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"Feedback": Como a Natureza mantém o seu ritmo — Anje-Margriet Neutel

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    A testar, a testar... um, dois, três.
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    Quando uma banda está a ensaiar,
    o "feedback" é um obstáculo irritante
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    mas na grande orquestra da Natureza
    o "feedback" não só é benéfico
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    como é o que mantém tudo em funcionamento.
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    O que é o "feedback"?
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    O principal elemento, seja no som,
    no ambiente ou nas ciências sociais,
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    é um fenómeno chamado
    interação causal mútua,
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    em que x afeta y,
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    y afeta x, e assim sucessivamente,
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    criando um processo contínuo
    chamado um circuito de retorno.
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    O mundo da Natureza está cheio
    destes mecanismos,
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    formados pelas ligações
    entre coisas vivas e não vivas
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    que criam resistência, governando
    a forma como as populações
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    e as redes alimentares reagem
    aos acontecimentos.
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    Quando as plantas morrem,
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    a matéria morta
    enriquece o solo com húmus,
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    uma massa estável de matéria orgânica
    que fornece humidade e nutrientes
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    a outras plantas em crescimento.
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    Quanto mais plantas crescerem e morrerem,
    mais húmus se produz,
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    permitindo que cresçam mais plantas,
    e por aí adiante.
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    Este é um exemplo de "feedback" positivo,
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    uma força essencial
    na criação de ecossistemas.
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    Mas não se chama "feedback" positivo
    por ser benéfico.
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    É positivo porque amplia
    um determinado efeito ou mudança
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    em relação às condições anteriores.
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    Estes circuitos positivos,
    ou de amplificação,
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    também podem ser prejudiciais,
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    como quando o abate de uma floresta
    a torna vulnerável à erosão,
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    que remove a matéria orgânica
    e os nutrientes do solo,
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    deixando menos plantas a segurar o solo
    e levando a uma maior erosão.
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    Em contraste, o "feedback" negativo
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    diminui ou contraria
    as mudanças num ecossistema
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    para manter um equilíbrio mais estável.
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    Considerem os predadores e a sua presa.
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    Quando o lince come lebres,
    está a reduzir a sua população
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    mas esta redução
    na fonte alimentar dos linces
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    em breve fará com que
    a sua população diminua,
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    reduzindo o ritmo de predação
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    e permitindo que a população
    das lebres volte a aumentar.
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    Este ciclo cria um padrão parecido
    com uma onda que sobe e desce,
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    mantendo um equilíbrio a longo prazo
    e a persistência da cadeia alimentar.
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    Os processos de "feedback"
    podem parecer contraintuitivos
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    porque estamos habituados
    a cenários lineares mais previsíveis
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    de causa e efeito.
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    Por exemplo, parece simples
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    que os pesticidas ajudam as plantas
    a crescer, matando as pragas de insetos
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    mas podem provocar outras
    reações inesperadas.
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    Por exemplo, se os pesticidas reduzem
    a população de insetos,
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    os predadores terão menos alimento.
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    Quando a sua população diminui,
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    o número reduzido de predadores
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    vai permitir que a população
    dos insetos aumente,
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    contrariando os efeitos dos pesticidas.
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    Reparem que cada "feedback"
    é produto das ligações no circuito.
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    Se juntarmos uma ligação negativa
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    isso vai inverter totalmente
    a força do "feedback"
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    e uma ligação fraca
    reduzirá consideravelmente
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    o efeito de todo o "feedback".
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    Se soltarmos uma ligação,
    todo o circuito fica interrompido.
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    Mas este é um exemplo simples,
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    porque as comunidades naturais
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    não são formadas
    por cadeias alimentares separadas,
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    mas por redes de interações.
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    Os circuitos de "feedback"
    são muitas vezes indiretos,
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    ocorrendo ao longo de cadeias mais longas.
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    Uma cadeia alimentar
    que contém 20 populações
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    pode gerar milhares de circuitos
    com mais de 20 ligações.
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    Mas em vez de formar
    uma cacofonia desordenada,
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    os circuitos de "feedback"
    nos sistemas ecológicos
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    funcionam em conjunto,
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    criando padrões regulares
    como se fossem múltiplos instrumentos,
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    em conjunto, para criar uma peça musical
    complexa mas harmoniosa.
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    Os amplos "feedbacks" negativos
    controlam os "feedbacks" positivos,
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    como os tambores que mantêm o ritmo.
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    O funcionamento
    de um determinado ecossistema
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    no seu "habitat" especial
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    é como uma marca registada de som.
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    Os ambientes oceânicos dominados
    pelas interações predador-presa
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    e por fortes circuitos
    negativos e positivos
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    estabilizados por um "feedback"
    auto-amortecido,
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    são poderosos e ruidosos
    com muitas oscilações.
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    Os ecossistemas do deserto, onde
    a rotação da biomassa é lento,
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    e os "feedbacks" fracos da matéria morta
    são sobretudo como um zângão constante.
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    E as florestas tropicais,
    com a sua enorme diversidade de espécies,
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    um alto volume de nutrientes
    e fortes "feedbacks"
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    tanto de seres vivos
    como de matéria morta,
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    são como uma exuberante
    panóplia de sons.
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    Apesar dos seus efeitos estabilizadores,
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    muitos destes habitantes
    e dos seus ecossistemas
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    desenvolvem-se e transformam-se
    ao longo do tempo,
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    tal como as harmonias que criam.
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    A desflorestação pode transformar
    trópicos exuberantes num terreno árido,
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    tal como uma banda de sucesso
    pode soçobrar
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    depois de perder
    os seus artistas estrela.
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    Mas uma zona abandonada de cultivo
    também se pode tornar numa floresta
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    como uma banda de garagem
    pode evoluir para uma magnífica orquestra.
Title:
"Feedback": Como a Natureza mantém o seu ritmo — Anje-Margriet Neutel
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/feedback-loops-how-nature-gets-its-rhythms-anje-margriet-neutel

Embora o "feedback" seja um aborrecimento no ensaio de uma banda, é essencial na Natureza. Como são os "feedback" na Natureza e como é que criam a resistência do nosso mundo? Anje-Margriet Neutel descreve alguns ciclos de "feedback", positivos e negativos, examinando como muitos ciclos de um ecossistema se juntam para produzir o seu "som de referência".

Lição de Anje-Margriet Neutel, animação de Brad Purnell.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
05:11

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