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Uma nova tecnologia de vídeo que revela as propriedades ocultas de um objeto.

  • 0:01 - 0:05
    Quase todos nós pensamos no movimento
    como uma coisa muito visual.
  • 0:06 - 0:11
    Se eu passear por este palco,
    ou gesticular enquanto falo,
  • 0:11 - 0:13
    esses movimentos são uma coisa
    que vocês veem.
  • 0:15 - 0:17
    Mas há um mundo de movimentos importantes
  • 0:17 - 0:20
    que são demasiado subtis
    para os olhos humanos.
  • 0:20 - 0:22
    Nos últimos anos,
  • 0:22 - 0:24
    começámos a descobrir que as câmaras
  • 0:24 - 0:27
    veem esses movimentos
    que os nossos olhos não conseguem ver.
  • 0:29 - 0:30
    Vou mostrar-vos o que quero dizer.
  • 0:31 - 0:34
    Aqui à esquerda, veem um vídeo
    do pulso duma pessoa
  • 0:34 - 0:38
    e à direita, veem um vídeo
    de um bebé a dormir.
  • 0:38 - 0:41
    Se eu não vos tivesse dito
    que isto eram vídeos,
  • 0:41 - 0:44
    vocês podiam julgar que estavam a olhar
    para duas fotos normais
  • 0:44 - 0:46
    porque, em ambos os casos,
  • 0:46 - 0:49
    estes vídeos parecem estar
    totalmente imóveis.
  • 0:50 - 0:54
    Na realidade, há aqui
    muito movimento subtil.
  • 0:54 - 0:56
    Se tocassem neste pulso à esquerda,
  • 0:56 - 0:58
    sentiriam a pulsação,
  • 0:58 - 1:01
    se agarrassem no bebé da direita,
  • 1:01 - 1:03
    sentiriam o erguer e descer do peito dele
  • 1:03 - 1:05
    quando respira.
  • 1:06 - 1:09
    Esses movimentos têm muito significado
  • 1:09 - 1:13
    mas normalmente são demasiado subtis
    para os podermos ver.
  • 1:13 - 1:15
    Em vez disso, temos que os observar
  • 1:15 - 1:18
    através de contacto direto,
    através do tato.
  • 1:19 - 1:21
    Mas há uns anos,
  • 1:21 - 1:23
    os meus colegas no MIT
    desenvolveram uma coisa
  • 1:23 - 1:25
    a que chamaram um microscópio do movimento
  • 1:25 - 1:29
    que é um "software" que encontra
    esses movimentos subtis no vídeo
  • 1:29 - 1:33
    e os amplifica até eles ficarem
    suficientemente grandes para os vermos.
  • 1:34 - 1:37
    Assim, se eu usar esse "software"
    no vídeo da esquerda,
  • 1:37 - 1:40
    passamos a ver a pulsação deste pulso,
  • 1:40 - 1:42
    e se contarmos a pulsação
  • 1:42 - 1:44
    podemos deduzir
    o ritmo cardíaco desta pessoa.
  • 1:45 - 1:48
    Se eu usar o mesmo "software"
    no vídeo da direita,
  • 1:48 - 1:51
    passamos a ver cada inspiração
    que o bebé faz
  • 1:51 - 1:54
    e podemos usar isso
    como uma forma isenta de contacto
  • 1:54 - 1:57
    para vigiar a sua respiração.
  • 1:57 - 2:02
    Esta tecnologia é muito poderosa
    porque agarra nestes fenómenos
  • 2:02 - 2:05
    que normalmente só conseguimos
    perceber através do tato
  • 2:05 - 2:08
    e faz com que passemos a visualizá-los
    de forma não invasiva.
  • 2:09 - 2:14
    Há uns anos, comecei a trabalhar
    com as pessoas que criaram este "software"
  • 2:14 - 2:17
    e decidimos avançar com uma ideia maluca.
  • 2:17 - 2:20
    Pensámos que era fixe
    poder usar um "software"
  • 2:20 - 2:22
    para visualizar pequenos movimentos
    como estes,
  • 2:22 - 2:27
    e até podíamos pensar nisso como uma forma
    de expandir o nosso sentido do tato.
  • 2:28 - 2:32
    E se pudéssemos fazer o mesmo
    com a nossa capacidade para ouvir?
  • 2:33 - 2:37
    E se usássemos o vídeo para captar
    as vibrações dos sons,
  • 2:37 - 2:40
    que afinal são um outro tipo de movimento,
  • 2:40 - 2:43
    e transformar tudo o que vemos
    num microfone?
