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Tudo que você ouve em filmes é mentira | Tasos Frantzolas | TEDxAthens

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    Eu quero pular a introdução.
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    Quero começar com um experimento.
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    Vou passar três videos de um dia chuvoso,
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    mas eu substituí o áudio de um deles
  • 0:27 - 0:30
    e em vez do som de chuva,
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    eu coloquei o som de bacon fritando.
  • 0:34 - 0:38
    Quero que vocês pensem
    qual é o vídeo que tem bacon.
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    (Chuva)
  • 0:42 - 0:45
    (Chuva)
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    (Chuva)
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    Então.
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    Na verdade eu menti.
  • 0:57 - 0:58
    Todos eles são bacon.
  • 0:58 - 1:02
    (Bacon fritando)
  • 1:04 - 1:07
    (Aplausos)
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    Não quero fazer vocês ficarem com fome
  • 1:11 - 1:13
    toda vez que virem uma cena chuvosa,
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    mas quero mostrar que nosso cérebro
    é condicionado a aceitar essas mentiras.
  • 1:19 - 1:22
    Nós não estamos procurando por exatidão.
  • 1:22 - 1:25
    Sobre enganação,
  • 1:25 - 1:29
    eu queria citar
    um dos meus autores favoritos.
  • 1:29 - 1:32
    Em "O Declínio da Mentira",
  • 1:32 - 1:36
    Oscar Wilde estabelece a idéia
  • 1:36 - 1:42
    de que toda arte ruim vem
    de copiar a natureza e ser realista;
  • 1:42 - 1:48
    e de que toda obra de arte
    vem de mentir e enganar,
  • 1:48 - 1:51
    e de contar belas mentiras.
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    [Mentiroso] Então eu quero deixar claro:
  • 1:54 - 1:57
    quando você assiste um filme
  • 1:57 - 1:58
    e um telefone toca,
  • 1:58 - 2:01
    ele não está tocando de verdade.
  • 2:01 - 2:05
    Foi adicionado depois,
    na pós-produção no estúdio.
  • 2:05 - 2:08
    Todos os sons que você escuta são falsos.
  • 2:08 - 2:10
    Tudo, com exceção do diálogo,
  • 2:10 - 2:11
    é falso.
  • 2:11 - 2:14
    Não é a única coisa falsa
    em Hollywood, por falar nisso.
  • 2:14 - 2:16
    (Risos)
  • 2:17 - 2:20
    Quando você assiste um filme
    e vê um pássaro bater as asas...
  • 2:20 - 2:22
    (Bater de asas)
  • 2:24 - 2:26
    Eles não gravaram o som do pássaro.
  • 2:26 - 2:31
    Soa mais realista se você gravar um lençol
  • 2:31 - 2:33
    ou luvas de cozinha balançando.
  • 2:33 - 2:36
    (Lençois ou luvas de cozinha sacudindo)
  • 2:37 - 2:40
    O queimar de um cigarro de perto...
  • 2:40 - 2:42
    (Cigarro queimando)
  • 2:43 - 2:45
    soa bem mais autêntico
  • 2:45 - 2:48
    se você pegar uma bola de filme plástico
  • 2:48 - 2:50
    e abri-la.
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    (Celofane ou filme plástico sendo aberto)
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    Socos?
  • 2:55 - 2:57
    (Soco)
  • 2:57 - 2:58
    Deixe eu passar de novo.
  • 2:58 - 2:59
    (Soco)
  • 2:59 - 3:02
    Isso é frequentemente feito
    enfiando uma faca em legumes,
  • 3:02 - 3:04
    geralmente repolho.
  • 3:04 - 3:07
    (Som de faca em um repolho)
  • 3:07 - 3:10
    O próximo... Não vou passar o vídeo,
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    mas é o som de ossos se quebrando.
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    (Ossos se quebrando)
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    Bem, ninguém se feriu de verdade.
