Return to Video

A única grande razão do sucesso das "startup"

  • 0:01 - 0:03
    É um prazer partilhar convosco
  • 0:03 - 0:06
    algumas descobertas que me surpreenderam
  • 0:06 - 0:09
    acerca do que faz as empresas
    serem bem sucedidas,
  • 0:09 - 0:12
    que fatores realmente importam
    para o sucesso das "startup".
  • 0:13 - 0:15
    Eu acredito que a organização "startup"
  • 0:15 - 0:20
    é uma das melhores formas
    de tornar o mundo um lugar melhor.
  • 0:20 - 0:23
    Se pegarmos num grupo de pessoas
    com o incentivo suficiente
  • 0:23 - 0:25
    e as organizarmos numa "startup",
  • 0:25 - 0:29
    podemos desbloquear um potencial humano
    nunca antes possível.
  • 0:29 - 0:31
    Consegue-se que alcancem
    coisas inimagináveis.
  • 0:32 - 0:34
    Mas se a organização
    "startup" é tão boa,
  • 0:34 - 0:36
    porque é que muitas falham?
  • 0:36 - 0:37
    Isso era o que eu queria descobrir.
  • 0:37 - 0:40
    Queria descobrir o que realmente interessa
  • 0:40 - 0:41
    para o sucesso das "startup".
  • 0:41 - 0:43
    Queria tentar ser sistemático,
  • 0:43 - 0:46
    evitar alguns dos meus instintos
    e talvez equívocos que tenho
  • 0:46 - 0:48
    de tantas empresas que vi
    ao longo dos anos.
  • 0:48 - 0:50
    Queria saber isto
  • 0:50 - 0:53
    porque eu comecei a criar negócios
    desde os 12 anos de idade
  • 0:53 - 0:55
    quando vendia doces
    na paragem de autocarro na escola,
  • 0:55 - 0:58
    na secundária,
    fiz aparelhos a energia solar
  • 0:58 - 0:59
    na universidade, criei colunas de som.
  • 0:59 - 1:02
    Quando me licenciei,
    criei empresas de "software".
  • 1:02 - 1:04
    Há 20 anos, criei o "Idealab"
  • 1:04 - 1:07
    e nos últimos 20 anos
    criámos mais de 100 empresas,
  • 1:07 - 1:10
    muitos sucessos, e muitos fracassos.
  • 1:10 - 1:12
    Aprendemos imenso com os fracassos.
  • 1:12 - 1:15
    Por isso tentei verificar que fatores
  • 1:15 - 1:18
    foram mais importantes para o sucesso
    e fracasso das empresas.
  • 1:18 - 1:20
    Por isso olhei para estes cinco.
  • 1:20 - 1:21
    Primeiro, a ideia.
  • 1:21 - 1:23
    Eu costumava achar
    que a ideia era tudo.
  • 1:23 - 1:25
    Dei o nome "Idealab" à minha empresa
  • 1:25 - 1:28
    por adorar o momento "aha!"
    quando a ideia nos vem à cabeça.
  • 1:28 - 1:29
    Mas com o tempo,
  • 1:29 - 1:32
    comecei a pensar que talvez a equipa,
    a execução, a adaptação,
  • 1:32 - 1:35
    fossem mais importantes que a ideia em si.
  • 1:35 - 1:38
    Nunca pensei citar o pugilista
    Mike Tyson no palco TED,
  • 1:38 - 1:40
    mas ele disse uma vez:
  • 1:40 - 1:43
    "Toda a gente tem um plano,
    até levar um murro na cara."
  • 1:43 - 1:45
    (Risos)
  • 1:45 - 1:48
    Acho que isto também se aplica
    em relação aos negócios.
  • 1:48 - 1:50
    Muito importante no desempenho da equipa
  • 1:50 - 1:54
    é a capacidade de se adaptar
    após levar um murro do cliente.
  • 1:54 - 1:56
    O cliente é a verdadeira realidade.
  • 1:56 - 1:57
    É por isso que pensei
  • 1:57 - 2:00
    que a equipa talvez fosse
    a coisa mais importante.
  • 2:00 - 2:02
    Depois concentrei-me
    no modelo do negócio.
  • 2:02 - 2:05
    Terá a empresa um caminho definido
    para gerar receitas de clientes?
  • 2:05 - 2:08
    Estas foram as primeiras coisas
    em que pensei
  • 2:08 - 2:10
    sobre o que talvez seja
    essencial para o sucesso.
  • 2:10 - 2:12
    Depois, foquei-me no financiamento.
  • 2:12 - 2:14
    Ás vezes empresas recebem
    grandes apoios financeiros.
  • 2:14 - 2:16
    Talvez isso fosse o mais importante?
  • 2:16 - 2:17
    E depois claro, o "timing".
  • 2:17 - 2:20
    Será a ideia prematura e
    o mundo não está pronto para ela?
