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Como fazer escolhas difíceis

  • 0:01 - 0:04
    Pensem numa escolha difícil
    que vão enfrentar num futuro próximo.
  • 0:04 - 0:06
    Pode ser entre duas carreiras:
  • 0:06 - 0:08
    artista e contador;
  • 0:08 - 0:11
    ou lugares para se viver:
    a cidade ou o campo;
  • 0:11 - 0:13
    ou até mesmo duas pessoas para se casar:
  • 0:13 - 0:17
    pode se casar com Betty
    ou se casar com Lolita.
  • 0:17 - 0:19
    Ou talvez seja uma escolha
    sobre ter filhos ou não,
  • 0:19 - 0:22
    ter o pai ou a mãe
    doente morando com você,
  • 0:22 - 0:24
    criar seu filho numa religião
  • 0:24 - 0:25
    que seu parceiro segue
  • 0:25 - 0:27
    mas que o incomoda.
  • 0:27 - 0:30
    Ou doar sua poupança
    de vida para a caridade.
  • 0:30 - 0:33
    A chance é que a maior escolha
    em que você pensou
  • 0:33 - 0:35
    foi algo grande, algo memorável,
  • 0:35 - 0:36
    algo que importa para você.
  • 0:36 - 0:39
    Escolhas difíceis parecem ser ocasiões
  • 0:39 - 0:41
    de agonia, lamentações
  • 0:41 - 0:44
    e ranger de dentes.
  • 0:44 - 0:46
    Mas acho que interpretamos mal
    as escolhas difíceis
  • 0:46 - 0:48
    e o papel que têm em nossas vidas.
  • 0:48 - 0:50
    Entender as escolhas difíceis
  • 0:50 - 0:52
    revela um poder oculto
  • 0:52 - 0:55
    que todos possuímos.
  • 0:55 - 0:57
    O que torna uma escolha difícil
    é a maneira
  • 0:57 - 0:59
    como as alternativas se relacionam.
  • 0:59 - 1:00
    Em qualquer escolha fácil,
  • 1:00 - 1:03
    uma alternativa é melhor do que a outra.
  • 1:03 - 1:04
    Numa escolha difícil,
  • 1:04 - 1:06
    uma alternativa é melhor em certos pontos,
  • 1:06 - 1:09
    a outra alternativa é melhor
    em outros pontos,
  • 1:09 - 1:12
    e nenhuma das duas
    é melhor que a outra no geral.
  • 1:12 - 1:15
    Você sofre pensando se deve ficar
  • 1:15 - 1:17
    em seu emprego atual na cidade,
  • 1:17 - 1:19
    ou se desgarrar de sua vida
  • 1:19 - 1:21
    para um trabalho mais desafiador no campo
  • 1:21 - 1:24
    porque ficar é melhor em alguns pontos,
  • 1:24 - 1:25
    e mudar-se é melhor em outros,
  • 1:25 - 1:29
    e nenhum dos dois é melhor
    que o outro no geral.
  • 1:29 - 1:33
    Não deveríamos pensar que todas
    as escolhas difíceis são grandes.
  • 1:33 - 1:36
    Digamos que você está decidindo
    o que comer de manhã.
  • 1:36 - 1:38
    Você pode comer cereal de grãos
  • 1:38 - 1:40
    ou uma rosquinha de chocolate.
  • 1:40 - 1:42
    Suponha que o que importa na escolha
  • 1:42 - 1:44
    é o paladar e a saúde.
  • 1:44 - 1:47
    O cereal é melhor para você,
  • 1:47 - 1:49
    a rosquinha é bem mais gostosa,
  • 1:49 - 1:51
    mas nenhum dos dois é melhor
    que o outro no geral,
  • 1:51 - 1:53
    uma escolha difícil.
  • 1:53 - 1:55
    Perceber que pequenas escolhas
  • 1:55 - 1:57
    também podem ser difíceis
  • 1:57 - 2:01
    pode tornar grandes escolhas difíceis
    parecerem menos intratáveis.
  • 2:01 - 2:04
    Afinal de contas, nós conseguimos
    decidir o que comer de manhã,
  • 2:04 - 2:06
    então talvez consigamos decidir
  • 2:06 - 2:07
    entre ficar na cidade
  • 2:07 - 2:10
    ou se desgarrar
    para o novo emprego no campo.
