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Ética do encontro | Morgana Masetti | TEDxUFRJ

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    Uau! Boa tarde!
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    Pô, pena que eu não vejo ninguém!
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    Bom, eu vejo esse tempo aqui correndo.
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    O Nietzsche diz que, por mais
    objetivo que a gente queira ser,
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    nada a gente leva
    senão a nossa história de vida.
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    E é um pouco o que eu vim
    contar pra vocês,
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    a minha história como psicóloga,
    como eu encontrei os Doutores da Alegria
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    e o que isso me ensinou
    sobre saúde e sobre formação.
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    Eu trouxe essa mala comigo.
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    Essa mala, eu coloquei nela...
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    Quando a minha filha tinha
    3 anos de idade e hoje ela tem 18...
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    Quando ela tinha três anos de idade,
  • 0:52 - 0:56
    me convidaram na escola dela
    pra falar o que eu fazia
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    e, nessa época, eu já trabalhava
    com os palhaços.
  • 1:00 - 1:04
    Eu levei essa mala com vários objetos
    que os Doutores da Alegria usavam
  • 1:04 - 1:08
    e, pra mim, acho que foi um dos momentos
    mais difíceis de falar do meu trabalho.
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    Então, eu trouxe ela hoje comigo
    porque eu acho que ela está emantada
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    com uma situação muito bacana que eu vivi.
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    E eu acho que hoje eu vou
    tentar falar aqui um pouco
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    sobre o que é emantar essas relações.
  • 1:26 - 1:30
    Eu trabalhei vários anos no Instituto
    do Coração, como psicóloga hospitalar,
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    fazendo a preparação
    de pacientes pra cirurgia.
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    Muitas coisas que a gente
    aprende no hospital
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    a gente aprende através de sinais
    que não os verbais,
  • 1:42 - 1:47
    e eu me lembro que a primeira vez
    que eu me deparei com morte no hospital
  • 1:47 - 1:49
    foi um desses eventos.
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    Eram mais ou menos 15h,
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    eu estava com meu prontuário,
    trabalhando na unidade coronariana,
  • 1:54 - 1:57
    tinha acabado de atender um paciente,
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    e primeiro você escuta
    um som de um instrumento
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    que "desapita" um pouco
    dentro daqueles "pi, pi",
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    e os passos dos profissionais correndo,
    a movimentação, a cortina que se abre,
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    depois os aparelhos que entram,
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    todo o procedimento
    pra tentar uma reanimação.
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    E, depois, você de novo escuta o silêncio:
  • 2:22 - 2:24
    um aparelho a menos,
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    esses profissionais que voltam
    pros postos pra trabalhar
  • 2:29 - 2:30
    e fazerem anotações.
  • 2:30 - 2:35
    Eu me lembro que naquela tarde,
    quando isso aconteceu,
  • 2:35 - 2:39
    por algum motivo eu me aproximei,
    quis me aproximar do leito,
  • 2:39 - 2:44
    e eu cheguei bem perto daquele paciente
    que tinha acabado de falecer.
  • 2:44 - 2:46
    Não era um paciente que estava atendendo.
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    E, quando eu fiz esse
    movimento de chegar perto,
  • 2:49 - 2:51
    algo estranho aconteceu.
  • 2:51 - 2:54
    É como se eu tivesse entrado
    numa outra zona do tempo.
  • 2:54 - 2:59
    É como se eu pudesse tentar entender
    quais seriam os próximos momentos dele.
  • 2:59 - 3:03
    Eu me conectava com a família:
    quem receberia a notícia?
  • 3:03 - 3:06
    Ao mesmo tempo,
    eu me conectava com o passado dele:
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    quem teria sido esse homem? Que coisas
    ele teria construído pra vida dele?
  • 3:13 - 3:15
    Isso durou muito pouco, alguns segundos.
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    Eu dei um passo de novo pra trás
    e, naquele momento,
  • 3:19 - 3:23
    é como se eu estivesse novamente
    no mundo dos jalecos brancos,
  • 3:23 - 3:27
    as pessoas agindo normalmente,
    os médicos trabalhando, as enfermeiras,
  • 3:27 - 3:31
    mais ou menos como se nada
    tivesse acontecido.