  • 2:45 - 2:47
    Esta é uma ideia um pouco extravagante
  • 2:47 - 2:49
    por isso vou tentar pô-la em perspetiva.
  • 2:50 - 2:53
    Os microfones tradicionais funcionam
    transformando o movimento
  • 2:53 - 2:57
    de um diafragma interior
    num sinal elétrico,
  • 2:57 - 3:01
    e esse diafragma está concebido
    para se mover prontamente com os sons
  • 3:01 - 3:06
    de forma a que os movimentos podem ser
    gravados e interpretados como áudio.
  • 3:06 - 3:09
    Ma o som faz com que
    todos os objetos vibrem.
  • 3:09 - 3:13
    Mas essas vibrações são normalmente
    demasiado subtis e demasiado rápidas
  • 3:13 - 3:15
    para nós as podermos ver.
  • 3:15 - 3:19
    E se as gravássemos
    com uma câmara de alta velocidade
  • 3:19 - 3:22
    e depois usássemos o "software"
    para extrair pequenos movimentos
  • 3:22 - 3:24
    do nosso vídeo de alta velocidade,
  • 3:24 - 3:29
    e analisássemos esses movimentos
    para ver que sons os tinham criado?
  • 3:30 - 3:33
    Isso permitir-nos-ia
    transformar objetos visíveis
  • 3:33 - 3:36
    em microfones visuais à distância.
  • 3:37 - 3:39
    Então, foi o que tentámos fazer.
  • 3:39 - 3:41
    Esta é uma das nossas experiências,
  • 3:41 - 3:44
    em que agarrámos neste vaso
    com uma planta que estão a ver à direita
  • 3:44 - 3:47
    e filmámos com uma câmara
    de alta velocidade
  • 3:47 - 3:50
    enquanto um altifalante ali ao pé
    transmitia este som.
  • 3:50 - 3:55
    (Música: "Maria tinha um cordeirinho")
  • 4:00 - 4:03
    E este é o vídeo que gravámos.
  • 4:03 - 4:07
    Gravámos a uma velocidade
    de milhares de imagens por segundo.
  • 4:07 - 4:09
    Mas, mesmo que observemos muito de perto,
  • 4:09 - 4:11
    só vemos algumas folhas
  • 4:11 - 4:14
    que estão ali paradas sem fazer nada,
  • 4:14 - 4:19
    porque o nosso som limitou-se a fazer
    mover estas folhas apenas um micrómetro,
  • 4:19 - 4:23
    ou seja uma décima milésima
    de um centímetro,
  • 4:23 - 4:28
    o que corresponde mais ou menos
    entre um centésimo e um milésimo
  • 4:28 - 4:29
    de um pixel nesta imagem.
  • 4:30 - 4:33
    Por isso, podem piscar os olhos
    quanto quiserem,
  • 4:33 - 4:36
    mas um movimento tão pequeno
    é praticamente invisível.
  • 4:38 - 4:42
    Mas acontece que uma coisa
    pode ser invisível à nossa perceção
  • 4:42 - 4:45
    e mesmo assim ser
    numericamente significativo,
  • 4:45 - 4:47
    porque com os algoritmos adequados
  • 4:47 - 4:50
    podemos agarrar neste vídeo silencioso,
    aparentemente parado,
  • 4:50 - 4:52
    e podemos recuperar esse som.
  • 4:53 - 4:57
    (Música: "Maria tinha um cordeirinho")
  • 5:00 - 5:03
    (Aplausos)
  • 5:10 - 5:12
    Como é que isto é possível?
  • 5:12 - 5:16
    Como é que podemos obter tantas informações
    a partir de tão pouco movimento?
  • 5:17 - 5:22
    Digamos que estas folhas
    se movem apenas um micrómetro,
  • 5:22 - 5:26
    e digamos que movimenta a nossa imagem
    apenas numa milésima de pixel
  • 5:27 - 5:30
    Pode não parecer muito,
  • 5:30 - 5:32
    mas uma única imagem do vídeo
  • 5:32 - 5:35
    pode conter centenas de milhares de pixéis.
  • 5:35 - 5:38
    Por isso, se combinarmos
    todos os pequenos movimentos
  • 5:38 - 5:41
    que vemos em toda a imagem,
  • 5:41 - 5:44
    um milésimo de um pixel
  • 5:44 - 5:46
    pode, de repente, tornar-se
    numa coisa significativa.
  • 5:47 - 5:51
    Aqui para nós, ficámos malucos
    quando descobrimos isto.
