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A transição energética: o desafio da nossa geração | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON

  • 0:16 - 0:18
    Vocês conhecem algum ecologista?
  • 0:19 - 0:22
    Não são muitos,
    mas cada vez há mais.
  • 0:22 - 0:23
    No meu grupo, sou só eu
  • 0:23 - 0:26
    mas, garanto, vivo muito bem.
  • 0:26 - 0:28
    Nunca consegui convencer
    ninguém quanto ao tofu,
  • 0:28 - 0:30
    não percebo bem porquê.
  • 0:32 - 0:34
    A transição energética.
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    Se conheceram um ecologista
    nestes últimos meses,
  • 0:36 - 0:39
    devem ter ouvido falar
    desta expressão.
  • 0:39 - 0:43
    Apesar da sua popularidade
    e da publicidade dos "media",
  • 0:43 - 0:46
    a expressão da "alteração climática",
    da "transição energética"
  • 0:46 - 0:49
    é bastante mal compreendida,
    mesmo enganadora.
  • 0:49 - 0:51
    É o que vou tentar esclarecer esta noite.
  • 0:52 - 0:56
    A experiência humana ensina-nos
    que todo o trabalho exige força.
  • 0:57 - 1:00
    Ora, para desmultiplicar essa força
    o Homem tem recorrido às energias.
  • 1:01 - 1:04
    O abastecimento de energia
    tornou-se numa preocupação importante.
  • 1:05 - 1:07
    Primeiro, o Homem recorreu
    à sua própria força,
  • 1:07 - 1:10
    depois à força dos escravos,
    dos animais, da Natureza
  • 1:10 - 1:12
    e, por fim, recorreu
    aos combustíveis fósseis,
  • 1:13 - 1:15
    que forneceram uma quantidade
    de trabalho crescente,
  • 1:16 - 1:17
    com a utilização de máquinas.
  • 1:17 - 1:19
    Foi a revolução industrial.
  • 1:19 - 1:25
    Aliás, a este propósito, sabem
    que mudámos de era geológica?
  • 1:25 - 1:28
    Entrámos naquilo a que chamamos
    o "Antropoceno",
  • 1:28 - 1:30
    um conceito partilhado
  • 1:30 - 1:32
    por uma pequena parte
    da comunidade científica.
  • 1:32 - 1:36
    O Antropoceno pressupõe
    que todas as atividades humanas,
  • 1:36 - 1:39
    a indústria, a agricultura,
    a desflorestação, a poluição,
  • 1:39 - 1:41
    a procura de energia,
  • 1:41 - 1:43
    todas essas atividades humanas
    em conjunto,
  • 1:43 - 1:47
    constituem uma verdadeira força
    geofísica predominante
  • 1:47 - 1:50
    capaz de alterar os equilíbrios naturais.
  • 1:51 - 1:53
    Eu creio que é necessário
    tomar consciência
  • 1:53 - 1:56
    deste impacto tecnológico,
    desta pegada ecológica.
  • 1:56 - 2:00
    Em poucas gerações,
    essas atividades humanas
  • 2:00 - 2:03
    permitiram-nos aceder
    a um nível de vida superior,
  • 2:03 - 2:05
    mas colocaram-nos na linha vermelha.
  • 2:05 - 2:08
    Imaginem, por instantes,
  • 2:08 - 2:11
    se todos tivéssemos o nível de vida
    de um norte-americano médio,
  • 2:11 - 2:15
    precisaríamos de cinco planetas
    para sobreviver, com todos os recursos.
  • 2:15 - 2:16
    É impossível,
  • 2:16 - 2:20
    a não ser que partamos à conquista
    de outros planetas no universo.
  • 2:20 - 2:22
    Eu sei que o tema desta noite
    é "Novas perspetivas"
  • 2:22 - 2:25
    mas vamos deixar de lado
    tudo o que é Guerra das Estrelas.
  • 2:26 - 2:28
    Vamos concentrar-nos na nossa Terra,
  • 2:28 - 2:30
    o planeta que nos alimenta
    e que nos abriga.
  • 2:30 - 2:32
    É a Mãe Natureza.
  • 2:33 - 2:35
    Em 2050,
  • 2:36 - 2:38
    em 2050,
  • 2:39 - 2:43
    a população do mundo
    vai atingir 9000 milhões de indivíduos.