  • 3:31 - 3:35
    Isso era um pouco a minha vivência
    cotidiana do trabalho dentro do hospital.
  • 3:35 - 3:40
    Tinha um fluxo de vida do qual nós
    profissionais de saúde não participávamos.
  • 3:40 - 3:44
    Não conseguíamos nem tínhamos sido
    formados na universidade
  • 3:44 - 3:47
    pra entrar em contato
    com esse fluxo de vida.
  • 3:48 - 3:54
    Em 1991, eu conheci o Wellington Nogueira,
    que é o fundador dos Doutores da Alegria,
  • 3:54 - 3:57
    que é um trabalho que leva
    palhaços profissionais pros hospitais
  • 3:57 - 4:01
    duas vezes por semana,
    de maneira contínua.
  • 4:01 - 4:04
    Eles têm um trabalho
    ininterrupto nos hospitais,
  • 4:04 - 4:06
    com alta formação profissional pra isso.
  • 4:07 - 4:10
    O Wellington, em 1991...
    eu vi uma matéria na televisão
  • 4:10 - 4:14
    e, enfim, acabei chegando nele e ele
    me convidou pra assistir ao trabalho
  • 4:14 - 4:18
    e, quando eu fui assistir ao trabalho,
    é como se eu tivesse entrado novamente
  • 4:18 - 4:22
    naquele lugar que eu tinha vivido
    com esse paciente que havia falecido,
  • 4:22 - 4:27
    mas, dessa [vez], eu pude viver isso
    de uma maneira não esquizofrênica.
  • 4:27 - 4:33
    É como se aquele lugar pudesse estar
    conectado com a vida do hospital.
  • 4:34 - 4:36
    Eu lembro que o que mais me chamou atenção
  • 4:36 - 4:38
    a primeira vez em que vi
    o trabalho dos Doutores da Alegria
  • 4:38 - 4:42
    foi a flexibilidade que eles tinham
    no contato com a criança.
  • 4:42 - 4:46
    Eles são muito bem preparados
    tecnicamente, mas a técnica é invisível.
  • 4:47 - 4:51
    Eles entram e, se eles propõem algo
    e a criança não está a fim daquilo,
  • 4:51 - 4:53
    eles rapidamente se desfazem daquilo
  • 4:53 - 4:57
    e tentam uma nova forma
    de se relacionar com ela.
  • 4:57 - 5:02
    Eles se permitem estar num certo
    "vazio" no início da relação,
  • 5:02 - 5:04
    pra poder construí-la.
  • 5:04 - 5:06
    Isso pra mim era muito novo.
  • 5:06 - 5:08
    Eu, como profissional de saúde
    e como psicóloga,
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    apesar de estar ligada à área de humanas,
  • 5:11 - 5:14
    quando eu entrava num quarto,
    tudo o que o paciente falava
  • 5:14 - 5:18
    eu ia colocar dentro
    de uma hipótese diagnóstica.
  • 5:18 - 5:21
    Eu precisava de um "esquizofrênico"
    ou de um "deprimido"
  • 5:21 - 5:24
    pra poder me relacionar
    e construir o meu diagnóstico,
  • 5:24 - 5:26
    e aquilo era muito novo pra mim.
  • 5:27 - 5:32
    Em 1993, o Wellington me convidou
    pra fazer parte do grupo.
  • 5:32 - 5:35
    Na época, já eram oito artistas.
  • 5:36 - 5:38
    E ele me convidou pra fazer
    a parte de apoio emocional
  • 5:38 - 5:43
    e, junto com isso, eu comecei um trabalho
    de pesquisa que dura até hoje.
  • 5:44 - 5:46
    Esse trabalho tem várias fases,
  • 5:48 - 5:51
    dois livros publicados,
    uma tese de mestrado,
  • 5:51 - 5:54
    mas, rapidamente
    porque eu só tenho 18 minutos,
  • 5:54 - 6:00
    eu vou resumir um pouco
    o que coletei esses anos todos.
  • 6:00 - 6:03
    Os dados convergem
    pra algumas coisas em comum.
  • 6:03 - 6:05
    Por exemplo, as crianças
    ficam mais ativas,
  • 6:05 - 6:10
    passam a se comunicar mais com os pais
    e com os profissionais de saúde,
  • 6:10 - 6:13
    aceitam melhor exames e medicamentos.
