A transição energética: o desafio da nossa geração | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON
-
0:16 - 0:18Vocês conhecem algum ecologista?
-
0:19 - 0:22Não são muitos,
mas cada vez há mais. -
0:22 - 0:23No meu grupo, sou só eu
-
0:23 - 0:26mas, garanto, vivo muito bem.
-
0:26 - 0:28Nunca consegui convencer
ninguém quanto ao tofu, -
0:28 - 0:30não percebo bem porquê.
-
0:32 - 0:34A transição energética.
-
0:34 - 0:36Se conheceram um ecologista
nestes últimos meses, -
0:36 - 0:39devem ter ouvido falar
desta expressão. -
0:39 - 0:43Apesar da sua popularidade
e da publicidade dos "media", -
0:43 - 0:46a expressão da "alteração climática",
da "transição energética" -
0:46 - 0:49é bastante mal compreendida,
mesmo enganadora. -
0:49 - 0:51É o que vou tentar esclarecer esta noite.
-
0:52 - 0:56A experiência humana ensina-nos
que todo o trabalho exige força. -
0:57 - 1:00Ora, para desmultiplicar essa força
o Homem tem recorrido às energias. -
1:01 - 1:04O abastecimento de energia
tornou-se numa preocupação importante. -
1:05 - 1:07Primeiro, o Homem recorreu
à sua própria força, -
1:07 - 1:10depois à força dos escravos,
dos animais, da Natureza -
1:10 - 1:12e, por fim, recorreu
aos combustíveis fósseis, -
1:13 - 1:15que forneceram uma quantidade
de trabalho crescente, -
1:16 - 1:17com a utilização de máquinas.
-
1:17 - 1:19Foi a revolução industrial.
-
1:19 - 1:25Aliás, a este propósito, sabem
que mudámos de era geológica? -
1:25 - 1:28Entrámos naquilo a que chamamos
o "Antropoceno", -
1:28 - 1:30um conceito partilhado
-
1:30 - 1:32por uma pequena parte
da comunidade científica. -
1:32 - 1:36O Antropoceno pressupõe
que todas as atividades humanas, -
1:36 - 1:39a indústria, a agricultura,
a desflorestação, a poluição, -
1:39 - 1:41a procura de energia,
-
1:41 - 1:43todas essas atividades humanas
em conjunto, -
1:43 - 1:47constituem uma verdadeira força
geofísica predominante -
1:47 - 1:50capaz de alterar os equilíbrios naturais.
-
1:51 - 1:53Eu creio que é necessário
tomar consciência -
1:53 - 1:56deste impacto tecnológico,
desta pegada ecológica. -
1:56 - 2:00Em poucas gerações,
essas atividades humanas -
2:00 - 2:03permitiram-nos aceder
a um nível de vida superior, -
2:03 - 2:05mas colocaram-nos na linha vermelha.
-
2:05 - 2:08Imaginem, por instantes,
-
2:08 - 2:11se todos tivéssemos o nível de vida
de um norte-americano médio, -
2:11 - 2:15precisaríamos de cinco planetas
para sobreviver, com todos os recursos. -
2:15 - 2:16É impossível,
-
2:16 - 2:20a não ser que partamos à conquista
de outros planetas no universo. -
2:20 - 2:22Eu sei que o tema desta noite
é "Novas perspetivas" -
2:22 - 2:25mas vamos deixar de lado
tudo o que é Guerra das Estrelas. -
2:26 - 2:28Vamos concentrar-nos na nossa Terra,
-
2:28 - 2:30o planeta que nos alimenta
e que nos abriga. -
2:30 - 2:32É a Mãe Natureza.
-
2:33 - 2:35Em 2050,
-
2:36 - 2:38em 2050,
-
2:39 - 2:43a população do mundo
vai atingir 9000 milhões de indivíduos. -
2:45 - 2:47As necessidades energéticas vão explodir.