  • 2:45 - 2:47
    As necessidades energéticas vão explodir.
  • 2:47 - 2:48
    Como fazer para oferecer
  • 2:49 - 2:52
    um nível de desenvolvimento
    seguro a toda a população?
  • 2:52 - 2:54
    Há quem responda diretamente
    a esta pergunta:
  • 2:54 - 2:57
    "Temos de reduzir a demografia mundial!"
  • 2:57 - 3:00
    Eu não sou contra encorajar
    políticas de natalidade,
  • 3:00 - 3:02
    mas, para mim, a esse nível,
  • 3:02 - 3:05
    a demografia não é o problema
    nem a solução.
  • 3:05 - 3:08
    O problema fundamental é o modelo
    de desenvolvimento que escolhemos.
  • 3:09 - 3:12
    O modelo de desenvolvimento
    baseia-se num sistema energético,
  • 3:12 - 3:15
    em que vamos buscar a energia da Natureza.
  • 3:15 - 3:17
    Portanto, na nossa escolha energética,
  • 3:17 - 3:21
    optamos entre conservar
    ou dilapidar o planeta.
  • 3:21 - 3:23
    Vou dar um exemplo muito simples
  • 3:23 - 3:27
    para ilustrar o impacto
    das atividades humanas nos ecossistemas:
  • 3:27 - 3:29
    a alteração climática.
  • 3:29 - 3:31
    Vocês sabem o que é a alteração climática,
  • 3:31 - 3:32
    com o efeito de estufa.
  • 3:32 - 3:34
    Muito bem.
  • 3:34 - 3:36
    A alteração climática,
    consoante os locais do globo,
  • 3:36 - 3:37
    tem efeitos diferentes.
  • 3:37 - 3:40
    O degelo dos glaciares,
    a subida do nível dos mares,
  • 3:40 - 3:43
    secas aqui, inundações ali.
  • 3:43 - 3:46
    Depois, há o aumento da frequência
    daquilo a que chamamos
  • 3:46 - 3:48
    os fenómenos climáticos extremos.
  • 3:48 - 3:51
    Vou dar um exemplo,
    puramente ao acaso: os tufões.
  • 3:52 - 3:54
    As Filipinas conhecem bem os tufões.
  • 3:54 - 3:57
    Acabam de sofrer dois,
    no espaço de um ano.
  • 3:57 - 4:00
    O que, aliás, levou
    o delegado filipino na ONU,
  • 4:00 - 4:02
    responsável pelo clima,
  • 4:02 - 4:05
    a dizer esta frase, esta semana:
  • 4:05 - 4:07
    "A alteração climática implica um futuro
  • 4:07 - 4:10
    "em que os super tufões
    deixarão de ser um acontecimento
  • 4:10 - 4:13
    "que só se produz uma vez em cada século".
  • 4:13 - 4:14
    É isto a alteração climática.
  • 4:14 - 4:17
    Primeiro, é uma realidade
    e, de seguida, é um risco,
  • 4:17 - 4:19
    um risco económico,
    que custa milhares de milhões,
  • 4:19 - 4:21
    e, depois, custos humanos.
  • 4:21 - 4:24
    A alteração climática
    vai fazer-nos tomar consciência
  • 4:24 - 4:26
    que passou a hora da reflexão,
    chegou a hora da ação.
  • 4:26 - 4:28
    E aí, pomos os pés no chão;
  • 4:28 - 4:32
    para agir, recorremos diretamente
    ao sistema energético.
  • 4:33 - 4:36
    Porque, para reduzir as emissões
    de gases com efeitos de estufa,
  • 4:36 - 4:39
    é preciso banir rapidamente
    a utilização dos combustíveis fósseis
  • 4:39 - 4:42
    que são responsáveis
    pela emissão desses gases.
  • 4:42 - 4:44
    Porque é que eu digo "rapidamente"?
  • 4:44 - 4:48
    Rapidamente porque o sistema climático
    chegou a um ponto tal de desequilíbrio
  • 4:48 - 4:50
    que nos restam menos de 10 anos para agir.
  • 4:51 - 4:52
    É a comunidade científica que o diz.
  • 4:52 - 4:55
    Menos de 10 anos para agir,
    para mudar de trajetória.
  • 4:55 - 4:58
    Eu sei que isto parece
    um pouco catastrófico,
  • 4:58 - 4:59
    mas, vou já tranquilizar-vos:
  • 4:59 - 5:02
    eu sou um catastrófico esclarecido.