  • 6:13 - 6:16
    As crianças que estão em hospital dias,
  • 6:16 - 6:19
    com cirurgias de curto
    tempo de internação,
  • 6:19 - 6:24
    têm os seus sinais vitais
    de ambular, de comer...
  • 6:24 - 6:28
    elas adquirem esses sinais
    mais rapidamente pra ter alta.
  • 6:28 - 6:34
    Além disso, eu observei que o trabalho
    tem um efeito importante pros pais
  • 6:34 - 6:36
    e pros profissionais de saúde.
  • 6:36 - 6:41
    Os pais ficam mais
    confiantes no tratamento
  • 6:41 - 6:44
    porque eles podem ver o filho deles
    mais próximo do que em casa,
  • 6:44 - 6:47
    porque ele está "brincando",
  • 6:47 - 6:52
    um jeito mais particular seu de ser,
  • 6:52 - 6:55
    e isso devolve a confiança
    de que o tratamento vai dar certo.
  • 6:57 - 7:00
    Os profissionais de saúde
    relatam uma diminuição
  • 7:00 - 7:02
    no estresse do dia a dia de trabalho
  • 7:03 - 7:05
    e uma melhor autoimagem como profissional,
  • 7:05 - 7:09
    porque, por exemplo, se uma enfermeira
    está próxima, ou um médico,
  • 7:10 - 7:14
    os artistas tendem
    a incorporá-los na brincadeira
  • 7:14 - 7:16
    e, com isso, eles podem se perceber
  • 7:16 - 7:19
    não só como aquela pessoa
    que está ali pra dar a medicação,
  • 7:19 - 7:22
    mas que também pode brincar com a criança.
  • 7:29 - 7:33
    Na época do meu mestrado,
    eu comecei a estudar a questão do humor,
  • 7:33 - 7:36
    que eu acho que é a primeira coisa
    que chama atenção
  • 7:36 - 7:38
    no trabalho dos Doutores da Alegria,
  • 7:38 - 7:41
    mas muitas vezes eu ia no hospital
    e não necessariamente eu ria.
  • 7:41 - 7:44
    Tinha outras emoções que aconteciam,
  • 7:44 - 7:47
    tanto comigo quanto com as pessoas
    que viviam a experiência
  • 7:47 - 7:49
    de ter contato com os artistas.
  • 7:50 - 7:55
    No meu mestrado, eu me deparei com
    uma definição do Espinosa sobre a alegria
  • 7:55 - 7:59
    que acho que fala muito sobre o trabalho
    que os artistas fazem no hospital.
  • 8:00 - 8:03
    O Espinosa disse que tudo
    que existe são encontros
  • 8:03 - 8:08
    e a capacidade de a gente afetar
    e ser afetado por esses encontros.
  • 8:08 - 8:12
    Se esses encontros aumentam
    a minha potência de ação,
  • 8:12 - 8:13
    eu experimento a alegria.
  • 8:13 - 8:17
    Se esses encontros diminuem
    a minha potência de ação,
  • 8:17 - 8:19
    eu experimento a tristeza.
  • 8:19 - 8:24
    Então, pro Espinosa, toda a ética
    deveria ser a "ética da alegria",
  • 8:24 - 8:26
    do que ele chama de "as paixões alegres".
  • 8:26 - 8:31
    Diferente da moral, a gente deveria
    se guiar por essa ética.
  • 8:31 - 8:34
    E as "paixões tristes", pra ele,
    seriam todos os sentimentos
  • 8:34 - 8:36
    que estão ligados à piedade,
  • 8:36 - 8:39
    no sentido de que eu preciso
    ver o outro como um coitadinho,
  • 8:39 - 8:41
    ou às fortes hierarquias
  • 8:41 - 8:44
    onde o outro não está
    no mesmo nível que eu.
  • 8:46 - 8:49
    Bom, por que palhaços?
  • 8:50 - 8:54
    Esse movimento é um movimento
    que cresceu muito no mundo e no Brasil.
