Como podem as animações ajudar os cientistas a testar as suas hipóteses
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0:01 - 0:03Reparem neste desenho.
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0:03 - 0:05Sabem dizer o que é?
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0:05 - 0:07Eu sou uma bióloga molecular,
por formação, -
0:07 - 0:10e já vi vários desenhos destes.
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0:10 - 0:13São conhecidos como figuras-modelo,
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0:13 - 0:14um desenho que mostra
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0:14 - 0:17como pensamos que ocorre um processo
celular ou molecular. -
0:17 - 0:19Este desenho, em particular,
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0:19 - 0:24é de um processo designado
endocitose mediada por clatrina. -
0:24 - 0:26É um processo através do qual
uma molécula -
0:26 - 0:29pode passar do exterior
para o interior da célula, -
0:29 - 0:31sendo capturada por uma bolha ou vesícula
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0:31 - 0:34que depois é incorporada pela célula.
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0:34 - 0:36Há, no entanto, um problema
com este desenho, -
0:36 - 0:39essencialmente por causa
do que não mostra. -
0:39 - 0:40A partir de várias experiências,
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0:40 - 0:42de muitos cientistas,
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0:42 - 0:45sabemos muito quanto ao aspeto
destas moléculas, -
0:45 - 0:47como se movem nas células,
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0:47 - 0:48e que tudo isto acontece
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0:48 - 0:51num ambiente incrivelmente dinâmico.
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0:51 - 0:55Em colaboração com Tomas Kirchhausen,
um especialista em clatrina, -
0:55 - 0:57decidimos criar uma nova
espécie de figura-modelo -
0:57 - 0:59que mostrasse tudo isto.
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0:59 - 1:01Começamos fora da célula.
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1:01 - 1:03Agora estamos a olhar para dentro.
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1:03 - 1:05A clatrina consiste nestas
moléculas de "três pernas" -
1:05 - 1:08que podem organizar-se em formas
do tipo de bolas de futebol. -
1:08 - 1:10Através de ligações com uma membrana,
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1:10 - 1:12a clatrina pode deformá-la
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1:12 - 1:14e formar esta espécie de taça
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1:14 - 1:16com este aspeto de bolha ou vesícula,
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1:16 - 1:17que agora capta algumas das proteínas
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1:17 - 1:19que estavam fora da célula.
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1:19 - 1:23Surgem proteínas que basicamente
destacam esta vesícula, -
1:23 - 1:25separando-a do resto da membrana.
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1:25 - 1:27Agora a clatrina concluiu a sua função.
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1:27 - 1:29Surgem agora proteínas,
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1:29 - 1:31— colorimo-las de amarelo e laranja —
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1:31 - 1:34responsáveis por separar
esta "gaiola" de clatrina. -
1:34 - 1:36Todas estas proteínas podem ser
basicamente recicladas -
1:36 - 1:38e usadas várias vezes.
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1:38 - 1:41Estes processos são demasiado pequenos
para serem vistos diretamente, -
1:41 - 1:43mesmo com os melhores microscópios,
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1:43 - 1:45pelo que as animações como esta
possibilitam -
1:45 - 1:49um modo poderoso
de visualizar uma hipótese. -
1:49 - 1:51Aqui está outra ilustração.
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1:51 - 1:54Isto é um desenho de como um
investigador poderá pensar -
1:54 - 1:57que o vírus VIH entra e sai das células.
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1:57 - 2:00Isto é uma grande simplificação
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2:00 - 2:01e já não é suficiente para ilustrar
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2:01 - 2:04o que realmente sabemos
sobre estes processos. -
2:04 - 2:06Poderão ficar surpreendidos
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2:06 - 2:08ao saber que estes simples
desenhos -
2:08 - 2:10são a única forma
de a maioria dos biólogos visualizar -
2:10 - 2:12as suas hipóteses moleculares.
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2:12 - 2:14Porquê?
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2:14 - 2:16Porque é difícil criar filmes
dos processos, -
2:16 - 2:19tal como pensamos
que realmente ocorrem. -
2:19 - 2:22Passei meses em Hollywood a estudar
"software" de animação 3D, -
2:22 - 2:25e gastei meses em cada animação.
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2:25 - 2:28A maioria dos investigadores
não dispõe desse tempo. -
2:28 - 2:30As vantagens podem,
no entanto, ser grandes. -
2:30 - 2:32As animações moleculares não têm paralelo
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2:32 - 2:36na sua capacidade de transmitir
muita informação -
2:36 - 2:39a vastas audiências e com grande precisão.