  • 5:03 - 5:07
    Um catastrófico esclarecido
    pode perder a ingenuidade
  • 5:07 - 5:09
    mas não o impede de ser otimista.
  • 5:09 - 5:12
    Aliás, é esse o objetivo
    da minha palestra.
  • 5:13 - 5:15
    Portanto, para resumir:
  • 5:15 - 5:20
    considerando que as necessidades
    energéticas vão explodir,
  • 5:22 - 5:26
    temos os países emergentes,
    com milhões de pessoas da classe média
  • 5:26 - 5:27
    que saem da pobreza,
  • 5:27 - 5:30
    que chegam a galope para melhorar
    as suas condições de vida.
  • 5:30 - 5:33
    Temo-nos a nós, os países
    ricos e desenvolvidos
  • 5:33 - 5:35
    que vamos tentar manter
    o nosso nível de vida,
  • 5:35 - 5:38
    e, atrás de nós, temos
    2000 milhões de pessoas
  • 5:38 - 5:42
    que aspiram, legitimamente, aceder
    a um serviço energético moderno.
  • 5:42 - 5:44
    Portanto, as necessidades vão explodir.
  • 5:44 - 5:47
    Considerando a nossa bulimia
    pelos combustíveis fósseis
  • 5:48 - 5:51
    e considerando que esses
    combustíveis fósseis
  • 5:51 - 5:53
    prejudicam os equilíbrios naturais,
  • 5:53 - 5:56
    é preciso mudar de modelo energético
    — é uma necessidade absoluta.
  • 5:56 - 5:59
    É por isso que se fala
    de transição energética.
  • 5:59 - 6:04
    A transição energética
    ainda não começou.
  • 6:05 - 6:09
    Não há nenhuma energia
    que substitua outra, por enquanto.
  • 6:09 - 6:12
    Desenvolvemos energias novas,
    renováveis,
  • 6:12 - 6:15
    mas estas estão sobrepostas
    às anteriores, poluentes.
  • 6:15 - 6:16
    Estamos de acordo.
  • 6:16 - 6:18
    Então, façamos a ronda
  • 6:18 - 6:22
    da mistura energética do futuro.
  • 6:22 - 6:24
    Comecemos pelos combustíveis fósseis.
  • 6:26 - 6:27
    Primeiro que tudo, o petróleo.
  • 6:27 - 6:30
    O petróleo é fácil: as jazidas
    estão a esgotar-se,
  • 6:30 - 6:33
    é o famoso pico do petróleo:
    dentro de menos de 50 anos,
  • 6:33 - 6:35
    não deverá restar
    nenhum petróleo na Terra.
  • 6:36 - 6:38
    O carvão.
  • 6:38 - 6:41
    O carvão assiste atualmente
    a um enorme desenvolvimento.
  • 6:41 - 6:46
    É um velho rei que, a partir de 2017,
    vai voltar certamente a ser
  • 6:46 - 6:49
    a energia mais utilizada na Terra,
    mais do que o petróleo.
  • 6:49 - 6:53
    Ora, o carvão é uma rocha
    sedimentar, composta por carbono.
  • 6:53 - 6:57
    A sua extração, a sua utilização
    libertam toneladas e toneladas de CO2.
  • 6:57 - 6:59
    Portanto, na luta
    pela alteração climática,
  • 6:59 - 7:01
    o carvão: fora.
  • 7:03 - 7:05
    O gás: primeiro, o gás natural.
  • 7:05 - 7:07
    também emite CO2 e metano.
  • 7:07 - 7:10
    Mas, provavelmente, na mistura
    energética de amanhã,
  • 7:10 - 7:13
    o gás vai conservar um papel importante.
  • 7:13 - 7:16
    Em contrapartida,
    os gases não convencionais,
  • 7:16 - 7:18
    são, atualmente, os gases de xisto.
  • 7:18 - 7:21
    Sobre os gases de xisto
    não há nenhum debate:
  • 7:21 - 7:24
    emitem tanto CO2 como o carvão
    e poluem os lençóis freáticos.
  • 7:24 - 7:27
    Portanto, quanto ao gás de xisto,
    nem pensar.
  • 7:28 - 7:31
    A seguir, vem o difícil tema
    da energia nuclear.
