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O que os humanos podem aprender com limo semi-inteligente.

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    Gostaria de apresentar
    um organismo a vocês:
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    um bolor limoso,
    o Physarum polycephalum.
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    Trata-se de um bolor com crise
    de identidade, porque não é bolor.
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    Vamos entender isso melhor,
    para começar.
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    É um dos 700 bolores limosos conhecidos
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    que pertencem ao gênero das Amoeba.
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    É um organismo unicelular, uma célula,
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    que se junta com outras células,
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    formando uma supercélula gigante,
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    para maximizar seus recursos.
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    Num bolor limoso,
    é possível encontrar milhares
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    ou milhões de núcleos,
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    compartilhando uma parede celular,
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    todos operando como uma única entidade.
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    Em seu habitat natural,
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    pode-se encontrar bolor limoso
    se alimentando em florestas,
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    comendo vegetação apodrecida,
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    mas também é possível encontrá-lo
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    em laboratórios de pesquisa,
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    salas de aula e até em estúdios de arte.
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    A primeira vez que vi um bolor limoso
    foi há cerca de cinco anos.
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    Um microbiólogo amigo meu
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    me deu uma placa de Petri,
    com uma pequena bolha amarela dentro,
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    e me disse para ir para casa
    e me divertir com aquilo.
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    As únicas instruções que recebi foram
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    que ele gostava de escuro e de umidade
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    e que seu alimento favorito
    era mingau de aveia.
  • 1:09 - 1:11
    Sou uma artista
    que trabalhou por muitos anos
  • 1:11 - 1:14
    com biologia, com processos científicos.
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    Então, material vivo
    não é algo incomum para mim.
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    Já trabalhei com vegetais, bactérias,
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    moluscos, moscas de fruta.
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    Eu estava ansiosa para levar
    meu colaborador para casa
  • 1:23 - 1:25
    e ver do que ele era capaz.
  • 1:25 - 1:28
    Levei-o para casa e observei.
  • 1:28 - 1:31
    Dei-lhe uma dieta variada.
  • 1:31 - 1:33
    Observei enquanto se espalhava.
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    Ele formou uma conexão
    entre as fontes de alimento.
  • 1:35 - 1:38
    Observei-o deixar um rastro no caminho,
  • 1:38 - 1:40
    indicando onde havia estado.
  • 1:40 - 1:43
    E notei que, quando era alimentado
    com uma placa Petri,
  • 1:43 - 1:46
    ele escapava e encontrava um lar melhor.
  • 1:46 - 1:47
    Registrei minhas observações
  • 1:47 - 1:49
    em fotografias em "time-lapse".
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    O bolor limoso cresce
    cerca de um centímetro por hora,
  • 1:52 - 1:54
    o que não é ideal
    para que seja assistido ao vivo,
  • 1:54 - 1:57
    a não ser que haja alguma forma
    de meditação extrema,
  • 1:57 - 2:00
    mas por meio do time-lapse,
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    pude observar comportamentos
    realmente interessantes.
  • 2:03 - 2:06
    Por exemplo, tendo sido alimentado
    de um bom punhado de aveias,
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    o bolor limoso parte em busca
    de novos territórios,
  • 2:11 - 2:14
    em várias direções, simultaneamente.
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    Quando reencontra a si mesmo,
  • 2:16 - 2:18
    ele sabe que já está ali,
  • 2:18 - 2:20
    reconhece que está ali,
  • 2:20 - 2:22
    e recua
  • 2:22 - 2:25
    e cresce em outras direções.
  • 2:25 - 2:27
    Fiquei bastante impressionada
    com essa característica,
  • 2:27 - 2:31
    de como o que era basicamente
    um monte de células de limo
  • 2:31 - 2:34
    poderia, de alguma forma,
    mapear seu território,
  • 2:34 - 2:37
    conhecer a si mesmo e mover-se
    de forma visivelmente intencional.
  • 2:37 - 2:41
    Descobri incontáveis estudos científicos,
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    trabalhos de pesquisa, artigos,
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    todos citando trabalhos incríveis
    com esse organismo.
  • 2:47 - 2:49
    Vou compartilhar alguns deles com vocês.
