Return to Video

Uma taxonomia de haters altamente científica

  • 0:04 - 0:06
    Eu sou uma muçulmana
    americana-iraniana.
  • 0:06 - 0:08
    tal como todas vocês.
  • 0:08 - 0:10
    E sou também comediante de justiça social,
  • 0:10 - 0:12
    que, costumo insistir,
    é um trabalho a sério.
  • 0:12 - 0:15
    Para explicar o que isso é,
    vou contar como aqui cheguei.
  • 0:15 - 0:16
    Já actuei por todo o país.
  • 0:16 - 0:19
    E deixem-me que vos diga,
    a América é majestosa, não é?
  • 0:19 - 0:21
    Tem paisagens naturais de tirar o fôlego,
  • 0:21 - 0:24
    casas de "waffles"
    e diabetes a perder de vista.
  • 0:24 - 0:26
    É realmente algo a considerar.
  • 0:26 - 0:29
    A população norte-americana
    pode ser dividida
  • 0:29 - 0:30
    em três categorias principais:
  • 0:30 - 0:31
    Muitas pessoas maravilhosas,
  • 0:31 - 0:33
    os "haters", ou seja,
    as que odeiam tudo,
  • 0:33 - 0:34
    e a Flórida.
  • 0:34 - 0:35
    (Risos)
  • 0:35 - 0:39
    Tirando a Flórida, a categoria
    mais problemática é a dos "haters".
  • 0:39 - 0:41
    Eles são uma minoria,
  • 0:41 - 0:44
    mas eles compensam isso
    sendo bem mais barulhentos.
  • 0:44 - 0:46
    Têm o complexo demográfico
    de Napoleão,
  • 0:46 - 0:48
    e sim, alguns dos homens
    usam saltos altos.
  • 0:48 - 0:50
    Como uma comediante de justiça social,
  • 0:50 - 0:52
    o meu objectivo é converter estes "haters"
  • 0:52 - 0:55
    porque eles detestam muitas coisas
    que levam a resultados negativos,
  • 0:55 - 0:59
    como o racismo, a violência
    e o Ted Nugent.
  • 0:59 - 1:03
    Esta não é uma lista exaustiva,
    provavelmente faltam-me 3 a 7 itens.
  • 1:03 - 1:04
    Mas a questão é,
  • 1:04 - 1:06
    nós temos de ter os "haters" em conta.
  • 1:06 - 1:08
    Mas há variedade neste grupo
  • 1:08 - 1:11
    e não é eficaz persegui-los a todos.
  • 1:11 - 1:14
    Então, criei uma Taxonomia de "Haters"
    altamente cientifica.
  • 1:14 - 1:16
    Basicamente, peguei em todos os "haters",
  • 1:16 - 1:19
    coloquei-os numa placa de Petri,
    como uma cientista,
  • 1:19 - 1:21
    e foi isto que encontrei.
  • 1:21 - 1:22
    (Risos)
  • 1:22 - 1:25
    Primeiro, temos os "trolls".
  • 1:25 - 1:27
    Estes são os vossos "haters" digitais,
    variedade jardim.
  • 1:27 - 1:29
    São pessoas que se despediram do emprego
  • 1:29 - 1:31
    para poderem publicar vídeos
    no YouTube, o dia inteiro.
  • 1:31 - 1:34
    Também há os "haters" de carro.
  • 1:34 - 1:37
    Estas pessoas irão estar
    paradas num semáforo,
  • 1:37 - 1:38
    à espera que ele fique verde.
  • 1:38 - 1:41
    Quando fica, eles gritam:
    "Voltem para o vosso país!"
  • 1:41 - 1:44
    Antigamente, eles iriam sair dos carros
  • 1:44 - 1:46
    e insultavam-nos na nossa cara.
  • 1:46 - 1:48
    Mas já não o fazem,
    como noutros tempos,
  • 1:48 - 1:51
    o que é um outro sinal
    do declínio dos EUA.
  • 1:51 - 1:52
    (Risos)
  • 1:52 - 1:55
    A categoria seguinte
    são os "haters" fanáticos
  • 1:55 - 1:58
    para quem a afiliação
    lhes dá cobertura para odiar.
  • 1:58 - 2:01
    Estes tipos gostam de detestar através
    de uma organização aparentemente boa,
  • 2:01 - 2:04