  • 7:31 - 7:36
    Na nuclear, temos a fissão nuclear
    e a fusão nuclear.
  • 7:37 - 7:39
    Estamos de acordo em que a nuclear
    não emite CO2.
  • 7:39 - 7:43
    Mas tem outros inconvenientes,
    demasiados inconvenientes.
  • 7:45 - 7:48
    Primeiro, é a inflação
    dos custos de segurança
  • 7:48 - 7:50
    que vão fazer subir o preço
    do kilowatt-hora.
  • 7:50 - 7:52
    Depois, temos uma série de acidentes,
  • 7:52 - 7:54
    de riscos de acidentes,
    como o de Fukushima
  • 7:54 - 7:58
    e, por fim, temos as toneladas
    de resíduos radioativos que sobram
  • 7:58 - 8:00
    e que dizemos às gerações futuras:
  • 8:00 - 8:02
    "Governem-se, o problema é vosso!"
  • 8:02 - 8:06
    Com estes três argumentos,
    temos de abandonar a nuclear.
  • 8:06 - 8:09
    Depois, mantém-se o projeto
    da fusão nuclear.
  • 8:09 - 8:15
    Mas o programa ITER enfrenta
    colossais dificuldades técnicas,
  • 8:15 - 8:19
    sobretudo, o seu custo faraónico:
    20 000 milhões.
  • 8:19 - 8:23
    Mas eu preferia que se dessem
    20 000 milhões ao orçamento público
  • 8:23 - 8:27
    para desenvolver a investigação
    das energias renováveis.
  • 8:28 - 8:31
    Portanto, a fusão nuclear,
    por enquanto, está fora de questão.
  • 8:31 - 8:32
    Então, as energias renováveis
  • 8:33 - 8:37
    vão ou não permitir-nos
    viver sustentadamente?
  • 8:37 - 8:41
    Primeiro, temos os painéis
    solares térmicos
  • 8:41 - 8:43
    e as células fotovoltaicas,
  • 8:43 - 8:46
    No futuro, em 2030, isso será vulgar,
    existirão por todo o lado.
  • 8:46 - 8:48
    Depois, atingiremos um limite
  • 8:48 - 8:51
    porque as células fotovoltaicas
  • 8:51 - 8:54
    são fabricadas à base de silício
  • 8:54 - 8:57
    proveniente das terras raras na China
    que virão a faltar no futuro.
  • 8:57 - 8:59
    Depois, temos a energia eólica.
  • 8:59 - 9:03
    Haverá turbinas eólicas por toda a parte,
    como moinhos a girar
  • 9:03 - 9:05
    e a bater à cadência do mundo,
  • 9:05 - 9:10
    desde a pequena ao fundo do jardim,
    até ao gigantesco aerogerador,
  • 9:10 - 9:14
    cujas pás ultrapassarão os 50 metros,
    estarão por todo o lado.
  • 9:14 - 9:17
    Por todo o lado em que o vento
    seja forte e regular.
  • 9:17 - 9:23
    As eólicas, tal como a solar,
    são energias intermitentes.
  • 9:23 - 9:26
    O vento não está sempre a soprar,
    o sol não está sempre a brilhar.
  • 9:27 - 9:29
    É preciso armazenar a energia,
  • 9:29 - 9:31
    De momento, ainda não sabemos
    fazer esse armazenamento.
  • 9:31 - 9:36
    Portanto, utilizamos sistemas D:
    há a metanização,
  • 9:36 - 9:39
    e há outros procedimentos
    como os sistemas STEP.
  • 9:39 - 9:42
    os Sistemas de Transferência
    de Energia por Bombagem.
  • 9:42 - 9:44
    É muito simples e funciona.
  • 9:45 - 9:48
    Agarramos na água a jusante
    e criamos uma bacia artificial a montante.
  • 9:49 - 9:52
    Numa altura de vento forte,
    utilizamos os excedentes de energia
  • 9:52 - 9:54
    para bombar a água
    de jusante para montante
  • 9:54 - 9:57
    e, numa altura de grande procura,
    quando já não há vento,
  • 9:57 - 10:01
    libertamos a água que atravessa
    turbinas hidráulicas clássicas,
  • 10:01 - 10:03
    para compensar.
