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Os macacos pensam e sentem. Também deviam ter direitos.

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    Gostava que olhassem para este lápis.
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    É uma coisa, uma coisa jurídica.
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    Tal como os vossos livros e carros.
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    São tudo coisas jurídicas.
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    Os hominídeos que veem aqui atrás
    também são coisas jurídicas.
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    Eu posso fazer isto a uma coisa jurídica.
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    Posso fazer o que quiser
    com o meu livro ou o meu carro.
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    Estes hominídeos, veremos...
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    As fotografias foram tiradas
    por um homem chamado James Mollison,
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    que escreveu um livro
    chamado "James & Other Apes".
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    Ele conta, no seu livro,
    como cada um deles,
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    quase todos, são órfãos
    que viram os pais morrer à sua frente.
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    São coisas jurídicas.
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    Há séculos que existe
    um grande muro jurídico
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    que separa as coisas jurídicas
    das pessoas jurídicas.
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    Por um lado, as coisas jurídicas
    são invisíveis para os juízes.
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    Não têm valor perante a lei.
    Não têm direitos.
  • 1:01 - 1:06
    Não têm sequer essa capacidade.
    São os escravos.
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    Do outro lado desse muro jurídico,
    estão as pessoas jurídicas.
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    As pessoas jurídicas
    são muito importantes para os juízes.
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    Têm valor perante a lei.
    Podem ter muitos direitos.
  • 1:15 - 1:18
    Têm capacidade
    para uma infinidade de direitos.
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    E são os amos.
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    Neste momento, todos os animais
    não-humanos são coisas jurídicas.
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    Todos os seres humanos
    são pessoas jurídicas.
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    Mas ser humano
    e ser uma pessoa jurídica
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    nunca foi nem é
    sinónimo de pessoa jurídica.
  • 1:37 - 1:40
    Seres humanos e pessoas jurídicas
    não são sinónimos.
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    Por um lado,
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    houve muitos seres humanos
    ao longo dos séculos
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    que foram coisas jurídicas.
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    Os escravos eram coisas jurídicas.
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    Por vezes, as mulheres,
    as crianças foram coisas jurídicas.
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    Muita da luta pelos direitos humanos
    dos últimos séculos
  • 1:59 - 2:04
    foi abrir um buraco nesse muro,
    começar a alimentar
  • 2:04 - 2:09
    estas coisas humanas através dele
    e torná-las pessoas jurídicas.
  • 2:09 - 2:12
    Mas, infelizmente,
    esse buraco fechou.
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    Do outro lado, estão as pessoas jurídicas,
  • 2:15 - 2:19
    mas estas nunca se limitaram
    aos seres humanos.
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    Por exemplo, há muitas pessoas jurídicas
    que nem sequer estão vivas.
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    Nos EUA, sabemos
    que as sociedades são pessoas jurídicas.
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    Na Índia pré-independência,
    o tribunal decidiu
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    que um símbolo hindu
    era uma pessoa jurídica,
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    uma mesquita era uma pessoa jurídica.
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    Em 2000, o Supremo Tribunal Indiano
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    decretou que os livros sagrados
    da religião Sikh eram pessoas jurídicas
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    e, em 2012, há pouco tempo,
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    celebrou-se um tratado
    entre os indígenas da Nova Zelândia
  • 2:47 - 2:51
    e a Coroa, onde se acordava
    que um rio era uma pessoa jurídica,
  • 2:51 - 2:53
    que tinha um leito próprio.
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    Eu li o livro do Peter Singer em 1980,
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    quando ainda tinha
    um cabelo farto e castanho,
  • 3:00 - 3:03
    e fiquei comovido,
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    porque eu seguira advocacia
    para falar pelos oprimidos,
  • 3:06 - 3:08
    defender os indefesos,
  • 3:08 - 3:11
    e nunca me apercebera de quão
    oprimidos e indefesos
  • 3:11 - 3:16
    são os biliões, os milhares de milhões
    de animais não-humanos.
  • 3:16 - 3:19
    E comecei a trabalhar
    como advogado protetor dos animais.
  • 3:19 - 3:24
    Em 1985, percebi
    que estava a tentar fazer uma coisa
  • 3:24 - 3:28
    que era literalmente impossível,
    uma vez que todos os meus clientes,
  • 3:28 - 3:32
    todos os animais cujos interesses
    estava a tentar defender,
  • 3:32 - 3:34
    eram coisas jurídicas,
    eram invisíveis.