  • 2:20 - 2:23
    Prematura no sentido que é tão avançada
    que temos que educar o mundo?
  • 2:23 - 2:25
    É oportuna?
  • 2:25 - 2:27
    Ou é demasiado tardia,
    e há demasiada concorrência?
  • 2:27 - 2:29
    Por isso tentei focar-me
    nestes cinco fatores
  • 2:29 - 2:31
    em várias empresas.
  • 2:31 - 2:33
    Concentrei-me em
    todas as 100 empresas "Idealab"
  • 2:33 - 2:35
    e em 100 "não-Idealab",
  • 2:35 - 2:37
    para tentar chegar
    a uma conclusão cientifica.
  • 2:38 - 2:40
    Primeiro, nas empresas "Idealab",
  • 2:40 - 2:42
    as cinco melhores empresas
  • 2:42 - 2:45
    — Citysearch, CarsDirect, GoTo,
    NetZero, Tickets.com —
  • 2:45 - 2:47
    todas se tornaram
    em sucessos multimilionários.
  • 2:47 - 2:49
    E depois nas piores empresas
  • 2:49 - 2:52
    — Z.com, Insider Pages, MyLife,
    Desktop Factory, Peoplelink —
  • 2:52 - 2:55
    tínhamos grandes expectativas,
    mas não resultaram.
  • 2:55 - 2:58
    Então, tentei classificar cada atributo,
  • 2:58 - 3:01
    pontuei as empresas
    em cada uma destas dimensões.
  • 3:01 - 3:05
    E para as "não-idealab",
    procurei os grandes sucessos,
  • 3:05 - 3:08
    como Airbnb, Instagram,
    Uber, Youtube e Linkedin
  • 3:08 - 3:09
    E alguns fracassos:
  • 3:09 - 3:11
    Webvan, Kozmo, Pets.com,
  • 3:11 - 3:12
    Flooz e Friendster.
  • 3:12 - 3:15
    As piores empresas tiveram
    um grande financiamento.
  • 3:15 - 3:18
    Algumas até tinham modelos de negócio
    mas não tiveram sucesso.
  • 3:18 - 3:20
    Tentei perceber que fatores
    foram mais importantes
  • 3:20 - 3:24
    para o sucesso e o fracasso
    em todas estas empresas,
  • 3:24 - 3:25
    e os resultados surpreenderam-me.
  • 3:25 - 3:27
    O primeiro foi o "timing".
  • 3:28 - 3:30
    O "timing" foi, em 42% das vezes,
  • 3:30 - 3:33
    a diferença entre o sucesso e o fracasso.
  • 3:33 - 3:35
    O desempenho da equipa ficou em segundo,
  • 3:35 - 3:36
    e a ideia,
  • 3:36 - 3:38
    a diferenciação da ideia,
    a originalidade da ideia,
  • 3:38 - 3:40
    na verdade ficou em terceiro.
  • 3:40 - 3:42
    Isto não é absolutamente definitivo,
  • 3:42 - 3:44
    não estou a dizer que a ideia
    não é importante,
  • 3:44 - 3:47
    mas surpreendeu-me que a ideia
    não fosse o mais importante.
  • 3:47 - 3:50
    Por vezes contou mais quando
    houve o "timing" certo.
  • 3:50 - 3:53
    As últimas duas, modelo e financiamento
    fazem sentido para mim.
  • 3:53 - 3:55
    Penso que faz sentido
    o modelo estar tão baixo
  • 3:55 - 3:58
    porque é possível começar
    sem um modelo de negócio
  • 3:58 - 4:01
    e acrescentar um mais tarde, se houver
    procura para o que estamos a criar.
  • 4:01 - 4:03
    E o financiamento, também.
  • 4:03 - 4:06
    Se não tivermos financiamento
    mas estivermos a ganhar ímpeto,
  • 4:06 - 4:07
    especialmente hoje em dia,
  • 4:07 - 4:09
    é muito fácil obter bom apoio financeiro.
  • 4:09 - 4:12
    Vou dar-vos uns exemplos específicos.
  • 4:12 - 4:15
    Um grande sucesso como o Airbnb
    que toda a gente conhece.
  • 4:15 - 4:18
    A companhia foi rejeitada
    por muitos investidores inteligentes
  • 4:18 - 4:20
    porque pensavam:
  • 4:20 - 4:22
    "Ninguém vai alugar um espaço
    em suas casas a um estranho."
  • 4:22 - 4:24
    Claro, as pessoas provaram o contrário.
  • 4:24 - 4:26
    Mas uma das razões
    pela qual teve sucesso,
  • 4:26 - 4:29
    além de um bom modelo, uma boa ideia,
    uma fantástica execução,
  • 4:29 - 4:31
    foi o "timing".
  • 4:31 - 4:33
    A empresa surgiu
    mesmo no auge da recessão,
  • 4:33 - 4:35
    quando as pessoas
    precisavam de dinheiro extra
  • 4:35 - 4:37
    e talvez isso ajudou a ultrapassar