  • 2:49 - 2:52
    Por exemplo, uma equipe
    da Universidade Hokkaido, no Japão,
  • 2:52 - 2:54
    encheu um labirinto com bolor limoso.
  • 2:54 - 2:56
    Ele se aglomerou e formou
    uma grande célula.
  • 2:56 - 2:59
    Eles introduziram alimento em dois pontos:
  • 2:59 - 3:00
    aveias, é claro,
  • 3:00 - 3:02
    e o limo formou uma conexão
  • 3:02 - 3:03
    entre os alimentos.
  • 3:03 - 3:06
    Ele evitou áreas vazias e becos sem saída.
  • 3:06 - 3:08
    Há quatro possível rotas
    para sair desse labirinto,
  • 3:08 - 3:10
    mas, constantemente,
  • 3:10 - 3:13
    o bolor limoso fez seu trajeto pela rota
  • 3:13 - 3:15
    mais curta e mais eficiente.
  • 3:15 - 3:16
    Bastante esperto.
  • 3:16 - 3:18
    A conclusão do experimento
  • 3:18 - 3:21
    foi que o bolor limoso possuía
    uma forma de inteligência primitiva.
  • 3:21 - 3:25
    Outro estudo o expôs ao ar frio,
    em intervalos regulares.
  • 3:25 - 3:27
    Ele não gostou. Ele não gosta de frio.
  • 3:27 - 3:28
    Nem de pouca umidade.
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    Eles fizeram isso repetidas vezes.
  • 3:31 - 3:32
    Em cada uma delas, ele reagiu
  • 3:32 - 3:35
    reduzindo seu crescimento.
  • 3:35 - 3:37
    Contudo, no intervalo seguinte,
  • 3:37 - 3:40
    os pesquisadores
    não o expunham ao ar frio,
  • 3:40 - 3:43
    mas ele se antecipava e desacelerava,
  • 3:43 - 3:45
    prevendo a exposição.
  • 3:45 - 3:47
    De alguma forma,
    ele sabia que estava prestes
  • 3:47 - 3:49
    a ser exposto ao frio
    de que não gostava.
  • 3:49 - 3:51
    A conclusão do experimento
  • 3:51 - 3:54
    foi que o bolor limoso
    era capaz de aprender.
  • 3:54 - 3:55
    Um terceiro experimento:
  • 3:55 - 3:57
    o bolor limoso foi convidado
  • 3:57 - 4:01
    a explorar um território
    repleto de aveias.
  • 4:01 - 4:04
    Ele partiu num padrão de ramificação.
  • 4:04 - 4:07
    No caminho, com cada partícula
    de alimento que encontra,
  • 4:07 - 4:10
    ele forma uma rede, uma conexão,
  • 4:10 - 4:11
    e continua buscando alimento.
  • 4:11 - 4:14
    Após 26 horas, ele havia estabelecido
  • 4:14 - 4:15
    uma rede e tanto
  • 4:15 - 4:17
    entre os diferentes flocos de aveia.
  • 4:17 - 4:19
    Não há nada de extraordinário nisso,
  • 4:19 - 4:22
    até saber que a aveia
    no centro, de onde partiu,
  • 4:22 - 4:24
    representa a cidade de Tóquio,
  • 4:24 - 4:28
    e as aveias ao redor
    são estações de trem de bairros próximos.
  • 4:28 - 4:30
    O limo havia replicado
  • 4:30 - 4:32
    a rede de transportes de Tóquio
  • 4:32 - 4:34
    -- (Risos) --
  • 4:34 - 4:37
    um sistema complexo,
    desenvolvido ao longo do tempo,
  • 4:37 - 4:41
    pela criação de comunidades,
    engenharia civil e planejamento urbano.
  • 4:41 - 4:43
    O que levamos
    mais de 100 anos para realizar
  • 4:43 - 4:46
    o bolor limoso levou
    pouco mais de uma dia.
  • 4:46 - 4:48
    A conclusão do experimento
  • 4:48 - 4:51
    foi que ele é capaz de formar
    redes eficientes
  • 4:51 - 4:53
    e resolver o problema
    do caixeiro-viajante.
  • 4:53 - 4:56
    Ele é um computador biológico.