  • 3:34 - 3:39
    Não ia resultar, por isso,
    decidi que a única solução era que,
  • 3:39 - 3:40
    pelo menos alguns deles,
  • 3:40 - 3:44
    passassem por um buraco
    que voltássemos a abrir no muro
  • 3:44 - 3:48
    e, através dele, começar a alimentar
    os devidos animais não-humanos,
  • 3:48 - 3:51
    para o lado das pessoas jurídicas.
  • 3:51 - 3:57
    Naquela altura,
    pouco se sabia ou falava
  • 3:57 - 3:59
    dos verdadeiros direitos dos animais,
  • 3:59 - 4:03
    sobre a ideia de um animal não-humano
    ter personalidade jurídica ou direitos
  • 4:03 - 4:05
    e eu sabia que ia levar muito tempo.
  • 4:06 - 4:10
    Então, em 1985,
    calculei que levaria cerca de 30 anos
  • 4:10 - 4:13
    para iniciarmos
    uma litigância estratégica,
  • 4:13 - 4:19
    uma campanha a longo-prazo, para
    podermos abrir outro buraco no muro.
  • 4:19 - 4:25
    Ao que parece, fui pessimista,
    pois só levou 28 anos.
  • 4:27 - 4:33
    O que tivemos de fazer, para começar,
  • 4:33 - 4:39
    não foi só escrever artigos,
    dar aulas, escrever livros,
  • 4:39 - 4:43
    mas aprofundar os aspetos práticos
    de como apresentar um caso como este.
  • 4:43 - 4:48
    Uma das primeiras coisas que fizemos
    foi estabelecer qual era a ação judicial.
  • 4:48 - 4:51
    A ação judicial é um veículo
    que os advogados usam
  • 4:51 - 4:57
    para levarem
    os seus argumentos a tribunal.
  • 4:57 - 5:00
    Acontece que há um caso
    muito interessante
  • 5:00 - 5:05
    que aconteceu há quase 250 anos,
    em Londres, chamado Somerset vs. Stewart,
  • 5:05 - 5:08
    em que um escravo negro
    recorrera ao sistema jurídico
  • 5:08 - 5:10
    e passara de coisa jurídica
    para pessoa jurídica.
  • 5:10 - 5:15
    Fiquei tão interessado,
    que escrevi um livro sobre isso.
  • 5:15 - 5:20
    James Somerset era um rapaz de oito anos,
    quando foi raptado na África Ocidental.
  • 5:20 - 5:23
    Sobreviveu à travessia do Atlântico
  • 5:23 - 5:28
    e foi vendido a um empresário escocês
    chamado Charles Stewart, em Virginia.
  • 5:28 - 5:32
    Vinte anos depois, Stewart levou
    James Somerset para Londres
  • 5:32 - 5:36
    e, quando lá chegou,
    James decidiu que ia fugir.
  • 5:36 - 5:40
    Uma das primeiras coisas que fez
    foi ser batizado,
  • 5:40 - 5:44
    porque queria ter padrinhos,
    pois um escravo do século XVIII
  • 5:44 - 5:47
    sabia que uma das maiores
    responsabilidades dos padrinhos
  • 5:47 - 5:49
    era ajudá-lo a escapar.
  • 5:49 - 5:53
    Então, no outono de 1771,
  • 5:53 - 5:56
    James Somerset
    teve um desacato com Charles Stewart.
  • 5:56 - 6:00
    Não sabemos o que aconteceu ao certo,
    mas, depois disso, James desapareceu.
  • 6:00 - 6:03
    O enraivecido Charles Stewart
    contratou captores de escravos,
  • 6:03 - 6:05
    para percorrerem a cidade de Londres,
  • 6:05 - 6:08
    encontrá-lo e trazê-lo
    não de volta a Charles Stewart,
  • 6:08 - 6:14
    mas para um navio, o Ann and Mary,
    que estava atracado no porto de Londres.
  • 6:14 - 6:18
    Ele foi acorrentado no convés
    e o navio ia partir para a Jamaica,
  • 6:18 - 6:21
    onde James seria vendido
    no mercado de escravos
  • 6:21 - 6:24
    e condenado aos três a cinco anos
    de vida que um escravo tinha,
  • 6:24 - 6:27
    colhendo cana de açúcar, na Jamaica.
  • 6:27 - 6:31
    Aqui, os padrinhos de James
    entraram em ação.