    como uma igreja ou uma associação
  • 2:04 - 2:07
    e costumam gostar de falar
    numa voz do antigamente.
  • 2:07 - 2:11
    Mas o grupo que mais me interessa
    é o "hater" indeciso.
  • 2:11 - 2:14
    O "hater" indeciso é irmão
    do eleitor indeciso
  • 2:14 - 2:16
    — simplesmente não se decidem!
  • 2:16 - 2:18
    São como vadias ideológicas
  • 2:18 - 2:20
    que se movem entre odiar e não odiar.
  • 2:20 - 2:23
    Fazem-no por não terem
    informação suficiente.
  • 2:23 - 2:26
    Este é o grupo que gosto de visar
    na comédia de justiça social.
  • 2:26 - 2:27
    Porquê a comédia?
  • 2:27 - 2:30
    Porque numa escala
    da brochura à comédia,
  • 2:30 - 2:34
    o americano comum prefere a comédia,
    como podem verificar neste gráfico.
  • 2:34 - 2:35
    (Risos)
  • 2:35 - 2:36
    A comédia é muito popular.
  • 2:36 - 2:39
    E já agora, este gráfico
    é matematicamente preciso,
  • 2:39 - 2:41
    gerado a partir de números inventados.
  • 2:41 - 2:42
    (Risos)
  • 2:42 - 2:44
    Agora, a questão é:
  • 2:44 - 2:46
    Porque é que a comédia
    de justiça social funciona?
  • 2:46 - 2:49
    Primeiro, porque faz-nos rir.
  • 2:49 - 2:52
    E quando rimos, entramos
    num estado de abertura.
  • 2:52 - 2:54
    E nesse momento de abertura,
  • 2:54 - 2:58
    um bom comediante de justiça social
    consegue inserir uma data de informação
  • 2:58 - 2:59
    e, se for realmente dotado,
  • 2:59 - 3:01
    um exame rectal.
  • 3:01 - 3:03
    (Risos)
  • 3:03 - 3:06
    Aqui vão algumas regras básicas
    da comédia de justiça social:
  • 3:06 - 3:08
    Primeiro, não é partidária.
  • 3:08 - 3:11
    Isto não é comédia política,
    é sobre a justiça.
  • 3:11 - 3:12
    e ninguém é contra a justiça.
  • 3:12 - 3:14
    Segundo, é convidativa e acolhedora,
  • 3:14 - 3:17
    faz-nos sentir que estamos sentados
    dentro de um "burrito".
  • 3:17 - 3:20
    Terceiro, é engraçada mas matreira.
  • 3:20 - 3:22
    Podemos estar a ouvir
    um tratado muito interessante
  • 3:22 - 3:24
    sobre a desigualdade de rendimentos,
  • 3:24 - 3:27
    que vem encaixada numa piada
    muito sofisticada, sobre cocó.
  • 3:27 - 3:28
    (Risos)
  • 3:28 - 3:31
    É assim que eu vejo a comédia
    de justiça social a funcionar.
  • 3:31 - 3:35
    Há uns anos, eu reuni um grupo
    de comediantes muçulmanos americanos
  • 3:35 - 3:37
    — de uma forma não-violenta.
  • 3:37 - 3:37
    (Risos)
  • 3:37 - 3:39
    Fomos pelo país
  • 3:39 - 3:42
    a sítios como o Alabama, Arizona,
    Tennessee, Georgia
  • 3:42 - 3:45
    — sítios onde eles adoram os monhés —
  • 3:45 - 3:47
    e fizemos espectáculos de "stand-up".
  • 3:47 - 3:49
    Chamámos à digressão
    "Os Muçulmanos Vêm Aí!"
  • 3:49 - 3:51
    (Risos)
  • 3:51 - 3:53
    Transformámos isto num filme
  • 3:53 - 3:55
    e, depois de o filme estrear,
  • 3:55 - 3:59
    um conhecido grupo de "haters"
    gastou 300 mil dólares
  • 3:59 - 4:01
    numa campanha de cartazes anti-muçulmana
  • 4:01 - 4:04
    com o MTA — é o metropolitano
    de Nova Iorque.
  • 4:04 - 4:06
    Os cartazes eram realmente ofensivos,
  • 4:06 - 4:07
    para não dizer mal concebidos.
  • 4:07 - 4:11
    Quer dizer, já que é para ser fanático,
    podiam usar uma letra melhor.
