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Daphne Koller: O que estamos aprendemos com a educação online

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    Como muitos aqui, sou uma pessoa de sorte.
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    Nasci em uma família onde educação era prioridade.
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    Sou de uma 3ª geração de PhDs, filha de acadêmicos.
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    Brincava no laboratório do meu pai na universidade, quando criança.
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    Era esperado que eu estudasse em universidades de elite,
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    o que me abriu portas de um mundo de oportunidades.
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    Infelizmente, a maioria não têm tanta sorte.
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    Em alguns lugares, na África do Sul, por exemplo,
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    a educação não é prontamente acessível.
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    Lá, o sistema educacional foi construído
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    para a minoria branca, na época do apartheid.
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    E como consequência, hoje não há vagas suficientes
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    para os que querem e merecem uma educação de qualidade.
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    Essa escassez levou a uma crise em janeiro deste ano
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    na Universidade de Joanesburgo.
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    Haviam sobrado algumas vagas
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    do processo de admissão regular, e na noite anterior
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    à abertura dessas matrículas,
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    milhares de pessoas ficaram ao portão em uma fila de 1,6 Km,
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    na esperança de conseguir uma vaga.
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    Quando os portões foram abertos, houve tumulto,
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    20 pessoas ficaram feridas e uma mulher morreu.
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    Era uma mãe que deu a vida
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    tentando conseguir um futuro melhor para o filho.
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    Mas mesmo em lugares, como os Estados Unidos,
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    onde educação é acessível, ela pode não ser atingível.
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    Tem sido muito discutido nos últimos anos
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    o aumento no custo do sistema de saúde.
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    O que pode não ser tão óbvio às pessoas
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    é que durante esse mesmo período, o custo da educação superior
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    vem subindo quase o dobro,
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    a um total de 559 por cento desde 1985.
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    Isso torna a educação inacessível a muitos.
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    Finalmente, mesmo àqueles que almejam ter um curso superior,
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    as portas da oportunidade podem não se abrir.
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    Pouco mais da metade dos universitários recém-formados
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    nos Estados Unidos
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    estão realizando trabalhos que requerem tal formação.
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    Isso, claro, não é assim para estudantes
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    que se formam nas instituições de elite,
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    mas para muitos outros, não há reconhecimento
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    por seu tempo e dedicação.
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    Tom Friedman, em seu recente artigo no New York Times,
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    captou, como ninguém, o espírito por trás do nosso empenho.
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    Disse que as grandes descobertas ocorrem
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    quando o subitamente possível encontra o desesperadamente necessário.
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    Já falei sobre o desesperadamente necessário.
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    Vamos falar agora sobre o subitamente possível.
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    O subitamente possível foi demonstrado por
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    três grandes turmas de Stanford,
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    cada uma com uns 100.000 alunos inscritos.
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    Para entender isso, vamos dar uma olhada em uma dessas turmas,
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    a de Aprendizagem de Máquinas ministrada por meu colega
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    e co-fundador Andrew Ng.
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    Andrew leciona em uma das maiores turmas de Stanford.
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    É a disciplina Aprendizagem de Máquinas,
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    e há 400 inscritos sempre que ela é oferecida.
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    Quando Andrew lecionou essa matéria ao público em geral,
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    houve 100.000 inscritos.
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    Então para dar uma perspectiva desse montante,
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    para Andrew atingir esse número de alunos
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    dando aulas em Stanford,
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    teria que fazer isso por 250 anos.
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    É claro, ficaria muito entediado.
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    Então, ao ver o impacto disso,
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    Andrew e eu decidimos que precisávamos fazer uma progressão,
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    levar o ensino de qualidade ao máximo de pessoas possível.
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    Então criamos Coursera,
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    cujo objetivo é pegar os melhores cursos,
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    dos melhores instrutores e universidades,
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    e fornecê-los gratuitamente a todos no mundo.
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    Temos atualmente 43 cursos na plataforma,
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    de quatro universidades através de uma série de disciplinas,
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    e darei uma visão geral
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    de como é.
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    (Vídeo) Robert Ghrist: Bem-vindos a Cálculo.
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    Ezekiel Emanuel: 50 milhões de pessoas não têm seguros.
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    Scott Page: Modelos nos auxiliam a projetar instituições e políticas mais efetivas.
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    Existe uma segregação inacreditável.
