Como fazer escolhas difíceis
-
0:01 - 0:02Pensem numa escolha difícil
-
0:02 - 0:05que podem vir a enfrentar
no futuro próximo. -
0:05 - 0:07Pode ser entre duas carreiras
-
0:07 - 0:08— artista ou contabilista —
-
0:09 - 0:11entre locais onde viver
— na cidade ou no campo — -
0:11 - 0:13ou entre duas pessoas com quem casar
-
0:13 - 0:16— casar com Betty ou casar com Lolita.
-
0:17 - 0:19Pode ser uma escolha quanto a ter filhos,
-
0:20 - 0:22receber em casa um dos pais doente,
-
0:22 - 0:24educar um filho numa religião
-
0:24 - 0:26que o vosso parceiro professa
-
0:26 - 0:27mas que vos deixa indiferentes.
-
0:27 - 0:30Ou doar as vossas poupanças
a uma obra de caridade. -
0:31 - 0:33Provavelmente, a escolha difícil
em que pensaram -
0:33 - 0:35foi uma coisa grande,
uma coisa importante, -
0:35 - 0:37uma coisa que vos preocupa.
-
0:37 - 0:39As escolhas difíceis parecem ser ocasiões
-
0:39 - 0:42de agonia, de desespero,
-
0:42 - 0:43de ranger de dentes.
-
0:44 - 0:46Penso que interpretamos mal
as escolhas difíceis -
0:46 - 0:48e o papel que desempenham na nossa vida.
-
0:48 - 0:50Compreender as escolhas difíceis
-
0:50 - 0:52revela um poder escondido
-
0:52 - 0:54que todos nós possuímos.
-
0:55 - 0:57O que torna a escolha difícil
-
0:57 - 0:59é a forma como
as alternativas se relacionam. -
0:59 - 1:00Numa escolha fácil,
-
1:00 - 1:03uma alternativa é melhor do que a outra.
-
1:03 - 1:05Numa escolha difícil,
-
1:05 - 1:07uma alternativa é melhor nalguns aspetos
-
1:07 - 1:09e a outra alternativa
é melhor noutros aspetos. -
1:09 - 1:12Nenhuma delas é melhor que a outra,
em termos gerais. -
1:13 - 1:15Ficamos cheios de angústia para escolher
-
1:15 - 1:17se nos mantemos no emprego da cidade
-
1:17 - 1:19ou alteramos a nossa vida
-
1:19 - 1:22com um trabalho
mais gratificante no campo, -
1:22 - 1:24porque há vantagens em ficar
-
1:24 - 1:26e outras vantagens em mudar
-
1:26 - 1:28e nenhuma é totalmente
melhor do que a outra. -
1:29 - 1:33Não devemos pensar que todas
as escolhas difíceis são importantes. -
1:33 - 1:36Por exemplo, decidir o que comer
ao pequeno-almoço. -
1:36 - 1:39Podemos comer cereais
com rico teor em fibra -
1:39 - 1:40ou um "donut" de chocolate.
-
1:40 - 1:42Suponhamos que
o que interessa na escolha -
1:42 - 1:44é o sabor e a saúde.
-
1:45 - 1:47O cereal é melhor para a saúde
-
1:47 - 1:49o "donut" é mais saboroso,
-
1:49 - 1:51mas nenhum deles é melhor
do que o outro em tudo. -
1:51 - 1:53É uma escolha difícil.
-
1:53 - 1:55Perceber que as pequenas escolhas
-
1:55 - 1:58também podem ser difíceis,
-
1:58 - 2:01faz com que as grandes escolhas difíceis
pareçam menos insolúveis. -
2:02 - 2:05Se acabamos por decidir o que
vamos comer ao pequeno-almoço, -
2:05 - 2:06talvez consigamos decidir
-
2:06 - 2:08se ficamos na cidade
-
2:08 - 2:10ou se partimos para
o novo trabalho no campo. -
2:12 - 2:16Também não devemos pensar
que as escolhas difíceis -
2:16 - 2:18são difíceis porque nós somos estúpidos.