  • 4:56 - 4:58
    Como tal, ele foi
    matematicamente modelado,
  • 4:58 - 5:00
    analisado em algoritmos.
  • 5:00 - 5:03
    Foi exposto a ondas de som,
    replicado, simulado.
  • 5:03 - 5:05
    Em todo o mundo, equipes de pesquisadores
  • 5:05 - 5:08
    estão decodificando
    seus princípios biológicos
  • 5:08 - 5:11
    para entender suas regras de computação
  • 5:11 - 5:13
    e aplicar esse conhecimento à eletrônica,
  • 5:13 - 5:15
    à programação e à robótica.
  • 5:15 - 5:17
    A questão é:
  • 5:17 - 5:19
    como esse ser funciona?
  • 5:19 - 5:21
    Ele não possui um sistema nervoso central,
  • 5:21 - 5:23
    não possui cérebro,
  • 5:23 - 5:25
    mas é capaz de mostrar comportamentos
  • 5:25 - 5:27
    que associamos a função cerebral.
  • 5:27 - 5:29
    Ele é capaz de aprender, de lembrar,
  • 5:29 - 5:32
    de resolver problemas, de tomar decisões.
  • 5:32 - 5:34
    Então, de onde vem essa inteligência?
  • 5:34 - 5:37
    Esta é uma microscopia,
    um vídeo que filmei,
  • 5:37 - 5:39
    aumentado em 100 vezes,
  • 5:39 - 5:42
    acelerado cerca de 20 vezes,
  • 5:42 - 5:44
    e dentro do bolor limoso
  • 5:44 - 5:48
    há um fluxo rítmico pulsante,
  • 5:48 - 5:50
    algo parecido
    com uma veia, que carrega
  • 5:50 - 5:53
    material celular, nutrientes
    e informações químicas
  • 5:53 - 5:55
    através da célula,
  • 5:55 - 5:59
    correndo em uma direção
    e depois na outra direção.
  • 5:59 - 6:03
    É essa oscilação contínua e sincronizada
  • 6:03 - 6:05
    que permite que ele forme
  • 6:05 - 6:08
    uma compreensão bastante complexa
    de seu ambiente,
  • 6:08 - 6:11
    sem qualquer centro de controle
    de grande escala.
  • 6:11 - 6:14
    É aí que está a inteligência dele.
  • 6:14 - 6:17
    Não são apenas pesquisadores acadêmicos
  • 6:17 - 6:20
    em universidades que estão interessados
    nesse organismo.
  • 6:20 - 6:23
    Alguns anos atrás, criei a SliMoCo,
  • 6:23 - 6:25
    Slime Mould Colletive.
    (Cooperativa do Bolor Limoso)
  • 6:25 - 6:28
    É uma rede online, aberta, democrática,
  • 6:28 - 6:30
    para que pesquisadores e entusiastas
  • 6:30 - 6:33
    compartilhem conhecimento
    e experimentações
  • 6:33 - 6:36
    de diferentes vertentes disciplinares
  • 6:36 - 6:40
    e de diferentes vertentes acadêmicas.
  • 6:40 - 6:43
    A adesão à Slime Mould Collective
    é autosseletiva.
  • 6:43 - 6:46
    As pessoas encontraram a cooperativa
  • 6:46 - 6:50
    como o bolor limoso encontra a aveia.
  • 6:50 - 6:51
    E ela abrange cientistas,
  • 6:51 - 6:53
    da computação e pesquisadores,
  • 6:53 - 6:55
    mas também artistas como eu,
  • 6:55 - 7:00
    arquitetos, designers,
    escritores, ativistas e por aí vai.
  • 7:00 - 7:05
    Participar desse grupo
    é muito interessante e vibrante.
  • 7:05 - 7:06
    Só alguns exemplos:
  • 7:06 - 7:09
    um artista que pinta
    com Physarum fluorescente;
  • 7:09 - 7:11
    uma equipe de colaboradores
  • 7:11 - 7:14
    que estão combinando
    design biológico e eletrônico
  • 7:14 - 7:17
    com tecnologia de impressão 3D
    num workshop;
  • 7:17 - 7:20
    outro artista que está usando o limo
  • 7:20 - 7:22
    como forma de engajar uma comunidade
  • 7:22 - 7:25
    para que mapeiem sua região.