  • 5:51 - 5:53
    (Risos)
  • 5:53 - 5:56
    Mas, mesmo com o algoritmo adequado,
  • 5:56 - 6:00
    ainda nos faltava uma peça
    muito importante do "puzzle".
  • 6:00 - 6:05
    Há muitos fatores que afetam
    quando e como funciona esta técnica.
  • 6:05 - 6:08
    Há o objeto e a distância a que ele está.
  • 6:08 - 6:11
    Há a câmara e as lentes que usamos.
  • 6:11 - 6:15
    A quantidade de luz que incide no objeto
    e a intensidade do som.
  • 6:16 - 6:19
    E, mesmo com o algoritmo adequado,
  • 6:19 - 6:22
    tivemos que ter muito cuidado
    com as nossas primeiras experiências,
  • 6:22 - 6:25
    porque, se considerássemos erradamente
    qualquer destes fatores,
  • 6:25 - 6:28
    não tínhamos forma de saber
    qual era o problema.
  • 6:28 - 6:30
    Só obtínhamos ruído.
  • 6:30 - 6:33
    Portanto, muitas das nossas
    primeiras experiências foram assim.
  • 6:33 - 6:35
    Aqui estou eu.
  • 6:36 - 6:40
    Em baixo à esquerda, podem ver
    a nossa câmara de alta velocidade,
  • 6:40 - 6:42
    que está apontada
    para um pacote de batatas fritas.
  • 6:42 - 6:45
    Está tudo iluminado
    por aquelas lâmpadas brilhantes.
  • 6:45 - 6:49
    Como já disse, temos que ter muito cuidado
    nestas primeiras experiências,
  • 6:49 - 6:52
    por isso, foi assim
    que as coisas se passaram.
  • 6:52 - 6:55
    (Vídeo): Três, dois, um... Começar.
  • 6:55 - 6:58
    (Aos gritos): Mary tinha um carneirinho!
  • 6:58 - 7:01
    Carneirinho! Carneirinho!
  • 7:01 - 7:03
    (Risos)
  • 7:05 - 7:08
    Esta experiência parece mesmo ridícula.
  • 7:08 - 7:10
    (Risos)
  • 7:10 - 7:13
    Estou para aqui a gritar
    para um pacote de batatas...
  • 7:13 - 7:14
    (Risos)
  • 7:14 - 7:16
    ... e está tudo iluminado com tanta luz
  • 7:16 - 7:20
    que literalmente derretemos o primeiro
    pacote de batatas nesta experiência.
  • 7:20 - 7:21
    (Risos)
  • 7:21 - 7:24
    Mas, por mais ridícula
    que esta experiência pareça,
  • 7:24 - 7:26
    foi de facto muito importante,
  • 7:26 - 7:29
    porque pudemos recuperar este som.
  • 7:29 - 7:33
    (Áudio) Mary tinha um cordeirinho!
    Cordeirinho! Cordeirinho!
  • 7:33 - 7:36
    (Aplausos)
  • 7:37 - 7:39
    Isto foi muito significativo
  • 7:39 - 7:44
    porque foi a primeira vez
    que recuperámos fala humana inteligível
  • 7:44 - 7:46
    a partir do vídeo silencioso de um objeto.
  • 7:46 - 7:49
    Isso deu-nos este ponto de referência
  • 7:49 - 7:52
    e a pouco e pouco pudemos
    começar a modificar a experiência,
  • 7:52 - 7:56
    usando objetos diferentes,
    ou afastando mais o objeto,
  • 7:56 - 7:59
    usando menos luz ou sons mais abafados.
  • 8:00 - 8:03
    Analisámos todas essas experiências
  • 8:03 - 8:06
    até percebermos bem
    os limites da nossa técnica,
  • 8:06 - 8:08
    porque, depois de
    percebermos esses limites,
  • 8:08 - 8:11
    podíamos pensar em como alargá-los.
  • 8:11 - 8:14
    Isso levou-nos a experiências como esta,
  • 8:14 - 8:17
    em que, de novo, eu vou falar
    para um pacote de batatas
  • 8:17 - 8:21
    mas, desta vez, afastámos a câmara
    cerca de 5 metros,
  • 8:21 - 8:25
    atrás duma vidraça à prova de som,
  • 8:25 - 8:27
    e está tudo iluminado
    apenas por luz natural.
  • 8:29 - 8:31
    Este é o vídeo do que captámos.
  • 8:32 - 8:37
    Isto é como as coisas soaram, no interior,
    junto do pacote de batatas.