  • 3:17 - 3:18
    Na verdade é...
  • 3:19 - 3:22
    salsão ou alface congelada se quebrando.
  • 3:22 - 3:26
    (Alface congelada ou salsão se quebrando)
    [No Brooklyn eles usam couve]
  • 3:26 - 3:30
    (Risos)
  • 3:30 - 3:33
    Obrigado aos meus três
    amigos que estão rindo.
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    Fazer os sons certos não é sempre
    tão fácil quanto ir ao supermercado
  • 3:41 - 3:44
    e passar na seção de legumes.
  • 3:44 - 3:46
    Muitas vezes é bem mais
    complicado do que isso.
  • 3:46 - 3:49
    Vamos reproduzir juntos
  • 3:49 - 3:51
    a criação de um efeito de som.
  • 3:51 - 3:55
    Uma das minhas histórias favoritas
    vem de Frank Serafine.
  • 3:55 - 3:57
    Ele contribui para nosso acervo,
  • 3:57 - 4:00
    e foi o sonoplasta de "Tron",
    "Star Trek", entre outros.
  • 4:01 - 4:07
    Ele foi parte da equipe da Paramount
    que ganhou o Oscar de melhor edição de som
  • 4:07 - 4:09
    com "A Caçada ao Outubro Vermelho".
  • 4:09 - 4:12
    Nesse clássico da guerra fria dos anos 90,
  • 4:12 - 4:17
    pediram a eles que produzissem
    o som da hélice de um submarino.
  • 4:17 - 4:18
    Eles tinham um pequeno problema:
  • 4:18 - 4:22
    eles não podiam encontrar
    um submarino em West Hollywood.
  • 4:22 - 4:25
    Então o que eles fizeram foi,
  • 4:25 - 4:29
    eles foram para a piscina de um amigo
  • 4:29 - 4:32
    e Frank deu um mergulho.
  • 4:32 - 4:35
    Colocaram um microfone embaixo d'água
  • 4:35 - 4:38
    e um microfone fora da piscina.
  • 4:38 - 4:40
    Nós recriamos o som.
  • 4:40 - 4:43
    Então esse é o som
    do microfone debaixo d'água.
  • 4:43 - 4:45
    (Mergulho na água)
  • 4:45 - 4:47
    Com o microfone do lado de fora,
  • 4:47 - 4:49
    o som ficou assim:
  • 4:49 - 4:51
    (Mergulho na água)
  • 4:51 - 4:56
    Então eles pegaram o som
    e diminuíram uma oitava,
  • 4:56 - 4:58
    como diminuir a velocidade de um disco.
  • 4:58 - 5:01
    (Som da água em uma oitava menor)
  • 5:02 - 5:04
    E então removeram bastante
    das altas frequências.
  • 5:04 - 5:07
    (Água batendo)
  • 5:07 - 5:09
    E diminuíram mais uma oitava.
  • 5:10 - 5:12
    (Som da água em uma oitava menor)
  • 5:12 - 5:15
    E então colocaram um pouco do som
  • 5:15 - 5:17
    do microfone fora da piscina.
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    (Som da água)
  • 5:20 - 5:24
    E repetindo o som, o resultado foi este:
  • 5:24 - 5:27
    (Hélice girando)
  • 5:30 - 5:36
    A criatividade e a tecnologia
    unidas para criar a ilusão
  • 5:36 - 5:40
    de que estamos dentro do submarino.
  • 5:40 - 5:43
    Mas uma vez que você criou seus sons,
  • 5:43 - 5:46
    e os sincronizou à imagem,
  • 5:46 - 5:50
    você quer que esses sons
    vivam no mundo da história.
  • 5:50 - 5:55
    E um dos melhores jeitos de fazer
    isso é adicionar reverberação.
  • 5:55 - 5:58
    Essa é uma das primeiras ferramentas
    de áudio sobre a qual quero falar.
