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Felicidade: o paradoxo e o clichê | Sachin Jha | TEDxRTU

  • 0:07 - 0:11
    Estou aqui para falar sobre felicidade
    e os fatores que levam a ela.
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    Eu sei, pretensioso.
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    O que é muito interessante
    sobre esses fatos
  • 0:17 - 0:21
    é que todos nós,
    mais ou menos os conhecemos.
  • 0:21 - 0:23
    Afinal, eles estão por aí há anos.
  • 0:24 - 0:29
    Nessa permanência, nessa
    imutabilidade dos fatores,
  • 0:29 - 0:31
    reside o paradoxo da felicidade.
  • 0:31 - 0:34
    Todos nós queremos felicidade,
  • 0:34 - 0:37
    todos nós sabemos onde a felicidade está,
  • 0:37 - 0:40
    e, ainda assim, poucos de nós
    somos verdadeiramente felizes.
  • 0:40 - 0:45
    Sim, poucos, porque aquelas
    fotografias alegres
  • 0:45 - 0:48
    no Instagram e Facebook
    não duram muito. (Risos)
  • 0:48 - 0:53
    Então, com isso em mente, pretendo
    falar sobre três temas principais.
  • 0:53 - 0:57
    Um, reiterar os caminhos
    já conhecidos da felicidade;
  • 0:57 - 1:02
    dois, apontar os impedimentos
    intrínsecos a esses caminhos;
  • 1:02 - 1:08
    e três, sugerir certas formas
    de atacar esses impedimentos.
  • 1:09 - 1:12
    Então, quais são os caminhos
    conhecidos para a felicidade?
  • 1:13 - 1:15
    Falando amplamente, existem três.
  • 1:15 - 1:17
    Mas, antes de entrar
    nos detalhes de cada um,
  • 1:17 - 1:20
    uma palavra sobre seu
    caráter universal e validade,
  • 1:20 - 1:22
    como esses três caminhos
  • 1:22 - 1:26
    parecem ser sugeridos pela filosofia,
    religião e evidência empírica.
  • 1:26 - 1:28
    Vamos começar pela filosofia.
  • 1:28 - 1:31
    Vamos visitar a filosofia
    ocidental e a oriental.
  • 1:31 - 1:34
    Vamos pegar Spinoza e Bhagavad Gita.
  • 1:35 - 1:37
    Curiosamente,
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    os três caminhos sugeridos por Spinoza,
  • 1:39 - 1:42
    o caminho das virtudes femininas,
    das virtudes masculinas
  • 1:43 - 1:45
    e das virtudes da mente informada,
  • 1:45 - 1:50
    são praticamente idênticos
    aos caminhos sugeridos por Gita:
  • 1:50 - 1:56
    os caminhos da ioga Gyana,
    ioga Karma e ioga Bhakti.
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    Depois da filosofia, chegamos à religião,
  • 1:59 - 2:01
    e novamente é muito interessante notar
  • 2:01 - 2:04
    que a maioria das religiões
    tendem a ter uma trindade.
  • 2:05 - 2:07
    E que os três aspectos da trindade
  • 2:07 - 2:10
    estão em perfeita correspondência
  • 2:10 - 2:13
    com os três caminhos da felicidade
    sugeridos pelo melhor da filosofia.
  • 2:13 - 2:16
    Explicarei gradualmente
    essa correspondência.
  • 2:16 - 2:20
    Por trindade, quero dizer
    Brahma, Vishnu, Mahesh do hinduísmo;
  • 2:20 - 2:23
    o filho, o Pai e o Espírito Santo
    do cristianismo;
  • 2:23 - 2:26
    Mohammed, Allah e Al-Haqq do islã;
  • 2:26 - 2:29
    Dharmakaya, Sambhogakaya
    e Nirmanakaya do budismo;
  • 2:29 - 2:32
    o Bom, o Mau e o Feio
    de Clint Eastwood. (Risos)
  • 2:32 - 2:35
    Certo, isso é para ver se vocês
    estão me acompanhando.