  • 10:05 - 10:08
    Depois, há todo um conjunto de energias,
  • 10:08 - 10:12
    como a hidroeletricidade que já está
    muito desenvolvida, a geotermia também
  • 10:12 - 10:15
    e há uma série de energias
    mais experimentais,
  • 10:15 - 10:19
    como a energia das ondas, das marés,
    ou os geradores submersos.
  • 10:19 - 10:22
    Mas, no futuro, serão exploradas,
    minimamente.
  • 10:23 - 10:27
    Como veem, as energias renováveis
    oferecem muitas possibilidades.
  • 10:27 - 10:29
    No futuro, serão espalhadas
    por toda a parte,
  • 10:29 - 10:32
    consoante as suas especificidades.
  • 10:32 - 10:36
    Mas as energias renováveis
    não respondem a esta pergunta:
  • 10:36 - 10:39
    "Se a nossa necessidade energética
    aumenta sem cessar,
  • 10:39 - 10:44
    "conseguirão compensar
    o abandono das energias fósseis?"
  • 10:45 - 10:49
    Se quisermos banir as energias poluentes
    da nossa mistura energética, no futuro,
  • 10:49 - 10:54
    são precisas duas coisas: concentrarmo-nos
    nas economias de energia
  • 10:54 - 10:57
    e não no consumo exagerado.
  • 10:59 - 11:03
    A eficácia e a sobriedade são
    as duas chaves da transição energética.
  • 11:04 - 11:06
    A nível da eficácia energética,
  • 11:06 - 11:09
    podemos conseguir ganhos da eficácia
    em todos os setores,
  • 11:09 - 11:13
    indústria, siderurgia, agricultura,
    transportes, eletrodomésticos,
  • 11:13 - 11:15
    na forma de trabalhar, no habitat,
  • 11:15 - 11:17
    podemos fazê-lo em todos os setores,
  • 11:17 - 11:19
    A nível do habitat, é um bom exemplo.
  • 11:19 - 11:21
    Todos conhecemos os edifícios
    de baixo consumo.
  • 11:21 - 11:24
    Os edifícios de baixo consumo
    são muito simples.
  • 11:24 - 11:27
    Utilizam aquilo a que se chama
    conceções bioclimáticas.
  • 11:27 - 11:30
    Construímos um edifício
    em função da orientação da luz,
  • 11:30 - 11:33
    ou favorecemos o máximo isolamento
  • 11:33 - 11:35
    das fachadas, das paredes,
    do pavimento, do teto.
  • 11:35 - 11:40
    É muito simples e, com estes edifícios,
    realizamos 80% de economias em energia.
  • 11:40 - 11:41
    Não é pouco.
  • 11:41 - 11:45
    80% de energia em relação
    aos edifícios normais.
  • 11:45 - 11:48
    Há outras coisas,
    os edifícios de energia positiva,
  • 11:48 - 11:51
    são verdadeiras joias da tecnologia.
  • 11:51 - 11:54
    Como o seu nome indica,
    produzem mais eletricidade
  • 11:54 - 11:56
    do que a que consomem.
  • 11:56 - 11:59
    Depois, há outros exemplos,
    como as redes inteligentes:
  • 11:59 - 12:00
    As redes inteligentes.
  • 12:00 - 12:02
    Todos conhecemos esta expressão,
    é o máximo,
  • 12:02 - 12:04
    têm ganhos de eficácia enormes.
  • 12:04 - 12:07
    As redes inteligentes não existem ainda,
    estão em desenvolvimento,
  • 12:07 - 12:10
    mas são redes de eletricidade
  • 12:10 - 12:16
    que, graças à utilização inteligente
    das novas tecnologias informáticas,
  • 12:16 - 12:19
    podem gerar em direto,
    de forma equilibrada,
  • 12:19 - 12:21
    a produção, a distribuição e o consumo.
  • 12:21 - 12:23
    Temos redes inteligentes
    à escala local,
  • 12:23 - 12:25
    até temos redes inteligentes
    a um nível superior,
  • 12:25 - 12:27
    à escala europeia, por exemplo,
  • 12:27 - 12:30
    onde vamos ligar
    numa malha muito fina
  • 12:30 - 12:34
    as energias hidroelétricas da Noruega,
    a biomassa da Alemanha,
  • 12:34 - 12:38
    com as eólicas em França
    e os painéis solares de Itália e Espanha.
  • 12:38 - 12:42
    Tudo isso interligado
    para equilibrar as misturas energéticas.
