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A beira do pânico: como aprender ao se arriscar | Victor Saad | TEDxUnisinos

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    Acredito que todo mundo
    tenha essas três zonas:
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    a zona de conforto, a zona do
    aprendizado e a zona do pânico.
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    E acredito que nossos momentos
    mais decisivos e nossas maiores lições
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    veem quando nos arriscamos ao sair
    da zona de conforto e aprender
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    e, talvez, beirar o pânico.
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    Estou nesse palco
    porque não fui para a universidade.
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    Ao invés disso, cinco anos atrás,
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    depois de trabalhar com estudantes
    do ensino fundamental e médio,
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    quando fiquei curioso sobre a junção
    entre negócios de lucro com propósito,
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    quase fui pra universidade tradicional
    conseguir um diploma em administração,
  • 0:55 - 0:59
    mas os custos eram muito altos
    e o estilo não se adequou a mim.
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    Então, decidi que tentaria fazer
    a minha própria educação
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    ao fazer 12 projetos,
    em 12 meses, ao redor do mundo.
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    Escolheria esses projetos conversando
    com empresas de design,
  • 1:11 - 1:13
    administração e mudança social,
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    e tentaria encontrar um projeto
    que eu pudesse completar
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    durante o período de um mês.
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    Eu financiaria meu ano
    ao criar uma "newsletter",
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    que meus amigos e familiares pudessem
    se inscrever por US$ 10 ao mês,
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    e eu compartilharia meus aprendizados
    com eles todo mês.
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    Agora, enquanto eu viajava
    para concretizar essa ideia,
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    conheci todo tipo de pessoas incríveis
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    que começaram a falar para mim
    sobre as ideias que eles tiveram
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    para aprender de uma forma diferente
    ou para fazer a diferença,
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    para dar seus próprios saltos.
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    Então, eu criei um convite para
    essas pessoas mandarem histórias
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    sobre os saltos e riscos
    que assumiram para aprender, crescer
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    e fazer a diferença em suas comunidades.
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    Eu prometi que se, no final do ano,
    eu tivesse histórias suficientes,
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    nós pegaríamos essas histórias
    e faríamos um livro.
  • 2:00 - 2:02
    E no final do ano, certamente,
    nós fizemos um livro
  • 2:02 - 2:05
    "The Leap Year Project",
    daquelas histórias
  • 2:05 - 2:07
    e isso meio que acabou sendo
    a minha dissertação.
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    Eu também precisava de um lugar para
    me graduar, um jeito de terminar meu ano.
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    E havia uma Conferência TED
    acontecendo em Chicago.
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    Vesti o capelo e a beca
    e essa foi a minha graduação.
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    E em 2013, depois disso tudo acabar,
    inauguramos uma escola,
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    um lugar onde as pessoas pudessem
    ir e fazer a sua própria educação
  • 2:25 - 2:28
    através de experiências
    em suas áreas de estudo.
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    Nós o chamamos
    de Experience Institute.
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    Até fui conhecer a Oprah.
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    (Risos)
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    Isso é muito comum:
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    eu tentando explicar algum tipo
    de ideia audaciosa
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    para alguém muito mais
    bem-sucedido e poderoso
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    que provavelmente não está realmente
    interessado no que estou falando.
  • 2:45 - 2:47
    Essa é uma boa imagem daquele ano.
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    (Risos)
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    Aquele foi um dos meus anos
    de maior transição da minha vida.
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    Aprendi sobre a minha indústria,
    as coisas que importavam para mim,
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    e sobre mim mesmo.
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    O Experience Institute
    tem sido meu trabalho,
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    convidando pessoas de todas as idades
    para criar a sua educação
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    através da experiência e orientação.
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    Mas acredito que aquelas fotos,
    todas muito bonitas,
  • 3:13 - 3:15
    mostram energia e empolgação.
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    Acredito que elas contam apenas
    uma parte da história.