  • 2:11 - 2:16
    Também não deveríamos pensar
    que escolhas difíceis são difíceis
  • 2:16 - 2:19
    porque somos estúpidos.
  • 2:19 - 2:20
    Quando me formei na faculdade,
  • 2:20 - 2:23
    não conseguia decidir
    entre duas carreiras,
  • 2:23 - 2:24
    filosofia e direito.
  • 2:24 - 2:27
    Eu adorava filosofia.
    (Risos)
  • 2:27 - 2:29
    Há coisas incríveis para se aprender
  • 2:29 - 2:30
    como filósofo,
  • 2:30 - 2:34
    e todas no conforto de uma poltrona.
  • 2:34 - 2:37
    Mas eu sou de uma modesta
    família de imigrantes
  • 2:37 - 2:38
    onde minha ideia de luxo
  • 2:38 - 2:41
    era ter uma língua de porco
    e sanduíche com geleia
  • 2:41 - 2:43
    na minha lancheira,
  • 2:43 - 2:45
    portanto a ideia
    de passar minha vida inteira
  • 2:45 - 2:49
    sentada em poltronas só pensando,
  • 2:49 - 2:53
    bem, aquilo me parecia o cúmulo
    da extravagância e da futilidade.
  • 2:53 - 2:55
    Então eu peguei minha almofada amarela,
  • 2:55 - 2:57
    desenhei uma linha pelo centro,
  • 2:57 - 2:59
    e fiz o meu melhor para pensar nas razões
  • 2:59 - 3:03
    a favor e contra cada alternativa.
  • 3:03 - 3:05
    Eu me lembro de pensar comigo mesma,
  • 3:05 - 3:08
    Se ao menos eu soubesse
    como seria minha vida
  • 3:08 - 3:10
    em cada uma das carreiras...
  • 3:10 - 3:14
    Se ao menos Deus ou Netflix
    me mandassem um DVD
  • 3:14 - 3:17
    das minhas duas possíveis
    carreiras futuras, eu estaria feita.
  • 3:17 - 3:19
    Eu as compararia lado a lado,
  • 3:19 - 3:21
    eu veria que uma era melhor,
  • 3:21 - 3:24
    e a escolha seria fácil.
  • 3:24 - 3:26
    Mas eu não recebi nenhum DVD.
  • 3:26 - 3:28
    E porque eu não conseguia
    definir qual era melhor
  • 3:28 - 3:31
    eu fiz o que muitos de nós
    fazemos em escolhas difíceis:
  • 3:31 - 3:34
    eu escolhi a opção mais segura.
  • 3:34 - 3:37
    O medo de me tornar
    uma filósofa desempregada
  • 3:37 - 3:40
    me levou a ser advogada,
  • 3:40 - 3:42
    e como eu fui descobrir,
  • 3:42 - 3:43
    advocacia não era para mim.
  • 3:43 - 3:46
    Não era quem eu era.
  • 3:46 - 3:47
    E agora sou uma filósofa,
  • 3:47 - 3:49
    e eu estudo escolhas difíceis,
  • 3:49 - 3:53
    e posso lhes dizer
    que o medo do desconhecido,
  • 3:53 - 3:55
    como o padrão motivacional comum
  • 3:55 - 3:58
    no trato de escolhas difíceis,
  • 3:58 - 4:00
    se baseia num conceito errado.
  • 4:00 - 4:03
    É um equívoco pensar que
    nas escolhas difíceis,
  • 4:03 - 4:06
    uma alternativa é realmente
    melhor que a outra,
  • 4:06 - 4:08
    mas somos estúpidos
    demais para saber qual,
  • 4:08 - 4:10
    e como não sabemos qual é,
  • 4:10 - 4:12
    podemos bem escolher
    a opção menos arriscada.
  • 4:12 - 4:15
    Até colocar as duas
    alternativas lado a lado
  • 4:15 - 4:20
    com todas as informações,
    uma escolha ainda pode ser difícil.
  • 4:20 - 4:22
    Escolhas difíceis são difíceis
  • 4:22 - 4:24
    não por nossa causa
    ou de nossa ignorância;
  • 4:24 - 4:29
    elas são difíceis porque
    não há uma escolha melhor.