  • 8:37 - 8:42
    (Áudio) Mary tinha um carneirinho!
    Branco como a neve.
  • 8:42 - 8:47
    Sempre que a Maria vai,
    o carneirinho vai também.
  • 8:48 - 8:51
    Isto foi o que conseguimos recuperar
    a partir do nosso vídeo silencioso
  • 8:51 - 8:54
    captado no exterior
    por detrás daquele vidro.
  • 8:54 - 8:58
    (Áudio) Mary tinha um carneirinho!
    Branco como a neve.
  • 8:58 - 9:03
    Sempre que a Maria vai,
    o carneirinho vai também.
  • 9:04 - 9:08
    (Aplausos)
  • 9:10 - 9:14
    Também há outras formas
    de podermos alargar estes limites.
  • 9:14 - 9:16
    Esta é uma experiência mais tranquila
  • 9:16 - 9:20
    em que filmámos uns auscultadores
    ligados a um computador portátil.
  • 9:20 - 9:22
    Neste caso, o nosso objetivo
    era recuperar a música
  • 9:22 - 9:24
    que estava a tocar nesse computador
  • 9:24 - 9:26
    a partir de um vídeo silencioso
  • 9:26 - 9:29
    destes dois pequenos
    auscultadores de plástico.
  • 9:29 - 9:31
    Conseguimos fazer isto tão bem feito
  • 9:31 - 9:33
    que até pude dizer Shazam aos resultados.
  • 9:34 - 9:35
    (Risos)
  • 9:38 - 9:42
    (Áudio): (Música:
    "Under Pressure" dos Queen)
  • 9:50 - 9:53
    (Aplausos)
  • 9:55 - 9:59
    Também podemos ir mais longe,
    mudando o "hardware" que usamos.
  • 9:59 - 10:02
    As experiências que vos mostrei até aqui
  • 10:02 - 10:04
    foram feitas com uma câmara
    de alta velocidade,
  • 10:04 - 10:07
    que pode registar um vídeo
    cerca de 100 vezes mais depressa
  • 10:07 - 10:09
    do que a maior parte dos telemóveis.
  • 10:09 - 10:12
    Mas também arranjámos forma
    de usar esta técnica
  • 10:12 - 10:14
    com câmaras mais vulgares.
  • 10:14 - 10:18
    Fazemos isso tirando partido
    do que se chama "rolling shutter".
  • 10:18 - 10:22
    A maior parte das câmaras regista
    imagens seguidas, uma a uma.
  • 10:23 - 10:28
    Por isso, se um objeto se move
    durante a gravação duma mesma imagem,
  • 10:28 - 10:31
    há um pequeno compasso de atraso
    entre cada imagem,
  • 10:31 - 10:34
    o que causa pequenas distorções
  • 10:34 - 10:37
    que ficam registadas
    em cada imagem do vídeo.
  • 10:38 - 10:42
    Descobrimos que,
    analisando essas distorções,
  • 10:42 - 10:46
    podemos recuperar o som, usando
    uma versão modificada do nosso algoritmo.
  • 10:46 - 10:48
    Esta foi uma experiência que fizemos
  • 10:48 - 10:50
    em que filmámos um pacote de rebuçados
  • 10:50 - 10:52
    junto dum altifalante que tocava
  • 10:52 - 10:55
    a mesma "Maria tinha um carneirinho"
  • 10:55 - 10:59
    mas, desta vez, usámos uma câmara vulgar
    comprada no supermercado.
  • 10:59 - 11:02
    Vou passar já o som que recuperámos.
  • 11:02 - 11:04
    Desta vez, vai soar distorcido,
  • 11:04 - 11:07
    mas oiçam com atenção
    e vejam se reconhecem a música.
  • 11:08 - 11:12
    (Áudio): (Música:
    Mary tinha um cordeirinho.)
  • 11:26 - 11:29
    De novo, esse som distorcido,
  • 11:29 - 11:34
    mas o que é deveras espantoso nisto
    é que conseguimos fazê-lo
  • 11:34 - 11:36
    com uma coisa que vocês podem usar
  • 11:36 - 11:38
    e comprar numa Loja de Audiovisuais.
  • 11:39 - 11:43
    Nesta altura, há muitas pessoas
    que olham para isto
  • 11:43 - 11:45
    e pensam logo na vigilância.
  • 11:45 - 11:46
    (Risos)
  • 11:46 - 11:48
    Realmente,
  • 11:48 - 11:52
    não é difícil imaginar como é que podemos
    usar esta tecnologia para espiar alguém.