  • 7:25 - 7:27
    Aqui, o limo está sendo usado diretamente
  • 7:27 - 7:30
    como ferramenta biológica,
    mas, metaforicamente,
  • 7:30 - 7:32
    como símbolo de formas de falar
  • 7:32 - 7:36
    sobre coesão social, comunicação
  • 7:36 - 7:37
    e cooperação.
  • 7:37 - 7:40
    Outras atividades públicas de engajamento:
  • 7:40 - 7:42
    realizo vários workshops de bolor limoso,
  • 7:42 - 7:44
    uma forma criativa
    de se engajar com o organismo.
  • 7:44 - 7:46
    As pessoas vêm para aprender
  • 7:46 - 7:48
    sobre as coisas incríveis
    que ele pode fazer,
  • 7:48 - 7:51
    e elas criam seu próprio
    experimento de placa de Petri,
  • 7:51 - 7:53
    um ambiente para que
    o bolor limoso passeie
  • 7:53 - 7:55
    e possam testar suas propriedades.
  • 7:55 - 7:57
    Todos levam para casa
    um novo "bicho de estimação"
  • 7:57 - 8:00
    e são convidados
    a postarem seus resultados
  • 8:00 - 8:02
    na Slime Mould Collective.
  • 8:02 - 8:04
    A cooperativa me possibilitou
  • 8:04 - 8:06
    formar parcerias
  • 8:06 - 8:09
    com diversas pessoas interessantes.
  • 8:09 - 8:10
    Tenho trabalhado com cineastas
  • 8:10 - 8:14
    num documentário
    longa-metragem sobre bolor limoso,
  • 8:14 - 8:17
    e friso, "longa-metragem",
  • 8:17 - 8:18
    que está em seu estágio final de edição
  • 8:18 - 8:21
    e chegará às telas dos cinemas
    muito em breve.
  • 8:21 - 8:23
    (Risos)
  • 8:23 - 8:26
    Também me possibilitou
    conduzir o que acho ser
  • 8:26 - 8:29
    o primeiro experimento humano
    com bolor limoso do mundo.
  • 8:29 - 8:32
    Isso é parte de uma exposição
    em Roterdã, no ano passado.
  • 8:32 - 8:37
    Convidamos pessoas a se tornarem
    bolor limoso por meia hora.
  • 8:37 - 8:40
    Basicamente, atamos as pessoas
    umas às outras,
  • 8:40 - 8:42
    formando uma célula gigante,
  • 8:42 - 8:45
    e às convidamos
    a seguir as regras do bolor limoso.
  • 8:45 - 8:49
    É preciso se comunicar
    por meio de oscilações,
  • 8:49 - 8:50
    sem falar.
  • 8:50 - 8:55
    É preciso operar como uma única entidade,
    uma célula gigante,
  • 8:55 - 8:56
    sem egos,
  • 8:56 - 8:59
    e com a motivação para se mover
  • 8:59 - 9:01
    e explorar o ambiente
  • 9:01 - 9:03
    em busca de alimento.
  • 9:03 - 9:06
    O resultado foi uma disposição caótica,
    quando esse bando de estranhos,
  • 9:06 - 9:10
    atados entre si com cordas amarelas
    e camisetas "Sendo Limo",
  • 9:10 - 9:13
    caminhou pelo parque do museu.
  • 9:13 - 9:17
    Quando encontravam árvores,
    tinham de reformular
  • 9:17 - 9:20
    suas conexões e mudar sua formação
    enquanto célula gigante,
  • 9:20 - 9:22
    sem falar nada.
  • 9:24 - 9:27
    Esse é um experimento hilário
    de muitas formas.
  • 9:27 - 9:29
    Ele não é baseado em hipótese.
  • 9:29 - 9:31
    Não estamos tentando
    provar nem demonstrar nada.
  • 9:31 - 9:34
    Mas ele nos proporcionou uma forma
  • 9:34 - 9:36
    de engajar uma maior parcela do público
  • 9:36 - 9:40
    com ideias de inteligência,
    operação, autonomia,
  • 9:40 - 9:43
    e de proporcionar uma plataforma divertida
  • 9:43 - 9:45
    para discussões
  • 9:45 - 9:49
    sobre as coisas que resultam.