  • 2:36 - 2:39
    Finalmente, chegamos à evidência empírica.
  • 2:40 - 2:42
    De acordo com ela,
  • 2:42 - 2:46
    a humanidade pode ser classificada
    em três tipos de personalidade.
  • 2:46 - 2:48
    E os três tipos de personalidade
  • 2:48 - 2:50
    correspondem aos três
    caminhos da felicidade.
  • 2:50 - 2:53
    Os três tipos são: endomórfico,
    mesomórfico e ectomórfico.
  • 2:53 - 2:56
    Os endomórficos são meigos e gorduchos.
  • 2:56 - 3:00
    Gostam de luxo, comida, companhia.
  • 3:00 - 3:03
    Os mesomórficos possuem
    ossatura larga, são musculosos.
  • 3:04 - 3:06
    São ativos, combativos, gostam de poder.
  • 3:06 - 3:09
    E os ectomórficos têm
    ossatura pequena, são esbeltos.
  • 3:09 - 3:13
    Eles são pensativos,
    sensíveis, introvertidos.
  • 3:13 - 3:18
    E todos nós somos uma combinação dos três.
  • 3:18 - 3:21
    A maioria de nós combinamos
    os três em graus variados,
  • 3:21 - 3:23
    o que também explica
    por que a felicidade de um
  • 3:23 - 3:26
    é tão diferente da de outro.
  • 3:26 - 3:30
    Voltando para o primeiro caminho
    da felicidade: ioga Bhakti,
  • 3:30 - 3:37
    o caminho da encarnação,
    do endomórfico meigo e gorducho.
  • 3:37 - 3:40
    Pode-se dizer, o caminho
    do amor e da devoção.
  • 3:40 - 3:43
    Amor, primeiramente, porque é
    o que esta encarnação nos pede para fazer,
  • 3:43 - 3:47
    levar uma vida de amor,
    uma vida desprovida de pecados.
  • 3:48 - 3:50
    A conexão entre amor e pecado?
  • 3:50 - 3:52
    Pecados são a ausência de amor.
  • 3:53 - 3:56
    São produto do ódio,
    ganância, orgulho, raiva, inveja;
  • 3:56 - 3:57
    ódio a tudo.
  • 3:57 - 4:00
    Ódio não é compatível com felicidade.
  • 4:00 - 4:02
    Se os pecados se vão, o ódio acaba.
  • 4:02 - 4:03
    O ódio se vai, o amor entra.
  • 4:03 - 4:07
    E uma vez que o amor entra,
    você se sente feliz.
  • 4:07 - 4:08
    Pense nisso.
  • 4:08 - 4:10
    Pode parecer bobo,
  • 4:10 - 4:14
    mas seus dias mais felizes são aqueles
    em que todos parecem legais,
  • 4:14 - 4:16
    quando você não está sentindo ódio.
  • 4:16 - 4:19
    Os pedidos da esposa fazem sentido,
  • 4:19 - 4:21
    o motorista do táxi parece amigável,
  • 4:21 - 4:23
    o chefe chato parece ter razão,
  • 4:23 - 4:27
    e a recepcionista parece
    extremamente amável.
  • 4:27 - 4:29
    O que me lembra do primeiro amor.
  • 4:29 - 4:31
    Quando...
  • 4:31 - 4:33
    você deve ter se apaixonado, acredito,
  • 4:33 - 4:34
    lembre-se do primeiro amor,
  • 4:34 - 4:39
    vai lembrar-se do sentimento maravilhoso
    que vem com o primeiro amor.
  • 4:39 - 4:42
    Aquele sentimento de estar nas nuvens.
  • 4:43 - 4:48
    Ou será que a Providência
    embutiu propositadamente
  • 4:48 - 4:50
    esse programa de primeiro amor em nós
  • 4:50 - 4:53
    para nos familiarizarmos
    com o poder do amor?