  • 6:31 - 6:33
    Dirigiram-se ao juiz mais poderoso,
  • 6:33 - 6:37
    Lord Mansfield, que era o juiz-chefe
    do tribunal de King's Bench,
  • 6:37 - 6:40
    e exigiram que emitisse
    um mandado de "habeas corpus"
  • 6:40 - 6:42
    a favor de James Somerset.
  • 6:42 - 6:46
    O direito comum é o tipo de direito
    que os juízes ingleses podem exercer
  • 6:46 - 6:50
    quando não são limitados
    pelos estatutos e pelas constituições.
  • 6:50 - 6:53
    E um "habeas corpus"
    é "O Grande Mandado"
  • 6:53 - 6:55
    "G" maiúsculo, "M" maiúsculo,
  • 6:55 - 6:59
    e serve para proteger todos aqueles
    que são detidos contra a sua vontade.
  • 7:00 - 7:04
    É emitido um mandado de "habeas corpus",
    é exigido ao detentor que traga o detido
  • 7:04 - 7:09
    e dê um motivo legal
    para o ter privado da sua liberdade.
  • 7:10 - 7:14
    Lord Mansfield tinha de tomar
    uma decisão imediatamente,
  • 7:14 - 7:18
    porque, se James Somerset
    era uma coisa jurídica,
  • 7:18 - 7:20
    não era elegível
    para um mandado de "habeas corpus".
  • 7:20 - 7:23
    Só se fosse uma pessoa jurídica.
  • 7:23 - 7:26
    Então, Lord Mansfield decidiu assumir,
  • 7:26 - 7:29
    sem decidir, que James Somerset
    era, de facto, uma pessoa jurídica,
  • 7:29 - 7:35
    emitiu o mandado de "habeas corpus"
    e o capitão do navio trouxe James.
  • 7:35 - 7:38
    Depois, houve uma série de audiências.
  • 7:38 - 7:43
    A 22 de junho de 1772, Lord Mansfield
    declarou que a escravatura era tão odiosa
  • 7:43 - 7:45
    — e usou o termo "odiosa" —
  • 7:45 - 7:49
    que o direito comum não iria permiti-la
    e declarou James um homem livre.
  • 7:49 - 7:53
    Nesse momento, James Somerset
    passou por uma transubstanciação legal.
  • 7:53 - 7:57
    O homem livre que saiu do tribunal
    era exatamente igual ao que entrara,
  • 7:57 - 8:02
    mas aos olhos da lei,
    não tinham nada em comum.
  • 8:03 - 8:06
    A seguir, fundei o Nonhuman Rights Project
  • 8:06 - 8:09
    e começámos a considerar
    que tipo de valores e princípios
  • 8:09 - 8:12
    queríamos apresentar aos juízes.
  • 8:13 - 8:16
    Quais os valores e princípios
    que absorveram do leite materno,
  • 8:16 - 8:19
    que aprenderam na faculdade,
    que usavam todos os dias,
  • 8:19 - 8:21
    em que acreditavam piamente?
  • 8:21 - 8:23
    E escolhemos a liberdade e a igualdade.
  • 8:23 - 8:28
    O direito à liberdade é-nos devido
    por causa da nossa integridade
  • 8:28 - 8:34
    e o direito fundamental à liberdade
    protege um interesse fundamental.
  • 8:34 - 8:37
    O supremo interesse do direito comum
  • 8:37 - 8:41
    são os direitos à autonomia
    e à autodeterminação.
  • 8:42 - 8:46
    São tão poderosos,
    que, num país de direito comum,
  • 8:46 - 8:50
    se formos a um hospital e recusarmos
    um tratamento que nos pode salvar a vida,
  • 8:50 - 8:53
    um juiz não pode obrigar-nos a fazê-lo,
  • 8:53 - 8:57
    pois respeita a nossa autonomia
    e autodeterminação.
  • 8:57 - 9:00
    O direito à igualdade
    é um direito que nos é devido
  • 9:00 - 9:03
    porque nos parecemos com alguém
    de uma forma relevante
  • 9:03 - 9:06
    — eis a questão, de uma forma relevante.
  • 9:06 - 9:12
    Se assim é, se eles têm um direito,
    nós também o temos.
  • 9:12 - 9:15
    Os tribunais e os legisladores
    estão sempre a traçar limites.
  • 9:15 - 9:17
    Alguns são incluídos,
    outros são excluídos.
