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O passado é um país estrangeiro? | Suzannah Lipscomb | TEDxSPS

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    Olá, meu assunto hoje é:
  • 0:20 - 0:22
    o passado é um país estrangeiro?
  • 0:22 - 0:26
    Esta é a primeira frase
    do livro de L.P. Hartley, "O Mensageiro":
  • 0:26 - 0:30
    "O passado é um país estrangeiro:
    lá, fazem coisas de forma diferente".
  • 0:30 - 0:32
    Mas a pergunta que faço é: será mesmo?
  • 0:33 - 0:36
    E se é, por que a cultura popular
    sempre apresenta o passado
  • 0:36 - 0:40
    como algo tão íntimo
    e nem um pouco estranho?
  • 0:40 - 0:44
    E se é um país estrangeiro, podemos ir lá?
  • 0:44 - 0:45
    Temos um visto?
  • 0:45 - 0:48
    Temos o passaporte que precisamos?
  • 0:48 - 0:51
    Historiadores podem ir além
    e dizer que, mais do que estrangeiro,
  • 0:51 - 0:56
    o passado é um país imaginário:
    mais Nárnia do que França.
  • 0:56 - 1:00
    Porque o extraordinário
    sobre o passado, é que ele era,
  • 1:00 - 1:01
    e não é mais.
  • 1:02 - 1:05
    A história é o estudo
    de algo que não existe,
  • 1:05 - 1:10
    e às vezes parece que o véu
    entre nós e o passado é enorme.
  • 1:10 - 1:14
    Felizmente, há pegadas no caminho,
    para nos guiar até o passado.
  • 1:16 - 1:19
    A história, na mídia popular,
    tende a ser algo
  • 1:19 - 1:22
    que enfatiza as similaridades
    entre nós e eles:
  • 1:22 - 1:27
    eles eram pessoas que comiam,
    dormiam, se apaixonavam,
  • 1:27 - 1:32
    que tomavam banho,
    que tinham esperanças, crenças, sonhos
  • 1:32 - 1:34
    e que morriam, assim como nós.
  • 1:34 - 1:36
    De fato, Julian Trevelyan disse:
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    "A poesia da história
    é o fato quase milagroso,
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    de que uma vez nesta terra,
    neste pedaço de chão familiar,
  • 1:44 - 1:45
    outras pessoas andaram,
  • 1:45 - 1:49
    outros homens e mulheres
    tão reais quanto nós hoje,
  • 1:49 - 1:52
    com suas ideias próprias,
    engolidos por suas paixões,
  • 1:52 - 1:54
    mas, agora, todos se foram.
  • 1:54 - 1:57
    Uma geração se desvanece após a outra,
  • 1:57 - 2:00
    desaparecendo completamente,
    como nós desapareceremos,
  • 2:00 - 2:02
    como fantasmas no alvorecer".
  • 2:03 - 2:06
    Quando você observa a história
    na mídia popular,
  • 2:06 - 2:09
    você tende a encontrar histórias
    que contam coisas conhecidas.
  • 2:09 - 2:13
    O grande desastre do Titanic
    é retratado como uma história de amor.
  • 2:13 - 2:18
    O filme "A Outra", com Eric Bana,
    Scarlett Johansson e Natalie Portman,
  • 2:18 - 2:22
    reimagina a história dos Tudor
    como uma rivalidade entre duas irmãs.
  • 2:23 - 2:29
    "Fahrd" pega um traidor criminoso
    e faz dele um guerreiro da liberdade.
  • 2:29 - 2:33
    Um filme como "A Duquesa", a história
    de uma aristocrata do século 18,
  • 2:33 - 2:34
    tinha o slogan:
  • 2:34 - 2:36
    "Havia três pessoas no seu casamento".
  • 2:36 - 2:39
    E saiu somente um ano
    após a morte da princesa Diana.
  • 2:40 - 2:45
    E é comum ouvirmos histórias
    de emoções compartilhadas com o passado.
  • 2:45 - 2:47
    Eu trabalhava no Hampton Court Palace,
  • 2:47 - 2:50
    em uma exposição
    sobre Catarina de Aragão,
  • 2:50 - 2:52
    Henrique VIII e o cardeal Wolsey.