  • 4:53 - 4:55
    Se o amor por alguém
    leva a essa felicidade,
  • 4:55 - 4:58
    imagine que tipo de felicidade
    aconteceria com um amor por todos?
  • 4:59 - 5:03
    A pergunta é: o que nos impede
    de trilhar esse caminho do amor?
  • 5:03 - 5:05
    O que nos impede de amar a todos?
  • 5:07 - 5:10
    Uma resposta tentadora
    e politicamente incorreta:
  • 5:10 - 5:14
    não amamos todas as pessoas
    porque a maioria não merece.
  • 5:14 - 5:16
    Elas não merecem ser amados.
  • 5:16 - 5:18
    Como ultrapassar esse impedimento?
  • 5:19 - 5:24
    Simplesmente percebendo
    que, seja o melhor ou o pior de nós,
  • 5:25 - 5:28
    na verdade não temos muito controle
    sobre o jeito que somos.
  • 5:28 - 5:30
    Não contribuímos muito
    para a maneira que somos.
  • 5:32 - 5:35
    A família na qual nascemos,
    a escola em que estudamos,
  • 5:35 - 5:37
    quem sentava ao nosso lado na classe,
  • 5:37 - 5:40
    que livro lemos e em que momento,
    e assim por diante.
  • 5:40 - 5:42
    Nem nosso DNA nem as circunstâncias
    são feitos por nós.
  • 5:42 - 5:46
    Então, vamos dar um tempo.
  • 5:47 - 5:49
    Não vamos poder resolver tudo de uma vez,
  • 5:49 - 5:51
    vamos por partes.
  • 5:51 - 5:55
    Vamos lembrar que, no longo caminho
    do ódio para o amor,
  • 5:55 - 6:00
    teremos momentos de ressentimento,
    apatia, tolerância, cordialidade, afeto.
  • 6:00 - 6:03
    Então não tenha pressa.
  • 6:03 - 6:05
    Promova um assunto de cada vez,
  • 6:05 - 6:08
    e veja como se sente.
  • 6:08 - 6:09
    Experimente como, com cada um deles,
  • 6:09 - 6:13
    um pacotinho de felicidade
    explode dentro de você.
  • 6:14 - 6:18
    Para adicionar sabor, prazer,
  • 6:18 - 6:21
    você deveria adicionar
    alguma ação à essa promoção,
  • 6:21 - 6:26
    porque, no final, o amor de verdade
    não é uma emoção, é um ato.
  • 6:26 - 6:30
    Uma ato de vontade que transforma-se
    numa experiência espiritual,
  • 6:30 - 6:34
    e, sendo um ato, esperamos
    que se torne ainda melhor com a prática.
  • 6:34 - 6:37
    O que me traz ao segundo
    caminho: ioga Karma.
  • 6:37 - 6:38
    Ação desinteressada.
  • 6:39 - 6:42
    Age-se, mas abandona-se
    os resultados daquela ação.
  • 6:43 - 6:45
    O caminho do mesomórfico
    ativo e combativo,
  • 6:45 - 6:48
    na trindade do Pai, do filho
    e do Espírito Santo.
  • 6:48 - 6:51
    Este é o pai; pai mesmo,
  • 6:51 - 6:53
    porque quando uma criança
    vai para a escolinha,
  • 6:54 - 6:57
    ela sabe que é ela que terá
    que fazer sua lição de casa,
  • 6:57 - 6:59
    é ela que tem que enfrentar
    a zoeira na escola
  • 6:59 - 7:00
    e falar com a professora.
  • 7:00 - 7:03
    Mas, claro, se algo
    muito errado acontecer,
  • 7:03 - 7:05
    seu pai estará lá para protegê-la.
  • 7:06 - 7:07
    Certo?
  • 7:07 - 7:11
    Então a ioga Karma, se posso
    usar um clichê, baseia-se em:
  • 7:11 - 7:13
    "Faça o seu melhor, esqueça o resto".
  • 7:14 - 7:15
    Parece simples e tranquilo,
  • 7:15 - 7:18
    mas todos nós sabemos
    que é mais fácil falar do que fazer.