  • 4:29 - 4:31
    Agora, se não há uma opção melhor,
  • 4:31 - 4:35
    se a balança não pende para um dos lados
  • 4:35 - 4:36
    em vez do outro,
  • 4:36 - 4:40
    certamente as duas alternativas
    são igualmente boas.
  • 4:40 - 4:42
    E talvez o certo sobre escolhas difíceis
  • 4:42 - 4:45
    é que elas são entre duas opções
    igualmente boas.
  • 4:45 - 4:46
    Isso não pode estar certo.
  • 4:46 - 4:48
    Se as alternativas são igualmente boas,
  • 4:48 - 4:50
    só deveríamos jogar uma moeda,
  • 4:50 - 4:52
    e parece um erro pensar:
  • 4:52 - 4:55
    "É assim que você deveria
    decidir por uma carreira,
  • 4:55 - 4:59
    lugares para morar, pessoas para casar:
    jogue uma moeda."
  • 4:59 - 5:00
    Há uma outra razão para pensar
  • 5:00 - 5:03
    que escolhas difíceis não são escolhas
  • 5:03 - 5:06
    entre opções igualmente boas.
  • 5:06 - 5:09
    Suponha que você tem
    que escolher entre dois empregos:
  • 5:09 - 5:12
    você pode ser um banqueiro investidor
  • 5:12 - 5:15
    ou artista gráfico.
  • 5:15 - 5:18
    Há uma série de coisas
    que são importantes para essa escolha,
  • 5:18 - 5:20
    como a empolgação do trabalho,
  • 5:20 - 5:22
    atingir segurança financeira,
  • 5:22 - 5:25
    ter tempo para construir
    uma família e assim por diante.
  • 5:25 - 5:28
    Talvez a carreira de artista coloque-o
  • 5:28 - 5:30
    na vanguarda de novas formas
  • 5:30 - 5:32
    da expressão pictórica.
  • 5:32 - 5:33
    Talvez a carreira de banqueiro
  • 5:33 - 5:35
    coloque-o na vanguarda
  • 5:35 - 5:38
    de novas formas de manipulação financeira.
  • 5:39 - 5:42
    Imagine os empregos como quiser,
  • 5:42 - 5:45
    de modo que nenhum
    seja melhor que o outro.
  • 5:45 - 5:48
    Agora suponha que melhoremos
    um deles um pouquinho.
  • 5:48 - 5:51
    Suponha que o banco, cortejando-o,
  • 5:51 - 5:54
    adicione 500 dólares
    por mês em seu salário.
  • 5:54 - 5:58
    Será que o dinheiro extra agora
    deixa o emprego de banqueiro
  • 5:58 - 6:01
    melhor que o de artista?
  • 6:01 - 6:03
    Não necessariamente.
  • 6:03 - 6:05
    Um salário maior
    deixa o emprego de banqueiro
  • 6:05 - 6:07
    melhor do que era antes,
  • 6:07 - 6:09
    mas talvez não seja suficiente para fazer
  • 6:09 - 6:13
    com que ser banqueiro
    seja melhor do que ser artista.
  • 6:13 - 6:16
    Mas se uma melhora em um desses empregos
  • 6:16 - 6:18
    não o deixa melhor que o outro,
  • 6:18 - 6:19
    então os dois originalmente
  • 6:19 - 6:22
    não podiam ser igualmente bons.
  • 6:22 - 6:24
    Se você começa com duas coisas
    igualmente boas,
  • 6:24 - 6:25
    e melhora uma delas,
  • 6:25 - 6:28
    essa agora deve ser melhor que a outra.
  • 6:28 - 6:32
    Não é assim que funciona
    com escolhas difíceis.
  • 6:33 - 6:36
    E agora temos um enigma.
  • 6:36 - 6:37
    Temos dois empregos.
  • 6:37 - 6:39
    Nenhum é melhor que o outro,
  • 6:39 - 6:41
    e também não são igualmente bons.
  • 6:41 - 6:44
    Então como devemos escolher?
  • 6:44 - 6:47
    Algo parece ter dado errado aqui.
  • 6:48 - 6:51
    Talvez a escolha em si seja problemática
  • 6:51 - 6:53
    e é impossível comparar.
  • 6:54 - 6:56
    Mas isso não pode estar certo.
