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Porque é que o Monte Evereste é tão alto? — Michele Koppes

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    Todas as primaveras,
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    centenas de aventureiros
    sonham em escalar o Qomolangma,
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    também conhecido por Monte Evereste.
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    Mantêm-se abrigados, durante meses,
    no acampamento de base,
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    esperando a oportunidade de subir
    ao grandioso cume letal da montanha.
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    Porque é que as pessoas arriscam
    a vida para escalar o Evereste?
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    É pelo desafio?
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    Pela vista?
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    Pela possibilidade de tocar no céu?
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    Para muitos, a atração é vencer
    a montanha mais alta da Terra.
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    E aqui, temos que fazer
    uma distinção importante.
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    Mauna Kea é, na realidade,
    o mais alto, desde a base até ao cume,
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    mas a 8850 metros acima do nível do mar,
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    o Evereste atinge a altitude
    mais elevada do planeta.
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    Para perceber como nasceu
    esta formação gigantesca,
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    temos que entrar profundamente
    na crosta do nosso planeta,
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    onde colidem as placas continentais.
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    A superfície da Terra
    é como a carapaça de um tatu.
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    Bocados da crosta
    estão em constante movimento,
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    por baixo, por cima,
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    e em volta umas das outras.
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    Para estas enormes placas continentais,
    o movimento é relativamente rápido.
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    Movem-se dois a quatro
    centímetros por ano,
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    quase tão depressa
    como crescem as unhas.
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    Quando duas placas colidem,
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    uma enfia-se por cima ou por baixo
    da outra, encurvando-se nas bordas
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    o que forma uma cadeia de montanhas
    com o excesso da crosta terrestre.
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    Foi assim que surgiu o Evereste.
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    Há 50 milhões de anos,
    a Placa Indiana desviou-se para norte,
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    chocou com a Placa Eurasática, maior,
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    e a crosta enrugou-se,
    criando uma elevação gigantesca.
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    O Monte Evereste encontra-se
    no centro desta ação,
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    na borda da zona de colisão
    Indo-Eurasiática.
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    Mas as montanhas são modeladas
    por outras forças, para além da elevação.
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    Quando o terreno é empurrado para cima,
    as massas de ar são forçadas a subir.
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    O ar que sobe arrefece, e o vapor da água
    nele contido condensa-se,
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    formando chuva ou neve.
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    Essas precipitações provocam
    a erosão da paisagem
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    dissolvendo ou fragmentando as rochas
    num processo conhecido por erosão.
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    A água que escorre
    transporta materiais de erosão
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    e erode a paisagem,
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    escavando profundos vales
    e picos recortados.
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    O equilíbrio entre elevação e erosão
    dá a forma à montanha.
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    Mas comparemos os picos celestiais
    dos Himalaias
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    às colinas reconfortantes dos Apalaches.
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    Vemos bem que nem todas
    as montanhas são iguais.
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    Isso acontece porque o tempo
    também participa na equação.
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    Quando as placas continentais
    colidem, a elevação é rápida.
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    Os picos elevam-se altos,
    com encostas íngremes.
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    Mas, com o tempo, a gravidade
    e a água desgastam-nos.
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    Por fim, a erosão
    sobrepõe-se à elevação,
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    desgastando os picos
    mais depressa do que eles se elevam.
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    Um terceiro fator
    modela as montanhas: o clima.
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    Em temperaturas abaixo de zero,
    parte da neve não derrete totalmente,
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    e vai-se compactando lentamente
    até se transformar em gelo.
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    Isso forma a linha da neve
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    que ocorre a diferentes
    altitudes no planeta
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    consoante o clima.
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    Nos polos gelados,
    essa linha situa-se ao nível do mar.
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    Perto do Equador, temos que subir
    cinco quilómetros até haver frio suficiente
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    para se formar o gelo.
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    O gelo acumulado começa a deslizar
    sob o seu enorme peso
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    formando um rio de gelo,
    de lento movimento,
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    conhecido por glaciar,
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    que vai moendo as rochas por baixo dele.
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    Quanto mais íngremes as encostas,
    mais rápido desliza o gelo,
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    e mais depressa esmaga
    as rochas por baixo dele.
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    Os glaciares podem erodir a paisagem
    mais depressa do que a chuva e os rios.
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    Quando os glaciares se formam no cume
    das montanhas, trabalham tão depressa
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    que cortam os cumes
    como gigantescas motosserras
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    Então, como é que o Monte Evereste
    conseguiu ser tão alto?
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    O choque continental cataclísmico
    que lhe deu origem
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    fê-lo enorme, logo de início.
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    Depois, a montanha situa-se
    perto do trópico,
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    por isso, a linha da neve é alta
    e os glaciares relativamente pequenos,
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    o que ajuda a mantê-la no seu estado.
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    A montanha situa-se
    numa perfeita tempestade de condições
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    que mantêm a sua estatura imponente.
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    Mas não será sempre assim.
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    Vivemos num mundo em transformação
    em que as placas continentais,
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    o clima da Terra,
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    e o poder de erosão do planeta
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    podem um dia conspirar
    para reduzir a dimensão do Monte Evereste.
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    Por agora, ao menos, ele mantém-se
    uma lenda no espírito dos alpinistas,
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    dos aventureiros e dos sonhadores.
Title:
Porque é que o Monte Evereste é tão alto? — Michele Koppes
Description:

Ver a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/why-is-mount-everest-so-tall-michele-koppes

A 8850 metros acima do nível do mar, Qomolangma, também conhecido por Monte Evereste, tem a altitude mais elevada do planeta. Mas como é que esta formação gigantesca atingiu tal altura? Michele Koppes penetra profundamente na crosta do nosso planeta, onde colidem placas continentais, para encontrar a resposta.

Lição de Michele Koppes, animação de Provincia Studio.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:53

Portuguese subtitles

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