  • 7:18 - 7:19
    Por quê?
  • 7:20 - 7:22
    Porque não importa quanto façamos,
  • 7:22 - 7:25
    sempre terá aquela sensação
    de que não fizemos o suficiente.
  • 7:26 - 7:28
    Sabe, ao longo dos anos
    acabamos abandonando
  • 7:28 - 7:31
    aquela virtude maravilhosa
    chamada resignação.
  • 7:32 - 7:33
    Uma pena,
  • 7:33 - 7:35
    porque a neurociência nos diz
  • 7:35 - 7:39
    que, quando lidamos com um problema
    e a mente renuncia a um resultado,
  • 7:40 - 7:44
    a amígdala no cérebro para de enviar
    sinais de estresse e ansiedade.
  • 7:46 - 7:51
    E aqui está o impedimento
    embutido no ioga Karma.
  • 7:52 - 7:55
    Todos sabemos que precisamos
    renunciar em algum momento.
  • 7:55 - 7:58
    Mas não sabemos
    em que momento, exatamente.
  • 7:58 - 8:02
    Ou seja, quanto é o esforço
    equivalente ao meu melhor?
  • 8:03 - 8:07
    Uma maneira de olhar para essa questão
    seria mudando a perspectiva.
  • 8:08 - 8:09
    Certo?
  • 8:09 - 8:12
    E, quando vemos essa
    "mudança de perspectiva",
  • 8:12 - 8:15
    quero dizer, em vez de procurar maneiras
  • 8:15 - 8:21
    de ver o quanto mais poderia ter
    sido feito pra atingir aquele objetivo,
  • 8:21 - 8:23
    o que poderia ter sido feito
    para atingir uma meta,
  • 8:23 - 8:27
    tentamos descobrir
    o quão importante o objetivo é.
  • 8:29 - 8:33
    Nós nos separamos
    do objetivo, nos afastamos.
  • 8:34 - 8:37
    Olhamos de longe, e então começamos a ver.
  • 8:38 - 8:41
    Quanto de esforço é equivalente.
  • 8:41 - 8:43
    Entretanto, ainda temos
    um grande problema.
  • 8:43 - 8:47
    Porque, quando você está há algum tempo
    avaliando seus objetivos,
  • 8:47 - 8:52
    pode acontecer de a maioria dos objetivos
    começarem a parecer triviais.
  • 8:52 - 8:55
    E um objetivo trivial não instiga à ação.
  • 8:55 - 8:56
    Temos um paradoxo novamente.
  • 8:56 - 8:59
    Dê muita importância às suas metas
    e verá tensão nervosa;
  • 8:59 - 9:03
    dê pouca importância
    e verá depressão sem ação.
  • 9:03 - 9:04
    Solução?
  • 9:04 - 9:06
    Bem, não há uma solução clara,
  • 9:06 - 9:09
    mas tenho algumas pistas
    quando jogo tênis de manhã.
  • 9:11 - 9:15
    É o momento em que estou correndo,
    suando, pensando em estratégias.
  • 9:16 - 9:19
    Tenho sido acusado até de blefar
    que a bola foi na linha.
  • 9:19 - 9:21
    Resumindo, eu gosto de ganhar.
  • 9:21 - 9:26
    Mas, se eu perder, esqueço em 15 minutos.
  • 9:27 - 9:29
    Então eu acho que o grande
    truque da ioga Karma
  • 9:29 - 9:33
    está em replicar aquela astúcia
    da partida de tênis,
  • 9:33 - 9:35
    no nosso cotidiano.
  • 9:36 - 9:40
    O que me traz, finalmente
    ao caminho final, que é a ioga Gyana,
  • 9:40 - 9:43
    o caminho do ectomórfico
    sensível e introvertido.
  • 9:44 - 9:45
    O caminho do Espírito Santo,
  • 9:45 - 9:50
    que tudo transcende
    e permeia a realidade divina;
  • 9:50 - 9:54
    Nirgun, Nirvishesh, Nirakar, Akarta.