-
2:19 - 2:21Quando acabei a faculdade.
-
2:21 - 2:23não conseguia decidir-me
entre duas carreiras, -
2:23 - 2:24filosofia e advocacia.
-
2:24 - 2:25(Risos)
-
2:25 - 2:27Eu adorava filosofia.
-
2:28 - 2:29Há coisas espantosas que aprendemos
-
2:29 - 2:31enquanto filósofos,
-
2:31 - 2:33no conforto duma poltrona.
-
2:34 - 2:37Mas eu pertenço
a uma modesta família de imigrantes -
2:37 - 2:39em que a minha ideia de luxo
-
2:39 - 2:41era ter uma língua de porco
e uma sanduíche de geleia -
2:41 - 2:43na minha lancheira da escola.
-
2:43 - 2:46Por isso, a ideia de passar toda a vida
-
2:46 - 2:49sentada numa poltrona, a pensar,
-
2:49 - 2:53chocava-me como o cúmulo
da extravagância e da frivolidade. -
2:53 - 2:55Por isso, agarrei no meu bloco amarelo,
-
2:55 - 2:57tracei uma linha vertical ao meio
-
2:57 - 3:00e esforcei-me por pensar nas razões
-
3:00 - 3:02a favor e contra cada alternativa.
-
3:03 - 3:05Lembro-me de pensar:
-
3:06 - 3:08"Se ao menos eu soubesse
-
3:08 - 3:11"como seria a minha vida em cada carreira,
-
3:11 - 3:13"Se Deus ou a Netflix
me enviassem um DVD... -
3:13 - 3:14(Risos)
-
3:14 - 3:17"... das duas possíveis carreiras,
estava safa. -
3:17 - 3:20"Comparava-as lado a lado,
-
3:20 - 3:21"veria qual era a melhor
-
3:21 - 3:23"e a escolha seria fácil".
-
3:24 - 3:26Mas não recebi nenhum DVD
-
3:26 - 3:29e como não conseguia ver
qual delas era a melhor, -
3:29 - 3:32fiz o que muita gente faz
nas escolhas difíceis: -
3:32 - 3:34escolhi a opção mais segura.
-
3:35 - 3:37O medo de ser uma filósofa desempregada
-
3:37 - 3:39levou-me a ser advogada.
-
3:40 - 3:42E, como vim a descobrir,
-
3:42 - 3:44a advocacia não me convinha.
-
3:44 - 3:46Não era quem eu era.
-
3:46 - 3:48Por isso, agora sou uma filósofa
-
3:48 - 3:50e estudo as escolhas difíceis.
-
3:50 - 3:53Posso dizer-vos que
o medo do desconhecido, -
3:53 - 3:56embora seja um padrão de motivação vulgar
-
3:56 - 3:58que influi nas escolhas difíceis,
-
3:58 - 4:00baseia-se na má interpretação delas.
-
4:00 - 4:03É um erro pensar que,
nas escolhas difíceis, -
4:03 - 4:06uma alternativa é realmente
melhor do que a outra, -
4:06 - 4:09mas que nós somos estúpidos demais
para saber qual delas é. -
4:09 - 4:10E, como não sabemos qual delas é,
-
4:10 - 4:12o melhor é escolher a opção
menos arriscada. -
4:13 - 4:16Mesmo que ponhamos
duas alternativas lado a lado -
4:16 - 4:18com todas as informações,
-
4:18 - 4:20uma escolha pode continuar a ser difícil.
-
4:20 - 4:22As escolhas difíceis não são difíceis
-
4:22 - 4:25por causa da nossa ignorância.