  • 5:58 - 6:03
    Reverberação, ou repercussão,
    é a persistência do som
  • 6:03 - 6:05
    depois que o som original acabou.
  • 6:05 - 6:08
    É como...
  • 6:08 - 6:11
    todas as reflexões de materiais,
  • 6:11 - 6:14
    objetos e paredes ao redor do som.
  • 6:14 - 6:16
    Por exemplo, o barulho de uma arma.
  • 6:16 - 6:19
    O som original dura menos
    de um segundo e meio.
  • 6:20 - 6:21
    (Som de tiro)
  • 6:23 - 6:24
    Adicionando reverberação,
  • 6:24 - 6:28
    podemos fazê-lo soar como se fosse
    gravado dentro de um banheiro.
  • 6:28 - 6:30
    (Tiro reverbera em um banheiro)
  • 6:30 - 6:33
    Ou como se tivesse sido gravado
    dentro de uma capela ou igreja.
  • 6:33 - 6:36
    (Tiro reverbera em uma igreja)
  • 6:36 - 6:38
    Ou em um cânion.
  • 6:38 - 6:40
    (Tiro reverbera em um cânion)
  • 6:41 - 6:44
    A reverberação nos dá muita informação
  • 6:44 - 6:49
    sobre o espaço entre o ouvinte
    e a fonte do som.
  • 6:49 - 6:51
    Se o som é o gosto,
  • 6:51 - 6:56
    a reverberação é como o cheiro do som.
  • 6:56 - 6:58
    Mas a reverberação pode fazer muito mais.
  • 6:58 - 7:02
    Ouvir um som com menos reverberação
  • 7:02 - 7:04
    do que a ação na tela
  • 7:04 - 7:07
    vai imediatamente significar para nós
  • 7:07 - 7:10
    que estamos ouvindo um comentarista,
  • 7:10 - 7:15
    um narrador objetivo
    que não participa da ação na tela.
  • 7:16 - 7:20
    Momentos emocionalmente íntimos do cinema
  • 7:20 - 7:22
    são frequentemente
    ouvidos sem reverberação,
  • 7:22 - 7:26
    porque é assim que soaria se alguém
    estivesse falando no nosso ouvido.
  • 7:27 - 7:29
    Por outro lado,
  • 7:29 - 7:31
    adicionar muita reverberação a uma voz
  • 7:31 - 7:35
    vai nos fazer pensar
    que estamos ouvindo um flashback,
  • 7:35 - 7:39
    ou talvez que estamos dentro
    da mente do personagem,
  • 7:39 - 7:42
    ou que estamos ouvindo a voz de Deus.
  • 7:42 - 7:44
    Ou, até mais poderoso em filmes,
  • 7:44 - 7:46
    Morgan Freeman.
  • 7:46 - 7:47
    (Risos)
  • 7:47 - 7:48
    Então...
  • 7:48 - 7:50
    (Aplausos)
  • 7:51 - 7:55
    Mas que outras ferramentas e truques
  • 7:55 - 7:57
    são usados por sonoplastas?
  • 7:58 - 8:00
    Aqui está um deles.
  • 8:10 - 8:12
    Acho que algumas pessoas adivinharam.
  • 8:12 - 8:13
    É o silêncio.
  • 8:13 - 8:15
    Eu não esqueci esta parte da palestra,
  • 8:15 - 8:17
    eu só queria mostrar
  • 8:17 - 8:21
    que alguns momentos de silêncio
    nos fazem prestar atenção.
  • 8:22 - 8:25
    No mundo ocidental, não estamos
    acostumados ao silêncio verbal.
  • 8:25 - 8:29
    Isso é considerado estranho e rude.
  • 8:30 - 8:34
    Então o silêncio que precede
    a comunicação verbal
  • 8:34 - 8:36
    cria muita tensão.
  • 8:36 - 8:40
    Mas imagine um filme de Hollywood
  • 8:40 - 8:44
    cheio de explosões e armas automáticas.