  • 12:43 - 12:49
    Mas os ganhos em eficácia, por si só,
    não vão a parte nenhuma.
  • 12:49 - 12:51
    Vou dar um exemplo.
  • 12:51 - 12:55
    Lembro-me que, um dia, um membro
    da minha família veio ver-me e disse:
  • 12:55 - 12:57
    "Comprei um carro novo".
  • 12:57 - 13:00
    Era um desses carros novos,
    um carro híbrido.
  • 13:00 - 13:03
    Ele pensava que tinha dado
    um passo enorme pelo planeta.
  • 13:04 - 13:06
    Mas não.
  • 13:06 - 13:08
    As energias hoje com os carros
  • 13:08 - 13:10
    fazem ganhos de consumo, é certo,
  • 13:10 - 13:12
    mas são mais pesadas, mais potentes.
  • 13:12 - 13:14
    Se as utilizarmos mais vezes,
  • 13:14 - 13:16
    estamos a eliminar esses ganhos.
  • 13:16 - 13:19
    Tudo isto para dizer que a eficácia
    energética não vai a parte alguma
  • 13:19 - 13:22
    se, simultaneamente,
    não reduzirmos o nosso consumo.
  • 13:22 - 13:24
    É essa a verdadeira chave.
  • 13:24 - 13:27
    A chave é a sobriedade,
    evitar consumir.
  • 13:27 - 13:30
    A melhor energia é aquela
    que não consumimos.
  • 13:30 - 13:34
    A melhor energia é aquela
    de que não precisamos.
  • 13:34 - 13:37
    Isso implica mudanças radicais,
    temos consciência disso.
  • 13:38 - 13:41
    É preciso mudar todos os nossos
    pequenos hábitos de consumo.
  • 13:41 - 13:46
    Mas, com a educação, com as mudanças,
    é preciso convencer, educar, iniciar,
  • 13:46 - 13:47
    todos podemos fazer isso.
  • 13:47 - 13:50
    Todos podemos reduzir
    maciçamente o nosso consumo.
  • 13:50 - 13:53
    Se imaginarmos a cidade de amanhã
  • 13:53 - 13:55
    — porque as cidades
    estão na primeira linha
  • 13:55 - 13:56
    para a transição energética —
  • 13:56 - 13:59
    o lado deslocalizado da transição
    é muito importante.
  • 13:59 - 14:02
    Se imaginarmos a cidade de amanhã,
    depende do local onde se situe no mundo,
  • 14:02 - 14:04
    mas nós estamos na Europa,
  • 14:04 - 14:07
    portanto, imaginem uma cidade
    clássica europeia média.
  • 14:07 - 14:12
    Amanhã, em 2030-2050,
    todos os centros urbanos serão de peões.
  • 14:12 - 14:15
    Vamos favorecer os transportes
    comuns, a bicicleta.
  • 14:15 - 14:18
    Ao nível das deslocações
    casa-trabalho,
  • 14:18 - 14:20
    deixará de ser preciso fazer isso.
  • 14:20 - 14:23
    Graças às novas tecnologias
    das comunicações,
  • 14:23 - 14:27
    podemos favorecer o trabalho em casa
  • 14:27 - 14:30
    e utilizar todas essas ferramentas
    para nos mantermos eficazes.
  • 14:30 - 14:33
    Em volta das cidades,
    haverá cinturas agrícolas
  • 14:33 - 14:35
    de consumo local.
  • 14:35 - 14:40
    Todos teremos bicicletas,
    consumiremos no local.
  • 14:41 - 14:44
    Todos podemos fazer estas reduções.
  • 14:44 - 14:48
    Há um exemplo que ilustra isto
    muito bem, é a cidade de Totnes.
  • 14:49 - 14:51
    É bastante conhecida,
    fica no sul de Inglaterra,
  • 14:51 - 14:53
    toda a gente a conhece.
  • 14:53 - 14:55
    Talvez que os fãs da música a conheçam,
  • 14:55 - 14:57
    graças aos Metronomy que são de Totnes
  • 14:57 - 14:59
    mas, para além do "rock-eletro"
    e dos "pubs",
  • 14:59 - 15:02
    Totnes é pioneira do movimento
    das cidades em transição.
  • 15:02 - 15:05
    Um exemplo que já inspirou
    muitos outros,
  • 15:05 - 15:08
    porque, agora, temos centenas
    de localidades no mundo
  • 15:08 - 15:11
    que adotaram planos de transição.
