Como funciona a pressão arterial — Wilfred Manzano

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/how-blood-pressure-works-wilfred-manzano

Se alinhássemos todos os vasos sanguíneos do nosso corpo, eles atingiriam 95 000 km de comprimento. Transportam diariamente o equivalente a mais de 7500 litros de sangue para os tecidos do corpo. Qual o efeito que esta pressão tem sobre as paredes dos vasos sanguíneos? Wilfred Manzano dá os factos sobre a pressão arterial.

Lição de Wilfred Manzano, animação de Fox Animation Domination High-Def.

Se alinhássemos todos os vasos sanguíneos
do nosso corpo,

eles atingiriam 95 000 km de comprimento.

Transportam diariamente o equivalente
a mais de 7500 litros de sangue,

embora sejam sempre os mesmos
quatro ou cinco litros

reciclados vezes sem conta,

que fornecem o oxigénio
e os preciosos nutrientes

como a glucose e os aminoácidos
aos tecidos corporais.

Todo este sangue exerce uma força

sobre a parede muscular
dos vasos sanguíneos.

Essa força chama-se pressão arterial,

e sobe e desce conforme o ciclo cardíaco.

É mais alta durante o sístole,

quando o coração se contrai

para forçar o sangue
a sair pelas artérias.

É a nossa pressão arterial sistólica.

Quando o coração descansa
entre batimentos,

a pressão arterial cai para o valor
mais baixo, a pressão diastólica.

Um indivíduo saudável produz
uma pressão arterial sistólica

entre 90 a 120 milímetros de mercúrio,

e uma pressão arterial diastólica
entre 60 e 80.

Em conjunto, uma leitura normal
é um pouco menor do que 120 para 80.

O sangue circula por todo o corpo

através dos canais
do sistema circulatório.

Em qualquer sistema de tubagem,

há diversas coisas que podem aumentar
a pressão sobre as paredes dos tubos:

as propriedades do fluido,
um fluido extra

ou tubos mais estreitos.

Portanto, se o sangue ficar mais espesso,

é necessária uma pressão mais alta
para o bombear

e o coração tem que bombear com mais força.

Uma dieta rica em sal
provocará o mesmo resultado.

O sal favorece a retenção da água,

e o fluido extra aumenta
o volume do sangue e a pressão arterial.

A tensão nervosa
— como a reação à luta ou fugir —

liberta hormonas, como a epinefrina
e a noradrenalina,

que constringem os vasos principais,

aumentando a resistência ao fluxo
e fazendo subir a pressão na origem.

Normalmente, os vasos sanguíneos
gerem facilmente estas flutuações,

As fibras elásticas incrustadas
nas paredes dos vasos

tornam-nos resistentes

mas, se a pressão arterial aumentar
regularmente acima de 140 sobre 90,

— ao que chamamos hipertensão —
e aí se mantiver,

pode causar problemas graves.

Isso porque a tensão suplementar
sobre as paredes das artérias

pode produzir pequenas lesões.

Quando o tecido danificado incha,

as substâncias que reagem à inflamação,

como os glóbulos brancos,
depositam-se em volta das lesões.

A gordura e o colesterol livres no sangue
também se depositam

e acabam por formar uma placa

que endurece e espessa
a parede interna da artéria.

Esta situação chama-se aterosclerose,

e pode ter consequências perigosas.

Se a placa se rompe, forma-se um coágulo
de sangue sobre a lesão,

obstruindo o vaso já estreitado.

Se o coágulo for suficientemente grande

pode bloquear totalmente o fluxo
de oxigénio e nutrientes para as células.

Nos vasos que alimentam o coração,

isso provocará um ataque cardíaco,

quando as células musculares cardíacas
privadas de oxigénio começarem a morrer.

Se o coágulo obstruir o fluxo sanguíneo
para o cérebro,

pode provocar um ACV.

Os vasos sanguíneos obstruídos
perigosamente podem ser alargados

através dum processo chamado angioplastia.

Nele, os médicos introduzem
uma minitela de aço no vaso sanguíneo

até ao local obstruído,

contendo um cateter de balão vazio.

Quando o balão é insuflado,
este força a abertura da passagem.

Por vezes, coloca-se num vaso
um tubo rígido chamado endoprótese

para o manter aberto,

permitindo que o sangue circule livremente

para reabastecer
as células privadas de oxigénio.

Manter a flexibilidade sob pressão,
é um trabalho difícil para as artérias.

O fluido que bombeiam
é formado por substâncias

que podem ficar espessas e obstruí-las.

Um coração saudável
bate cerca de 70 vezes por minuto

e pelo menos 2500 milhões de vezes
durante o tempo de vida médio.

Isto pode parecer uma pressão insuportável

mas não se preocupem, as nossa artérias
estão bem adaptadas a este desafio.