  • 8:44 - 8:48
    O barulho deixa de ser alto
    depois de um tempo.
  • 8:48 - 8:50
    Então de uma forma yin-yang,
  • 8:50 - 8:53
    o silêncio precisa do barulho
    e o barulho precisa do silêncio
  • 8:53 - 8:55
    para que cada um deles tenha efeito.
  • 8:55 - 8:57
    Mas o que o silêncio significa?
  • 8:57 - 9:00
    Depende de como ele é usado em cada filme.
  • 9:00 - 9:03
    O silêncio pode nos colocar dentro
    da mente de um personagem
  • 9:03 - 9:05
    ou provocar reflexão.
  • 9:05 - 9:07
    Nós frequentemente associamos silêncio
  • 9:07 - 9:09
    com contemplação,
  • 9:09 - 9:11
    meditação,
  • 9:12 - 9:14
    estar perdido em pensamento.
  • 9:14 - 9:17
    Mas, além de ter um significado,
  • 9:17 - 9:19
    o silêncio se torna uma tela branca
  • 9:19 - 9:24
    na qual o espectador é convidado
    a pintar seus próprios pensamentos.
  • 9:24 - 9:28
    Mas quero deixar claro:
    não existe silêncio.
  • 9:29 - 9:33
    E eu sei que essa parece a frase mais
    pretensiosa de todas as palestras TED.
  • 9:33 - 9:35
    (Risos)
  • 9:35 - 9:40
    Mas mesmo que você entrasse
    em um quarto sem nenhuma reverberação,
  • 9:40 - 9:42
    e sem nenhum som externo,
  • 9:42 - 9:45
    você ainda ouviria o som
    do seu sangue sendo bombeado.
  • 9:45 - 9:50
    E no cinema, tradicionalmente,
    nunca existiu um momento de silêncio
  • 9:50 - 9:52
    porque o som do projetor;
  • 9:52 - 9:55
    e até mesmo nos dias atuais com Dolby,
  • 9:55 - 9:59
    na verdade não há um momento de silêncio,
    se você escutar ao seu redor.
  • 10:00 - 10:02
    Sempre há um ruído.
  • 10:02 - 10:05
    Já que não existe silêncio,
  • 10:05 - 10:09
    o que cineastas e sonoplastas usam?
  • 10:10 - 10:13
    Como sinônimo, eles usam ambientes.
  • 10:13 - 10:17
    Ambientes são sons únicos de fundo
  • 10:17 - 10:20
    específicos para cada lugar.
  • 10:20 - 10:22
    Cada lugar tem um som único,
  • 10:22 - 10:24
    e cada cômodo tem um som único,
  • 10:24 - 10:26
    que é chamado de tom de cômodo.
  • 10:26 - 10:28
    Aqui está uma gravação
    de um mercado em Marrocos.
  • 10:28 - 10:31
    (Vozes, música)
  • 10:35 - 10:37
    E aqui está uma gravação
    da Times Square em Nova York.
  • 10:38 - 10:41
    (Trânsito, buzinas, vozes)
  • 10:44 - 10:47
    É bem melhor ouvir a Times Square
  • 10:47 - 10:50
    do que sentir o cheiro da Times Square.
  • 10:50 - 10:53
    O tom do cômodo é a adição
    de todos os ruídos dentro de um cômodo:
  • 10:53 - 10:56
    a ventilação, o aquecimento, a geladeira.
  • 10:56 - 11:00
    Aqui está uma gravação
    do meu apartamento no Brooklyn.
  • 11:01 - 11:04
    (Ventilação, caldeira,
    geladeira e trânsito)
  • 11:05 - 11:10
    [Isso é uma escova de dentes elétrica
    ou meu vizinho se divertindo?]
  • 11:10 - 11:15
    Ambientes funcionam
    da forma mais primitiva.
  • 11:16 - 11:19
    Eles podem se comunicar diretamente
    com o nosso cérebro subconscientemente.