  • 15:11 - 15:16
    Temos Portland, Vancouver,
    Malmö, Copenhaga,
  • 15:16 - 15:20
    em França há Nantes, mesmo em França
    fazemos a transição energética
  • 15:20 - 15:22
    à escala das cidades.
  • 15:22 - 15:24
    Ao nível do Norte-Pas-de-Calais
    — não sei se sabem —
  • 15:24 - 15:26
    o Norte-Pas-de-Calais pôs em marcha
  • 15:26 - 15:29
    um grande plano plurianual de transição.
  • 15:29 - 15:32
    E até a China
  • 15:32 - 15:36
    põe em marcha planos de cidades
    de baixo consumo de carbono.
  • 15:37 - 15:39
    Há iniciativas por toda a parte.
  • 15:39 - 15:42
    Viagem, vão ao encontro dos agentes,
  • 15:42 - 15:46
    regressarão com mil possibilidades
    inspiradoras.
  • 15:48 - 15:50
    Se fosse preciso resumir esta noite,
  • 15:51 - 15:53
    como conclusão, eu diria
  • 15:54 - 15:58
    que o modelo e a opulência
    do século XX estão agonizantes.
  • 15:59 - 16:02
    É preciso revoltarmo-nos contra
    esse velho modelo, e criar outro.
  • 16:02 - 16:04
    A mudança será radical
    para a nossa geração.
  • 16:04 - 16:07
    Mas eu, pessoalmente,
    estou muito entusiasmado
  • 16:07 - 16:10
    com a ideia de viver essa mudança
    e de ser um dos agentes delas.
  • 16:10 - 16:13
    Há centenas de pioneiros
    que já traçaram as linhas
  • 16:13 - 16:15
    que já fizeram um trabalho enorme
    de prospeção e de ação.
  • 16:15 - 16:17
    Passemos à ação.
  • 16:17 - 16:19
    Mobilizemos a nossa inteligência
    pessoal e coletiva.
  • 16:19 - 16:23
    Mobilizemos a nossa energia,
    a nossa visão, o nosso "savoir-faire".
  • 16:23 - 16:27
    Em todos os setores, em todos os locais
    podemos fazer esta transição.
  • 16:28 - 16:32
    E talvez que, como há bocado
    dizia o primeiro orador,
  • 16:32 - 16:35
    talvez que voltemos a dar
    sentido à palavra "progresso".
  • 16:35 - 16:39
    Se conseguirmos construir
    uma transição,
  • 16:39 - 16:41
    sempre com este sentido
    de catastrófico esclarecido,
  • 16:41 - 16:44
    e cheio de criatividade,
    que nos permitirá no século XX
  • 16:44 - 16:47
    fazer sobreviver mais de
    6000 milhões de seres humanos.
  • 16:48 - 16:50
    É este o desafio da nossa geração,
  • 16:50 - 16:53
    conseguir construir esta transição,
  • 16:54 - 16:57
    pôr em marcha, em conjunto,
    o futuro que se perfila.
  • 16:58 - 16:59
    Obrigado.
  • 16:59 - 17:02
    (Aplausos)
Title:
A transição energética: o desafio da nossa geração | Edouard RAFFIN | TEDxEMLYON
Description:

Futuro advogado no tribunal de Lyon, Édouard começou a explorar ideias de desenvolvimento sustentável e de justiça social, estudando Direito na universidade. Os seus primeiros passos consistiram em despertar o interesse dos outros estudante do "campus". Depois, foi vice-presidente da Rede Francesa dos Estudantes para o Desenvolvimento Sustentado, onde continuou a exploração das suas ideias de transição energética e trabalhou com organizações não governamentais, ministros, e estudantes de meios diferentes. Em paralelo, Édouard estudou a gestão do desenvolvimento sustentado e a transição energética na Business School de Toulouse. Assistiu, em 2012, à Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, onde aumentou a sua rede e aprendeu mais sobre os problemas internacionais do ambiente. Édouard concentra-se agora na conferência das Nações Unidas sobre o clima, que terá lugar em dezembro de 2015 em Bourget. Tenta mobilizar os jovens franceses para se unirem por ocasião do fórum das Nações Unidas e para ampliarem o mais possível este movimento de transição junto dos jovens.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
French
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:07

Portuguese subtitles

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