-
2:47 - 2:48Como fazer para oferecer
-
2:49 - 2:52um nível de desenvolvimento
seguro a toda a população? -
2:52 - 2:54Há quem responda diretamente
a esta pergunta: -
2:54 - 2:57"Temos de reduzir a demografia mundial!"
-
2:57 - 3:00Eu não sou contra encorajar
políticas de natalidade, -
3:00 - 3:02mas, para mim, a esse nível,
-
3:02 - 3:05a demografia não é o problema
nem a solução. -
3:05 - 3:08O problema fundamental é o modelo
de desenvolvimento que escolhemos. -
3:09 - 3:12O modelo de desenvolvimento
baseia-se num sistema energético, -
3:12 - 3:15em que vamos buscar a energia da Natureza.
-
3:15 - 3:17Portanto, na nossa escolha energética,
-
3:17 - 3:21optamos entre conservar
ou dilapidar o planeta. -
3:21 - 3:23Vou dar um exemplo muito simples
-
3:23 - 3:27para ilustrar o impacto
das atividades humanas nos ecossistemas: -
3:27 - 3:29a alteração climática.
-
3:29 - 3:31Vocês sabem o que é a alteração climática,
-
3:31 - 3:32com o efeito de estufa.
-
3:32 - 3:34Muito bem.
-
3:34 - 3:36A alteração climática,
consoante os locais do globo, -
3:36 - 3:37tem efeitos diferentes.
-
3:37 - 3:40O degelo dos glaciares,
a subida do nível dos mares, -
3:40 - 3:43secas aqui, inundações ali.
-
3:43 - 3:46Depois, há o aumento da frequência
daquilo a que chamamos -
3:46 - 3:48os fenómenos climáticos extremos.
-
3:48 - 3:51Vou dar um exemplo,
puramente ao acaso: os tufões. -
3:52 - 3:54As Filipinas conhecem bem os tufões.
-
3:54 - 3:57Acabam de sofrer dois,
no espaço de um ano. -
3:57 - 4:00O que, aliás, levou
o delegado filipino na ONU, -
4:00 - 4:02responsável pelo clima,
-
4:02 - 4:05a dizer esta frase, esta semana:
-
4:05 - 4:07"A alteração climática implica um futuro
-
4:07 - 4:10"em que os super tufões
deixarão de ser um acontecimento -
4:10 - 4:13"que só se produz uma vez em cada século".
-
4:13 - 4:14É isto a alteração climática.
-
4:14 - 4:17Primeiro, é uma realidade
e, de seguida, é um risco, -
4:17 - 4:19um risco económico,
que custa milhares de milhões, -
4:19 - 4:21e, depois, custos humanos.
-
4:21 - 4:24A alteração climática
vai fazer-nos tomar consciência -
4:24 - 4:26que passou a hora da reflexão,
chegou a hora da ação. -
4:26 - 4:28E aí, pomos os pés no chão;
-
4:28 - 4:32para agir, recorremos diretamente
ao sistema energético. -
4:33 - 4:36Porque, para reduzir as emissões
de gases com efeitos de estufa, -
4:36 - 4:39é preciso banir rapidamente
a utilização dos combustíveis fósseis -
4:39 - 4:42que são responsáveis
pela emissão desses gases. -
4:42 - 4:44Porque é que eu digo "rapidamente"?
-
4:44 - 4:48Rapidamente porque o sistema climático
chegou a um ponto tal de desequilíbrio -
4:48 - 4:50que nos restam menos de 10 anos para agir.
-
4:51 - 4:52É a comunidade científica que o diz.
-
4:52 - 4:55Menos de 10 anos para agir,
para mudar de trajetória. -
4:55 - 4:58Eu sei que isto parece
um pouco catastrófico, -
4:58 - 4:59mas, vou já tranquilizar-vos:
-
4:59 - 5:02eu sou um catastrófico esclarecido.