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    Scott Klemmer: Então Bush imaginou que no futuro,
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    usaríamos uma câmera bem no meio da cabeça.
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    Mitchell Duneier: Mills quer que o estudante de sociologia desenvolva a capacidade de discernir ...
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    RG: Um cabo suspenso toma forma de um cosseno hiperbólico.
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    Nick Parlante: Para cada pixel na imagem, ajuste o vermelho no zero.
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    Paul Offit: ... A vacina permitiu a erradicação do vírus da pólio.
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    Dan Jurafsky: A Lufthansa serve café da manhã em San Jose? Bem, isso é estranho.
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    Daphne Koller: Assim você escolhe a moeda, e esses são os 2 lances.
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    Andrew Ng: Em aprendizagem de máquinas de grande escala, gostaríamos de chegar ao computacional...
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    (Aplausos)
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    DK: Talvez não seja surpresa
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    que alunos gostem de obter o melhor conteúdo
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    das melhores universidades gratuitamente.
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    Desde que inauguramos o site em fevereiro,
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    tivemos 640.000 alunos de 190 países.
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    Temos 1.5 milhão de inscrições,
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    6 milhões de testes nas 15 turmas já lançadas
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    foram aplicados, e 14 milhões de visualizações de vídeos.
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    Mas não se trata apenas de números,
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    e sim de pessoas.
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    Quer seja Akash, de uma pequena cidade na Índia
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    que jamais teria acesso
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    a um curso da qualidade em Stanford
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    e nunca teria condições de pagar.
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    Ou Jenny, uma mãe solteira com 2 filhos
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    que quer aprimorar suas habilidades
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    para voltar e concluir um mestrado.
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    Ou Ryan, que não pode frequentar uma faculdade,
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    porque sua filha imunodeficiente
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    não pode arriscar-se a ter germes em casa,
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    e por isso ele não sai.
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    Fico muito contente em dizer --
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    recentemente, tivemos contato com Ryan --
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    que sua história teve um final feliz.
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    Baby Shannon -- podem vê-la à esquerda --
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    está bem melhor agora,
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    e Ryan conseguiu emprego por ter feito os cursos.
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    Então o que há de diferente nesses cursos?
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    Até porque, cursos online existem a algum tempo.
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    A diferença é que são experiências de um curso real.
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    Começam em dia determinado,
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    os alunos assistem aos vídeos semanalmente
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    e fazem deveres de casa.
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    São deveres de casa reais
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    com avaliações e prazos reais.
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    Podem ver os prazos e gráficos de uso.
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    Esses são os picos mostrando
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    que procrastinação é um fenômeno mundial.
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    (Risos)
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    Ao final do curso,
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    os alunos recebem um certificado.
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    Podem apresentar esse certificado
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    a um provável empregador e obter um emprego melhor
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    e sabemos de muitos alunos que o conseguiram.
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    Alguns alunos pegaram seus certificados
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    e os apresentaram a instituição educacional em que estudavam
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    para obtenção de crédito.
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    Assim eles conseguiram algo significativo
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    por seu investimento de tempo e dedicação.
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    Vamos falar um pouco sobre alguns componentes
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    desses cursos.
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    O primeiro é que quando você se afasta
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    das limitações do espaço físico da sala de aula
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    e projeta o conteúdo explicitamente para um formato online,
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    você pode fugir, por exemplo,
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    do monolítico discurso de uma hora.
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    Pode dividir o material, por exemplo,
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    em curtas unidades modulares de 8 a 12 minutos,
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    cada qual representando um conceito coerente.
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    Alunos podem examinar o material de diferentes modos,
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    dependendo de sua formação, habilidades ou interesses.
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    Alguns alunos podem beneficiar-se
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    de um pouco do material preparatório
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    que outros alunos já tiveram.
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    Outros alunos podem ter interesse em estudar
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    mais profundamente um tópico em particular.
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    Assim esse formato nos permite romper
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    com o modelo único de educação para todos,
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    e permite aos alunos um currículo mais personalizado.
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    Claro, sabemos, como educadores,
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    que alunos não aprendem assistindo a vídeos passivamente.
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    Talvez um dos maiores componentes desse empenho
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    seja a necessidade de ter alunos
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    que pratiquem o conteúdo
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    para compreendê-lo bem.