  • 11:20 - 11:25
    Os pássaros cantando na sua janela
    podem indicar normalidade,
  • 11:26 - 11:29
    talvez porque, como espécie,
  • 11:29 - 11:33
    fomos acostumados a esse som
    toda manhã por milhões de anos.
  • 11:33 - 11:36
    (Pássaros cantando)
  • 11:41 - 11:44
    Por outro lado, sons industriais
    nos foram apresentados
  • 11:44 - 11:46
    mais recentemente.
  • 11:47 - 11:49
    Mesmo que eu goste deles,
  • 11:49 - 11:53
    e eles foram usados por um de meus heróis,
    David Lynch, e seu sonoplasta, Alan Splet,
  • 11:53 - 11:56
    sons industriais têm conotações negativas.
  • 11:56 - 11:59
    (Som de máquinas)
  • 12:03 - 12:08
    Efeitos de som podem tocar
    nossa memória emocional.
  • 12:08 - 12:10
    Ocasionalmente, eles podem
    ser tão significativos
  • 12:10 - 12:13
    que se tornam um personagem de um filme.
  • 12:13 - 12:17
    A sua manutenção também é muito
    mais fácil do que a de alguns atores.
  • 12:18 - 12:20
    Por exemplo,
  • 12:21 - 12:25
    o som de trovão pode indicar
    intervenção divina ou raiva.
  • 12:26 - 12:29
    (Trovão)
  • 12:32 - 12:36
    Sinos de igreja podem nos lembrar
    da passagem do tempo,
  • 12:36 - 12:38
    ou talvez da nossa própria mortalidade.
  • 12:38 - 12:41
    (Sinos)
  • 12:46 - 12:51
    E o quebrar de vidro pode indicar
    o fim de um relacionamento
  • 12:51 - 12:52
    ou de uma amizade.
  • 12:53 - 12:55
    (Vidro se quebrando)
  • 12:55 - 12:59
    Os cientistas acreditam
    que sons dissonantes,
  • 12:59 - 13:04
    por exemplo, instrumentos
    de sopro tocados muito alto,
  • 13:05 - 13:09
    podem nos lembrar de uivos
    animais na natureza
  • 13:09 - 13:13
    e criar a sensação de irritação ou medo.
  • 13:13 - 13:17
    (Instrumentos de sopro)
  • 13:19 - 13:23
    Falamos sobre sons que aparecem na tela,
  • 13:23 - 13:27
    mas às vezes a fonte
    do som não pode ser vista.
  • 13:27 - 13:30
    É o que chamamos de sons escondidos,
  • 13:30 - 13:31
    ou "acusmáticos".
  • 13:32 - 13:36
    O termo "acusmático" surgiu
    com Pitágoras na Grécia antiga,
  • 13:36 - 13:40
    que costumava ensinar por detrás
    de um véu ou cortina por anos,
  • 13:40 - 13:43
    sem se revelar aos seus discípulos.
  • 13:43 - 13:47
    Acho que o matemático e filósofo pensava
  • 13:47 - 13:49
    que, daquela forma,
  • 13:49 - 13:53
    seus estudantes focariam mais em sua voz,
  • 13:53 - 13:55
    em suas palavras e em seu significado,
  • 13:55 - 13:58
    em vez da visão dele falando.
  • 13:58 - 14:01
    Como o mágico de Oz
  • 14:01 - 14:03
    ou como o Grande Irmão em "1984",
  • 14:03 - 14:07
    separar a voz de sua fonte,
  • 14:07 - 14:09
    separar causa e efeito,
  • 14:09 - 14:13
    cria a sensação
    de onipresença ou panoptismo,
  • 14:13 - 14:15
    e por sua vez, autoridade.
  • 14:16 - 14:19
    Há uma tradição de som acusmático.