  • 2:52 - 2:55
    Há um portal, com a inscrição
  • 2:55 - 2:59
    de todos os filhos de Catarina de Aragão,
  • 3:00 - 3:04
    mortos após o nascimento,
    natimortos, ou que sofreram aborto.
  • 3:04 - 3:07
    Um universitário nos disse
    que sempre soube disso,
  • 3:07 - 3:09
    mas só quando ele viu este portal,
  • 3:09 - 3:11
    que lembra um túmulo,
  • 3:11 - 3:15
    foi que ele realmente sentiu
    aquela conexão com o passado.
  • 3:15 - 3:19
    Isso é história como empatia,
    isso é criar conexões.
  • 3:20 - 3:24
    Talvez enfatizemos isso por sentir
    que podemos aprender com o passado,
  • 3:24 - 3:28
    por isso devemos assumir
    que há algum significado nele.
  • 3:28 - 3:32
    E só pode haver algum significado,
    se formos essencialmente como eles.
  • 3:32 - 3:37
    "A história não se repete,
    mas ela rima", disse Mark Twain.
  • 3:37 - 3:41
    Dan Snow disse a meus alunos
    em uma palestra:
  • 3:41 - 3:46
    "Talvez o passado não se repita,
    mas é o melhor guia que temos".
  • 3:46 - 3:51
    Talvez seja por isso que enfatizemos
    a familiaridade com o passado,
  • 3:51 - 3:53
    temos interesse no passado
  • 3:53 - 3:55
    porque temos interesse em nós mesmos.
  • 3:56 - 3:57
    Dito de outra forma,
  • 3:57 - 4:00
    a história nunca deveria
    ser confundida com nostalgia.
  • 4:00 - 4:03
    Ela não é escrita
    para reverenciar os mortos,
  • 4:03 - 4:04
    mas para inspirar os vivos.
  • 4:05 - 4:09
    É nossa circulação sanguínea cultural,
    o segredo de quem somos.
  • 4:09 - 4:11
    Talvez por isso
    "Who Do You Think You Are?"
  • 4:11 - 4:12
    seja tão popular.
  • 4:12 - 4:14
    É tudo sobre nossa história.
  • 4:14 - 4:17
    Se olharmos para as diferenças no passado,
  • 4:17 - 4:20
    aquelas que tendemos a olhar
    são externas, superficiais.
  • 4:20 - 4:24
    Então em "reality shows",
    como "The 1900s House",
  • 4:25 - 4:28
    eles mostram coisas como:
    não havia eletricidade,
  • 4:28 - 4:32
    as roupas eram diferentes,
    usavam soda cáustica e não sabão líquido.
  • 4:32 - 4:34
    Isso é o passado,
    havia dificuldades e privações.
  • 4:35 - 4:38
    Isso é história, é algo sujo,
    bagunçado, doloroso.
  • 4:38 - 4:42
    São pessoas como nós,
    mas em circunstâncias mais difíceis.
  • 4:42 - 4:44
    E nos vem a pergunta:
  • 4:45 - 4:47
    "O que faríamos nessas circunstâncias?"
  • 4:48 - 4:51
    Isso é história como progresso,
    uma versão fraca da história.
  • 4:51 - 4:57
    Eu acho que isso explica, em parte,
    nossa fascinação por histórias horríveis.
  • 4:57 - 5:00
    A série "Saber Horrível", de Terry Deary,
  • 5:00 - 5:04
    vendeu em torno de 20 milhões de cópias,
    desde seu lançamento em 1993,
  • 5:04 - 5:07
    e foi traduzida para 31 línguas.
  • 5:07 - 5:10
    Foi vendida como "a história,
    com as partes sórdidas incluídas".
  • 5:10 - 5:14
    É claro que somos fascinados,
    um pouco perversamente, por sangue.
  • 5:14 - 5:18
    Mas é também sobre a história
    servir para nos congratularmos,
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    para sugerir que somos muito humanos:
  • 5:21 - 5:24
    "Como somos civilizados,
    não fazemos essas coisas".
  • 5:25 - 5:30
    E o que buscamos nos filmes,
    e que chamamos de autenticidade,
  • 5:30 - 5:33
    são os detalhes externos,
    muitas vezes bem superficiais.
