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Como as inovações arquitetónicas migram através das fronteiras

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    A explosão urbana
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    dos últimos anos do "boom" económico
  • 0:08 - 0:11
    também provocou
    uma marginalização terrível,
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    que resultou na explosão
    de bairros de lata
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    em muitas partes do mundo.
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    Esta polarização de enclaves
    de mega riqueza
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    rodeados por sectores de pobreza
  • 0:22 - 0:26
    e as desigualdades socioeconómicas
    que suscitaram
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    estão, de facto, no centro
    da crise urbana atual.
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    Mas esta noite,
    quero começar por sugerir
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    que esta crise urbana
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    não é apenas económica nem ambiental.
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    É, muito especialmente,
    uma crise cultural,
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    uma crise das instituições
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    incapazes de reinventar
    as formas estúpidas
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    em que temos vivido,
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    incapazes de desafiar a urbanização
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    sedenta de petróleo, egoísta,
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    que perpetuou
    cidades baseadas no consumo,
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    desde o sul da Califórnia
    a Nova Iorque ou a Dubai.
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    O que eu quero é transmitir-vos
    uma reflexão
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    de que o futuro das cidades de hoje
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    depende menos dos edifícios
  • 1:14 - 1:16
    e, na realidade, depende mais
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    da reorganização fundamental
    de relações socioeconómicas,
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    de que as melhores ideias na conceção
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    da cidade no futuro
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    não virão dos enclaves de poder económico
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    e de abundância,
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    mas dos sectores de conflito e de penúria
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    dos quais uma imaginação urgente
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    pode inspirar-nos a repensar
    o crescimento urbano atual.
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    E permitam que eu ilustre
    o que quero dizer,
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    ao compreendermos ou vermos
    locais de conflito
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    como fomentadores da criatividade,
    ao vos apresentar, resumidamente,
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    a região fronteiriça de Tijuana-San Diego,
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    que tem sido o laboratório onde reflito
    sobre a minha prática enquanto arquiteto.
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    Este é o muro, o muro da fronteira,
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    que separa San Diego de Tijuana.
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    a América Latina
    e os Estados Unidos da América,
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    um emblema físico
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    de políticas de planeamento de exclusão
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    que têm perpetuado a divisão
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    de comunidades, de jurisdições
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    e de recursos em todo o mundo.
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    Nesta região fronteiriça,
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    encontramos algumas
    das propriedades mais ricas
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    que encontrei
    nas proximidades de San Diego,
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    a uns 20 minutos
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    de algumas das povoações
    mais pobres na América Latina.
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    E, embora estas duas cidades
    tenham igual população,
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    San Diego cresceu seis vezes mais
    do que Tijuana
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    nas últimas décadas,
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    obrigando-nos imediatamente a enfrentar
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    as tensões e os conflitos
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    entre expansão e densidade
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    que estão no centro da atual discussão
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    acerca da sustentabilidade ambiental.
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    Tenho vindo a defender nos últimos anos
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    que os bairros degradados
    de Tijuana podem ensinar muita coisa
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    à expansão de San Diego
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    no que se refere
    à sustentabilidade socioeconómica,
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    que devíamos prestar atenção e aprender
  • 3:11 - 3:13
    com as muitas comunidades de migrantes
  • 3:13 - 3:16
    de ambos os lados deste muro
    de fronteira,
  • 3:16 - 3:19
    de modo a podermos traduzir
    estes procedimentos informais
  • 3:19 - 3:21
    de urbanização.
  • 3:21 - 3:24
    O que é que, neste caso,
    eu quero dizer com "informal"?
  • 3:24 - 3:26
    Estou a falar
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    do compêndio de práticas sociais
    de adaptação
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    que permite que muitas
    destas comunidades de migrantes
  • 3:32 - 3:37
    ultrapassem receitas
    políticas e económicas impostas
  • 3:37 - 3:39
    de urbanização.