-
5:03 - 5:07Um catastrófico esclarecido
pode perder a ingenuidade -
5:07 - 5:09mas não o impede de ser otimista.
-
5:09 - 5:12Aliás, é esse o objetivo
da minha palestra. -
5:13 - 5:15Portanto, para resumir:
-
5:15 - 5:20considerando que as necessidades
energéticas vão explodir, -
5:22 - 5:26temos os países emergentes,
com milhões de pessoas da classe média -
5:26 - 5:27que saem da pobreza,
-
5:27 - 5:30que chegam a galope para melhorar
as suas condições de vida. -
5:30 - 5:33Temo-nos a nós, os países
ricos e desenvolvidos -
5:33 - 5:35que vamos tentar manter
o nosso nível de vida, -
5:35 - 5:38e, atrás de nós, temos
2000 milhões de pessoas -
5:38 - 5:42que aspiram, legitimamente, aceder
a um serviço energético moderno. -
5:42 - 5:44Portanto, as necessidades vão explodir.
-
5:44 - 5:47Considerando a nossa bulimia
pelos combustíveis fósseis -
5:48 - 5:51e considerando que esses
combustíveis fósseis -
5:51 - 5:53prejudicam os equilíbrios naturais,
-
5:53 - 5:56é preciso mudar de modelo energético
— é uma necessidade absoluta. -
5:56 - 5:59É por isso que se fala
de transição energética. -
5:59 - 6:04A transição energética
ainda não começou. -
6:05 - 6:09Não há nenhuma energia
que substitua outra, por enquanto. -
6:09 - 6:12Desenvolvemos energias novas,
renováveis, -
6:12 - 6:15mas estas estão sobrepostas
às anteriores, poluentes. -
6:15 - 6:16Estamos de acordo.
-
6:16 - 6:18Então, façamos a ronda
-
6:18 - 6:22da mistura energética do futuro.
-
6:22 - 6:24Comecemos pelos combustíveis fósseis.
-
6:26 - 6:27Primeiro que tudo, o petróleo.
-
6:27 - 6:30O petróleo é fácil: as jazidas
estão a esgotar-se, -
6:30 - 6:33é o famoso pico do petróleo:
dentro de menos de 50 anos, -
6:33 - 6:35não deverá restar
nenhum petróleo na Terra. -
6:36 - 6:38O carvão.
-
6:38 - 6:41O carvão assiste atualmente
a um enorme desenvolvimento. -
6:41 - 6:46É um velho rei que, a partir de 2017,
vai voltar certamente a ser -
6:46 - 6:49a energia mais utilizada na Terra,
mais do que o petróleo. -
6:49 - 6:53Ora, o carvão é uma rocha
sedimentar, composta por carbono. -
6:53 - 6:57A sua extração, a sua utilização
libertam toneladas e toneladas de CO2. -
6:57 - 6:59Portanto, na luta
pela alteração climática, -
6:59 - 7:01o carvão: fora.
-
7:03 - 7:05O gás: primeiro, o gás natural.
-
7:05 - 7:07também emite CO2 e metano.
-
7:07 - 7:10Mas, provavelmente, na mistura
energética de amanhã, -
7:10 - 7:13o gás vai conservar um papel importante.
-
7:13 - 7:16Em contrapartida,
os gases não convencionais, -
7:16 - 7:18são, atualmente, os gases de xisto.
-
7:18 - 7:21Sobre os gases de xisto
não há nenhum debate: -
7:21 - 7:24emitem tanto CO2 como o carvão
e poluem os lençóis freáticos. -
7:24 - 7:27Portanto, quanto ao gás de xisto,
nem pensar. -
7:28 - 7:31A seguir, vem o difícil tema
da energia nuclear. -
7:31 - 7:36Na nuclear, temos a fissão nuclear
e a fusão nuclear. -
7:37 - 7:39Estamos de acordo em que a nuclear
não emite CO2. -
7:39 - 7:43Mas tem outros inconvenientes,
demasiados inconvenientes. -
7:45 - 7:48Primeiro, é a inflação
dos custos de segurança -
7:48 - 7:50que vão fazer subir o preço
do kilowatt-hora. -
7:50 - 7:52Depois, temos uma série de acidentes,
-
7:52 - 7:54de riscos de acidentes,
como o de Fukushima -
7:54 - 7:58e, por fim, temos as toneladas
de resíduos radioativos que sobram -
7:58 - 8:00e que dizemos às gerações futuras:
-
8:00 - 8:02"Governem-se, o problema é vosso!"