  • 4:11 - 4:12
    (Risos)
  • 4:12 - 4:16
    Mas decidimos lançar
    a nossa campanha de cartazes
  • 4:16 - 4:18
    que dissesse coisas boas
    sobre os muçulmanos,
  • 4:18 - 4:19
    enquanto promovíamos o filme.
  • 4:19 - 4:22
    Então eu e Dean Obeidallah,
    um colega comediante,
  • 4:22 - 4:25
    decidimos lançar a campanha
    combater-fanatismo-com-belos-cartazes.
  • 4:25 - 4:29
    Arrecadámos fundos, trabalhámos
    com o MTA durante mais de 5 meses,
  • 4:29 - 4:30
    os cartazes foram aprovados,
  • 4:30 - 4:33
    E dois dias depois de eles
    deverem estar colocados,
  • 4:33 - 4:36
    o MTA decidiu proibir os cartazes,
  • 4:36 - 4:38
    alegando conteúdo político.
  • 4:38 - 4:40
    Vamos dar uma olhadela
    nalguns destes cartazes.
  • 4:40 - 4:41
    Aqui está um.
  • 4:41 - 4:43
    Factos sobre muçulmanos:
  • 4:43 - 4:45
    Os muçulmanos inventaram
    o conceito de hospital.
  • 4:45 - 4:46
    Certo.
  • 4:46 - 4:50
    Facto: Os muçulmanos adultos
    fazem mais flexões do que os bebés.
  • 4:50 - 4:52
    (Risos)
  • 4:52 - 4:54
    Facto: Os muçulmanos
    inventaram o Justin Timberlake.
  • 4:55 - 4:56
    (Risos)
  • 4:56 - 4:57
    Vamos olhar para um outro.
  • 4:57 - 4:59
    A verdade cruel sobre muçulmanos:
  • 4:59 - 5:02
    Eles têm fantásticas
    receitas de "frittata".
  • 5:02 - 5:06
    Bem, claramente, as "frittatas"
    são consideradas políticas pelo MTA.
  • 5:06 - 5:10
    Ou isso ou a mera menção
    de muçulmanos numa visão positiva
  • 5:10 - 5:12
    foi considerada política — mas não é.
  • 5:12 - 5:14
    É sobre justiça.
  • 5:14 - 5:15
    Então nós decidimos mudar a campanha
  • 5:15 - 5:17
    de combater-fanatismo-com-belos-cartazes
  • 5:17 - 5:20
    para combater-fanatismo
    -com-um-belo-processo-judicial.
  • 5:20 - 5:22
    (Risos)
  • 5:23 - 5:25
    Estou a dizer que uns comediantes da treta
  • 5:25 - 5:27
    contrataram uma importante
    empresa de Nova Iorque
  • 5:27 - 5:29
    e os comediantes ganharam.
  • 5:29 - 5:32
    (Aplausos)
  • 5:32 - 5:33
    Obrigada.
  • 5:33 - 5:35
    A vitória foi um sentimento estranho.
  • 5:35 - 5:37
    Eu fiquei tipo: "É isto que as loiras
    sentem a toda a hora?
  • 5:37 - 5:39
    "Porque isto é fantástico!"
  • 5:39 - 5:41
    (Risos)
  • 5:42 - 5:44
    Aqui vai outro exemplo.
  • 5:44 - 5:46
    Estão sempre a perguntar-me:
  • 5:46 - 5:48
    "Porque é que os muçulmanos
    não denunciam o terrorismo?"
  • 5:48 - 5:50
    Nós denunciamos.
    Mas vou morder o isco.
  • 5:50 - 5:52
    Então decidi lançar o
    thedailydenouncer.com
  • 5:52 - 5:55
    É um "site" que denuncia o terrorismo
    todos os dias da semana,
  • 5:55 - 5:57
    tirando os fins-de-semana.
  • 5:57 - 5:59
    Vamos olhar para um exemplo.
  • 5:59 - 6:02
    Eles normalmente aparecem
    como cartunes de uma só imagem.
  • 6:02 - 6:04
    "Eu denuncio o terrorismo!
  • 6:04 - 6:06
    Também denuncio as pessoas
    que nunca enchem a gaveta do papel!"
  • 6:06 - 6:09
    A ideia do "site" é denunciar o terrorismo
  • 6:09 - 6:11
    enquanto reconhece que isso é ridículo,
  • 6:11 - 6:14
    que tenhamos de denunciar
    constantemente o terrorismo.
  • 6:14 - 6:17
    Mas se o fanatismo não for a vossa cena,