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    Há uma série de estudos demonstrando a importância disso.
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    Esse que apareceu em Ciências, ano passado,
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    demonstra que mesmo uma simples prática de revisão,
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    quando alunos apenas repetem
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    o que já foi ensinado,
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    dá resultados mais satisfatórios
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    em vários testes de desempenho
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    do que muitas outras intervenções educacionais.
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    Tentamos criar exercícios de revisão na plataforma,
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    assim como outras formas de prática de modos variados.
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    Por exemplo, nossos vídeos não são apenas vídeos.
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    A cada poucos minutos, o vídeo pausa
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    e os alunos recebem uma pergunta.
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    (Vídeo) SP: ... Essas quatro coisas. Teoria do prospecto, redução hiperbólica,
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    tendência do status quo e taxa básica. Estão todas bem documentadas.
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    Então, todos são bem documentados desvios do comportamento racional.
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    DK: Aqui pausa-se o vídeo,
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    e o aluno digita a resposta no espaço
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    e a envia. Claro que não estão prestando atenção.
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    (Risos)
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    Então tentam novamente,
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    e dessa vez acertam.
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    Há uma explicação opcional, caso queiram.
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    E agora o vídeo avança à parte seguinte da aula.
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    Essa é uma pergunta meio simples
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    que eu como instrutora talvez faça em aula,
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    mas quando pergunto em aula,
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    80 por cento dos alunos
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    ainda estão anotando o que acabei de dizer,
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    15 por cento está no Facebook,
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    e também há os sabichões da primeira fila
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    que se apressam a responder
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    antes que os outros tenham chance de pensar a respeito,
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    e como instrutora fico muito grata
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    por alguém saber a resposta.
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    E assim a aula segue antes que
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    a maioria dos alunos percebam que a pergunta foi respondida.
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    Aqui, cada aluno
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    tem que se envolver com o assunto.
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    E claro essas simples questões de revisão
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    não são o fim da história.
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    É preciso criar exercícios bem mais significativos,
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    e também prover aos alunos
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    feeedback sobre as questões.
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    Bem, como avaliar o trabalho de 100.000 alunos
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    se não temos 10.000 tutores?
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    A resposta é, precisamos usar tecnologia
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    a nosso favor.
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    Felizmente, a tecnologia avançou muito, e
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    podemos avaliar muitos tipos interessantes de dever de casa.
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    Além de múltipla escolha
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    e os tipos de perguntas curtas que viram no vídeo,
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    podemos dar notas tanto em matemática como em expressões
  • 9:57 - 9:59
    e derivações matemáticas.
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    Podemos avaliar modelos, tanto os
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    financeiros em uma aula de negócios
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    como os de física em uma aula de Ciências ou Engenharia
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    e podemos avaliar trabalhos de programação bem sofisticados.
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    Mostrarei um modelo até bem simples
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    mas um tanto visual.
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    Este é da turma 101 de Ciências da Computação de Stanford,
  • 10:17 - 10:18
    e os alunos devem corrigir as cores
  • 10:18 - 10:20
    dessa imagem borrada de vermelho.
  • 10:20 - 10:22
    Eles estão digitando o programa no navegador,
  • 10:22 - 10:26
    e ainda não acertaram, a Dama da Liberdade ainda está enjoada.
  • 10:26 - 10:30
    Então, tentam novamente, acertam, isso é dito,
  • 10:30 - 10:32
    e assim podem ir para o próximo trabalho.
  • 10:32 - 10:35
    Essa possibilidade de interagir ativamente com o conteúdo
  • 10:35 - 10:37
    e saber quando acertou ou errou
  • 10:37 - 10:40
    é essencial ao aprendizado do aluno.
  • 10:40 - 10:42
    Claro que não podemos ainda avaliar
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    todas as tarefas necessárias a todos os cursos.
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    Especificamente, falta o tipo de trabalho crítico
  • 10:49 - 10:50
    que é tão essencial em disciplinas
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    de Humanas, Ciências Sociais, Negócios e outras.
  • 10:54 - 10:56
    Tentamos convencer,
  • 10:56 - 10:58
    algumas faculdades de Humanas
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    de que múltipla escolha não era tão ruim.
  • 11:01 - 11:03
    O que não deu muito certo.
  • 11:03 - 11:05
    Então tivemos que encontrar outra solução.