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    Fotos como essas ajudam
    a dar outra imagem,
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    de quando eu estava em Orange County,
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    tentando achar um lugar para ficar,
    sem a certeza de onde ficar,
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    encontrando um sofá na garagem
    de um amigo de um amigo,
  • 3:31 - 3:33
    e precisando dormir lá por um tempo.
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    E o que vocês não veem é o
    número de formigas naquele sofá;
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    (Risos)
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    ou a motocicleta que seria
    ligada toda manhã às 6h30,
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    e esse era o meu despertador;
  • 3:45 - 3:49
    ou diminuindo a maioria das minhas coisas,
    me livrando delas, vendendo-as,
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    para que pudesse bancar
    o ano e ficar leve
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    e não carregar nada mais
    do que um par de malas ao viajar;
  • 3:55 - 3:58
    chegando ao final do ano
  • 3:58 - 4:03
    e entendendo que escrever um livro,
    me preparar para uma palestra TED
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    e tentar começar uma escola
    é realmente impressionante.
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    Agora, desde o Leap Year,
  • 4:10 - 4:16
    venho explorando os riscos de sair
    da zona de conforto para o aprendizado,
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    e o impacto transformador que isso tem
    na vida e na carreira de uma pessoa.
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    O que nunca esperei encontrar era
    o papel que o pânico tem no aprendizado.
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    É o espaço onde você fica
    cara a cara com os seus medos.
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    E não apenas medos,
    mas versões ampliadas deles,
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    coisas que nem ao menos existem.
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    É uma parte necessária do aprendizado,
    mas raramente é discutido.
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    Agora, por um segundo,
    vamos voltar àquelas zonas.
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    Há um psicólogo influente
    chamado Lev Vygotsky.
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    Ele fala sobre a zona
    de desenvolvimento proximal.
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    A zona de conforto não é necessariamente
    sobre os seus recursos, o que você tem.
  • 5:01 - 5:04
    É sobre suas habilidades,
    sobre não ser desafiado.
  • 5:04 - 5:06
    Você sabe o que sabe
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    e está exatamente no meio
    do que você sabe
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    e, fazendo somente isso, não há
    realmente uma sensação de desafio.
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    Na zona de aprendizado, há um desafio,
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    mas você não tem tudo
    o que precisa para ver o desafio.
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    Talvez você tenha pedaços disso,
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    mas você precisa de outras pessoas
    para te ajudar a colocá-los juntos
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    e, se conseguir ajuda, você terá sucesso.
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    E, se você não conseguir ajuda, você
    irá imediatamente para a zona do pânico.
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    E a zona do pânico é onde você se sente
    sozinho, arrasado, assustado.
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    Você perdeu a confiança aqui.
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    Você não pode aprender aqui.
    Você não funciona bem.
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    Esse é o momento em que você
    coloca as mãos na cabeça.
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    E o único jeito de sair da zona do pânico
  • 5:46 - 5:49
    é conseguir ajuda para
    chegar na zona do aprendizado,
  • 5:49 - 5:54
    mas normalmente queremos apenas sair
    e voltar para a zona de conforto.
  • 5:54 - 6:00
    Agora, aprender é onde nossos momentos
    mais transformadores acontecem:
  • 6:00 - 6:05
    quando encontramos alguém
    que é incrivelmente útil,
  • 6:05 - 6:08
    ou quando superamos um desafio.
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    Se eu perguntasse para vocês quando
    aprenderam suas maiores lições,
  • 6:12 - 6:13
    vocês falariam de um desafio,
  • 6:13 - 6:16
    e de alguém que os ajudou
    a passar por aquilo.
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    Mas o conforto não é uma coisa ruim.
  • 6:19 - 6:24
    Na verdade, o objetivo de aprender
    é aumentar a zona de conforto,
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    quando nos tornamos mais confiantes,
    mais confortáveis conforme a vida passa,
  • 6:29 - 6:33
    o que quer que ela jogue para nós,
    e não indo para a zona do pânico.