-
4:25 - 4:28São difíceis porque nenhuma
das opções é a melhor. -
4:29 - 4:31Ora bem, se não há uma opção melhor,
-
4:31 - 4:35se os pratos da balança não se inclinam
a favor duma alternativa -
4:35 - 4:36em relação a outra,
-
4:36 - 4:39então as alternativas
têm que ser igualmente boas. -
4:40 - 4:42O melhor que se pode dizer
das escolhas difíceis -
4:42 - 4:45é que elas são entre opções
igualmente boas. -
4:45 - 4:46Mas isso não pode estar certo.
-
4:46 - 4:48Se as alternativas são iguais,
-
4:48 - 4:50bastava atirar uma moeda ao ar,
-
4:50 - 4:52e pensar isso parece ser um erro.
-
4:52 - 4:55Será assim que devemos
decidir entre carreiras, -
4:55 - 4:57locais onde viver,
pessoas com quem casar: -
4:57 - 4:59atirar a moeda ao ar?
-
4:59 - 5:01Há outra razão para pensar
-
5:01 - 5:03que as escolhas difíceis não são escolhas
-
5:03 - 5:05entre opções igualmente boas.
-
5:06 - 5:09Suponhamos que temos
que escolher entre duas profissões: -
5:10 - 5:13podemos ser um banqueiro de investimentos
-
5:13 - 5:15ou um artista gráfico.
-
5:15 - 5:18Há uma série de coisas
que importam numa escolha destas, -
5:18 - 5:21como o entusiasmo pela profissão,
-
5:21 - 5:23conseguir segurança financeira,
-
5:23 - 5:25ter tempo para criar uma família, etc.
-
5:25 - 5:29Talvez que a carreira de artista
nos ponha na vanguarda -
5:29 - 5:32de novas formas da expressão pictórica.
-
5:32 - 5:35Talvez que a carreira de banqueiro
nos ponha na vanguarda -
5:35 - 5:38de novas formas de manipulação financeira.
-
5:38 - 5:40Risos)
-
5:40 - 5:43Imaginemos as duas profissões
como quisermos, -
5:43 - 5:45nenhuma delas é melhor do que a outra.
-
5:46 - 5:49Agora suponhamos que melhoramos
um pouco uma delas. -
5:49 - 5:52Suponhamos que o banco,
para nos aliciar, -
5:52 - 5:54acrescenta 500 dólares
ao salário mensal. -
5:55 - 5:58Esse dinheiro extra
torna a profissão de banqueiro -
5:58 - 6:00melhor do que a de artista?
-
6:01 - 6:03Não necessariamente.
-
6:03 - 6:06Um salário mais alto faz com que
a profissão de banqueiro -
6:06 - 6:07seja melhor do que era anteriormente,
-
6:07 - 6:09mas pode não ser suficiente
-
6:09 - 6:12para fazer com que ser banqueiro
seja melhor do que ser artista. -
6:13 - 6:16Mas, se a melhoria numa das profissões
-
6:16 - 6:18não a torna melhor do que a outra,
-
6:18 - 6:19então as duas profissões iniciais
-
6:19 - 6:21não podiam ser igualmente boas.
-
6:22 - 6:24Se começamos com duas coisas
que são igualmente boas -
6:24 - 6:26e melhoramos uma delas,
-
6:26 - 6:28essa devia passar a ser
melhor do que a outra. -
6:29 - 6:32Não é o que acontece com as opções
nas escolhas difíceis. -
6:33 - 6:36Portanto, temos um quebra-cabeças
-
6:36 - 6:38Temos duas profissões.
-
6:38 - 6:39Nenhuma é melhor do que a outra,
-
6:39 - 6:41mas não são igualmente boas.
-
6:42 - 6:44Então como é que podemos escolher?
-
6:44 - 6:46Parece que há aqui
qualquer coisa de errado. -
6:49 - 6:51Talvez que o problema
seja a própria escolha -
6:51 - 6:53e a comparação seja impossível.
-
6:54 - 6:56Mas isso não pode estar certo.