  • 8:54 - 9:00
    O Michael Christensen, que foi quem criou
    essa metodologia em 1986,
  • 9:01 - 9:05
    o que ele foi capaz
    de perceber, que viralizou?
  • 9:05 - 9:11
    Hoje, você tem esse trabalho
    no mundo inteiro, fortemente na Europa.
  • 9:12 - 9:18
    No Brasil, a gente tem mais de 1,2 mil
    grupos que fazem essa atividade;
  • 9:18 - 9:19
    não como fim,
  • 9:19 - 9:23
    porque em muitos desses grupos
    as pessoas trabalham de maneira voluntária
  • 9:23 - 9:26
    e não têm a preparação
    profissional pra fazer isso,
  • 9:26 - 9:30
    mas como um meio de levar alguma coisa.
  • 9:31 - 9:33
    Então, eu fico me perguntando: "Por quê?
  • 9:33 - 9:37
    Por que o palhaço entra
    no cenário contemporâneo?"
  • 9:40 - 9:44
    O palhaço tem uma máscara
  • 9:44 - 9:48
    e essa máscara é a autorização
    que ele tem da sociedade
  • 9:48 - 9:50
    pra funcionar de um determinado modo.
  • 9:51 - 9:56
    O palhaço permite que a gente entre
    em contato com os nossos sentimentos,
  • 9:56 - 10:02
    permite que coisas que normalmente
    não seriam ditas possam ser expressas.
  • 10:02 - 10:05
    Ele brinca com as figuras de autoridade.
  • 10:05 - 10:07
    Por exemplo, no caso
    dos Doutores da Alegria,
  • 10:07 - 10:11
    eles usam um jaleco branco
    e se colocam como "médicos",
  • 10:12 - 10:15
    brincam com essa "posição"
  • 10:15 - 10:18
    e, com isso, eles permitem
    que você possa dizer coisas
  • 10:18 - 10:21
    que normalmente não seriam ditas.
  • 10:23 - 10:26
    O palhaço abraça o erro, a ambiguidade.
  • 10:26 - 10:31
    Tudo isso são ingredientes, alimento,
  • 10:31 - 10:34
    pra que dali possa nascer a graça,
  • 10:34 - 10:37
    essa alegria da qual eu falei.
  • 10:39 - 10:42
    E o que palhaço tem a ver com formação?
  • 10:42 - 10:47
    Por que estou aqui juntando os dois temas?
  • 10:49 - 10:51
    Eu diria que, pra mim, uma coisa
    muito importante que aprendi,
  • 10:51 - 10:54
    se eu fosse resumir o que
    eu aprendi com os Doutores,
  • 10:54 - 10:58
    é que eu aprendi que uma série de coisas
    que eu nomeava no hospital
  • 10:58 - 11:01
    de depressão, hospitalismo,
  • 11:02 - 11:05
    todas essas eram questões
    que tinham muito mais a ver
  • 11:05 - 11:09
    com a dificuldade que nós
    profissionais de saúde tínhamos,
  • 11:09 - 11:11
    de entrar em contato com os pacientes,
  • 11:11 - 11:15
    do que algo que efetivamente estivesse
    acontecendo com aquele paciente.
  • 11:16 - 11:19
    O que os Doutores da Alegria
    propõem, na minha opinião,
  • 11:19 - 11:21
    é o que eu chamo
    de uma "ética do encontro".
  • 11:21 - 11:25
    Através do modo de ver o mundo,
  • 11:25 - 11:30
    o palhaço nos propõe entrar
    num outro tipo de encontro,
  • 11:30 - 11:33
    e eu acho que é isso
    que atrai tantas pessoas
  • 11:33 - 11:36
    a brincar um pouco com essa figura.
  • 11:36 - 11:40
    O fenômeno que acontece no Brasil
    é que grande parte desses 1,2 mil grupos
  • 11:40 - 11:43
    são de estudantes,
    estudantes universitários,
  • 11:43 - 11:47
    de medicina e de outras áreas de saúde.
  • 11:48 - 11:51
    O que eu percebo trabalhando
    na formação com eles
  • 11:51 - 11:55
    é que a gente tem a oportunidade de criar
    um outro espaço pedagógico.