  • 11:52 - 11:56
    Mas lembrem-se que já há
    imensa tecnologia muito sofisticada
  • 11:56 - 11:58
    para a vigilância.
  • 11:58 - 12:01
    Na verdade, há décadas
    que se usam os raios "laser"
  • 12:01 - 12:03
    para escutar objetos à distância.
  • 12:04 - 12:06
    O que isto tem de novo
  • 12:06 - 12:08
    o que é mesmo diferente,
  • 12:08 - 12:12
    é que agora temos uma forma de representar
    as vibrações dum objeto,
  • 12:12 - 12:15
    que nos dá novas lentes
    através das quais vemos o mundo,
  • 12:15 - 12:17
    e podemos usar essas lentes
  • 12:17 - 12:22
    para ver as forças, como o som,
    que fazem vibrar um objeto,
  • 12:22 - 12:24
    mas também o próprio objeto.
  • 12:25 - 12:27
    Vou recuar um pouco
  • 12:27 - 12:31
    e pensar como é que podíamos
    alterar a forma de usar o vídeo,
  • 12:31 - 12:34
    porque habitualmente usamos
    o vídeo para observar as coisas
  • 12:34 - 12:37
    e eu acabei de mostrar como podemos usá-lo
  • 12:37 - 12:39
    para escutar as coisas.
  • 12:39 - 12:43
    Mas há outra importante forma
    de conhecermos o mundo:
  • 12:43 - 12:45
    é interagindo com ele.
  • 12:45 - 12:48
    Nós pressionamos, empurramos
    e espicaçamos as coisas.
  • 12:48 - 12:51
    Abanamos as coisas e vemos o que acontece.
  • 12:51 - 12:55
    É uma coisa que o vídeo
    ainda não nos deixa fazer,
  • 12:55 - 12:58
    pelo menos habitualmente.
  • 12:58 - 13:00
    Vou mostrar-vos um trabalho novo
  • 13:00 - 13:02
    baseado numa ideia
    que eu tive há uns meses.
  • 13:02 - 13:06
    É a primeira vez
    que mostro isto em público.
  • 13:06 - 13:11
    A ideia básica é que vamos usar
    as vibrações num vídeo
  • 13:11 - 13:15
    para captar objetos duma forma
    que nos permite interagir com eles
  • 13:15 - 13:18
    e ver como é que eles reagem.
  • 13:19 - 13:21
    Isto é um objeto.
  • 13:21 - 13:25
    Neste caso, é um boneco de arame
    com a forma dum ser humano.
  • 13:25 - 13:28
    Vamos filmar este objeto
    com uma câmara normal.
  • 13:28 - 13:30
    Esta câmara não tem nada de especial.
  • 13:30 - 13:33
    Na verdade, já fiz isto
    com o meu telemóvel.
  • 13:33 - 13:35
    Mas queremos ver o objeto a vibrar,
  • 13:35 - 13:37
    portanto, para que isso aconteça,
  • 13:37 - 13:40
    vamos bater na superfície
    onde ele está poisado
  • 13:40 - 13:42
    enquanto gravamos este vídeo.
  • 13:47 - 13:51
    Já está: são cinco segundos
    de gravação normal,
  • 13:51 - 13:53
    enquanto batemos na superfície.
  • 13:53 - 13:57
    Vamos usar as vibrações deste vídeo
  • 13:57 - 14:01
    para conhecer as propriedades
    estruturais e materiais do nosso objeto.
  • 14:01 - 14:06
    Vamos usar essas informações
    para criar uma coisa nova e interativa.
  • 14:13 - 14:16
    Isto é o que criámos.
  • 14:16 - 14:18
    Parece uma imagem normal,
  • 14:18 - 14:21
    mas isto não é uma imagem, nem é um vídeo
  • 14:21 - 14:23
    porque agora eu posso agarrar no rato
  • 14:23 - 14:26
    e posso começar a interagir com o objeto.
  • 14:33 - 14:35
    O que estão a ver aqui
  • 14:35 - 14:40
    é uma simulação de como
    este objeto responde a novas forças
  • 14:40 - 14:42
    que nunca tínhamos visto.
  • 14:42 - 14:46
    Criámos isto a partir de apenas
    cinco segundos dum vídeo normal.
  • 14:47 - 14:51
    (Aplausos)
  • 14:57 - 15:01
    Isto é de facto uma forma muito poderosa
    de olhar para o mundo
  • 15:01 - 15:02
    porque nos permite prever
  • 15:02 - 15:05
    como o objetos reagem a novas situações.