-
6:56 - 6:57Não é o mesmo que tentar escolher
-
6:57 - 7:00entre duas coisas
que não podem ser comparadas. -
7:00 - 7:03Afinal, estamos a pesar
os méritos de duas profissões, -
7:03 - 7:05não são os méritos do número nove
-
7:05 - 7:07ou de uma travessa de ovos estrelados.
-
7:08 - 7:11Uma comparação dos méritos gerais
das duas profissões -
7:11 - 7:13é uma coisa que podemos fazer
-
7:13 - 7:15e que fazemos muitas vezes.
-
7:17 - 7:20Penso que o quebra-cabeças surge
-
7:20 - 7:22por causa dum pressuposto irrefletido
-
7:22 - 7:24que fazemos acerca do valor.
-
7:24 - 7:27Sem querer, assumimos que valores
-
7:27 - 7:30como a justiça, a beleza, a simpatia,
-
7:30 - 7:33podem ser quantificados cientificamente,
-
7:33 - 7:35como o comprimento, a massa e o peso.
-
7:37 - 7:41Analisem qualquer questão
que não envolva valores, -
7:41 - 7:43como qual de duas malas é mais pesada.
-
7:44 - 7:46Só há três possibilidades.
-
7:47 - 7:50O peso de uma delas é maior, é menor
-
7:50 - 7:52ou é igual ao peso da outra.
-
7:52 - 7:55As propriedades como o peso
podem ser representadas -
7:55 - 7:58por números reais
— um, dois, três, etc. — -
7:58 - 8:01e só há três comparações possíveis
-
8:01 - 8:03entre quaisquer dois números reais:
-
8:03 - 8:07um número é maior, é menor
ou é igual ao outro. -
8:09 - 8:11Com os valores não é assim.
-
8:12 - 8:14Enquanto criaturas do pós-Iluminismo
-
8:14 - 8:15temos tendência para assumir
-
8:15 - 8:18que o pensamento científico detém a chave
-
8:18 - 8:21de tudo o que é importante no mundo,
-
8:21 - 8:22mas o mundo dos valores
-
8:22 - 8:25é diferente do mundo da ciência.
-
8:25 - 8:26A matéria de um desses mundos
-
8:26 - 8:28pode ser quantificada por números reais
-
8:28 - 8:31A matéria do outro mundo não pode ser.
-
8:32 - 8:33Não devemos assumir
-
8:33 - 8:36que o mundo do "é"
— de comprimentos e pesos — -
8:36 - 8:39tem a mesma estrutura
que o mundo do "deve" -
8:39 - 8:41— do que devíamos fazer.
-
8:41 - 8:43Por isso, se aquilo que
para nós é importante -
8:43 - 8:47— o prazer duma criança, o amor
que temos ao nosso parceiro — -
8:47 - 8:50não pode ser representado
por números reais, -
8:50 - 8:52não há razão para crer
-
8:52 - 8:55que, numa escolha,
só haja três possibilidades: -
8:55 - 8:59que uma alternativa seja melhor,
seja pior ou seja igual a outra. -
9:01 - 9:05Precisamos de introduzir
uma nova quarta relação, -
9:05 - 9:08para além de ser melhor, pior ou igual,
-
9:08 - 9:12que descreva o que se passa
com as coisas difíceis. -
9:12 - 9:14Gosto de dizer que as alternativas
-
9:14 - 9:15estão "par a par"
-
9:15 - 9:17Quando as alternativas estão par a par,
-
9:17 - 9:21pode ser muito importante
qual delas escolhemos, -
9:21 - 9:23mas uma alternativa
não é melhor do que a outra. -
9:23 - 9:25Pelo contrário, as alternativas
-
9:25 - 9:28estão na mesma área de valores,
-
9:28 - 9:30na mesma liga de valores
-
9:30 - 9:33embora, ao mesmo tempo,
sejam muito diferentes -
9:33 - 9:34no tipo de valores.
-
9:35 - 9:37É por isso que a escolha é tão difícil.