  • 5:33 - 5:37
    Pode ser garantir
    que vistam as roupas certas,
  • 5:38 - 5:40
    embora façamos mudanças
  • 5:40 - 5:43
    para que também se adaptem
    aos padrões atuais de beleza.
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    Tom Hanks, ao produzir "Irmãos de Guerra",
    disse haver dois tipos de autenticidade:
  • 5:48 - 5:52
    aquela em que os botões e a munição
    estão todos corretos,
  • 5:52 - 5:55
    e os prédios estão parecidos com as fotos.
  • 5:55 - 5:57
    Isso é fácil de conseguir.
  • 5:57 - 6:00
    Mas existe algo muito mais difícil,
  • 6:00 - 6:05
    que são as motivações e a natureza
    das interações entre os personagens.
  • 6:05 - 6:10
    Como ele diz: "Se não podemos ser
    verdadeiros ao que diziam e faziam,
  • 6:10 - 6:13
    podemos ao menos ser
    tão autênticos quanto possível,
  • 6:13 - 6:17
    de forma que ainda sejamos fiéis
    à realidade do local e da época".
  • 6:18 - 6:21
    Mas sugiro um terceiro tipo
    de autenticidade,
  • 6:21 - 6:23
    uma da qual não nos aproximamos.
  • 6:23 - 6:27
    Este tipo diz que o passado é
    tão diferente de nós,
  • 6:28 - 6:30
    que falhamos em compreendê-lo,
  • 6:30 - 6:34
    porque só compreendemos
    o nosso próprio tempo.
  • 6:35 - 6:40
    Isso porque as pessoas no passado tinham
    imagens do mundo diferentes da nossa.
  • 6:41 - 6:44
    A escola dos Annales
    chama isso de "mentalité",
  • 6:44 - 6:46
    a mentalidade das pessoas.
  • 6:46 - 6:50
    Talvez essa seja a diferença
    entre história popular e acadêmica.
  • 6:50 - 6:54
    A história popular teria mais interesse
    nas semelhanças que nas diferenças.
  • 6:55 - 7:00
    Você percebe isso nas atitudes
    voltadas para o sexo e a religião,
  • 7:00 - 7:02
    caso leia um romance histórico,
    ou veja um filme.
  • 7:03 - 7:05
    Por exemplo, os livros
    de Phillipa Gregory,
  • 7:05 - 7:08
    maravilhosos romances históricos,
    que nos levam para o passado.
  • 7:09 - 7:13
    Mas as mulheres neles tendem
    a ser, essencialmente, protofeministas,
  • 7:13 - 7:16
    e suas atitudes com o sexo tendem a ser:
  • 7:16 - 7:18
    "É uma coisa boa,
    vamos em frente com isso".
  • 7:18 - 7:22
    O que, antes da pílula, antes
    de qualquer anticoncepcional confiável,
  • 7:22 - 7:25
    não é coerente com o passado.
  • 7:25 - 7:26
    E a religião?
  • 7:27 - 7:30
    Rochefoucauld, no século 17, disse:
  • 7:30 - 7:33
    "Há sempre algo ridículo
    nas emoções das pessoas
  • 7:33 - 7:34
    que alguém deixou de amar".
  • 7:35 - 7:40
    Se na Grã-Bretanha moderna
    muitos deixaram de amar a Deus,
  • 7:40 - 7:41
    não deveríamos subestimar
  • 7:41 - 7:45
    o quanto era intoxicante o poder
    que ele tinha nos séculos passados.
  • 7:46 - 7:50
    Certifique-se de que o que lê
    leva em conta as visões de mundo.
  • 7:50 - 7:55
    Por isso os livros de Hilary Mantel
    são tão populares e premiados.
  • 7:55 - 8:00
    Porque, embora ela crie
    personagens históricos, como Cromwell,
  • 8:00 - 8:04
    da sua própria imaginação,
    como seu direito de romancista,
  • 8:04 - 8:08
    ela realmente mergulha
    no mundo do passado.
  • 8:08 - 8:10
    Eu me lembro de ter ficado
    encantada ao ler "Wolf Hall",
  • 8:10 - 8:13
    percebendo que ela tinha constatado
  • 8:13 - 8:18
    que, no século 16, chamar algo
    de "new", novo, não era um elogio.