  • 15:06 - 15:09
    Podemos imaginar, por exemplo,
    olhar para uma ponte antiga
  • 15:09 - 15:11
    e pensar o que pode acontecer,
  • 15:11 - 15:15
    se essa ponte aguentará
    o peso do meu carro a atravessá-la.
  • 15:15 - 15:18
    Isso é uma pergunta que provavelmente
    todos querem ver respondida
  • 15:18 - 15:21
    antes de começar a atravessar essa ponte.
  • 15:22 - 15:25
    Claro que há limitações para esta técnica,
  • 15:25 - 15:28
    tal como havia para o microfone visual,
  • 15:28 - 15:31
    mas verificámos que funciona
    em muitas situações
  • 15:31 - 15:33
    em que não estávamos à espera,
  • 15:33 - 15:36
    especialmente se obtivermos
    vídeos mais longos.
  • 15:36 - 15:38
    Por exemplo, este é um vídeo que eu gravei
  • 15:38 - 15:41
    de um arbusto à porta do meu apartamento.
  • 15:41 - 15:43
    Não fiz nada a este arbusto,
  • 15:43 - 15:46
    mas gravei um vídeo
    com a duração de um minuto.
  • 15:46 - 15:50
    Uma leve brisa provocou
    vibrações suficientes
  • 15:50 - 15:53
    para eu poder criar esta simulação.
  • 15:55 - 15:59
    (Aplausos)
  • 16:01 - 16:04
    Podemos imaginar dar este vídeo
    a um realizador de cinema
  • 16:04 - 16:07
    e ele poder controlar, por exemplo,
  • 16:07 - 16:11
    a força e a direção do vento numa cena,
    depois de ela ter sido gravada.
  • 16:13 - 16:17
    Ou, neste caso, apontámos
    a câmara para uma cortina pendurada.
  • 16:17 - 16:21
    Não conseguimos ver
    qualquer movimento neste vídeo
  • 16:21 - 16:24
    mas, gravando o vídeo
    com a duração de dois minutos,
  • 16:24 - 16:27
    as correntes de ar naturais nesta sala
  • 16:27 - 16:31
    criaram movimentos
    e vibrações subtis, impercetíveis,
  • 16:31 - 16:34
    suficientes para sabermos
    criar esta simulação.
  • 16:36 - 16:39
    Ironicamente,
  • 16:39 - 16:42
    estamos fartos de ter
    este tipo de interatividade
  • 16:42 - 16:44
    no que refere a objetos virtuais,
  • 16:44 - 16:48
    no que respeita a videojogos
    e modelos a 3D,
  • 16:48 - 16:52
    mas ser capaz de captar estas informações
    a partir de objetos reais do mundo real
  • 16:52 - 16:55
    usando apenas um vídeo simples, normal,
  • 16:55 - 16:57
    é uma coisa totalmente nova
    que tem imenso potencial.
  • 17:00 - 17:03
    Estas são as pessoas espantosas
    que trabalharam comigo nestes projetos.
  • 17:04 - 17:07
    (Aplausos)
  • 17:13 - 17:16
    O que vos mostrei hoje é apenas o início.
  • 17:16 - 17:18
    Só começámos a arranhar a superfície
  • 17:18 - 17:21
    do que podemos fazer
    com este tipo de imagens
  • 17:21 - 17:24
    porque nos dão uma nova forma
  • 17:24 - 17:28
    de captar o nosso meio envolvente
    com uma tecnologia comum, acessível.
  • 17:28 - 17:30
    Olhando para o futuro,
  • 17:30 - 17:32
    vai ser uma coisa excitante para explorar
  • 17:32 - 17:34
    o que isto nos pode revelar sobre o mundo.
  • 17:34 - 17:36
    Obrigado.
  • 17:36 - 17:40
    (Aplausos)
Title:
Uma nova tecnologia de vídeo que revela as propriedades ocultas de um objeto.
Speaker:
Abe Davis
Description:

Movimentos subtis estão sempre a ocorrer à nossa volta, incluindo pequenas vibrações provocadas pelo som. Uma nova tecnologia mostra que podemos agarrar nessas vibrações e recrear o som e as conversas a partir dum vídeo dum objeto aparentemente imóvel. Abe Davis ainda dá mais um passo em frente: Observem-no a mostrar um "software" que permite interagir com essas propriedades ocultas, a partir de um simples vídeo.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
17:57

Portuguese subtitles

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