-
9:38 - 9:40Apreciar as escolhas difíceis desta maneira
-
9:40 - 9:44revela uma coisa sobre
nós próprios que não sabíamos. -
9:44 - 9:46Todos nós temos o poder
-
9:46 - 9:48de criar razões.
-
9:50 - 9:54Imaginem um mundo em que
todas as escolhas que enfrentamos -
9:54 - 9:55são escolhas fáceis,
-
9:55 - 9:57ou seja, há sempre uma alternativa melhor.
-
9:57 - 9:59Se há uma alternativa melhor,
-
9:59 - 10:01é essa mesma que devemos escolher,
-
10:01 - 10:03porque ser racional
-
10:03 - 10:06pressupõe fazer a melhor coisa
e não a pior coisa, -
10:06 - 10:08escolher aquilo
que é mais razoável escolher. -
10:09 - 10:10Num mundo desses
-
10:10 - 10:13seria mais razoável
-
10:13 - 10:15usar meias pretas
do que meias cor-de-rosa, -
10:15 - 10:17comer cereais do que "donuts",
-
10:17 - 10:19viver na cidade do que no campo,
-
10:19 - 10:21casar com a Betty em vez da Lolita.
-
10:21 - 10:24Um mundo cheio apenas de escolhas fáceis
-
10:24 - 10:27tornar-nos-ia escravos das razões.
-
10:28 - 10:30Se pensarmos nisso,
-
10:30 - 10:31(Risos)
-
10:31 - 10:34não custa nada a crer
-
10:33 - 10:36que as razões que nos são dadas,
-
10:36 - 10:40determinariam que havia mais razões
-
10:40 - 10:44para continuar nas tarefas que fazemos,
-
10:44 - 10:46para viver na casa em que vivemos,
-
10:46 - 10:49para trabalhar na profissão que temos.
-
10:50 - 10:52Em vez disso, consideramos alternativas
-
10:52 - 10:55que estão par a par — escolhas difíceis —
-
10:55 - 10:58e arranjamos razões para nós mesmos
-
10:58 - 11:02para escolher aquela tarefa,
aquela casa e aquela profissão. -
11:03 - 11:05Quando as alternativas estão par a par,
-
11:05 - 11:07as razões que nos são dadas,
-
11:07 - 11:10as que determinam
se estamos a fazer um erro, -
11:10 - 11:12não nos dizem o que fazer.
-
11:13 - 11:17É aqui, no espaço das escolhas difíceis,
-
11:17 - 11:19que temos que exercitar
-
11:19 - 11:21o nosso poder normativo,
-
11:21 - 11:25o poder de criar razões para nós mesmos,
-
11:25 - 11:28de nos tornarmos no tipo de pessoas
-
11:28 - 11:31para quem viver no campo
-
11:31 - 11:33é preferível à vida urbana.
-
11:34 - 11:37Quando escolhemos
entre opções que estão par a par, -
11:37 - 11:40podemos fazer uma coisa muito notável.
-
11:41 - 11:43Podemos pôr-nos por detrás duma opção.
-
11:44 - 11:46É aqui que eu me situo.
-
11:47 - 11:49É aqui que eu sou eu.
-
11:49 - 11:50Prefiro a banca.
-
11:50 - 11:52Prefiro os "donuts" de chocolate.
-
11:55 - 11:57Esta reação nas escolhas difíceis
-
11:57 - 11:59é uma reação racional
-
11:59 - 12:02mas não é ditada por razões
que nos são dadas. -
12:02 - 12:05Pelo contrário, é sustentada
por razões que nós criamos. -
12:08 - 12:11Quando criamos razões para nós próprios,
-
12:11 - 12:14para nos tornarmos
neste tipo de pessoa, em vez daquele, -
12:14 - 12:17tornamo-nos incondicionalmente
na pessoa que somos. -
12:18 - 12:21Pode dizer-se que passamos
a ser os autores da nossa vida. -
12:23 - 12:26Por isso, quando enfrentamos
escolhas difíceis, -
12:26 - 12:28não devemos bater
com a cabeça contra a parede -
12:28 - 12:30tentando imaginar
qual é a melhor alternativa. -
12:30 - 12:32A melhor alternative não existe.