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    Estou a falar simplesmente
    da inteligência criativa
  • 3:42 - 3:44
    de baixo para cima,
  • 3:44 - 3:47
    quer se manifeste
    nos bairros degradados de Tijuana
  • 3:47 - 3:51
    que são construídos
    com os desperdícios de San Diego,
  • 3:51 - 3:54
    quer dos muitos bairros de migrantes
    no sul da Califórnia,
  • 3:54 - 3:57
    que começaram a ser reabilitados,
    com diferenças,
  • 3:57 - 3:59
    nas últimas décadas.
  • 3:59 - 4:01
    Interessei-me, enquanto artista,
  • 4:01 - 4:03
    nas medidas, na observação.
  • 4:03 - 4:06
    de muitos dos fluxos informais
    transfronteiras
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    através desta fronteira:
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    numa direção, de sul para norte,
  • 4:10 - 4:13
    o fluxo de imigrantes
    para os Estados Unidos da América,
  • 4:13 - 4:16
    e de norte para sul,
    o fluxo de desperdícios
  • 4:16 - 4:18
    do sul da Califórnia para Tijuana.
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    Estou a referir-me à reciclagem
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    daquelas vivendas pós-guerra
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    que os empreiteiros mexicanos
    levam para a fronteira
  • 4:28 - 4:30
    à medida que os urbanizadores
    as desmontam
  • 4:30 - 4:33
    para construírem uma versão
    mais elaborada
  • 4:33 - 4:35
    de bairros nas últimas décadas.
  • 4:35 - 4:38
    São casas que ficam à espera na fronteira.
  • 4:38 - 4:40
    Não são só pessoas
    que atravessam aqui a fronteira,
  • 4:40 - 4:44
    mas grandes fatias de uma cidade
    que passam para a outra,
  • 4:44 - 4:47
    e quando estas casas são colocadas
    em cima destas estruturas de ferro,
  • 4:47 - 4:50
    deixam de ser o andar térreo
    e passam a ser o piso superior
  • 4:50 - 4:52
    para incorporarem mais uma casa,
  • 4:52 - 4:54
    com um pequeno negócio.
  • 4:54 - 4:57
    Esta disposição em camadas
    de espaços e economias
  • 4:57 - 4:59
    é muito interessante de observar.
  • 4:59 - 5:02
    Mas não são só as casas,
    também pequenos destroços
  • 5:02 - 5:04
    de uma cidade, de San Diego para Tijuana.
  • 5:04 - 5:06
    Provavelmente já viram
    os pneus de borracha
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    que se usam nos bairros degradados
    para construir muros de suporte.
  • 5:09 - 5:11
    Mas vejam o que as pessoas fizeram aqui,
  • 5:11 - 5:13
    numa situação
    de emergência socioeconómica.
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    Descobriram como descascar o pneu,
  • 5:17 - 5:19
    como tecê-lo e interligá-lo
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    para construir
    um muro de suporte mais eficaz.
  • 5:23 - 5:26
    Ou as portas das garagens que vêm
  • 5:26 - 5:29
    de San Diego, em camiões
  • 5:29 - 5:34
    para se tornarem na nova pele
    de uma habitação de emergência
  • 5:34 - 5:35
    em muitos destes bairros degradados,
  • 5:35 - 5:38
    que rodeiam os limites de Tijuana.
  • 5:38 - 5:39
    Embora, enquanto arquiteto,
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    esta inteligência criativa seja uma coisa
    muito absorvente para contemplar,
  • 5:43 - 5:45
    também quero manter-me de sobreaviso.
  • 5:45 - 5:47
    Não quero romantizar a pobreza.
  • 5:47 - 5:49
    Só queria sugerir
  • 5:49 - 5:51
    que esta urbanização informal
  • 5:51 - 5:55
    não é apenas a imagem da precariedade.