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    E chegamos a 'avaliação entre alunos'.
  • 11:08 - 11:11
    Estudos anteriores mostram,
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    como este de Saddler e Good,
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    que esse tipo de avaliação é bem eficaz
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    como meta à atingir avaliações justas.
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    Só tentamos em turmas pequenas,
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    mas ficou demonstrado,
  • 11:21 - 11:24
    que essas notas dadas por alunos no eixo y
  • 11:24 - 11:25
    estão bem correlacionadas
  • 11:25 - 11:27
    às avaliações feitas por professores no eixo x.
  • 11:27 - 11:31
    O mais surpreendente é que as autoavaliações,
  • 11:31 - 11:33
    quando alunos avaliam seus próprios trabalhos --
  • 11:33 - 11:35
    desde que incentivados da forma correta,
  • 11:35 - 11:37
    para que não se autoavaliem com nota máxima --
  • 11:37 - 11:40
    estão ainda melhor correlacionadas às avaliações dos professores.
  • 11:40 - 11:41
    Então essa é uma estratégia eficaz
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    que pode ser usada nas avaliações em larga escala,
  • 11:44 - 11:46
    e também é uma estratégia de aprendizagem útil aos alunos,
  • 11:46 - 11:49
    porque eles realmente aprendem com a experiência.
  • 11:49 - 11:53
    Assim temos o maior canal de avaliação entre alunos já concebido,
  • 11:53 - 11:56
    onde dezenas de milhares de alunos
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    avaliam uns aos outros,
  • 11:57 - 12:00
    com bastante sucesso.
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    Mas não se trata apenas de alunos
  • 12:02 - 12:05
    sozinhos em casa solucionando questões.
  • 12:05 - 12:07
    Em volta de cada curso,
  • 12:07 - 12:09
    há uma comunidade de alunos formada,
  • 12:09 - 12:11
    uma comunidade global
  • 12:11 - 12:14
    em torno de um empenho intelectual compartilhado.
  • 12:14 - 12:16
    Vemos aqui um mapa feito
  • 12:16 - 12:19
    por estudantes da turma 101 de Sociologia em Princeton,
  • 12:19 - 12:22
    que se colocaram em um mapa-mundi,
  • 12:22 - 12:25
    e podemos ver o alcance global desse empenho.
  • 12:25 - 12:30
    Estudantes colaboraram nesses cursos de várias formas.
  • 12:30 - 12:32
    Primeiro, houve um fórum de perguntas e respostas,
  • 12:32 - 12:34
    em que uns alunos postavam perguntas,
  • 12:34 - 12:37
    e outros as respondiam.
  • 12:37 - 12:38
    E o mais incrível é que,
  • 12:38 - 12:40
    por haver tantos alunos,
  • 12:40 - 12:42
    isso significa que se um aluno postar uma pergunta
  • 12:42 - 12:44
    as 3:00 da manhã,
  • 12:44 - 12:46
    em algum lugar do mundo,
  • 12:46 - 12:48
    haveria alguém acordado
  • 12:48 - 12:50
    e trabalhando na mesma questão.
  • 12:50 - 12:52
    Então, em muitos cursos,
  • 12:52 - 12:54
    a média de tempo de resposta
  • 12:54 - 12:58
    a uma pergunta no fórum era de 22 minutos.
  • 12:58 - 13:02
    O que não é o nível de serviço que ofereço a meus alunos em Stanford.
  • 13:02 - 13:04
    (Risos)
  • 13:04 - 13:06
    E podemos ver pelos testemunhos dos alunos
  • 13:06 - 13:07
    que eles realmente pensam
  • 13:07 - 13:10
    isso por causa dessa imensa comunidade online,
  • 13:10 - 13:12
    eles interagem entre si de várias maneiras
  • 13:12 - 13:17
    mais profundas do que no contexto do espaço físico da sala de aula.
  • 13:17 - 13:19
    Os Alunos também se reunem,
  • 13:19 - 13:21
    sem nossa intervenção,
  • 13:21 - 13:23
    em pequenos grupos de estudo.
  • 13:23 - 13:25
    Alguns eram grupos de estudos físicos
  • 13:25 - 13:27
    sobre restrições geográficas
  • 13:27 - 13:30
    e encontravam-se semanalmente para resolver questões.