  • 9:18 - 9:22
    Mas, no mínimo, devemos...
  • 9:24 - 9:28
    Esse limite tem de ser um meio razoável
    para um fim legítimo.
  • 9:28 - 9:31
    O Nonhuman Rights Project
    defende que traçar um limite
  • 9:31 - 9:34
    para escravizar um ser
    autónomo e autodeterminado,
  • 9:34 - 9:39
    como veem aqui atrás,
    é uma violação do direito à igualdade.
  • 9:39 - 9:42
    Depois, procurámos em 80 jurisdições.
  • 9:42 - 9:44
    Levámos sete anos
    a encontrar a jurisdição
  • 9:44 - 9:46
    onde queríamos iniciar
    o primeiro processo.
  • 9:46 - 9:48
    Escolhemos Nova Iorque.
  • 9:48 - 9:50
    Depois, decidimos
    quem seriam os nossos queixosos.
  • 9:50 - 9:52
    Escolhemos os chimpanzés,
  • 9:52 - 9:55
    não porque a Jane Goodall
    fazia parte da administração,
  • 9:55 - 9:59
    mas porque a Jane e os outros
  • 9:59 - 10:02
    estudaram os chimpanzés
    intensivamente durante décadas.
  • 10:02 - 10:05
    Sabemos que têm capacidades
    cognitivas extraordinárias,
  • 10:05 - 10:08
    que também se assemelham
    às dos seres humanos.
  • 10:09 - 10:13
    Então, escolhemos os chimpanzés
    e começámos a correr o mundo
  • 10:13 - 10:16
    em busca de especialistas
    na cognição dos chimpanzés.
  • 10:16 - 10:19
    Encontrámo-los no Japão,
    na Suécia, na Alemanha,
  • 10:19 - 10:21
    na Escócia, na Inglaterra e nos EUA
  • 10:21 - 10:24
    e, entre eles, escreveram
    100 páginas de depoimentos,
  • 10:24 - 10:26
    onde descrevem mais de 40 maneiras
  • 10:26 - 10:29
    em como a sua complexa
    capacidade cognitiva,
  • 10:29 - 10:31
    quer individualmente quer em conjunto,
  • 10:31 - 10:35
    contribuiu para a autonomia
    e a autodeterminação.
  • 10:35 - 10:39
    Um dos exemplos
    era que tinham uma consciência.
  • 10:39 - 10:41
    Mas também têm consciência disso.
  • 10:41 - 10:44
    Sabem que têm um cérebro.
    Sabem que os outros também têm.
  • 10:44 - 10:47
    Sabem que são indivíduos
    e que podem viver.
  • 10:47 - 10:50
    Compreendem que viveram ontem
    e que viverão amanhã.
  • 10:50 - 10:53
    Viajam no tempo através da mente.
    Lembram-se do que aconteceu ontem.
  • 10:53 - 10:55
    Conseguem antecipar o amanhã,
  • 10:55 - 11:00
    e é por isso que é horrível prender
    um chimpanzé, sobretudo sozinho.
  • 11:00 - 11:02
    Isso é o que fazemos
    aos piores criminosos
  • 11:02 - 11:07
    e fazemo-lo aos chimpanzés,
    sem pensar duas vezes.
  • 11:08 - 11:11
    Eles têm capacidade moral.
  • 11:11 - 11:13
    Quando jogam jogos económicos
    com seres humanos,
  • 11:13 - 11:17
    fazem ofertas justas espontaneamente,
    mesmo quando não lhes é pedido.
  • 11:17 - 11:19
    Reconhecem os números.
    Compreendem-nos.
  • 11:19 - 11:21
    Fazem exercícios simples.
  • 11:21 - 11:25
    Podem interessar-se pela linguagem
    ou manter-se fora das suas guerras.
  • 11:25 - 11:28
    Empenham-se na comunicação
    intencional e referencial,
  • 11:28 - 11:32
    onde prestam atenção às atitudes
    daqueles com quem estão a falar.
  • 11:32 - 11:34
    Têm cultura.
  • 11:34 - 11:37
    Têm cultura material, cultura social.
  • 11:37 - 11:39
    Têm uma cultura simbólica.
  • 11:39 - 11:43
    Cientistas das Florestas Taï,
    na Costa do Marfim,
  • 11:43 - 11:46
    encontraram chimpanzés
    que usavam pedras para abrir
  • 11:46 - 11:49
    as duras cascas das nozes.