  • 5:55 - 5:58
    A informalidade aqui, o informal,
  • 5:58 - 5:59
    é, na realidade,
  • 5:59 - 6:02
    um conjunto de procedimentos
    socioeconómicos e políticos
  • 6:02 - 6:05
    que nós podíamos traduzir,
    enquanto artistas.
  • 6:05 - 6:07
    Trata-se duma urbanização
    de baixo para cima
  • 6:07 - 6:09
    que funciona.
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    Vejam: aqui, os edifícios
    não são importantes
  • 6:12 - 6:14
    apenas pelo seu aspeto,
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    mas, na realidade, são importantes
    por aquilo que podem fazer.
  • 6:17 - 6:20
    Funcionam mesmo,
    porque se transformam com o tempo
  • 6:20 - 6:22
    e à medida que as comunidades negoceiam
  • 6:22 - 6:26
    os espaços, as fronteiras e os recursos.
  • 6:26 - 6:29
    Por isso, enquanto os desperdícios
    fluem para sul,
  • 6:29 - 6:31
    as pessoas vão para o norte
    à procura de dólares.
  • 6:31 - 6:34
    A maior parte da minha investigação
  • 6:34 - 6:38
    teve a ver com o impacto da imigração
  • 6:38 - 6:40
    na alteração da homogeneidade
  • 6:40 - 6:43
    de muitos bairros
    nos Estados Unidos da América,
  • 6:43 - 6:45
    especialmente em San Diego.
  • 6:45 - 6:47
    E estou a falar de como isso
    começa a sugerir
  • 6:47 - 6:50
    que o futuro do sul da Califórnia
  • 6:50 - 6:52
    depende da reabilitação
  • 6:52 - 6:55
    da grande urbanização
    — ou seja, dos esteroides —
  • 6:55 - 6:58
    com os pequenos programas,
  • 6:58 - 7:00
    sociais e económicos.
  • 7:00 - 7:02
    Refiro-me a como os imigrantes,
  • 7:02 - 7:04
    quando chegam a estes bairros,
  • 7:04 - 7:07
    começam a alterar a unidimensionalidade
  • 7:07 - 7:09
    de lotes e de propriedades
  • 7:09 - 7:13
    em sistemas mais complexos,
    social e economicamente,
  • 7:13 - 7:17
    quando começam a ligar
    uma economia informal a uma garagem,
  • 7:17 - 7:19
    ou quando constroem um apartamento ilegal
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    para alojar uma família alargada.
  • 7:21 - 7:27
    Esta iniciativa socioeconómica
  • 7:27 - 7:30
    no terreno, no meio destes bairros
  • 7:30 - 7:33
    começa de facto a sugerir formas
    de traduzir aquilo
  • 7:33 - 7:37
    para políticas novas,
    inclusivas e mais equitativas
  • 7:37 - 7:39
    do uso do terreno.
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    Desta dinâmica surgem muitas histórias
  • 7:42 - 7:45
    de alteração do espaço,
  • 7:45 - 7:47
    tais como, "o Buda informal";
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    que conta a história duma pequena casa
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    que se salvou, não viajou para o México,
  • 7:52 - 7:54
    mas acabou por ser recuperada
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    num templo budista,
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    e, com isso,
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    esta pequena casa transforma-se
    ou sofre uma mutação
  • 8:01 - 8:03
    de uma habitação singular
  • 8:03 - 8:08
    para uma pequena ou microscópica
    infraestrutura socioeconómica e cultural,
  • 8:08 - 8:10
    no interior de um bairro.
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    Assim, estes bairros ativos,
    como lhes chamo,
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    tornam-se numa verdadeira inspiração
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    para imaginar
    outras interpretações de cidadania
  • 8:18 - 8:20
    que, na realidade, têm menos a ver
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    com o facto de pertencerem
    à nação-estado,
  • 8:22 - 8:26
    e mais a ver com a defesa
    da noção de cidadania
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    enquanto ato criativo
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    que reorganiza protocolos institucionais
  • 8:31 - 8:33
    nos espaços da cidade.