  • 6:56 - 6:58
    Não é como se estivéssemos
    tentando escolher
  • 6:58 - 7:00
    entre duas coisas
    que não podem ser comparadas.
  • 7:00 - 7:03
    Estamos ponderando os méritos
    de dois empregos afinal de contas,
  • 7:03 - 7:05
    não os méritos do número nove
  • 7:05 - 7:07
    e um prato de ovos fritos.
  • 7:08 - 7:11
    Uma comparação dos méritos totais
    de dois empregos
  • 7:11 - 7:13
    é algo que podemos fazer,
  • 7:13 - 7:16
    e algo que frequentemente fazemos.
  • 7:17 - 7:19
    Acho que o enigma nasce
  • 7:19 - 7:22
    por causa de uma suposição irrefletida
  • 7:22 - 7:24
    que fazemos sobre valor.
  • 7:24 - 7:27
    Inconscientemente assumimos que valores
  • 7:27 - 7:30
    como justiça, beleza e gentileza,
  • 7:30 - 7:33
    são similares a quantidades científicas,
  • 7:33 - 7:36
    como comprimento, massa e peso.
  • 7:37 - 7:40
    Tome qualquer pergunta comparativa
    que não envolva valor,
  • 7:40 - 7:44
    tal como qual de duas malas é mais pesada.
  • 7:44 - 7:46
    Só há três possibilidades.
  • 7:46 - 7:49
    O peso de uma é maior, menor
  • 7:49 - 7:52
    ou igual ao peso da outra.
  • 7:52 - 7:55
    Propriedades como o peso
    podem ser representadas
  • 7:55 - 7:57
    por números reais;
    um, dois, três e assim por diante;
  • 7:57 - 8:01
    e só há três possíveis comparações
  • 8:01 - 8:03
    entre dois números reais.
  • 8:03 - 8:05
    Um número é maior, menor
  • 8:05 - 8:08
    ou igual ao outro.
  • 8:08 - 8:11
    Não é assim com valores.
  • 8:11 - 8:13
    Como criaturas pós-iluminismo,
  • 8:13 - 8:15
    nós costumamos assumir
  • 8:15 - 8:18
    que o pensamento científico tem a chave
  • 8:18 - 8:21
    de tudo que importa em nosso mundo,
  • 8:21 - 8:22
    mas o mundo dos valores
  • 8:22 - 8:24
    é diferente do mundo da ciência.
  • 8:24 - 8:26
    As coisas em um mundo
  • 8:26 - 8:28
    podem ser quantificadas com números reais.
  • 8:28 - 8:31
    As coisas no outro mundo não podem.
  • 8:31 - 8:33
    Não devíamos pressupor
  • 8:33 - 8:35
    que o "mundo do é",
    de comprimentos e pesos,
  • 8:35 - 8:38
    tem a mesma estrutura
    do "mundo do deve ser",
  • 8:38 - 8:41
    do que devemos fazer.
  • 8:41 - 8:43
    Então, se o que importa para nós --
  • 8:43 - 8:46
    a alegria de uma criança,
    o amor que tem pelo seu parceiro --
  • 8:46 - 8:49
    não pode ser representado
    por números reais,
  • 8:49 - 8:51
    não há razão para acreditar
  • 8:51 - 8:55
    que, na escolha,
    só há três possibilidades,
  • 8:55 - 8:58
    que uma alternativa
    é melhor, pior ou igual
  • 8:58 - 9:00
    à outra.
  • 9:00 - 9:04
    Precisamos introduzir
    uma quarta relação, nova,
  • 9:04 - 9:08
    além de ser melhor, pior ou igual,
  • 9:08 - 9:12
    que descreve o que acontece
    nas escolhas difíceis.
  • 9:12 - 9:14
    Gosto de dizer que as alternativas estão
  • 9:14 - 9:15
    "em pé de igualdade".
  • 9:15 - 9:17
    Quando alternativas
    estão em pé de igualdade,
  • 9:17 - 9:20
    pode ser muito importante
    qual você escolhe,
  • 9:20 - 9:23
    mas uma alternativa
    não é melhor do que a outra.
  • 9:23 - 9:25
    Em vez disso, as alternativas estão
  • 9:25 - 9:28
    na mesma vizinhança de valores,
  • 9:28 - 9:30
    na mesma liga de valores,
  • 9:30 - 9:32
    enquanto ao mesmo tempo
    são muito diferentes
  • 9:32 - 9:34
    em tipo de valor.