  • 11:49 - 11:51
    É preciso muito tempo
    para aprender a fazê-lo.
  • 11:51 - 11:53
    Eles fizeram escavações
  • 11:53 - 11:57
    e descobriram que esta cultura material,
    esta forma de o fazer,
  • 11:57 - 12:00
    estas pedras, foram transmitidas,
    por, pelo menos, 4300 anos,
  • 12:00 - 12:04
    a 225 gerações de chimpanzés.
  • 12:05 - 12:07
    Agora, precisávamos
    de encontrar o nosso chimpanzé.
  • 12:07 - 12:11
    Encontrámos o nosso chimpanzé...
  • 12:11 - 12:13
    Primeiro, encontrámos dois
    no estado de Nova Iorque.
  • 12:13 - 12:17
    Ambos viriam a morrer, antes de
    conseguirmos avançar com o processo.
  • 12:17 - 12:18
    Depois, encontrámos o Tommy.
  • 12:18 - 12:21
    O Tommy é um chimpanzé.
    Podem vê-lo aqui atrás.
  • 12:21 - 12:24
    Encontrámo-lo naquela jaula.
  • 12:24 - 12:28
    Encontrámo-lo numa sala pequena
    cheia de jaulas,
  • 12:28 - 12:33
    num grande armazém, num parque
    de autocaravanas no centro de Nova Iorque.
  • 12:33 - 12:35
    Encontrámos o Kiko,
    que é parcialmente surdo.
  • 12:35 - 12:40
    O Kiko estava nas traseiras de uma loja,
    em Massachusetts.
  • 12:40 - 12:42
    E encontrámos o Hercules e o Leo.
  • 12:42 - 12:44
    São dois jovens chimpanzés,
  • 12:44 - 12:47
    que estão a ser usados num estudo
    biomédico e anatómico em Stony Brook.
  • 12:47 - 12:49
    Encontrámo-los.
  • 12:49 - 12:51
    Na última semana de dezembro de 2013,
  • 12:51 - 12:55
    o Nonhuman Rights Project
    apresentou três queixas em Nova Iorque,
  • 12:55 - 12:59
    recorrendo ao mesmo argumento
    do mandado de "habeas corpus"
  • 12:59 - 13:02
    que tinha sido usado com James Somerset.
  • 13:02 - 13:07
    Exigimos que os juízes emitissem
    os mandados de "habeas corpus".
  • 13:07 - 13:09
    Queríamos libertar os chimpanzés
  • 13:09 - 13:12
    e queríamos que os levassem
    à Save the Chimps,
  • 13:12 - 13:16
    um enorme santuário
    de chimpanzés no Sul da Flórida,
  • 13:16 - 13:21
    que tem um lago artificial,
    com 12 ou 13 ilhas.
  • 13:21 - 13:24
    Tem cerca de 12 mil m2
    onde vivem 24 chimpanzés.
  • 13:24 - 13:27
    E estes chimpanzés
    viveriam a vida de um chimpanzé,
  • 13:27 - 13:32
    com outros chimpanzés, num ambiente
    o mais aproximado a África possível.
  • 13:33 - 13:36
    Estes processos continuam a correr.
  • 13:37 - 13:40
    Ainda não encontrámos
    o nosso Lord Mansfield.
  • 13:41 - 13:42
    Mas vamos encontrá-lo.
  • 13:42 - 13:46
    Esta é uma campanha estratégica
    de litigância a longo-prazo.
  • 13:46 - 13:49
    Nas palavras de Winston Churchill,
  • 13:49 - 13:52
    "não olhamos para os nossos casos
    como se fossem o fim,
  • 13:52 - 13:58
    "não são sequer o início do fim,
    mas talvez sejam o fim do início."
  • 13:59 - 14:00
    Obrigado.
  • 14:00 - 14:04
    (Aplausos)
Title:
Os macacos pensam e sentem. Também deviam ter direitos.
Speaker:
Steven Wise
Description:

Os chimpanzés também são pessoas, sabiam? Quer dizer, não propriamente. Mas o advogado Steven Wise passou os últimos 30 anos a tentar alterar o estatuto destes animais de "coisas" para "pessoas". Não é uma questão de semântica jurídica; como ele descreve — e bem — nesta conferência fascinante, reconhecer que os animais como os chimpanzés têm capacidades cognitivas extraordinárias e repensar a forma como os tratamos — juridicamente — é nada mais nada menos do que um dever moral.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:17

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