  • 13:30 - 13:32
    Este é o grupo de estudo de San Francisco,
  • 13:32 - 13:34
    e havia outros em todo o mundo.
  • 13:34 - 13:36
    Outros eram grupos virtuais de estudo,
  • 13:36 - 13:39
    às vezes junto a linhas culturais ou de linguagem,
  • 13:39 - 13:40
    e embaixo à esquerda,
  • 13:40 - 13:44
    vemos nosso grupo de estudo multicultural universal
  • 13:44 - 13:46
    onde pessoas queriam se conectar
  • 13:46 - 13:49
    com gente de outras culturas.
  • 13:49 - 13:51
    Há tremendas oportunidades
  • 13:51 - 13:54
    a se extrair dessa estrutura.
  • 13:54 - 13:58
    A primeira é o potencial de nos dar
  • 13:58 - 14:00
    um olhar completamente novo
  • 14:00 - 14:03
    sobre a compreensão do aprendizado humano.
  • 14:03 - 14:06
    Porque os dados coletados aqui são inéditos.
  • 14:06 - 14:10
    Podemos colecionar cada clique, envio de dever de casa,
  • 14:10 - 14:15
    comentário no fórum de dezenas de milhares de alunos.
  • 14:15 - 14:17
    Assim podemos tornar o estudo da aprendizagem humana,
  • 14:17 - 14:19
    do modelo dirigido de hipóteses
  • 14:19 - 14:22
    ao dirigido por dados, uma transformação que
  • 14:22 - 14:25
    tem revolucionado a biologia.
  • 14:25 - 14:28
    Podemos usar esses dados para entender questões fundamentais
  • 14:28 - 14:30
    como, quais são as boas estratégias de aprendizagem
  • 14:30 - 14:33
    eficazes e as que não são?
  • 14:33 - 14:35
    E em relação a cursos específicos,
  • 14:35 - 14:37
    podemos fazer perguntas
  • 14:37 - 14:40
    como, quais são os conceitos equivocados mais comuns
  • 14:40 - 14:42
    e como podemos ajudar os alunos a resolvê-los?
  • 14:42 - 14:43
    Então aqui está um exemplo,
  • 14:43 - 14:45
    também da turma de Andrew sobre Aprendizagem de Máquinas.
  • 14:45 - 14:48
    Essa é uma distribuição de respostas erradas
  • 14:48 - 14:49
    a um dos trabalhos pedidos por Andrew.
  • 14:49 - 14:51
    As respostas são pares de números,
  • 14:51 - 14:53
    então podemos desenhá-los nesse gráfico bidimensional.
  • 14:53 - 14:57
    Cada cruzinha é uma resposta errada diferente.
  • 14:57 - 15:00
    A cruz grande no alto à esquerda
  • 15:00 - 15:02
    marca o lugar em que 2.000 alunos
  • 15:02 - 15:05
    deram a mesma resposta errada.
  • 15:05 - 15:07
    Agora, se 2 alunos de uma turma de 100
  • 15:07 - 15:08
    derem a mesma resposta errada,
  • 15:08 - 15:10
    vocês não notariam.
  • 15:10 - 15:12
    Mas quando 2.000 dão a mesma resposta errada,
  • 15:12 - 15:14
    difícil não notarmos.
  • 15:14 - 15:16
    Então Andrew e seus alunos foram lá,
  • 15:16 - 15:18
    olharam alguns dos trabalhos,
  • 15:18 - 15:22
    entenderam a raiz do equívoco,
  • 15:22 - 15:24
    e produziram uma mensagem de erro direcionada
  • 15:24 - 15:27
    que seria disponibilizada a cada aluno
  • 15:27 - 15:29
    cuja resposta incidisse naquele erro,
  • 15:29 - 15:31
    significando que os que cometeram o mesmo erro
  • 15:31 - 15:33
    poderiam ter feedback personalizado
  • 15:33 - 15:37
    dizendo como corrigir o equívoco mais efetivamente.
  • 15:37 - 15:41
    Então essa personalização é algo que alguém pode construir
  • 15:41 - 15:44
    tendo esses números.
  • 15:44 - 15:46
    Personalização é talvez
  • 15:46 - 15:49
    uma das grandes oportunidades aqui também,
  • 15:49 - 15:51
    porque ela nos provê com o potencial
  • 15:51 - 15:54
    de resolver um problema de 30 anos.