  • 9:54 - 9:58
    Sem qualidade, sem atributo,
    sem forma, não agente.
  • 9:58 - 10:00
    No Brihadaranyaka Upanishad,
  • 10:00 - 10:03
    quando o pai do menino termina
    de contar sobre a realidade divina,
  • 10:03 - 10:05
    ele adiciona no final:
  • 10:05 - 10:08
    "E isso, Svetaketu, tu és".
  • 10:08 - 10:09
    "Tat twam asi."
  • 10:09 - 10:12
    Não só Svetaketu, mas todos nós
    somos esta realidade divina.
  • 10:12 - 10:15
    Esta realidade divina é
    o fundamento da nossa existência.
  • 10:15 - 10:17
    Vedanta diz isso.
  • 10:17 - 10:18
    Eckhart e Thomas Aquino diz isso.
  • 10:18 - 10:21
    O muçulmano Sufi Al-Ghazali diz isso.
  • 10:21 - 10:23
    O budismo diz isso. Tao e Zen diz isso.
  • 10:23 - 10:25
    A física quântica diz isso.
  • 10:25 - 10:28
    O que é emaranhamento quântico
    ou colapso das funções de onda?
  • 10:28 - 10:32
    É a realidade divina em que o observador,
    o observado e a observação se misturam.
  • 10:32 - 10:35
    Em que fenômeno se separa com sucesso
  • 10:35 - 10:37
    uma partícula subatômica
    de seu momento magnético?
  • 10:37 - 10:40
    Não é uma realidade na qual
    a qualidade não é um atributo?
  • 10:40 - 10:42
    Perceber nossa unidade
    com a realidade divina
  • 10:42 - 10:45
    é o objetivo principal
    de toda vida humana.
  • 10:45 - 10:47
    Mas por que não conseguimos fazer isso?
  • 10:47 - 10:50
    Porque, como Al Pacino diz
    em "Perfume de Mulher",
  • 10:50 - 10:52
    "é difícil pra caramba".
  • 10:52 - 10:54
    (Risos)
  • 10:54 - 10:55
    Hoo-ah!
  • 10:56 - 11:00
    Na verdade, é difícil porque
    é um território inexplorado.
  • 11:01 - 11:06
    E o que nos aflige ainda mais
    nesse território inexplorado
  • 11:06 - 11:10
    é o fato de que somos totalmente
    ignorantes de nossas limitações.
  • 11:10 - 11:16
    Não achamos que haja um limite
    para nossos níveis de compreensão,
  • 11:16 - 11:19
    que compartilhamos 98%
    do nosso DNA com chimpanzés,
  • 11:19 - 11:22
    e que os 2% que sobram
  • 11:22 - 11:25
    não significam um salto infinito
    na capacidade de nosso cérebro.
  • 11:26 - 11:29
    Assim como um chimpanzé
    nunca entenderá teoria quântica,
  • 11:29 - 11:32
    há certas coisas que, mesmo
    quando explicadas, não iremos entender.
  • 11:32 - 11:35
    Da mesma forma, não acreditamos
  • 11:35 - 11:40
    que podem existir receptores de estímulos
    e sensações diferentes dos que conhecemos.
  • 11:40 - 11:43
    Não acreditamos que linguagem e razão
  • 11:43 - 11:46
    sejam ferramentas essenciais
    de entendimento,
  • 11:46 - 11:48
    com algumas limitações incorporadas.
  • 11:49 - 11:50
    Wittgenstein em "Tractatus"
  • 11:50 - 11:54
    e Immanuel Kant em "Crítica da Razão Pura"
  • 11:54 - 11:57
    apresentaram explicações
    muito válidas para essas limitações.
  • 11:58 - 12:00
    O que não quer dizer
    que conhecimento e razão
  • 12:00 - 12:02
    não têm qualquer papel na ioga Gyan.
  • 12:02 - 12:05
    Têm sim. É que, sozinhos,
    eles são incompletos.