-
8:02 - 8:06Com estes três argumentos,
temos de abandonar a nuclear. -
8:06 - 8:09Depois, mantém-se o projeto
da fusão nuclear. -
8:09 - 8:15Mas o programa ITER enfrenta
colossais dificuldades técnicas, -
8:15 - 8:19sobretudo, o seu custo faraónico:
20 000 milhões. -
8:19 - 8:23Mas eu preferia que se dessem
20 000 milhões ao orçamento público -
8:23 - 8:27para desenvolver a investigação
das energias renováveis. -
8:28 - 8:31Portanto, a fusão nuclear,
por enquanto, está fora de questão. -
8:31 - 8:32Então, as energias renováveis
-
8:33 - 8:37vão ou não permitir-nos
viver sustentadamente? -
8:37 - 8:41Primeiro, temos os painéis
solares térmicos -
8:41 - 8:43e as células fotovoltaicas,
-
8:43 - 8:46No futuro, em 2030, isso será vulgar,
existirão por todo o lado. -
8:46 - 8:48Depois, atingiremos um limite
-
8:48 - 8:51porque as células fotovoltaicas
-
8:51 - 8:54são fabricadas à base de silício
-
8:54 - 8:57proveniente das terras raras na China
que virão a faltar no futuro. -
8:57 - 8:59Depois, temos a energia eólica.
-
8:59 - 9:03Haverá turbinas eólicas por toda a parte,
como moinhos a girar -
9:03 - 9:05e a bater à cadência do mundo,
-
9:05 - 9:10desde a pequena ao fundo do jardim,
até ao gigantesco aerogerador, -
9:10 - 9:14cujas pás ultrapassarão os 50 metros,
estarão por todo o lado. -
9:14 - 9:17Por todo o lado em que o vento
seja forte e regular. -
9:17 - 9:23As eólicas, tal como a solar,
são energias intermitentes. -
9:23 - 9:26O vento não está sempre a soprar,
o sol não está sempre a brilhar. -
9:27 - 9:29É preciso armazenar a energia,
-
9:29 - 9:31De momento, ainda não sabemos
fazer esse armazenamento. -
9:31 - 9:36Portanto, utilizamos sistemas D:
há a metanização, -
9:36 - 9:39e há outros procedimentos
como os sistemas STEP. -
9:39 - 9:42os Sistemas de Transferência
de Energia por Bombagem. -
9:42 - 9:44É muito simples e funciona.
-
9:45 - 9:48Agarramos na água a jusante
e criamos uma bacia artificial a montante. -
9:49 - 9:52Numa altura de vento forte,
utilizamos os excedentes de energia -
9:52 - 9:54para bombar a água
de jusante para montante -
9:54 - 9:57e, numa altura de grande procura,
quando já não há vento, -
9:57 - 10:01libertamos a água que atravessa
turbinas hidráulicas clássicas, -
10:01 - 10:03para compensar.
-
10:05 - 10:08Depois, há todo um conjunto de energias,
-
10:08 - 10:12como a hidroeletricidade que já está
muito desenvolvida, a geotermia também -
10:12 - 10:15e há uma série de energias
mais experimentais, -
10:15 - 10:19como a energia das ondas, das marés,
ou os geradores submersos. -
10:19 - 10:22Mas, no futuro, serão exploradas,
minimamente. -
10:23 - 10:27Como veem, as energias renováveis
oferecem muitas possibilidades. -
10:27 - 10:29No futuro, serão espalhadas
por toda a parte, -
10:29 - 10:32consoante as suas especificidades.