  • 11:55 - 11:59
    É um espaço pedagógico
    onde o corpo e os sentimentos
  • 12:00 - 12:04
    são bases estruturantes
    pra eu aprender alguma coisa;
  • 12:04 - 12:10
    onde a experiência que eu vivo é a coisa
    mais importante a ser considerada;
  • 12:11 - 12:16
    onde o erro, a ambiguidade e a confusão
    são etapas do aprendizado,
  • 12:17 - 12:24
    um aprendizado que reconecta o aprender
    com a vida, com a ordem do humano.
  • 12:24 - 12:27
    Eu acho que a gente viu isso
    em outras apresentações,
  • 12:27 - 12:32
    a necessidade de que isso aconteça
    pra gente falar de fato em conhecimento.
  • 12:35 - 12:38
    Eu gostaria de ler um conto
    pra vocês que eu trouxe.
  • 12:52 - 12:55
    É um conto do Gonçalo Tavares.
    É um angolano.
  • 12:55 - 12:59
    É um conto bem curtinho,
    que se chama "O Casaco".
  • 13:00 - 13:02
    "O Casaco.
  • 13:02 - 13:05
    Como acreditava que tinha
    um anjo protetor no seu casaco,
  • 13:05 - 13:07
    nunca o despia.
  • 13:07 - 13:11
    Quando o quiseram recrutar para a batalha,
    ele disse logo que sim,
  • 13:11 - 13:14
    desde que pudesse combater
    com o casaco vestido.
  • 13:14 - 13:19
    'O casaco tem lá dentro
    um anjo que me protege', justificou.
  • 13:19 - 13:22
    Claro que as hierarquias
    militares não aceitaram:
  • 13:22 - 13:25
    'Ninguém combate sem uniforme.'
  • 13:25 - 13:30
    O homem do casaco insistiu,
    mas nada feito, não o aceitaram.
  • 13:30 - 13:32
    Ficou em casa.
  • 13:32 - 13:36
    Os soldados que entraram
    na batalha morreram todos."
  • 13:37 - 13:41
    Eu trouxe esse conto
    porque eu acho que esse casaco
  • 13:41 - 13:45
    do qual o Gonçalo fala no conto
  • 13:45 - 13:49
    é esse lugar do sutil, do invisível,
  • 13:50 - 13:54
    do sentimento, da individualidade,
  • 13:54 - 13:59
    todos lugares que,
    de uma maneira geral, no ensino,
  • 13:59 - 14:01
    a gente vai colocar pra fora,
  • 14:01 - 14:05
    porque o saber está ligado
    a algo que está fora de mim
  • 14:05 - 14:07
    e é dado de fora pra dentro.
  • 14:10 - 14:12
    Esse novo espaço pedagógico,
  • 14:12 - 14:19
    essa possibilidade
    de não usar só o uniforme,
  • 14:19 - 14:22
    mas de poder levar consigo o seu casaco,
  • 14:22 - 14:27
    eu acho que fala dessa possibilidade
    de construir uma universidade do futuro,
  • 14:27 - 14:34
    onde a individualidade de vocês vai poder
    construir uma profissionalidade,
  • 14:34 - 14:36
    e não o contrário.
  • 14:36 - 14:37
    Então, o que eu queria com esse conto
  • 14:37 - 14:41
    é desejar pra vocês que vocês
    possam ir pras suas batalhas,
  • 14:41 - 14:45
    quando for solicitado
    que vocês usem os seus uniformes,
  • 14:45 - 14:48
    mas que vocês possam também
    levar os seus casacos.
  • 14:48 - 14:49
    Muito obrigada.
  • 14:49 - 14:51
    (Aplausos) (Vivas)
Title:
Ética do encontro | Morgana Masetti | TEDxUFRJ
Description:

A psicóloga Morgana Masetti acredita que tudo que existe são encontros. Ela compartilha a sua experiência, onde erro e ambiguidade fazem parte do processo. "Não só usar o uniforme, mas poder levar o seu casaco."

Psicóloga, pesquisadora, associada e cofundadora da ONG Doutores da Alegria. Dedica seu tempo a compreender e descrever a ação do artista que atua como palhaço em organizações de saúde.

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

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Video Language:
Portuguese, Brazilian
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
14:57

Portuguese, Brazilian subtitles

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