  • 8:19 - 8:22
    Temos alguns ecos desta ideia hoje.
  • 8:22 - 8:26
    A palavra "novelty", novidade,
    carrega uma hostilidade e suspeita
  • 8:26 - 8:29
    que "new" tinha em uma época
  • 8:29 - 8:35
    em que o tradicional e o antigo
    eram coisas muito poderosas
  • 8:35 - 8:37
    e tinham grande influência
    na mente da realeza.
  • 8:38 - 8:43
    Somente quando começamos a compreender
    como o passado era diferente,
  • 8:43 - 8:45
    como as pessoas pensavam diferente,
  • 8:45 - 8:51
    que podemos entender algumas crenças
    e comportamentos bizarros do passado.
  • 8:51 - 8:53
    Deixem-me dar exemplos
    do período que estudo.
  • 8:54 - 8:57
    No final do século 16
    e começo do século 17,
  • 8:57 - 9:03
    40 a 50 mil pessoas na Europa,
    mulheres idosas na maioria,
  • 9:03 - 9:05
    foram executadas como bruxas.
  • 9:06 - 9:10
    No século 16 na Inglaterra,
    mendigos eram açoitados.
  • 9:11 - 9:16
    Em 1547 foi ordenado
    que vadios, os sem-teto,
  • 9:17 - 9:20
    fossem marcados no peito com um "V",
    feito com ferro quente.
  • 9:20 - 9:24
    Em 1572 um novo decreto propôs
    que fossem severamente açoitados
  • 9:24 - 9:29
    e marcados na orelha
    com um ferro quente de 2,5 cm.
  • 9:31 - 9:35
    Na Viena do século 17,
    na decapitação de criminosos,
  • 9:35 - 9:38
    uma pessoa que sofria
    do que era chamado "doença das quedas"
  • 9:38 - 9:40
    se aproximava com um jarro,
  • 9:40 - 9:45
    colhia o sangue ainda quente,
    bebia em um gole e saía correndo.
  • 9:46 - 9:48
    Achavam ser a cura da epilepsia.
  • 9:50 - 9:53
    Em Londres, em 1665,
    durante a grande praga,
  • 9:53 - 9:59
    o administrador da cidade ordenou
    o abate de 200 mil gatos e 40 mil cães,
  • 9:59 - 10:01
    pois achavam que espalhavam a praga.
  • 10:03 - 10:05
    E o que deve ser mais bizarro,
  • 10:05 - 10:08
    as mulheres, desde Aristóteles,
    até quase o século 18,
  • 10:08 - 10:11
    eram consideradas homens deformados.
  • 10:12 - 10:15
    Seus úteros seriam pênis invertidos.
  • 10:15 - 10:18
    Elas só não tinham o calor
    para empurrá-los para fora.
  • 10:18 - 10:21
    Claro que isso causava
    uma grande ansiedade.
  • 10:21 - 10:26
    Às vezes, havia histórias de uma mulher,
    ou garota, saltando uma cerca
  • 10:26 - 10:29
    e, então, ela descobria que era um homem,
  • 10:29 - 10:31
    seu pênis tinha saído.
  • 10:31 - 10:34
    Claro, se isso podia acontecer,
    o contrário também podia.
  • 10:34 - 10:38
    A ansiedade também afetava os homens
    no início da era moderna.
  • 10:39 - 10:43
    Tendemos a olhar o passado
    e pensar que eles eram iguais a nós.
  • 10:44 - 10:48
    Mas o que estava dentro
    de suas cabeças era muito diferente.
  • 10:49 - 10:52
    Se os "reality shows" podem
    nos ensinar alguma coisa,
  • 10:52 - 10:55
    talvez seja quando eles falham.
  • 10:55 - 10:57
    Em "The 1940s House",
  • 10:57 - 11:00
    "o comitê de guerra" deu coelhos
    para a família comer,
  • 11:01 - 11:02
    e eles recusaram,
  • 11:02 - 11:04
    porque tinham a mentalidade atual.
  • 11:05 - 11:07
    Em "The Trench",
  • 11:07 - 11:11
    em que um grupo de rapazes
    simulava a experiência
  • 11:11 - 11:13
    de estar na Primeira Guerra Mundial,
  • 11:15 - 11:20
    um cabo trouxe um casaco cinza
    de um rapaz que teria morrido.
  • 11:20 - 11:23
    Havia algo gritante e completamente
    ridículo neste momento,
  • 11:23 - 11:27
    porque o sujeito não morreu,
  • 11:27 - 11:28
    só saiu do programa.
  • 11:28 - 11:31
    A realidade de como teria sido
    aquele momento,
  • 11:31 - 11:37
    de perder um amigo e companheiro,
    na Primeira Guerra Mundial, não existia.
  • 11:38 - 11:42
    Como vemos o passado é importante,
    seja como estranho, ou familiar.
  • 11:42 - 11:46
    É importante, por exemplo,
    em questões de juízos morais.
  • 11:46 - 11:47
    Podemos julgar o passado?
  • 11:48 - 11:50
    Muitos historiadores dizem que não.
  • 11:50 - 11:54
    Precisamos tentar entendê-lo
    e dar a ele o devido respeito.
  • 11:55 - 11:58
    Mas, quando você pensa
    no holocausto e em Hitler,
  • 11:58 - 12:02
    quando você pensa na escravidão,
    não seria errado julgar?
  • 12:02 - 12:04
    O historiador Collin Wood diz:
  • 12:04 - 12:08
    "Fazer um juízo moral do passado
    é cair na falácia de imaginar
  • 12:09 - 12:13
    que, em algum lugar, atrás de um véu,
    o passado continua acontecendo,
  • 12:13 - 12:18
    como se fosse algo encenado ao nosso lado,
    e que devêssemos invadir e parar.
  • 12:19 - 12:20
    Mas são coisas passadas,
  • 12:21 - 12:24
    elas acabaram, não há nada
    que possamos fazer".
  • 12:26 - 12:29
    Precisamos tentar entender o passado.
  • 12:29 - 12:33
    Mas precisamos não fazer
    apenas o vestuário histórico,
  • 12:33 - 12:36
    que chamamos de fantasia,
    por razões que não entendo.
  • 12:36 - 12:40
    Precisamos vestir suas mentalidades,
    jogar fora nossos manuais.
  • 12:41 - 12:44
    Então, o passado é um país estrangeiro?
  • 12:44 - 12:45
    Sim, muito.
  • 12:46 - 12:51
    Mas é diferente de maneiras
    que nunca imaginamos.
  • 12:51 - 12:56
    É como dizer que a França não é
    diferente porque eles comem baguetes,
  • 12:56 - 13:00
    mas porque não acham estranho
    levar a amante e a esposa a um funeral.
  • 13:00 - 13:02
    É só uma mentalidade diferente.
  • 13:03 - 13:06
    Por que tornamos o passado tão íntimo?
  • 13:06 - 13:12
    Acredito ser porque o passado não é
    apenas estrangeiro, como também perigoso.
  • 13:13 - 13:18
    Sentimos que, atrás daquele véu,
    há espadas reluzentes e dentes cerrados
  • 13:18 - 13:23
    que, se soubéssemos o que havia
    no passado e nas suas mentes,
  • 13:23 - 13:27
    poderíamos entender mais
    da condição humana do que gostaríamos.
  • 13:28 - 13:31
    Mas acredito também que,
    para chegarmos àquela terra estrangeira,
  • 13:31 - 13:36
    temos que ser como disse Macbeth:
    "ousados, sangrentos e resolutos".
  • 13:36 - 13:37
    Precisamos ser corajosos,
  • 13:37 - 13:41
    precisamos atravessar o espelho,
    até o outro lado,
  • 13:41 - 13:44
    e não ficar olhando nosso próprio reflexo.
  • 13:44 - 13:45
    Obrigada.
  • 13:45 - 13:47
    (Aplausos)
Title:
O passado é um país estrangeiro? | Suzannah Lipscomb | TEDxSPS
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A historiadora Suzannah Lipscomb compartilha suas ideias sobre ver o passado como um terra estrangeira. E como, se nós tivéssemos um entendimento mais realista do passado, deveríamos nos familiarizar com as crenças de um período e ir além de meramente procurar roupas autênticas em séries e filmes de época.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
13:56

Portuguese, Brazilian subtitles

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