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    Enquanto artista, interessei-me
  • 8:36 - 8:38
    pela visualização da cidadania,
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    pela reunião de muitas historietas,
    histórias urbanas,
  • 8:42 - 8:45
    a fim de ilustrar a relação
  • 8:45 - 8:48
    entre procedimentos sociais e espaços.
  • 8:48 - 8:51
    Esta é a história
    de um grupo de adolescentes
  • 8:51 - 8:54
    que, uma noite, há uns meses,
  • 8:54 - 8:57
    decidiram invadir este espaço
    por baixo da via rápida
  • 8:57 - 9:00
    e começar a construir
    o seu parque de "skate".
  • 9:00 - 9:04
    De pás na mão, começaram a cavar.
  • 9:04 - 9:06
    Duas semanas depois,
    a polícia mandou-os parar.
  • 9:06 - 9:08
    Barricaram o local,
  • 9:08 - 9:10
    e os adolescentes foram expulsos,
  • 9:10 - 9:13
    e os adolescentes decidiram ripostar,
  • 9:13 - 9:15
    não com cartazes ou "slogans"
  • 9:15 - 9:18
    mas construindo um processo crítico.
  • 9:18 - 9:20
    A primeira coisa que fizeram
  • 9:20 - 9:24
    foi investigar a especificidade
    da jurisdição política
  • 9:24 - 9:26
    inscrita naquele espaço vago.
  • 9:26 - 9:28
    Descobriram que tinham tido sorte
  • 9:28 - 9:30
    porque não tinham começado a cavar
  • 9:30 - 9:33
    por baixo de território da Caltrans.
  • 9:33 - 9:36
    A Caltrans é uma organização estatal
    que administra a via rápida,
  • 9:36 - 9:39
    porque senão, teria sido muito difícil
    negociar com ela.
  • 9:39 - 9:42
    Tiveram sorte, reconheceram,
    porque tinham começado a cavar
  • 9:42 - 9:43
    por baixo de um ramal
    da via rápida
  • 9:43 - 9:45
    que pertence ao município local.
  • 9:45 - 9:47
    Também tiveram sorte,
  • 9:47 - 9:49
    porque tinham começado
    a cavar numa espécie
  • 9:49 - 9:51
    de Triângulo das Bermudas da jurisdição,
  • 9:51 - 9:54
    entre a autoridade portuária,
    a autoridade aeroportuária,
  • 9:54 - 9:57
    dois distritos da cidade
    e um conselho de revisão.
  • 9:57 - 9:59
    Todas estas linhas vermelhas
  • 9:59 - 10:03
    são as instituições políticas invisíveis
    que estavam inscritas
  • 10:03 - 10:06
    naquele espaço vago abandonado.
  • 10:06 - 10:09
    Com este conhecimento, os adolescentes,
  • 10:09 - 10:11
    enquanto praticantes de "skate",
    enfrentaram a cidade.
  • 10:11 - 10:13
    Foram ao gabinete do procurador da cidade.
  • 10:13 - 10:15
    O procurador da cidade disse-lhes
  • 10:15 - 10:17
    que, para continuarem a negociação,
  • 10:17 - 10:19
    tinham que formar uma ONG,
  • 10:19 - 10:22
    e, claro, eles não sabiam
    o que era uma ONG.
  • 10:22 - 10:24
    Tiveram que falar com os amigos em Seattle
  • 10:24 - 10:27
    que tinham passado pela mesma experiência.
  • 10:27 - 10:29
    E começaram a perceber a necessidade
  • 10:29 - 10:31
    de se organizarem ainda melhor
  • 10:31 - 10:35
    e começaram a angariar dinheiro,
    a elaborar orçamentos,
  • 10:35 - 10:37
    a tomar consciência
    de todas as informações
  • 10:37 - 10:41
    inseridas no código urbano
    em San Diego,
  • 10:41 - 10:43
    para poderem começar a redefinir
  • 10:43 - 10:47
    o real significado
    de espaço público na cidade,
  • 10:47 - 10:49
    alargando-o a outras categorias.