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2:39 - 2:41Estou agora a trabalhar num projeto novo
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2:41 - 2:43chamado "A ciência do VIH"
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2:43 - 2:46onde farei a animação do ciclo
de vida completo do vírus VIH -
2:46 - 2:48de forma tão precisa quanto possível
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2:48 - 2:50e com detalhe molecular.
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2:50 - 2:52A animação incluirá dados
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2:52 - 2:55recolhidos ao longo de décadas
por milhares de investigadores, -
2:55 - 2:58dados sobre o aspeto do vírus,
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2:58 - 3:01de como consegue infetar
as células do nosso corpo -
3:01 - 3:04e de como os medicamentos
ajudam a combater a infeção. -
3:05 - 3:08Ao longo dos anos, descobri
que as animações -
3:08 - 3:10não são apenas úteis
para comunicar uma ideia, -
3:10 - 3:12mas também são muito úteis
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3:12 - 3:14para explorar hipóteses.
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3:14 - 3:17A maior parte dos biólogos
ainda usa lápis e papel -
3:17 - 3:19para visualizarem os processos
que estudam. -
3:19 - 3:23Com os dados que temos agora
isso já não é suficiente. -
3:23 - 3:25O processo de criar uma animação
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3:25 - 3:27pode servir como um catalisador
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3:27 - 3:30que permite aos investigadores
cristalizarem e refinarem -
3:30 - 3:31as suas próprias ideias.
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3:31 - 3:33Um investigador com quem trabalhei,
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3:33 - 3:34que trabalha nos mecanismos moleculares
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3:34 - 3:36de doenças neurodegenerativas
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3:36 - 3:38desenvolveu experiências
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3:38 - 3:40diretamente relacionadas com a animação
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3:40 - 3:41em que tínhamos trabalhado.
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3:41 - 3:45Deste modo, a animação pode trazer
retorno ao processo de investigação. -
3:45 - 3:48Acredito que a animação
pode mudar a biologia. -
3:48 - 3:51Pode mudá-la no modo como
comunicamos entre nós, -
3:51 - 3:52como exploramos os nossos dados,
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3:52 - 3:54e como ensinamos os nossos alunos.
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3:54 - 3:55Para que essa mudança ocorra,
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3:55 - 3:58precisamos que mais investigadores
criem animações. -
3:58 - 4:01Para isso, trouxe aqui uma equipa
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4:01 - 4:04de biólogos, animadores e programadores
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4:04 - 4:07para criarem um "software" novo,
livre e aberto -
4:07 - 4:09— chamamos-lhe "Bloco Animado Molecular" —
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4:09 - 4:11que foi criado apenas para biólogos,
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4:11 - 4:14para criarem animações moleculares.
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4:14 - 4:18Nos nossos testes verificámos
que bastam 15 minutos -
4:18 - 4:21para que um biólogo, que nunca
utilizou "software" de animação, -
4:21 - 4:24possa criar a sua primeira
animação molecular -
4:24 - 4:25para a sua hipótese.
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4:25 - 4:28Estamos também a criar
uma base de dados "online" -
4:28 - 4:30em que todos podem visualizar,
transferir e contribuir -
4:30 - 4:32com as suas próprias animações.
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4:32 - 4:34É com grande entusiasmo que anunciamos
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4:34 - 4:38que a versão beta do "kit" de "software"
de animação molecular -
4:38 - 4:40estará hoje disponível
para transferência. -
4:40 - 4:44Estamos muito entusiasmados para ver
o que os biólogos criarão com ele -
4:44 - 4:45e que novas perceções poderão ganhar
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4:45 - 4:47ao poderem finalmente animar
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4:47 - 4:49os seus próprios modelos.
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4:49 - 4:50Obrigada.
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4:50 - 4:54(Aplausos)
- Title:
- Como podem as animações ajudar os cientistas a testar as suas hipóteses
- Speaker:
- Janet Iwasa
- Description:
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A animação 3D pode dar vida às hipóteses científicas. Janet Iwasa, bióloga molecular e TED Fellow, apresenta um novo "software" de animação, aberto, desenhado exclusivamente para cientistas.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 05:10
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Victoria Franco
Muito boa tradução! Pouquíssimos erros, os que encontrei foram apenas de digitação, parabéns pelo inglês!