-
10:32 - 10:36Mas as energias renováveis
não respondem a esta pergunta: -
10:36 - 10:39"Se a nossa necessidade energética
aumenta sem cessar, -
10:39 - 10:44"conseguirão compensar
o abandono das energias fósseis?" -
10:45 - 10:49Se quisermos banir as energias poluentes
da nossa mistura energética, no futuro, -
10:49 - 10:54são precisas duas coisas: concentrarmo-nos
nas economias de energia -
10:54 - 10:57e não no consumo exagerado.
-
10:59 - 11:03A eficácia e a sobriedade são
as duas chaves da transição energética. -
11:04 - 11:06A nível da eficácia energética,
-
11:06 - 11:09podemos conseguir ganhos da eficácia
em todos os setores, -
11:09 - 11:13indústria, siderurgia, agricultura,
transportes, eletrodomésticos, -
11:13 - 11:15na forma de trabalhar, no habitat,
-
11:15 - 11:17podemos fazê-lo em todos os setores,
-
11:17 - 11:19A nível do habitat, é um bom exemplo.
-
11:19 - 11:21Todos conhecemos os edifícios
de baixo consumo. -
11:21 - 11:24Os edifícios de baixo consumo
são muito simples. -
11:24 - 11:27Utilizam aquilo a que se chama
conceções bioclimáticas. -
11:27 - 11:30Construímos um edifício
em função da orientação da luz, -
11:30 - 11:33ou favorecemos o máximo isolamento
-
11:33 - 11:35das fachadas, das paredes,
do pavimento, do teto. -
11:35 - 11:40É muito simples e, com estes edifícios,
realizamos 80% de economias em energia. -
11:40 - 11:41Não é pouco.
-
11:41 - 11:4580% de energia em relação
aos edifícios normais. -
11:45 - 11:48Há outras coisas,
os edifícios de energia positiva, -
11:48 - 11:51são verdadeiras joias da tecnologia.
-
11:51 - 11:54Como o seu nome indica,
produzem mais eletricidade -
11:54 - 11:56do que a que consomem.
-
11:56 - 11:59Depois, há outros exemplos,
como as redes inteligentes: -
11:59 - 12:00As redes inteligentes.
-
12:00 - 12:02Todos conhecemos esta expressão,
é o máximo, -
12:02 - 12:04têm ganhos de eficácia enormes.
-
12:04 - 12:07As redes inteligentes não existem ainda,
estão em desenvolvimento, -
12:07 - 12:10mas são redes de eletricidade
-
12:10 - 12:16que, graças à utilização inteligente
das novas tecnologias informáticas, -
12:16 - 12:19podem gerar em direto,
de forma equilibrada, -
12:19 - 12:21a produção, a distribuição e o consumo.
-
12:21 - 12:23Temos redes inteligentes
à escala local, -
12:23 - 12:25até temos redes inteligentes
a um nível superior, -
12:25 - 12:27à escala europeia, por exemplo,
-
12:27 - 12:30onde vamos ligar
numa malha muito fina -
12:30 - 12:34as energias hidroelétricas da Noruega,
a biomassa da Alemanha, -
12:34 - 12:38com as eólicas em França
e os painéis solares de Itália e Espanha. -
12:38 - 12:42Tudo isso interligado
para equilibrar as misturas energéticas. -
12:43 - 12:49Mas os ganhos em eficácia, por si só,
não vão a parte nenhuma. -
12:49 - 12:51Vou dar um exemplo.
-
12:51 - 12:55Lembro-me que, um dia, um membro
da minha família veio ver-me e disse: -
12:55 - 12:57"Comprei um carro novo".
-
12:57 - 13:00Era um desses carros novos,
um carro híbrido. -
13:00 - 13:03Ele pensava que tinha dado
um passo enorme pelo planeta. -
13:04 - 13:06Mas não.
