
    para controlar os seus sintomas
  • 12:03 - 12:05
    com ênfase na segurança.
  • 12:05 - 12:09
    Muitas das drogas que eu prescrevo
    são opioides ou benzodiazepinas,
  • 12:09 - 12:12
    que podem ser perigosas
    se usadas em excesso.
  • 12:12 - 12:15
    Mas esta é a questão: elas podem ser
    perigosas, se usadas em excesso,
  • 12:15 - 12:18
    mas também podem ser ineficazes
    se não forem usadas de forma consistente
  • 12:18 - 12:21
    com o que o paciente quer e precisa.
  • 12:21 - 12:24
    Então, se essa flexibilidade,
    é fornecida de maneira segura,
  • 12:24 - 12:27
    pode ser algo extremamente valioso
    aos pacientes e suas famílias.
  • 12:27 - 12:28
    Isso é o número um.
  • 12:28 - 12:30
    Número dois: educação.
  • 12:30 - 12:32
    Há grandes oportunidades
  • 12:32 - 12:35
    de aprender alguns truques
    dessas clínicas de maconha medicinal
  • 12:35 - 12:36
    para prover mais educação.
  • 12:37 - 12:39
    Isso não requer, necessariamente,
    muito tempo de um médico,
  • 12:39 - 12:41
    ou qualquer tempo de um médico,
  • 12:41 - 12:45
    mas oportunidades de aprender
    sobre a medicação que estamos usando,
  • 12:45 - 12:49
    o motivo, o prognóstico,
    a trajetória da doença,
  • 12:49 - 12:50
    e, principalmente,
  • 12:50 - 12:53
    oportunidades para os pacientes
    aprenderem uns com os outros.
  • 12:53 - 12:55
    Como podemos replicar o que se passa
  • 12:55 - 12:58
    nas salas de espera dessas clínicas?
  • 12:58 - 13:02
    Como os pacientes aprendem
    e compartilham uns com os outros.
  • 13:02 - 13:04
    Por fim, mas não menos importante,
  • 13:04 - 13:08
    colocar os pacientes em primeiro
    lugar como essas clínicas fazem,
  • 13:08 - 13:11
    fazendo eles sentirem verdadeiramente
  • 13:11 - 13:14
    que o que eles querem,
    o que eles precisam,
  • 13:14 - 13:17
    é o motivo de estarmos aqui,
    enquanto profissionais da saúde.
  • 13:18 - 13:22
    Perguntar aos pacientes sobre seus medos,
    esperanças, objetivos e preferências.
  • 13:22 - 13:23
    Como médico paliativo,
  • 13:23 - 13:27
    pergunto a todos meus pacientes
    o que eles esperam e quais seus medos.
  • 13:28 - 13:29
    Porém este é o ponto.
  • 13:29 - 13:32
    Os pacientes não devem esperar
    que estejam com uma séria doença crônica,
  • 13:32 - 13:34
    perto do final das suas vidas,
  • 13:34 - 13:38
    eles não devem esperar
    até consultarem um médico como eu
  • 13:39 - 13:40
    para que alguém pergunte a eles:
  • 13:40 - 13:42
    "O que você espera?"
  • 13:42 - 13:43
    "De que você tem medo?"
  • 13:43 - 13:46
    Isso deveria estar integrado
    ao serviço do sistema de saúde.
  • 13:48 - 13:50
    Nós podemos fazer isso, realmente podemos.
  • 13:50 - 13:54
    Clínicas e dispensários de maconha
    medicinal por todo o país
  • 13:54 - 13:56
    estão descobrindo isso.
  • 13:56 - 13:57
    Eles estão descobrindo
  • 13:57 - 14:02
    de uma forma que está deixando
    o sistema de saúde anos atrás.
  • 14:02 - 14:05
    Mas podemos e devemos aprender com eles.
  • 14:05 - 14:08
    Tudo que temos que fazer
    é engolir nosso orgulho,
  • 14:08 - 14:12
    colocar de lado os pensamentos
    de que, porque temos um nome a zelar,
  • 14:12 - 14:16
    somos especialistas, somos diretores
    de um grande sistema de saúde,
  • 14:16 - 14:21
    sabemos tudo sobre
    as necessidades dos pacientes.
  • 14:21 - 14:22
    Precisamos engolir o orgulho.
  • 14:22 - 14:25
    Precisamos visitar algumas
    clínicas de maconha medicinal.
  • 14:25 - 14:27
    Precisamos descobrir o que elas fazem.
  • 14:27 - 14:30
    Precisamos descobrir por que tantos
    pacientes como a Robin
  • 14:30 - 14:32
    estão deixando as clínicas convencionais
  • 14:32 - 14:35
    e indo para essas clínicas
    de maconha medicinal.
  • 14:35 - 14:37
    Precisamos descobrir os seus truques,
  • 14:37 - 14:39
    as suas ferramentas,
  • 14:39 - 14:41
    e precisamos aprender com eles.
  • 14:41 - 14:42
    Se fizermos isso,
  • 14:42 - 14:45
    e acredito que consigamos e que devamos,
  • 14:45 - 14:49
    podemos garantir uma experiência
    melhor aos nossos pacientes.
  • 14:49 - 14:50
    Obrigado.
  • 14:50 - 14:53
    (Aplausos)
Title:
O argumento de um médico sobre maconha medicinal
Speaker:
David Casarett
Description:

O médico David Casarett estava cansado de ouvir extravagâncias e meias verdades sobre maconha medicinal, então ele colocou seu chapéu de cético e foi investigar por conta própria. Ele retorna com um relatório fascinante sobre o que sabemos e o que não sabemos, e o que a medicina convencional pode aprender com as modernas clínicas de maconha medicinal.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
15:07

Portuguese, Brazilian subtitles

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