  • 12:05 - 12:07
    Não são suficientes.
  • 12:07 - 12:09
    É como se você fosse um pintor,
  • 12:10 - 12:12
    então um bom livro
  • 12:12 - 12:15
    contendo excelentes comentários sobre
    pintura poderia ser ótimo para você,
  • 12:15 - 12:18
    mas o livro sozinho não te leva a nada.
  • 12:18 - 12:20
    Uma hora você precisa pôr mãos à obra,
  • 12:20 - 12:22
    pegar tinta e pincel.
  • 12:22 - 12:25
    Então, como você pega tinta e pincel?
  • 12:25 - 12:28
    Como você põe mãos à obra na ioga Gyan?
  • 12:29 - 12:32
    Simples. "Mindfulness" e meditação.
  • 12:32 - 12:34
    Não vou detalhar essas técnicas,
  • 12:34 - 12:38
    mas vou dizer o que acontece com seu
    cérebro e mente quando começa a meditar.
  • 12:38 - 12:42
    Seu cérebro começa a se alterar
    de forma permanente.
  • 12:43 - 12:45
    Chama-se neuroplasticidade.
  • 12:45 - 12:50
    Hormônios de bem-estar são liberados,
    redes neurais são religadas
  • 12:50 - 12:54
    de maneira a ajudá-lo
    a manter-se livre de estresse.
  • 12:54 - 12:56
    A espessura cortical aumenta,
  • 12:56 - 13:01
    o que ajuda com resolução de problemas
    e ajustes emocionais e de planejamento.
  • 13:01 - 13:03
    A densidade das células diminui,
  • 13:03 - 13:05
    mas em áreas responsáveis pelo estresse.
  • 13:05 - 13:09
    Resumindo, sentir-se bem após a meditação
    não é apenas psicológico.
  • 13:10 - 13:11
    Certo?
  • 13:11 - 13:13
    Isso me traz ao ponto em que...
  • 13:13 - 13:17
    Então, deixe pra lá a neurociência.
  • 13:17 - 13:22
    Vamos voltar para o fato do que está
    acontecendo em termos de experiência real.
  • 13:22 - 13:25
    Bem, numa experiência real
    quando você está consciente
  • 13:25 - 13:28
    você aprende a responder
    ao invés de reagir.
  • 13:28 - 13:29
    Quando você medita,
  • 13:29 - 13:32
    você aprende a aumentar
    o controle sobre sua atenção.
  • 13:32 - 13:34
    Então você se torna cada vez
    menos vulnerável
  • 13:34 - 13:38
    a qualquer estímulo perdido
    que possa te atingir.
  • 13:38 - 13:41
    Com os estímulos perdidos
    e as reações não controladas
  • 13:41 - 13:42
    fora do seu caminho,
  • 13:42 - 13:45
    a poeira começa a baixar,
    a mente se torna mais clara.
  • 13:45 - 13:48
    Você pode portanto se ver,
    se conhecer mais claramente.
  • 13:48 - 13:53
    Seus preconceitos, suas preferências,
    seus desejos, suas aversões.
  • 13:53 - 13:56
    Pode claramente ver as maquinações
    e manipulações desses sentimentos.
  • 13:57 - 13:59
    Muito mais importante que tudo isso,
  • 13:59 - 14:01
    quando você está consciente,
  • 14:01 - 14:04
    você começa a aproveitar o show
    como um espectador ou testemunha.
  • 14:04 - 14:10
    Sabe, o ator, eu, eu mesmo,
    gradualmente começa a perder importância.
  • 14:10 - 14:12
    E quando você começa a ver o mundo
  • 14:12 - 14:15
    com um pouco menos de auto-referência,
  • 14:15 - 14:20
    as coisas automaticamente começam
    a parecer mais calmas, mais agradáveis.
  • 14:21 - 14:23
    Bem, isso foi sobre felicidade
    e o paradoxo.