  • 9:34 - 9:37
    É por isso que a escolha é difícil.
  • 9:37 - 9:40
    Entender escolhas difíceis desse jeito
  • 9:40 - 9:44
    revela algo sobre nós mesmos
    que não sabíamos.
  • 9:44 - 9:46
    Cada um de nós tem o poder
  • 9:46 - 9:49
    de criar razões.
  • 9:50 - 9:53
    Imaginem um mundo onde
    cada escolha que você enfrenta
  • 9:53 - 9:55
    é uma escolha fácil,
  • 9:55 - 9:57
    ou seja, sempre há uma alternativa melhor.
  • 9:57 - 9:59
    Se há uma alternativa melhor,
  • 9:59 - 10:01
    então é essa que você deve escolher,
  • 10:01 - 10:02
    porque parte de ser racional
  • 10:02 - 10:05
    é fazer a melhor coisa ao invés da pior.
  • 10:05 - 10:08
    Escolher o que tem
    mais razões para ser escolhido.
  • 10:08 - 10:10
    Num mundo assim,
  • 10:10 - 10:12
    nós teríamos razões principalmente
  • 10:12 - 10:15
    para usar meias pretas
    em vez de meias rosa,
  • 10:15 - 10:17
    para comer cereal em vez de rosquinhas,
  • 10:17 - 10:19
    para viver na cidade em vez de no campo,
  • 10:19 - 10:21
    para casar-se com Betty em vez de Lolita.
  • 10:21 - 10:24
    Um mundo cheio só de escolhas fáceis
  • 10:24 - 10:27
    nos tornaria escravos das razões.
  • 10:28 - 10:30
    Quando pensamos nisso,
  • 10:30 - 10:33
    é loucura acreditar
  • 10:33 - 10:36
    que as razões apresentadas a nós
  • 10:36 - 10:41
    ditaram que tínhamos
    mais razões para seguir
  • 10:41 - 10:44
    exatamente os hobbies que temos,
  • 10:44 - 10:46
    viver na casa em que vivemos,
  • 10:46 - 10:49
    ter o emprego que temos.
  • 10:49 - 10:52
    Em vez disso, tivemos alternativas
  • 10:52 - 10:55
    que estavam em pé de igualdade,
    escolhas difíceis,
  • 10:55 - 10:58
    e criamos razões para nós mesmos
  • 10:58 - 11:03
    para escolher aquele hobby,
    aquela casa e aquele emprego.
  • 11:03 - 11:05
    Quando as alternativas estão
    em pé de igualdade,
  • 11:05 - 11:07
    as razões apresentadas a nós,
  • 11:07 - 11:10
    aquelas que determinam
    se estamos cometendo um erro,
  • 11:10 - 11:13
    ficam em silêncio sobre o que fazer.
  • 11:13 - 11:16
    É aqui, no espaço das escolhas difíceis,
  • 11:16 - 11:18
    que conseguimos exercitar
  • 11:18 - 11:21
    nosso poder normativo,
  • 11:21 - 11:24
    o poder de criar razões para nós mesmos,
  • 11:24 - 11:25
    de nos tornarmos
  • 11:25 - 11:28
    o tipo de pessoa
  • 11:28 - 11:30
    para quem viver no campo
  • 11:30 - 11:33
    é preferível à uma vida urbana.
  • 11:33 - 11:35
    Quando escolhemos entre
  • 11:35 - 11:37
    opções que estão em pé de igualdade,
  • 11:37 - 11:40
    podemos fazer algo realmente notável.
  • 11:40 - 11:44
    Podemos colocar-nos atrás de uma opção.
  • 11:44 - 11:47
    É aqui que eu fico.
  • 11:47 - 11:50
    É assim que eu sou. Fui feito para bancos.
  • 11:50 - 11:53
    Fui feito para rosquinhas de chocolate.
  • 11:54 - 11:56
    Essa resposta em escolhas difíceis
  • 11:56 - 11:58
    é uma resposta racional,
  • 11:58 - 12:01
    mas não é ditada por razões
    apresentadas a nós.
  • 12:01 - 12:06
    Em vez disso, é apoiada
    por razões criadas por nós.