  • 10:49 - 10:52
    Por fim, os adolescentes
    ganharam o processo
  • 10:52 - 10:54
    com aquelas provas,
  • 10:54 - 10:57
    e puderam construir
    o seu parque de "skate"
  • 10:57 - 10:58
    por baixo da via rápida.
  • 10:58 - 11:01
    Para muitos de vocês, esta história
  • 11:01 - 11:03
    pode parecer trivial ou ingénua.
  • 11:03 - 11:05
    Para mim, enquanto arquiteto,
  • 11:05 - 11:07
    tornou-se numa narrativa fundamental,
  • 11:07 - 11:09
    porque começa a ensinar-me
  • 11:09 - 11:11
    que esta microcomunidade
  • 11:11 - 11:15
    não só concebeu outra categoria
    de espaço público,
  • 11:15 - 11:19
    como também concebeu
    os protocolos socioeconómicos
  • 11:19 - 11:22
    que foram necessários para
    se instalarem naquele espaço
  • 11:22 - 11:24
    para a sua sustentabilidade a longo prazo.
  • 11:24 - 11:27
    Também me ensinaram que,
    de modo semelhante
  • 11:27 - 11:30
    às comunidades migrantes,
    dos dois lados da fronteira,
  • 11:30 - 11:33
    entram em conflito
    como uma ferramenta criativa,
  • 11:33 - 11:35
    porque têm que produzir um processo
  • 11:35 - 11:39
    que lhes permita reorganizar recursos
  • 11:39 - 11:41
    e as políticas da cidade.
  • 11:41 - 11:43
    Nessa ação, esse ato
  • 11:43 - 11:45
    de transgressão informal,
    de baixo para cima,
  • 11:45 - 11:48
    começou, de facto, a infiltrar-se,
  • 11:48 - 11:51
    para transformar uma política
    de cima para baixo.
  • 11:51 - 11:55
    Ora bem, este caminho de baixo para cima
  • 11:55 - 11:57
    para a transformação de cima para baixo
  • 11:57 - 12:00
    é onde encontramos hoje a esperança.
  • 12:00 - 12:04
    E começo a pensar
    como estas alterações modestas
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    no espaço e na política
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    em muitas cidades do mundo,
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    sobretudo na urgência
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    duma imaginação coletiva
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    à medida que estas comunidades
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    re-imaginam as suas formas de governação,
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    de organização social
    e de infraestruturas,
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    estão realmente no centro
    da nova formação
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    de uma política democrática
    do urbanismo.
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    Com efeito,
    é isto que pode vir a ser a moldura
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    para produzir uma nova justiça,
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    social e económica, na cidade.
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    Quero dizer isto e sublinhá-lo.
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    porque é a única forma que vejo
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    que nos pode permitir mudar
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    de urbanizações de consumo
  • 12:48 - 12:51
    para bairros de produção,
    no presente momento.
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    Obrigado.
  • 12:53 - 12:56
    (Aplausos)
Title:
Como as inovações arquitetónicas migram através das fronteiras
Speaker:
Teddy Cruz
Description:

À medida que as cidades de todo o mundo experimentam um crescimento explosivo, a desigualdade vai-se intensificando. Bairros abastados e bairros degradados crescem lado a lado, o fosso entre eles vai aumentando. Nesta conferência esclarecedora, o arquiteto Teddy Cruz pede-nos para repensarmos o desenvolvimento urbano de baixo para cima. Transmitindo lições dos bairros degradados de Tijuana, Cruz explora a inteligência criativa dos habitantes da cidade e propõe uma perspetiva sobre o que podemos aprender com locais de penúria.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
13:14

Portuguese subtitles

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