  • 14:23 - 14:25
    Se me permitir só mais um minuto,
  • 14:25 - 14:28
    vou te ensinar todos os clichês
    relacionados a felicidade.
  • 14:29 - 14:31
    Os clichês, aquelas frases
    que ouvimos o tempo todo,
  • 14:31 - 14:34
    e param de ter qualquer
    significado para nós.
  • 14:35 - 14:39
    Quando consideramos um clichê,
    nós o vemos como um ponto vermelho,
  • 14:39 - 14:41
    no meio do nosso entendimento.
  • 14:41 - 14:42
    Olhando por outro ângulo,
  • 14:42 - 14:46
    percebemos que o que pensamos
    ser um círculo, é de fato uma espiral.
  • 14:46 - 14:48
    Certo?
  • 14:49 - 14:52
    Depois nos é revelado,
    isso está ficando técnico,
  • 14:52 - 14:55
    depois nos é revelado que o clichê,
  • 14:55 - 14:57
    que a partir da nossa visão
    parece estar fixo,
  • 14:58 - 15:03
    tem o potencial de existir nos planos
    mais altos de profundidade.
  • 15:04 - 15:08
    Por exemplo, as palavras simples,
    o clichê simples:
  • 15:08 - 15:10
    "Faça o seu melhor, esqueça o resto"
  • 15:10 - 15:14
    é verdadeiro tanto para uma criança
    quanto para o grande filósofo Spinoza.
  • 15:14 - 15:18
    Mas a visão que cada um tem dessas
    palavras é extremamente diferente.
  • 15:18 - 15:21
    Estou tentando dizer que,
  • 15:21 - 15:24
    quando se fala em clichês relacionados
    a felicidade e espiritualidade,
  • 15:24 - 15:26
    eles tendem a ter mais de um significado.
  • 15:27 - 15:29
    Então o pensamento
    que quero deixar para vocês é:
  • 15:32 - 15:35
    não sejamos tímidos
    ao revisitar nossos clichês.
  • 15:35 - 15:38
    Não sejamos tímidos ao tentar desvendá-los
  • 15:38 - 15:40
    usando qualquer combinação
    de técnicas dos três caminhos.
  • 15:40 - 15:43
    E sim, ao usar os três caminhos,
  • 15:43 - 15:45
    não esqueça, vamos sempre manter em mente
  • 15:45 - 15:47
    o princípio básico que está na base.
  • 15:47 - 15:51
    O princípio de que, antes
    de procurarmos pela felicidade,
  • 15:52 - 15:55
    vamos nos tornar mais
    receptivos para recebê-la.
  • 15:55 - 15:56
    Obrigado.
  • 15:56 - 15:58
    (Aplausos)
Title:
Felicidade: o paradoxo e o clichê | Sachin Jha | TEDxRTU
Description:

Os caminhos que levam à felicidade são conhecidos, mas poucos escolhem trilhá-los. A palestra explora as razões escondidas neste paradoxo. Além disso, o autor revela como as palavras de sabedoria ditas clichês podem esconder múltiplas camadas de significados.
Sachin Jha é um tecnocrata (B.Tech, IIT Delhi) que administra uma fábrica de produtos químicos em Rajasthan. Ávido leitor, com uma mente sintética, ele é autor de um livro sobre felicidade chamado "The Ordinary, the Enchanted and the Quaintly Happy". Outro livro de sua autoria é uma biografia de Mr. V.K.Bansal chamado "It All Adds Up". Seu estilo de escrever é aquele que flerta com o humor mesmo quando os esforços são para entregar uma mensagem pertinente.
Jha é ex-aluno da escola Scindia, Gwalior, e está atualmente buscando especialização em direito.
Em seu tempo livre, ele gosta de pintar a óleo e acrílico e teve algumas exposições bem recebidas no The India Habitat Centre, em Nova Delhi.

Esta palestra foi dada num evento TEDx usando formato de conferência TED mas organizado de forma independente pela comunidade local. Aprenda mais em https://www/ted/com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
16:02

Portuguese, Brazilian subtitles

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