  • 4:37 - 4:40
    o complexo de alugar as suas casas
    a estranhos.
  • 4:40 - 4:41
    A mesma coisa com a Uber,
  • 4:41 - 4:42
    A Uber surgiu,
  • 4:42 - 4:44
    uma empresa e um modelo
    de negócio incrível,
  • 4:44 - 4:45
    uma fantástica execução.
  • 4:45 - 4:47
    Mas o "timing" foi perfeito
  • 4:47 - 4:49
    para a necessidade de colocar
    condutores no sistema.
  • 4:49 - 4:52
    Os condutores procuravam dinheiro extra;
    era muito importante.
  • 4:52 - 4:56
    Um dos primeiros sucessos, a Citysearch,
    surgiu quando se precisava de páginas web.
  • 4:56 - 4:58
    A GoTo.com, que foi anunciada
    na TED em 1998,
  • 4:58 - 5:02
    numa altura em que se procurava
    formas eficientes de obter tráfego.
  • 5:02 - 5:03
    Achámos a ideia excelente,
  • 5:03 - 5:06
    mas, o "timing" foi provavelmente
    o mais importante.
  • 5:06 - 5:07
    E alguns dos nossos fracassos.
  • 5:07 - 5:11
    Fundámos a companhia Z.com,
    era uma empresa de entretenimento online.
  • 5:11 - 5:12
    Estávamos muito entusiasmados.
  • 5:12 - 5:15
    Angariámos dinheiro suficiente,
    tínhamos um bom modelo,
  • 5:15 - 5:18
    contratámos um talento de Hollywood
    para se juntar a nós.
  • 5:18 - 5:21
    Mas a penetração da banda larga
    era baixa em 1999-2000.
  • 5:21 - 5:23
    Era muito difícil visualizar
    conteúdos online,
  • 5:23 - 5:26
    era necessário instalar "codecs"
    no "browser" e tudo isso,
  • 5:26 - 5:28
    e a empresa acabou por falir em 2003.
  • 5:28 - 5:29
    Dois anos mais tarde,
  • 5:29 - 5:32
    quando o problema dos "codecs"
    foi resolvido pelo Adobe Flash
  • 5:32 - 5:36
    e quando a penetração da banda larga
    chegou aos 50% nos EUA,
  • 5:36 - 5:38
    o YouTube surgiu na altura perfeita.
  • 5:38 - 5:40
    Uma grande ideia,
    um "timing" inacreditável.
  • 5:40 - 5:43
    De facto, o YouTube nem tinha um modelo
    quando foi lançado.
  • 5:43 - 5:45
    Não havia sequer
    certeza de que funcionaria.
  • 5:45 - 5:47
    Mas foi extremamente oportuno.
  • 5:47 - 5:49
    Por isso, sumariamente, diria,
  • 5:49 - 5:51
    que a execução conta muito.
  • 5:51 - 5:53
    A ideia conta muito.
  • 5:53 - 5:55
    Mas o "timing" ainda pode contar mais.
  • 5:55 - 5:57
    A melhor maneira de avaliar o "timing"
  • 5:57 - 5:59
    é perceber se os consumidores
    estão preparados
  • 5:59 - 6:01
    para o que estamos a oferecer.
  • 6:01 - 6:03
    Para sermos realmente honestos,
  • 6:03 - 6:05
    e não entrarmos em negação
    com os resultados que vemos,
  • 6:05 - 6:08
    porque se temos algo que adoramos,
    queremos levá-lo em frente,
  • 6:08 - 6:11
    temos de ser muito honestos
    em relação ao "timing".
  • 6:11 - 6:12
    Como já disse,
  • 6:12 - 6:15
    penso que as "startups" podem
    mudar o mundo, torná-lo um lugar melhor.
  • 6:15 - 6:17
    Espero que estes pensamentos
  • 6:17 - 6:20
    possam ajudar-vos a ter
    uma taxa de sucesso maior,
  • 6:20 - 6:22
    e assim criar algo de importante
    para o mundo
  • 6:22 - 6:24
    o que não aconteceria de outra forma.
  • 6:24 - 6:26
    Muito obrigado,
    foram um público fantástico.
  • 6:26 - 6:27
    (Aplausos)
Title:
A única grande razão do sucesso das "startup"
Speaker:
Bill Gross
Description:

Bill Gross fundou muitas "startups" e ajudou a fundar muitas outras e ficou curioso sobre o porquê de algumas terem sucesso e outras não. Por isso, juntou dados de centenas de empresas, dele e de outras pessoas, e classificou-as de acordo com cinco fatores chave. Descobriu que um se destacava dos outros. Surpreendente até mesmo para ele.

more » « less
Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDTalks
Duration:
06:40

Portuguese subtitles

Revisions