  • 9:49 - 9:51
    Uma das coisas mais empolgantes
  • 9:51 - 9:54
    neste experimento
  • 9:54 - 9:56
    foi a conversa que aconteceu depois.
  • 9:56 - 10:00
    Um simpósio totalmente espontâneo
    acontecia no parque.
  • 10:00 - 10:02
    As pessoas falavam
    sobre a psicologia humana,
  • 10:02 - 10:04
    sobre como era difícil abrir mão
  • 10:04 - 10:07
    de suas personalidades e egos.
  • 10:07 - 10:10
    Outras pessoas falavam
    sobre comunicação bacteriana.
  • 10:10 - 10:12
    Cada pessoa trazia sua própria
  • 10:12 - 10:15
    interpretação,
  • 10:15 - 10:17
    e nossa conclusão deste experimento
  • 10:17 - 10:21
    foi que as pessoas em Roterdã
    foram altamente cooperativas,
  • 10:21 - 10:24
    principalmente quando recebiam cerveja.
  • 10:24 - 10:26
    Não demos a elas apenas aveias.
  • 10:26 - 10:27
    Demos cerveja também.
  • 10:27 - 10:30
    Mas não foram tão eficientes
    quanto o bolor limoso,
  • 10:30 - 10:31
    e ele, para mim,
  • 10:31 - 10:34
    é um tema fascinante.
  • 10:34 - 10:36
    É biologicamente fascinante,
  • 10:36 - 10:37
    computacionalmente interessante,
  • 10:37 - 10:39
    mas também é um símbolo,
  • 10:39 - 10:43
    uma forma se engajar
    com ideias de comunidade,
  • 10:43 - 10:46
    comportamento coletivo, cooperação.
  • 10:46 - 10:49
    Muito do meu trabalho se baseia
    em pesquisas científicas,
  • 10:49 - 10:52
    e isso presta uma homenagem
    ao experimento do labirinto,
  • 10:52 - 10:53
    mas de uma forma diferente.
  • 10:53 - 10:56
    O bolor limoso também
    é meu material de trabalho.
  • 10:56 - 11:01
    É coprodutor de fotografias,
    publicações, animações,
  • 11:01 - 11:03
    eventos participativos.
  • 11:03 - 11:05
    Embora o bolor limoso não escolha
  • 11:05 - 11:07
    trabalhar comigo, exatamente,
  • 11:07 - 11:09
    é uma colaboração, de certa forma.
  • 11:09 - 11:12
    Posso prever certos comportamentos
  • 11:12 - 11:14
    entendendo como ele funciona,
  • 11:14 - 11:15
    mas não posso controlá-lo.
  • 11:15 - 11:17
    Ele dá a palavra final
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    no processo criativo.
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    Afinal, ele possui sua própria
    estética interior.
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    Esses padrões de ramificação que vemos,
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    nós os vemos em todas
    as formas e escalas da natureza,
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    de deltas de rios a raios no céu,
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    de nossos vasos sanguíneos
    a redes neurais.
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    Obviamente, há regras importantes em jogo
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    nesse organismo simples, porém complexo,
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    e independentemente da nossa perspectiva
    disciplinar ou nosso modo de pesquisa,
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    temos muito a aprender
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    a partir da observação e do engajamento
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    com essa bela e acéfala bolha.
  • 11:49 - 11:52
    Eu lhes apresento o Physarum polycephalum.
  • 11:52 - 11:53
    Obrigada.
  • 11:53 - 11:54
    (Aplausos)
Title:
O que os humanos podem aprender com limo semi-inteligente.
Speaker:
Heather Barnett
Description:

Inspirada por design biológico e por sistemas auto-organizáveis, a artista Heather Barnett cocria com o Physarum polycephalum, um micro-organismo eucariótico que vive em áreas frescas e úmidas. O que as pessoas podem aprender com o bolor limoso semi-inteligente? Assista a esta palestra para descobrir.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
12:11
  • Tradução muito boa, parabéns!

    Abraços

Portuguese, Brazilian subtitles

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