  • 6:33 - 6:35
    Então, se esse é o objetivo de aprender,
  • 6:35 - 6:38
    se estamos tentando descobrir
    como podemos ser pessoas
  • 6:38 - 6:41
    mais confiantes, não importa
    o que a vida nos dê,
  • 6:41 - 6:44
    como podemos aumentar a zona de conforto?
  • 6:45 - 6:47
    Como empurramos a zona do pânico?
  • 6:48 - 6:54
    O grande paradoxo é que
    o único jeito de aumentar o conforto
  • 6:54 - 6:56
    é saindo dele.
  • 6:57 - 6:58
    Isso é o que precisamos descobrir,
  • 6:58 - 7:03
    projetando os saltos que nos movem
    do conforto para o aprendizado,
  • 7:03 - 7:06
    e quando esses saltos
    são necessários em nossas vidas.
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    Como fazemos espaço para eles em nossos
    sistemas educacionais e no trabalho?
  • 7:10 - 7:14
    Tenho três palpites.
    Começa com a descoberta.
  • 7:14 - 7:19
    Agora, descobrir é apenas
    uma questão de fazer perguntas:
  • 7:19 - 7:22
    a pergunta que você tem,
    no decorrer do dia,
  • 7:22 - 7:24
    sobre como fazer algo melhor,
  • 7:24 - 7:27
    como aumentar o que te dá esperança,
  • 7:27 - 7:30
    num desses momentos que você
    quer melhorar alguma coisa,
  • 7:30 - 7:33
    fazer ou mudar algo.
  • 7:33 - 7:37
    Essas questões começam a te empurrar
    para a beira do conforto,
  • 7:37 - 7:42
    tentado entender quais coisas
    você quer fazer depois.
  • 7:42 - 7:45
    Conforme essas perguntas
    e esperanças surgem,
  • 7:45 - 7:48
    o que acontece a seguir
    é começar a explorar:
  • 7:48 - 7:53
    "O que eu posso fazer? Como aprender?",
    e definindo esses projetos.
  • 7:53 - 7:56
    Agora, para algumas pessoas,
    escola é o risco que eles tomam,
  • 7:56 - 7:57
    se mudam para aquele cenário,
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    mas para outros, a questão é:
    "Eu deveria tentar construir algo?
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    Deveria viajar ou fazer
    um projeto de pesquisa?
  • 8:04 - 8:08
    Ou deveria simplesmente trabalhar
    com um especialista na área?"
  • 8:09 - 8:12
    Quanto mais específico o projeto se torna,
  • 8:12 - 8:15
    quanto mais parâmetros,
    mais prazos, mais resultados,
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    mais pessoas podem começar
    a ver o que você está fazendo
  • 8:17 - 8:20
    e você pode convidá-los a participar,
    o que leva a segunda coisa,
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    que você precisa trazer outras pessoas,
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    você precisa convidar outras
    pessoas para aprender.
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    Não é um projeto a sós.
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    Haverá momentos em que você
    não saberá o que fazer
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    e precisará da ajuda de outras pessoas.
  • 8:33 - 8:37
    Durante o Leap Year, me encontrei
    não somente precisando de empresas
  • 8:37 - 8:40
    para me dar a chance
    de trabalhar com eles,
  • 8:40 - 8:42
    aprender e criar com eles;
  • 8:42 - 8:44
    precisei da minha comunidade
    para me guiar em momentos
  • 8:44 - 8:48
    que fiquei travado,
    ou para me dar apoio emocional.
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    Isso incluiu todo mundo
    da minha família, minha mãe,
  • 8:51 - 8:54
    a mentores e amigos.
  • 8:54 - 8:59
    A história dessa foto não é
    a de que eu atingi a zona do pânico.
  • 8:59 - 9:02
    A história dessa foto é
    que alguém tirou essa foto.
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    Eles estavam comigo na sala, certo?