-
13:06 - 13:08As energias hoje com os carros
-
13:08 - 13:10fazem ganhos de consumo, é certo,
-
13:10 - 13:12mas são mais pesadas, mais potentes.
-
13:12 - 13:14Se as utilizarmos mais vezes,
-
13:14 - 13:16estamos a eliminar esses ganhos.
-
13:16 - 13:19Tudo isto para dizer que a eficácia
energética não vai a parte alguma -
13:19 - 13:22se, simultaneamente,
não reduzirmos o nosso consumo. -
13:22 - 13:24É essa a verdadeira chave.
-
13:24 - 13:27A chave é a sobriedade,
evitar consumir. -
13:27 - 13:30A melhor energia é aquela
que não consumimos. -
13:30 - 13:34A melhor energia é aquela
de que não precisamos. -
13:34 - 13:37Isso implica mudanças radicais,
temos consciência disso. -
13:38 - 13:41É preciso mudar todos os nossos
pequenos hábitos de consumo. -
13:41 - 13:46Mas, com a educação, com as mudanças,
é preciso convencer, educar, iniciar, -
13:46 - 13:47todos podemos fazer isso.
-
13:47 - 13:50Todos podemos reduzir
maciçamente o nosso consumo. -
13:50 - 13:53Se imaginarmos a cidade de amanhã
-
13:53 - 13:55— porque as cidades
estão na primeira linha -
13:55 - 13:56para a transição energética —
-
13:56 - 13:59o lado deslocalizado da transição
é muito importante. -
13:59 - 14:02Se imaginarmos a cidade de amanhã,
depende do local onde se situe no mundo, -
14:02 - 14:04mas nós estamos na Europa,
-
14:04 - 14:07portanto, imaginem uma cidade
clássica europeia média. -
14:07 - 14:12Amanhã, em 2030-2050,
todos os centros urbanos serão de peões. -
14:12 - 14:15Vamos favorecer os transportes
comuns, a bicicleta. -
14:15 - 14:18Ao nível das deslocações
casa-trabalho, -
14:18 - 14:20deixará de ser preciso fazer isso.
-
14:20 - 14:23Graças às novas tecnologias
das comunicações, -
14:23 - 14:27podemos favorecer o trabalho em casa
-
14:27 - 14:30e utilizar todas essas ferramentas
para nos mantermos eficazes. -
14:30 - 14:33Em volta das cidades,
haverá cinturas agrícolas -
14:33 - 14:35de consumo local.
-
14:35 - 14:40Todos teremos bicicletas,
consumiremos no local. -
14:41 - 14:44Todos podemos fazer estas reduções.
-
14:44 - 14:48Há um exemplo que ilustra isto
muito bem, é a cidade de Totnes. -
14:49 - 14:51É bastante conhecida,
fica no sul de Inglaterra, -
14:51 - 14:53toda a gente a conhece.
-
14:53 - 14:55Talvez que os fãs da música a conheçam,
-
14:55 - 14:57graças aos Metronomy que são de Totnes
-
14:57 - 14:59mas, para além do "rock-eletro"
e dos "pubs", -
14:59 - 15:02Totnes é pioneira do movimento
das cidades em transição. -
15:02 - 15:05Um exemplo que já inspirou
muitos outros, -
15:05 - 15:08porque, agora, temos centenas
de localidades no mundo -
15:08 - 15:11que adotaram planos de transição.
-
15:11 - 15:16Temos Portland, Vancouver,
Malmö, Copenhaga, -
15:16 - 15:20em França há Nantes, mesmo em França
fazemos a transição energética -
15:20 - 15:22à escala das cidades.
-
15:22 - 15:24Ao nível do Norte-Pas-de-Calais
— não sei se sabem — -
15:24 - 15:26o Norte-Pas-de-Calais pôs em marcha
-
15:26 - 15:29um grande plano plurianual de transição.