  • 15:54 - 15:57
    O pesquisador educacional Benjamin Bloom, em 1984,
  • 15:57 - 16:00
    expôs o chamado problema 2 sigma,
  • 16:00 - 16:03
    das observações de estudo de 3 grupos.
  • 16:03 - 16:06
    O primeiro é o que estudou numa turma de aulas expositivas.
  • 16:06 - 16:09
    O segundo é o de alunos que estudaram
  • 16:09 - 16:11
    numa sala de aula padrão, de aulas expositivas,
  • 16:11 - 16:13
    mas com abordagem de domínio de conteúdo,
  • 16:13 - 16:15
    assim os alunos só avançavam ao tópico seguinte
  • 16:15 - 16:18
    quando demonstravam ter dominado o anterior.
  • 16:18 - 16:20
    E finalmente, havia o grupo de alunos
  • 16:20 - 16:25
    que aprendeu através de instrução um a um, com tutor.
  • 16:25 - 16:28
    No grupo da abordagem de domínio de conteúdo, houve um desvio padrão total,
  • 16:28 - 16:30
    ou sigma, e ele atinge melhor desempenho
  • 16:30 - 16:33
    do que o grupo de aulas expositivas regulares,
  • 16:33 - 16:35
    e o de tutorial individual atinge 2 sigma
  • 16:35 - 16:37
    em melhor aproveitamento.
  • 16:37 - 16:38
    Para entender o significado disso,
  • 16:38 - 16:40
    vamos dar uma olhada na turma de aulas expositivas,
  • 16:40 - 16:43
    e vamos escolher o desempenho médio como limiar.
  • 16:43 - 16:44
    Assim numa turma de aulas expositivas,
  • 16:44 - 16:48
    metade dos alunos estão acima desse nível e metade abaixo.
  • 16:48 - 16:50
    No método de instrução individual tutorial,
  • 16:50 - 16:55
    98 por cento dos alunos estão acima desse limiar.
  • 16:55 - 16:59
    Imaginem se pudéssemos ensinar de modo que 98% de nossos alunos
  • 16:59 - 17:01
    ficassem acima da média.
  • 17:01 - 17:05
    Por isso, os problemas 2 sigma.
  • 17:05 - 17:07
    Porque não podemos, como sociedade,
  • 17:07 - 17:10
    prover cada aluno com um tutor humano individual.
  • 17:10 - 17:12
    Mas talvez possamos dispor a cada aluno
  • 17:12 - 17:14
    um computador ou smartphone.
  • 17:14 - 17:17
    Então como podemos usar tecnologia
  • 17:17 - 17:20
    para mover o lado esquerdo do gráfico, da curva azul
  • 17:20 - 17:23
    para o lado direito na curva verde?
  • 17:23 - 17:25
    É fácil alcançar excelência através de um computador,
  • 17:25 - 17:26
    porque ele não se cansa
  • 17:26 - 17:30
    de mostrar-nos o mesmo vídeo cinco vezes.
  • 17:30 - 17:33
    E ele não se cansa de avaliar um trabalho muitas vezes,
  • 17:33 - 17:36
    vimos isso em vários exemplos.
  • 17:36 - 17:38
    E mesmo personalização
  • 17:38 - 17:40
    é algo que está apenas começando,
  • 17:40 - 17:43
    seja via trajetória personalizada através do curriculum
  • 17:43 - 17:46
    ou algum feedback personalizado que mostrei.
  • 17:46 - 17:49
    Portanto, a meta aqui é tentar empurrar,
  • 17:49 - 17:52
    e ver até onde podemos chegar na curva verde.
  • 17:52 - 17:58
    Então, se isso é tão incrível, as universidades agora estão obsoletas?
  • 17:58 - 18:01
    Bem, Mark Twain não pensava assim.
  • 18:01 - 18:03
    Ele disse que, "A Faculdade é um lugar onde as anotações de aula do professor
  • 18:03 - 18:05
    vão direto para as anotações de aula dos alunos,
  • 18:05 - 18:07
    sem passar pelos cérebros de ambos."
  • 18:07 - 18:11
    (Risos)
  • 18:11 - 18:14
    No entanto, peço que discordem de Mark Twain.