  • 9:05 - 9:08
    Foram eles que me levaram
    da zona do pânico
  • 9:08 - 9:09
    à zona do aprendizado
  • 9:09 - 9:12
    e me ajudaram a terminar
    no final daquele ano.
  • 9:15 - 9:17
    Acredito que há algo
    a mais para a comunidade
  • 9:17 - 9:20
    do que somente o suporte emocional.
  • 9:20 - 9:22
    Acho que eles se tornam nossa audiência,
  • 9:22 - 9:28
    eles se tornam as pessoas que validam
    e celebram as coisas que aprendemos,
  • 9:28 - 9:33
    o que nos leva ao terceiro palpite: como
    compartilhamos os projetos que entramos,
  • 9:33 - 9:35
    o que aprendemos e estamos fazendo?
  • 9:35 - 9:37
    Durante o projeto Leap Year,
  • 9:37 - 9:41
    não foi mais do que uma postagem semanal
    no blog, uma newsletter mensal
  • 9:41 - 9:45
    e, ao final do ano, fazer um livro
    e uma apresentação.
  • 9:45 - 9:50
    Mas vocês não precisam
    de um grande livro ou um palco.
  • 9:50 - 9:52
    Precisam de ponto de controle regulares,
  • 9:52 - 9:56
    lugares onde as pessoas possam
    ver com o que estão trabalhando,
  • 9:56 - 10:00
    possam ter dar opiniões
    e celebrar quando você terminar.
  • 10:01 - 10:05
    Descubra. Convide. Compartilhe.
  • 10:06 - 10:08
    Então, eu não fui à universidade,
  • 10:08 - 10:13
    mas fiz um dos capítulos mais
    transformadores da minha vida.
  • 10:13 - 10:16
    Minha zona de conforto se expandiu,
  • 10:16 - 10:17
    mas, talvez o mais importante,
  • 10:17 - 10:21
    aprendi a navegar entre a zona
    de conforto e de aprendizado,
  • 10:21 - 10:25
    até chegar na beira do pânico.
  • 10:26 - 10:31
    Agora, 2016 é na realidade
    outro ano de salto,
  • 10:31 - 10:35
    e acho que em português
    eles chamam de ano bissexto,
  • 10:35 - 10:40
    quando há um dia a mais
    e há um nome para o ano.
  • 10:40 - 10:41
    E estamos curiosos:
  • 10:41 - 10:46
    o que aconteceria se em 2016 as pessoas
    decidissem fazer um projeto próprio,
  • 10:46 - 10:52
    para ir entre o conforto e aprendizado,
    dar um salto, por maior ou menor que seja?
  • 10:52 - 10:54
    E se nós fizéssemos,
  • 10:54 - 10:57
    tanto se você estiver na escola,
    faculdade ou numa empresa,
  • 10:57 - 11:02
    qualquer salto que der,
    o que aconteceria com o aprendizado?
  • 11:02 - 11:04
    O que aconteceria no espaço da educação
  • 11:04 - 11:07
    quando percebêssemos que podemos
    criar o aprendizado, podemos projetá-lo,
  • 11:07 - 11:11
    apenas dando alguns saltos?
  • 11:12 - 11:16
    Então, qual salto você vai dar?
  • 11:17 - 11:19
    (Aplausos)
Title:
A beira do pânico: como aprender ao se arriscar | Victor Saad | TEDxUnisinos
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Que riscos você assumiria para aprender, crescer ou mudar alguma coisa no seu mundo? Em 2012, Victor embarcou em uma jornada fora do convencional para fazer o seu mestrado através de 12 experiências em 12 meses, uma empreitada que ele e seus amigos chamaram de "O Projeto do Ano do Salto". Suas descobertas o levaram a explorar novas formas de melhorar a educação através de novas iniciativas chamada de "Instituto da Experiência". Mas, o mais importante, isso o ajudou a lutar com os papéis que o conforto, o aprendizado e o pânico têm em nossas vidas.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
11:22

Portuguese, Brazilian subtitles

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