-
15:29 - 15:32E até a China
-
15:32 - 15:36põe em marcha planos de cidades
de baixo consumo de carbono. -
15:37 - 15:39Há iniciativas por toda a parte.
-
15:39 - 15:42Viagem, vão ao encontro dos agentes,
-
15:42 - 15:46regressarão com mil possibilidades
inspiradoras. -
15:48 - 15:50Se fosse preciso resumir esta noite,
-
15:51 - 15:53como conclusão, eu diria
-
15:54 - 15:58que o modelo e a opulência
do século XX estão agonizantes. -
15:59 - 16:02É preciso revoltarmo-nos contra
esse velho modelo, e criar outro. -
16:02 - 16:04A mudança será radical
para a nossa geração. -
16:04 - 16:07Mas eu, pessoalmente,
estou muito entusiasmado -
16:07 - 16:10com a ideia de viver essa mudança
e de ser um dos agentes delas. -
16:10 - 16:13Há centenas de pioneiros
que já traçaram as linhas -
16:13 - 16:15que já fizeram um trabalho enorme
de prospeção e de ação. -
16:15 - 16:17Passemos à ação.
-
16:17 - 16:19Mobilizemos a nossa inteligência
pessoal e coletiva. -
16:19 - 16:23Mobilizemos a nossa energia,
a nossa visão, o nosso "savoir-faire". -
16:23 - 16:27Em todos os setores, em todos os locais
podemos fazer esta transição. -
16:28 - 16:32E talvez que, como há bocado
dizia o primeiro orador, -
16:32 - 16:35talvez que voltemos a dar
sentido à palavra "progresso". -
16:35 - 16:39Se conseguirmos construir
uma transição, -
16:39 - 16:41sempre com este sentido
de catastrófico esclarecido, -
16:41 - 16:44e cheio de criatividade,
que nos permitirá no século XX -
16:44 - 16:47fazer sobreviver mais de
6000 milhões de seres humanos. -
16:48 - 16:50É este o desafio da nossa geração,
-
16:50 - 16:53conseguir construir esta transição,
-
16:54 - 16:57pôr em marcha, em conjunto,
o futuro que se perfila. -
16:58 - 16:59Obrigado.
-
16:59 - 17:02(Aplausos)
- Title:
- A transição energética: o desafio da nossa geração | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON
- Description:
-
Futuro advogado no tribunal de Lyon, Édouard começou a explorar ideias de desenvolvimento sustentável e de justiça social, estudando Direito na universidade. Os seus primeiros passos consistiram em despertar o interesse dos outros estudante do "campus". Depois, foi vice-presidente da Rede Francesa dos Estudantes para o Desenvolvimento Sustentado, onde continuou a exploração das suas ideias de transição energética e trabalhou com organizações não governamentais, ministros, e estudantes de meios diferentes. Em paralelo, Édouard estudou a gestão do desenvolvimento sustentado e a transição energética na Business School de Toulouse. Assistiu, em 2012, à Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, onde aumentou a sua rede e aprendeu mais sobre os problemas internacionais do ambiente. Édouard concentra-se agora na conferência das Nações Unidas sobre o clima, que terá lugar em dezembro de 2015 em Bourget. Tenta mobilizar os jovens franceses para se unirem por ocasião do fórum das Nações Unidas e para ampliarem o mais possível este movimento de transição junto dos jovens.
Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx
- Video Language:
- French
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
- Duration:
- 17:07
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for La transition énergétique : challenge de notre génération | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for La transition énergétique : challenge de notre génération | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON | ||
Mafalda Ferreira accepted Portuguese subtitles for La transition énergétique : challenge de notre génération | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON | ||
Mafalda Ferreira edited Portuguese subtitles for La transition énergétique : challenge de notre génération | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for La transition énergétique : challenge de notre génération | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for La transition énergétique : challenge de notre génération | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON |