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Por que é que os economistas não compreendem o sistema monetário? (Conferência em 2013)

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    Professora Victoria Chick
    Professora Emérita de Economia
    University College London
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    A questão é colocada de forma muito genérica: "por que é que os académicos não compreendem o sistema monetário?"
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    E, na verdade, eu escolhi, abordá-la do ponto de vista de uma economista académica,
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    porque é o que eu sou, e este é um assunto que eu conheço,
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    e porque penso que existem alguns aspetos interessantes para dizer sobre isto.
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    E porque os outros académicos voltar-se-iam para nós procurando respostas,
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    afirmando ser esta a nossa área de especialidade,
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    devendo sermos capazes de os elucidar.
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    E é um facto muito estranho do destino,
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    que tenha andado nesta vida o tempo suficiente,
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    para que, o tipo de conhecimento a que foram expostos hoje,
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    e através do (livro) De onde vem o dinheiro? (Where does money come from)
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    e este novo livro,
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    constituam um regresso ao que me foi ensinado quando eu era uma estudante universitária.
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    Dennis Robertson, um economista de Cambridge, costumava dizer:
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    Opiniões "intelectuais", são como caçar lebres: se ficarmos parados no mesmo local tempo suficiente, ela regressará.
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    (risos)
    Bom, de facto regressou,
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    mas o mais chocante, para mim, é
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    a quantidade de energia
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    que pessoas como as do Positive Money e do NEF (New Economics Foundation)
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    e outros semelhantes, têm que dispender
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    para conseguir fazer chegar um ponto de vista que me fora ensinado quando eu era estudante
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    e que depois foi esquecido!
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    Portanto, tem havido um retrocesso propositado, bom... propositado... houve um retrocesso
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    do nível de entendimento com que foram presenteados hoje
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    que era o do final dos anos 50, início dos anos 60,
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    e agora estamos a lutar para restituir esse entendimento.
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    E estas são circunstâncias muito peculiares
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    e espero poder dar-vos
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    apenas algumas ideias -- não mais do que isso --
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    de como chegámos aqui.
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    A questão tem de ser abordada em duas partes:
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    de acordo com uma estranha divisão
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    na forma como o sistema monetário é discutido no seio académico na área da economia.
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    Em primeiro lugar, desempenha um papel naquilo que chamamos macroeconomia,
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    penso que a maior parte de vós tem uma boa compreensão do que é,
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    é a teoria da economia como um todo
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    e as políticas que poderão ser usadas
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    para mudar a economia em certos aspetos, de quando em vez.
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    E, de forma, relativamente separada da macroeconomia,
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    há sempre disciplinas sobre o sistema monetário e bancário.
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    E a macroeconomia é vista como a parte nuclear da economia e o sistema monetário e bancário visto como
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    uma matéria opcional e um pouco superficial sobre a qual algumas pessoas perdem algum tempo a pensar.
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    Portanto, aquilo que eu tenho para dizer dirá respeito a estas duas partes.
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    Mas estas estão, de facto, relacionadas.
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    Em macroeconomia,
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    o sistema monetário, no contexto da principal corrente da economia,
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    tem um domínio de influência muito restrito.
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    E não se relaciona bem, nem de forma alguma,
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    com os sistemas monetário e bancário ensinado na tal opção frívola de que falei.
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    Keynes -- John Maynard Keynes -- na sua carta famosa a George Bernard Shaw,
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    diz, quando escrevia a Teoria Geral (A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda), que ele pensou
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    que aquilo que ele estava a escrever iria revolucionar a forma como o mundo pensava os problemas económicos.
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    E mais tarde, num pequeno artigo, ele aprofundou aquilo que de diferente tinha a teoria económica
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    que ele estava a desenvolver daquilo que até então tinha sido. Ele disse:
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    "Eu quero discutir sobre a economia de produção de dinheiro.
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    E o tipo de teoria económia que temos vindo a desenvolver é sobre a economia real das transações."
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    Esta foi a sua maior divergência.
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    Era isto que ele julgava ter sido a sua grande revolução.
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    Era esta a sua teoria, de que a política monetária era transversal a toda a economia.
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    A mão-de-obra requer salários em dinheiro.
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    A poupança e o investimento foram analisados por ele em termos monetários.
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    A taxa de juro era um fenómeno monetário e era determinada por transações de ativos monetários.
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    Todos estes aspetos estão ausentes da principal corrente económica dos dias de hoje,
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    como o eram da teoria económica em que Keynes estava mergulhado enquanto escrevia.
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    Nós voltámos atrás, no contexto da teoria económica convencional, para voltar a falar da economia real/de transações,
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    a qual reconhece um papel extremamente limitado ao sistema monetário.
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    A economia clássica, ou a economia pré-Keynesiana,
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    modela tudo em termos concretos: salários reais, ou seja, a quantidade de bens que o dinheiro consegue comprar,
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    e por aí fora.
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    E o sistema monetário é apenas mencionado no fim para determinar os preços.
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    Por isso, a função do sistema monetário é à parte de toda a análise da economia real.
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    Onde tem esta pequena função de determinação do nível dos preços.
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    O termo economia pura, como utilizado por Alfred Marshall e Walras,
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    significa a economia desta economia real, a economia de troca.
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    Deste modo, o sistema monetário é profundamente "impuro", presumo eu.
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    E a ideia era de que o sistema monetário era neutro,
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    não tinha realmente influência nas relações económicas reais.
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    A sua função era apenas a da definição dos preços,
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    e os preços são arbitrários, pouco importam.
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    As relações reais eram definidas por outra parte do sistema, sem sistema monetário,
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    a economia pura, a economia da troca, a economia de transação.
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    E este tipo de sistema -- que divide a economia entre a economia real e a monetária -- é conhecido como a "Dicotomia Clássica".
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    Pelo lado monetário, tinha a Teoria Quantitativa da Moeda, a quantidade de moeda dita os preços,
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    ponto final, final de história. Não muito interessante, na verdade, para a função monetária.
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    Keynes mostrou que a Teoria Quantitativa da Moeda (TQM) era baseada em pressupostos fortemente restritivos,
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    que eram muito pouco prováveis verificarem-se na prática.
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    Mas Milton Friedman -- cujo nome tenho a certeza conhecerem --
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    foi capaz de usar a TQM enquanto pilar da revolução monetária durante o final dos anos 60, início dos anos 70.
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    E, como presumo saberem,
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    a revolução monetária, foi um assunto ao qual Margaret Thatcher foi especialmente sensível
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    e acabou por chegar à política monetária.
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    O Monetarismo -- podem não saber, mas deveriam saber --
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    está também na base da construção do Euro -- logo não pode ser muito bom, pois não? -- (risos)
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    e determina a forma pela qual o BCE está condenando a funcionar,
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    e é responsável pelo controlo da inflação no mundo ocidental, em geral.
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    E poder-se-ia dizer que está na base, também, da política quantitative easing, embora esta interpretação seja discutível.
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    O Monetarismo e a Teoria Quantitativa da Moeda e a Dicotomia Clássica estão por todo o lado
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    nas economias ocidentais como uma espécie de doença de pele... bastante impressionante... (risos)
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    E a história Keynesiana, em que a política monetária influencia tudo o que acontece,
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    foi esquecida, o que julgo, ser uma tragédia.
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    Agora, esta função isolada da moeda, no contexto de uma análise que presume a Dicotomia Clássica,
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    dá origem a uma retórica maravilhosa.
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    Afinal, deve ser mais interessante estudar a economia "real" do que a economia monetária.
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    E a economia "real" é a economia "pura". O sistema monetário presume-se ser apenas um fino véu à frente da economia real, não influenciando mais nada.
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    E quem julgar que este tem influência seja no que for, padece de ilusão monetária, uma doença mental terrível... (risos)
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    Bom, por que é que isto acontece? Qual é a atração em analisar a economia desta forma?
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    Quando nós sabemos, se mantivermos o senso-comum, que o sistema monetário, de facto, afeta tudo.
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    Uma das razões tem que ver com economia académica, e não com pessoas de senso-comum como vocês:
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    os académicos não compreendem que a economia tem um contexto histórico,
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    julgam que a economia tem por objeto a descoberta de verdades universais,
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    e assim são incapazes de reconhecer o carácter institucional que está na base das suas teorias.
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    A Teoria Quantitativa da Moeda foi elaborada no tempo da moeda baseada no ouro,
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    não no tempo em que os bancos eram, de longe, os maiores criadores de dinheiro.
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    E, apesar disto, a Teoria Quantitativa da Moeda continuou, e como vos disse, tem influenciado instituições muito importantes até aos dias de hoje.
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    A ideia de que a moeda tem uma certa relação com a determinação dos preços tem o seu lado apelativo.
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    E claro, tem alguma coisa haver com a determinação dos preços.
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    Mas a Teoria Quantitativa da Moeda diz que a única função é a determinação dos preços,
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    e que os preços são apenas determinados pela quantidade de moeda.
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    E isto é ir longe de mais!
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    E, outra explicação possível de como a macroeconomia chegou a este ponto é a pura preguiça.
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    Hayek (um economista liberal) uma fonte improvável daquilo que vos vou ler, fraseou a questão assim:
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    "A tarefa da teoria monetária tem um âmbito muito mais alargado do que comummente se assume.
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    A sua tarefa não é menos do que cobrir, por uma segunda vez, toda a matéria tratada pela teoria pura" -- teoria pura, teoria real, certo? --,
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    "sob o pressuposto de troca direta, e investigar que mudanças nas conclusões da teoria pura são necessárias fazer-se."
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    Ou seja, se querem levar a questão monetária a sério, têm que refazer tudo novamente!
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    Eu acho que Keynesfez tudo de novo, e foi eliminado da corrente convencional económica.
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    O seu trabalho já não é ensinado. Ninguém sabe o que ele disse. Ninguém lê o livro dele.
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    Nós regredimos ao modelo de economia pré-Keynesiana.
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    Permitam-me voltar à separação entre macroeconomia e o sist. monetário e bancário, que está endeusada no currículo académico.
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    Como disse, quando eu era uma estudante no final dos anos 50, início dos anos 60, era bem aceite,
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    tomado como uma verdade absoluta, que é do dinheiro dos empréstimos é que se criavam o dinheiro para os depósitos.
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    Os empréstimos criam os depósitos.
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    Agora, os estudantes aprendem que os bancos emprestam o dinheiro dos depósitos,
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    e que os depósitos é que criam a possibilidade para se emprestar, e que é assim que os bancos funcionam.
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    Isto é um retrocesso! que pessoas como o Ben estão a tentar corrigir ou reverter.
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    E mais uma vez, eu procurei pensar as razões do porquê desta ideia
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    dos depósitos pré-existentes e da determinação o volume de empréstimos, ser tão atrativa,
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    e por que é que o conceito de os empréstimos criarem depósitos é tão difícil para as pessoas entenderem.
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    Um dos fatores é o facto de existir uma grande falha na linguagem que nós usamos,
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    ou um grande preconceito na linguagem que usamos relativamente à atividade bancária.
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    A palavra "depósito" é um arcaísmo dos tempos em que os ourives recebiam sacos de ouro para serem guardados.
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    E vocês descobrirão, se virem com atenção,
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    que muita da teoria bancária neoclássica ainda vê os bancos como cofres glorificados,
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    coisa que eles claramente não são.
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    Adicionem a isto a incapacidade para entender os bancos como um sistema, um sistema de inter-relações.
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    Vocês ouviram bastante durante o início da crise
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    sobre a falta de compreensão sistémica, dos riscos que os bancos estavam a correr.
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    Se, de facto, tivéssemos pensado em termos sistémicos,
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    depressa se perceberia que o cheque que fora depositado no vosso banco veio de um depósito de outrem.
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    Não é dinheiro novo, de todo. Está apenas a circular.
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    Se depois pensarem sistemicamente, ou macro-economicamente, sobre os bancos,
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    aperceber-se-ão que há de facto poucas fontes de dinheiro novo no sistema,
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    excepto quando os bancos estão todos a expandir as suas contas simultaneamente,
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    e isso foi o que viram nos gráficos, esses gráficos tão poderosos, que vos foram mostrados.
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    Portanto, a linguagem é desadequada,
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    e nós também falamos de os bancos emprestarem dinheiro,
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    os bancos não emprestam dinheiro.
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    Pode parecer que o é, quando se contrai um empréstimo, mas não é isso que eles estão a fazer.
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    Eles não têm um saco de dinheiro que estejam a passar ao próximo.
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    O que eles estão a fazer é a aceitar a vossa nota promissória (IOU, I Owe You),
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    um acordo em pagarem as vossas despesas enquanto vocês não têm dinheiro na vossa conta,
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    num sistema a descoberto.
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    Num sistema de empréstimos, simplesmente aumentam o valor da vossa conta.
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    Nós passámos a manhã toda a falar disto e vocês sabem-no,
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    mas isto conduz-nos a outra questão que é muito poderosa,
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    que ilustra que é do interesse do banco que vocês não saibam o que eles estão a fazer
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    porque realmente não iriam gostar...
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    Eles têm demasiado poder.
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    E outros, incluindo académicos da área da economia,
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    poderão não gostar de ver reconhecido este poder dos banqueiros,
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    eles (os académicos) sabem que se denunciarem os bancos, eles ficarão numa situação muita complicada,
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    o financiamento ser-lhes-á retirado e todo um conjunto de coisas terríveis acontecer-lhes-á,
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    por isso, eles continuam a fingir que nada se passa,
  • 16:12 - 16:17
    todos vocês viram o (filme) Inside Job, presumo... este é um problema do tipo do Inside Job.
  • 16:20 - 16:25
    Para além disto há uma longa história em querer acreditar que o dinheiro é algo real,
  • 16:25 - 16:33
    a ideia de que os banqueiros podem manufaturar dinheiro com um simples escrevinhar de uma caneta é demasiado execrável.
  • 16:33 - 16:37
    E isto conduz a que se rejeite.
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    A ideia de que a qualidade daquilo que constitui dinheiro só depende do facto de ser aceite por todos,
  • 16:43 - 16:46
    é demasiado assustador para ser tomado de forma literal.
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    E por isso não aparece nos livros académicos.
  • 16:50 - 16:57
    Também tornaria evidente que a moeda é muito frágil uma vez quebrada esta relação de confiança
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    tudo poderia colapsar.
  • 17:01 - 17:11
    Mas... depois... finalmente... existe uma relação entre essa separação macroeconómica da moeda e do resto da economia, e
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    a dificuldade em fazer as pessoas perceberem que os bancos criam dinheiro a partir do nada,
  • 17:22 - 17:28
    e que os empréstimos são o motor da criação do dinheiro.
  • 17:30 - 17:38
    Uma ideia muito bem estabelecida e de há muito tempo em macroeconomia é de que a poupança é necessária para poder haver investimento.
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    Leiam os relatórios do Banco Mundial e todos eles falam de poupanças insuficientes para haver desenvolvimento.
  • 17:44 - 17:49
    É um completo disparate! Se os bancos podem criar dinheiro.
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    E foi a capacidade dos bancos para criar dinheiro a partir do nada,
  • 17:53 - 17:58
    que levou Keynes a dizer que não, as poupanças não são o motor do crescimento na economia,
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    o investimento é que é, o investimento precede as poupanças.
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    E são os bancos que permitem isso aconteça.
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    E portanto isto traz-me de volta ao início, para ligar estas duas linhas de pensamento. Elas estão relacionadas.
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    E se a macroeconomia retrocedeu até uma forma pré-Keynesiana,
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    também o entendimento do sistema bancário teve de retroceder,
  • 18:22 - 18:24
    e foi isso que aconteceu.
  • 18:24 - 18:28
    E é isso que os nossos corajosos heróis estão a tentar reverter.
  • 18:28 - 18:32
    Obrigada.
    (aplausos)
  • 18:32 - 18:43
    (tradução de Ramiro Magno, para mais informações
    visite: https://www.facebook.com/boamoeda ou
    https://www.facebook.com/PositiveMoney)
Title:
Por que é que os economistas não compreendem o sistema monetário? (Conferência em 2013)
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A Professora Victoria Chick, professora emérita de Economia da University College London, abordou a questão: "Por que é que os economistas não compreendem o sistema monetário? " na conferência do grupo Positive Money em Janeiro de 2013. Ela discute que tem existido uma regressão na forma como a economia tem sido lecionada. Este video de 18 minutos oferece alguns esclarecimentos muito interessantes.

O livro referido na palestra pode ser encomendado aqui:
http://www.positivemoney.org/shop/modernising-money/

Para saber mais sobre a conferência 'Modernising Money' de 2013 veja:
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O Positive Money é um grupo de investigação e divulgação sem fins lucrativos. Este grupo trabalha no sentido de chamar a atenção para as relações entre o nosso sistema monetário e bancário, e os sérios problemas sociais, económicos e ecológicos que assolam o Reino Unido e mundo hoje em dia. A principal questão deste grupo, em concreto, é o papel desempenhado pelos bancos na criação do dinheiro através do mero processo contabilístico aquando da concessão de um empréstimo - um dos aspetos da atividade bancária que é pouco compreendida. O grupo Positive Money está em crer que esta grande fragilidade está na base - ou é, pelo menos, o mais importante fator - de problemas como a pobreza, o endividamento excessivo, o acentuar das desigualdades e a degradação do ambiente. Para mais informações, visite por favor:
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English, British
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18:58

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