  • 12:08 - 12:10
    Quando criamos razões para nós mesmos
  • 12:10 - 12:13
    para nos tornarmos esse tipo
    de pessoa em vez daquele outro,
  • 12:13 - 12:17
    nós nos tornamos a pessoa
    que somos com todo o coração.
  • 12:17 - 12:20
    Pode-se dizer que nos tornamos os autores
  • 12:20 - 12:22
    de nossas próprias vidas.
  • 12:23 - 12:25
    E quando nos deparamos
    com escolhas difíceis,
  • 12:25 - 12:27
    não deveríamos bater a cabeça na parede,
  • 12:27 - 12:30
    tentando entender
    qual alternativa é melhor.
  • 12:30 - 12:32
    Não há uma alternativa melhor.
  • 12:32 - 12:35
    Em vez de procurar por razões lá fora,
  • 12:35 - 12:37
    deveríamos buscar razões aqui dentro:
  • 12:37 - 12:40
    Quem eu devo ser?
  • 12:40 - 12:43
    Você pode decidir ser um banqueiro
  • 12:43 - 12:47
    que usa meias cor-de-rosa,
    adora cereal e mora no campo,
  • 12:47 - 12:51
    e eu posso decidir ser uma artista urbana
  • 12:51 - 12:54
    que usa meias pretas e adora rosquinhas.
  • 12:54 - 12:57
    O que fazemos em escolhas difíceis
  • 12:57 - 13:00
    só depende de cada um de nós.
  • 13:01 - 13:05
    As pessoas que não exercitam seu poder
    normativo em escolhas difíceis
  • 13:05 - 13:07
    ficam à deriva.
  • 13:07 - 13:09
    Todos nós conhecemos alguém assim.
  • 13:09 - 13:11
    Eu fiquei insegura e tornei-me advogada.
  • 13:11 - 13:13
    Não exerci a advocacia.
  • 13:13 - 13:16
    Não fui feita para a advocacia.
  • 13:16 - 13:19
    Pessoas à deriva permitem que o mundo
  • 13:19 - 13:21
    escreva a história de suas vidas.
  • 13:21 - 13:25
    Elas deixam mecanismos
    de recompensa e punição --
  • 13:25 - 13:29
    tapinhas na cabeça, medo,
    a facilidade de uma opção --
  • 13:29 - 13:32
    determinarem o que elas fazem.
  • 13:32 - 13:34
    Então a lição das escolhas difíceis:
  • 13:34 - 13:39
    reflita em que você pode atuar,
  • 13:39 - 13:41
    naquilo para que você foi feito,
  • 13:41 - 13:44
    e através das escolhas difíceis,
  • 13:44 - 13:46
    torne-se essa pessoa.
  • 13:47 - 13:50
    Longe de ser fonte de agonia e pavor,
  • 13:50 - 13:53
    escolhas difíceis
    são oportunidades preciosas
  • 13:53 - 13:55
    para que celebremos o que é especial
  • 13:55 - 13:57
    na condição humana,
  • 13:57 - 14:00
    de que a razão que governa nossas escolhas
  • 14:00 - 14:02
    como corretas ou incorretas
  • 14:02 - 14:03
    às vezes se acaba,
  • 14:03 - 14:07
    e é aqui, no espaço das escolhas difíceis,
  • 14:07 - 14:08
    que temos o poder
  • 14:08 - 14:11
    de criar razões para nós mesmos
  • 14:11 - 14:14
    para nos tornarmos as pessoas
    diferentes que somos.
  • 14:14 - 14:17
    E é por isso que escolhas difíceis
    não são uma maldição,
  • 14:17 - 14:19
    mas sim uma dádiva.
  • 14:19 - 14:20
    Obrigada.
  • 14:20 - 14:24
    (Aplausos)
Title:
Como fazer escolhas difíceis
Speaker:
Ruth Chang
Description:

Eis uma palestra que pode literalmente mudar sua vida. Que carreira eu deveria seguir? Será que deveria terminar... Ou me casar?! Onde eu deveria morar? Grandes decisões como essas podem ser agonizantemente difíceis. Mas é porque nós pensamos nelas de maneira errada, diz a filósofa Ruth Chang. Ela oferece uma nova estrutura poderosa para dar forma a quem realmente somos.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
14:41

Portuguese, Brazilian subtitles

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