  • 18:14 - 18:17
    Penso que ele não fazia críticas às universidades
  • 18:17 - 18:19
    e sim ao formato de aula
  • 18:19 - 18:22
    a que muitas universidades se dedicam tanto.
  • 18:22 - 18:25
    Então voltemos ainda mais fundo no tempo, a Plutarco,
  • 18:25 - 18:28
    que disse, "A mente não deve ser enchida como a um vaso,
  • 18:28 - 18:30
    e sim acesa como lenha ao fogo."
  • 18:30 - 18:32
    E talvez devêssemos gastar menos tempo nas universidades
  • 18:32 - 18:34
    enchendo as mentes dos nossos alunos com discursos,
  • 18:34 - 18:38
    e sim usar mais tempo estimulando criatividade,
  • 18:38 - 18:41
    imaginação e habilidades de resolução de problemas,
  • 18:41 - 18:44
    conversando, de fato, com eles.
  • 18:44 - 18:45
    Então como fazemos isso?
  • 18:45 - 18:49
    Através de aprendizagem ativa em classe.
  • 18:49 - 18:51
    Assim há muitos estudos, inclusive este,
  • 18:51 - 18:53
    mostrando que se usamos aprendizagem ativa,
  • 18:53 - 18:56
    interagindo com os alunos em classe,
  • 18:56 - 18:58
    a performance avança em cada métrica --
  • 18:58 - 19:01
    na frequência, engajamento e no aprendizado
  • 19:01 - 19:03
    como mensurado por um teste padrão.
  • 19:03 - 19:05
    Podem ver que o taxa de desempenho
  • 19:05 - 19:08
    quase dobra nesse experimento em particular.
  • 19:08 - 19:12
    Então, talvez, seja assim que deveríamos gastar nosso tempo nas universidades.
  • 19:12 - 19:17
    Resumindo, se pudéssemos oferecer uma educação de alta qualidade
  • 19:17 - 19:18
    a todos no mundo gratuitamente,
  • 19:18 - 19:21
    o que ela faria? Três coisas.
  • 19:21 - 19:25
    Primeiro, ela estabeleceria a educação como direito humano fundamental,
  • 19:25 - 19:26
    em que qualquer um no mundo
  • 19:26 - 19:28
    com capacidade e motivação
  • 19:28 - 19:30
    poderia conseguir as habilidades necessárias
  • 19:30 - 19:31
    para melhorar sua própria vida,
  • 19:31 - 19:34
    de sua família e comunidade.
  • 19:34 - 19:36
    Segundo, ela possibitaria o aprendizado contínuo.
  • 19:36 - 19:38
    É uma pena que para tanta gente,
  • 19:38 - 19:41
    a aprendizado termina quando eles acabam o ensino médio ou a graduação.
  • 19:41 - 19:44
    Mas tendo esse incrível conteúdo disponível,
  • 19:44 - 19:47
    poderíamos aprender algo novo
  • 19:47 - 19:48
    sempre que quiséssemos,
  • 19:48 - 19:49
    para expandir nossas mentes
  • 19:49 - 19:51
    ou mudar nossas vidas.
  • 19:51 - 19:54
    E finalmente, isso permitiria uma onda de inovação,
  • 19:54 - 19:57
    porque talentos marvilhosos podem ser encontrados em qualquer lugar.
  • 19:57 - 20:00
    Talvez o próximo Albert Einstein ou Steve Jobs
  • 20:00 - 20:03
    esteja morando numa distante vila na África.
  • 20:03 - 20:06
    E se pudéssemos oferecer a ele uma educação,
  • 20:06 - 20:08
    ele poderia ter a próxima grande ideia
  • 20:08 - 20:10
    e fazer do mundo um lugar melhor para todos.
  • 20:10 - 20:11
    Muito obrigada.
  • 20:11 - 20:19
    (Aplausos)
Title:
Daphne Koller: O que estamos aprendemos com a educação online
Speaker:
Daphne Koller
Description:

Daphne Koller está atraindo universidades de elite a disponibilizarem online seus cursos mais intrigantes gratuitamente -- não apenas como um serviço, mas como forma de pesquisar como as pessoas aprendem. Cada toque, teste de compreensão, fórum de discussão entre alunos e tarefas de autoavaliação, criam um conjunto inédito de dados sobre como o conhecimento é processado e, o mais importante, absorvido.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
20:40

Portuguese, Brazilian subtitles

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