  • 6:17 - 6:19
    a comédia de justiça social é útil
    para todo o tipo de questões.
  • 6:19 - 6:22
    Por exemplo, eu e o meu colega
    comediante Lee Camp.
  • 6:22 - 6:26
    fomos às Ilhas Caimão
    investigar a banca "offshore".
  • 6:26 - 6:31
    Os EUA perdem cerca
    de 300 mil milhões de dólares por ano
  • 6:31 - 6:33
    nestes paraísos fiscais.
  • 6:33 - 6:34
    Sem querer gabar-me,
  • 6:34 - 6:35
    mas no final de cada mês,
  • 6:35 - 6:38
    eu tenho cerca de 5 a 15 dólares
    de rendimento disponível.
  • 6:38 - 6:41
    Então fomos a esses bancos
    nas Ilhas Caimão
  • 6:41 - 6:43
    e perguntámos se podíamos
    abrir uma conta bancária
  • 6:43 - 6:45
    com 8 dólares e 27 cêntimos.
  • 6:45 - 6:46
    (Risos)
  • 6:47 - 6:50
    Os gerentes do banco aturavam-nos
    durante 30 a 45 segundos
  • 6:50 - 6:52
    até chamarem o segurança.
  • 6:52 - 6:55
    O segurança aparecia,
    brandindo as suas armas,
  • 6:55 - 6:58
    e nós guinchávamos de medo e fugíamos,
  • 6:58 - 7:01
    porque — e esta é a última regra
    da comédia de justiça social —
  • 7:01 - 7:03
    às vezes faz-nos querer
    sujar as calças.
  • 7:03 - 7:06
    A maioria do meu trabalho
    destina-se a ser divertido.
  • 7:06 - 7:09
    É suposto gerar uma ligação e o riso.
  • 7:09 - 7:12
    Mas sim, às vezes sou
    enxotada pelos seguranças.
  • 7:13 - 7:16
    Às vezes recebo "tweets" maldosos,
    e correio de ódio.
  • 7:16 - 7:20
    Às vezes recebo mensagens de voz a dizer
    que, se continuar com as minhas piadas,
  • 7:20 - 7:23
    vão matar-me e à minha família.
  • 7:24 - 7:27
    Estas ameaças de morte
    definitivamente não têm piada.
  • 7:27 - 7:30
    Mas, apesar do perigo ocasional,
  • 7:30 - 7:33
    eu ainda acho que a comédia de justiça
    social é uma das nossas melhores armas.
  • 7:33 - 7:37
    Quer dizer, nós tentámos várias
    abordagens à justiça social,
  • 7:37 - 7:40
    como a guerra e a dança
    competitiva no gelo.
  • 7:40 - 7:43
    Mesmo assim, ainda há
    uma data de coisas terríveis.
  • 7:43 - 7:47
    Então eu acho que está na hora
    de contar uma boa piada de cocó.
  • 7:47 - 7:48
    Obrigada.
  • 7:48 - 7:51
    (Aplausos)
Title:
Uma taxonomia de haters altamente científica
Speaker:
Negin Farsad
Description:

A TED Fellow Negin Farsad tece comédia e comentário social para anular com esperteza os estereótipos da sua cultura. Nesta palestra/"stand-up" híbrida e tumultuosa, Farsad fala do seu documentário, "Os Muçulmanos Vêm Aí!", narra a sua luta com a MTA em Nova Iorque e oferece uma desagregação detalhada dos diferentes tipos de "haters" que foi encontrando. "A comédia é uma das nossas melhores armas", afirma. "Nós tentámos uma data de abordagens à justiça social, como a guerra e a dança competitiva no gelo — mas ainda há uma data de coisas horríveis e acho que está na hora de tentarmos contra uma boa piada de cocó."

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
08:05
  • Obrigado pelo feedback positivo :)

    Em relação ao número de caracteres é difícil pois a oradora fala muito, e fá-lo muito depressa.
    Devo separar as legendas quando isso acontece, ou tentar dar a volta ao texto?

Portuguese subtitles

Revisions Compare revisions