  • 14:20 - 14:26
    Freiras em monastérios em Roma ou Veneza
    costumavam cantar em cômodos
  • 14:26 - 14:29
    em sacadas perto do teto,
  • 14:29 - 14:34
    criando a ilusão de que estamos
    ouvindo anjos no céu.
  • 14:34 - 14:38
    Richard Wagner notavelmente
    criou a orquestra escondida
  • 14:38 - 14:42
    que era colocada em uma fenda
    entre o palco e a plateia.
  • 14:42 - 14:47
    Um dos meus heróis, Aphex Twin,
    se escondia em cantos escuros de boates.
  • 14:47 - 14:51
    Eu acho que o que todos esses mestres
    sabiam é que escondendo a fonte,
  • 14:51 - 14:53
    você cria a sensação de mistério.
  • 14:53 - 14:55
    Isso foi visto no cinema várias vezes,
  • 14:55 - 14:58
    com Hitchcock, e Ridley Scott em "Alien".
  • 14:58 - 15:00
    Ouvir um som sem saber de onde vem
  • 15:00 - 15:04
    cria uma tensão.
  • 15:06 - 15:11
    Também pode minimizar algumas
    restrições visuais que os diretores têm
  • 15:11 - 15:15
    e pode mostrar algo que não
    estava lá durante a filmagem.
  • 15:15 - 15:17
    Se tudo isso soa meio teórico,
  • 15:17 - 15:19
    eu quero passar um pequeno vídeo.
  • 15:19 - 15:22
    (Vídeo) (Barulho de brinquedo)
  • 15:22 - 15:26
    (Máquina de escrever)
  • 15:26 - 15:29
    (Tambores)
  • 15:29 - 15:32
    (Ping-pong)
  • 15:33 - 15:36
    (Facas sendo afiadas)
  • 15:36 - 15:39
    (Disco arranhado)
  • 15:40 - 15:42
    (Serra cortando) (Gritos de mulher)
  • 15:43 - 15:45
    (Risos)
  • 15:47 - 15:51
    O que eu quero demonstrar
    com essas ferramentas
  • 15:52 - 15:55
    é que o som é uma linguagem.
  • 15:55 - 15:58
    Ele pode nos enganar,
    nos transportando geograficamente;
  • 15:59 - 16:01
    ele pode mudar a atmosfera;
  • 16:01 - 16:03
    pode estabelecer o ritmo;
  • 16:04 - 16:07
    pode nos fazer rir
    e pode nos fazer sentir medo.
  • 16:09 - 16:14
    Num nível pessoal, eu me apaixonei
    por essa linguagem há alguns anos
  • 16:14 - 16:18
    e, de alguma forma, consegui
    fazer dela uma profissão.
  • 16:20 - 16:23
    Eu acho que com nosso trabalho
    através do acervo de som,
  • 16:23 - 16:29
    estamos tentando expandir
    o vocabulário dessa linguagem.
  • 16:30 - 16:34
    E dessa forma, nós queremos
    oferecer as ferramentas certas
  • 16:34 - 16:35
    a sonoplastas,
  • 16:35 - 16:37
    cineastas,
  • 16:37 - 16:39
    e criadores de jogos e aplicativos,
  • 16:39 - 16:43
    para que eles continuem contando
    histórias ainda melhores
  • 16:43 - 16:46
    e criando mentiras ainda mais belas.
  • 16:46 - 16:47
    Obrigado por escutarem.
  • 16:47 - 16:51
    (Aplausos)
Title:
Tudo que você ouve em filmes é mentira | Tasos Frantzolas | TEDxAthens
Description:

A sonoplastia é construída a partir da enganação: quando você assiste um filme ou uma série de televisão, quase todos os sons ouvidos são falsos. Nesta palestra rica em sons, Tasos Frantzolas explora o papel do som em narrativas e demonstra quão facilmente os nossos cérebros são enganados pelo que ouvimos.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
17:02

Portuguese, Brazilian subtitles

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