-
12:33 - 12:35Em vez de olhar para as razões exteriores,
-
12:35 - 12:38devemos procurar ver as razões cá dentro:
-
12:38 - 12:40Quem é que eu vou ser?
-
12:40 - 12:44Vocês podem decidir ser um banqueiro
-
12:44 - 12:48que usa meias cor-de-rosa,
gosta de cereais, gosta de viver no campo. -
12:48 - 12:50E eu posso decidir ser uma artista
-
12:50 - 12:53que usa meias pretas, sou urbana,
e gosto de "donuts". -
12:54 - 12:56O que fazemos nas escolhas difíceis
-
12:56 - 12:59está muito mais relacionado
com cada um de nós. -
13:01 - 13:03As pessoas que não exercitam
-
13:03 - 13:06os seus poderes normativos
nas escolhas difíceis. -
13:06 - 13:07andam à deriva.
-
13:08 - 13:09Todos conhecemos pessoas dessas.
-
13:09 - 13:11Eu encaminhei-me para ser advogada.
-
13:11 - 13:14Não coloquei a minha ação
por detrás da advocacia. -
13:14 - 13:16Não apreciava a advocacia.
-
13:17 - 13:19Os que andam à deriva permitem
-
13:19 - 13:21que seja o mundo a escrever
a história da sua vida. -
13:22 - 13:25Deixam que os mecanismos
de recompensa e de punição -
13:25 - 13:29— palmadinhas na cabeça, medo,
facilidade duma opção — -
13:29 - 13:31determinem o que fazer.
-
13:32 - 13:35Portanto, as escolhas difíceis ensinam-nos
-
13:35 - 13:39a refletir em que é que podemos
pôr a nossa ação -
13:39 - 13:41naquilo que preferimos.
-
13:42 - 13:44Através das escolhas difíceis,
-
13:44 - 13:46tornarmo-nos nessa pessoa.
-
13:47 - 13:50Longe de ser uma fonte
de angústia e terror, -
13:50 - 13:54as escolhas difíceis
são oportunidades preciosas -
13:54 - 13:56de festejarmos o que é especial
-
13:56 - 13:57na condição humana.
-
13:58 - 14:00As razões que governam
as nossas escolhas, -
14:00 - 14:03quer corretas quer incorretas,
-
14:02 - 14:04por vezes deixam de ter sentido.
-
14:04 - 14:07É aqui, no espaço das escolhas difíceis,
-
14:07 - 14:11que temos o poder de
criar razões para nós mesmos -
14:11 - 14:14de nos tornarmos
nas pessoas distintas que somos. -
14:14 - 14:17É por isso que as escolhas difíceis
não são uma maldição -
14:17 - 14:19mas uma bênção.
-
14:19 - 14:20Obrigada.
-
14:20 - 14:23(Aplausos)
- Title:
- Como fazer escolhas difíceis
- Speaker:
- Ruth Chang
- Description:
-
Esta é uma palestra que pode, literalmente, mudar a nossa vida. Que carreira devo seguir? Devo romper — ou casar-me?! Onde devo viver? As grandes decisões como estas podem ser angustiantemente difíceis. Mas isso é porque pensamos nelas sob um ângulo errado, diz a filósofa Ruth Chang. Chang apresenta uma poderosa moldura para enquadrar quem somos realmente.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 14:41
Margarida Ferreira approved Portuguese subtitles for How to make hard choices | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to make hard choices | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to make hard choices | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to make hard choices | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to make hard choices | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to make hard choices | ||
Margarida Ferreira accepted Portuguese subtitles for How to make hard choices | ||
Margarida Ferreira edited Portuguese subtitles for How to make hard choices |
Margarida Ferreira
Esta tradução foi feita (incorretamente) em português, brasileiro.
Deve ser revista para português de Portugal.