O que o YouTube pensa sobre os direitos de autor

Margaret Gould Stewart, chefe da área de experiência do usuário do YouTube, fala sobre como a onipresente página de vídeos trabalha com os proprietários direitos autorais e criadores para nutrir (nos melhores momentos) um ecossistema criativo em que todo mundo ganha.

Então, se vocês estão na plateia hoje,

ou talvez assistindo a essa palestra em algum outro momento ou lugar

você é um participante do ecossistema de direitos digitais.

Se você é um artista, um tecnólogo,

um advogado ou um fã,

o tratamento dado aos direitos autorais afeta sua vida.

Agora, a administração de direitos não é mais

simplesmente uma questão de propriedade.

É uma complexa rede de relacionamentos

e uma parte crítica do nosso panorama cultural.

O YouTube se importa muito com os direitos dos proprietários de conteúdo.

Mas para dá-los alternativas do que podem fazer

com as cópias, mash-ups e outros,

nós precisamos primeiro identificar

quando um material autoral é subido na nossa página.

Vamos dar uma olhada em um vídeo específico para vocês verem como funciona.

Dois anos atrás, o artista Chris Brown,

lançou o clipe oficial de seu single, "Forever."

Um fã viu o clipe na TV,

gravou-o com a câmera do seu telefone,

e subiu no YouTube.

Agora, como a Sony Music registrou o clipe de Chris Brown

no nosso sistema de identificação de conteúdo,

em segundos na tentativa de subir o vídeo,

a cópia foi detectada,

dando à Sony a opção do que que fazer em seguida.

Mas como nós sabemos que o vídeo de um usuário é uma cópia?

Bem, isso começa com os proprietários de conteúdo

adicionando seus acervos na nossa base de dados,

junto com uma política de uso

que nos diz o que fazer quando encontrarmos um material correspondente.

Nós comparamos cada arquivo subido

com todos os arquivos de referência na nossa base de dados.

Agora, esse mapa de calor vai mostrá-los

como o cérebro do nosso sistema funciona.

Aqui vocês podem ver o arquivo de referência original

sendo comparado com o conteúdo gerado pelo usuário.

O sistema compara cada momento

de um com o outro para ver se há alguma correspondência.

Agora isso significa que nós podemos identificar uma correspondência

mesmo se a cópia usada for só uma pequena parte do arquivo original,

se estiver em movimento lento

e com a qualidade do áudio e do vídeo prejudicadas.

E nós fazemos isso toda vez

que um vídeo é subido no YouTube.

E são mais de 20 horas de vídeo a cada minuto.

Quando encontramos uma correspondência,

nós aplicamos a política de direitos que o proprietário registrou.

E a escala e a velocidade do sistema

é realmente de tirar o fôlego.

Nós não estamos falando só de alguns vídeos.

Nós estamos falando de mais de

100 anos de vídeos por dia,

entre os novos arquivos subidos e exames legais

que nós regularmente fazemos em todos os conteúdos da página.

E quando nós comparamos esses cem anos de vídeos,

nós os comparamos com milhões

de arquivos de referência da nossa base de dados.

Seria como 36.000 pessoas

olhando para 36.000 monitores

a cada minuto, sem muito além de uma pausa para o café.

Agora, o que nós fazemos quando encontramos uma correspondência?

Bem, a maioria dos proprietários de direitos, em vez de bloquear,

vai permitir que a cópia seja publicada.

E então eles se beneficiam com a exposição,

a propaganda e as vendas relacionadas.

Lembram-se do vídeo de Chris Brown, "Forever"?

Bem, ele teve seus dias de glória e depois caiu nas paradas.

E parecia ser o fim da história.

Mas em algum momento do ano passado, um jovem casal se casou.

Esse é o vídeo de casamento deles.

Vocês talvez já tenham visto.

(Música)

O que é demais sobre isso é que,

se os músicos do casamento foram tão divertidos assim,

vocês podem imaginar quão legal deve ter sido a recepção?

Quero dizer, quem são essas pessoas?

Eu quero muito ir para esse casamento.

Então o vídeo do casamento deles conseguiu

mais de 40 milhões de visualizações.

E em vez da Sony bloqueá-lo,

eles permitiram que o vídeo fosse subido.

E eles colocaram propaganda nele

e um link para o iTunes.

E a música, após 18 meses,

voltou a ser a quarta música da parada do iTunes.

A Sony está gerando receita dessas duas fontes.

E Jill e Kevin, o casal feliz,

bem, eles voltaram da lua-de-mel deles

e viram que o vídeo deles tinha ficado viral.

E eles foram parar em vários programas de entrevistas.

E eles usaram isso como uma oportunidade de fazer a diferença.

O vídeo incentivou a doação de 26.000 dólares

para acabar com a violência doméstica.

E a "Música de Entrada do Casamento de JK" ficou tão popular

que a NBC parodiou o vídeo no último episódio de "The Office",

o que só mostra

que isso é realmente um ecossistema da cultura.

Porque não se trata só de amadores pegando emprestado dos grandes estúdios,

mas às vezes os grandes estúdios pegam emprestado também.

Permitindo as escolhas, nós podemos criar uma cultura da oportunidade.

E tudo que foi preciso para fazer as coisas mudarem

foi permitir alternativas a partir da identificação de direitos.

Então por que ninguém resolveu esse problema antes?

É porque é um grande problema,

e é complicado e confuso.

Não é incomum um único vídeo

ter múltiplos proprietários de direitos.

Há gravadoras.

Há inúmeros editores musicais.

E cada um deles pode variar de país para país.

E há muitos casos

em que temos mais de um trabalho junto em um mash-up.

Então nós temos que administrar várias reivindicações

para um mesmo vídeo.

O sistema de identificação de conteúdo do YouTube direciona todos esses casos.

Mas o sistema só funciona através

da participação dos proprietários de direitos.

Se você tem conteúdo que outros estão subindo no YouTube,

você deve se registrar no sistema de identificação de conteúdo,

e então você terá a alternativa

de decidir como o seu conteúdo será usado.

E pense com cuidado sobre as políticas que você aplicará ao conteúdo.

Bloqueando todo o re-uso,

você perderá novas formas de arte,

novas audiências,

novos canais de distribuição

e novas fontes de receita.

Mas isso não é só sobre dólares e impressões.

Olhe só para toda a alegria

que foi disseminada através da administração de direitos progressiva

e da nova tecnologia.

E eu acho que podemos concordar que a alegria é definitivamente uma ideia boa para disseminar.

Obrigada.

(Aplausos)