O segredo para uma vida longa pode estar na sua vida social
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0:01 - 0:03Eis um fato intrigante:
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0:03 - 0:05no mundo desenvolvido,
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0:05 - 0:06em todos os lugares,
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0:07 - 0:11as mulheres vivem em média
seis a oito anos mais do que os homens. -
0:11 - 0:13Seis a oito anos mais.
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0:13 - 0:16É uma diferença enorme.
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0:17 - 0:20Em 2015, a "Lancet" publicou um artigo
-
0:20 - 0:22mostrando que homens de países ricos
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0:22 - 0:25têm duas vezes mais chances
de morrer do que as mulheres, -
0:25 - 0:27em qualquer idade.
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0:27 - 0:30Mas há um lugar no mundo
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0:30 - 0:32onde os homens vivem
tanto quanto as mulheres. -
0:32 - 0:36É uma zona remota,
montanhosa, uma zona azul, -
0:36 - 0:37onde a superlongevidade
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0:37 - 0:39é comum a ambos os sexos.
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0:40 - 0:44Essa é a zona azul na Sardenha,
uma ilha italiana no Mediterrâneo, -
0:44 - 0:47entre a Córsega e a Tunísia,
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0:47 - 0:50onde há seis vezes mais centenários
-
0:50 - 0:54do que no continente italiano,
que está a menos de 300 km de distância. -
0:54 - 0:58Há dez vezes mais centenários
do que na América do Norte. -
0:58 - 1:01É o único lugar onde os homens
vivem tanto quanto as mulheres. -
1:01 - 1:02Mas por quê?
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1:02 - 1:04Isso chamou minha atenção.
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1:05 - 1:08Decidi pesquisar a ciência
e os hábitos do lugar, -
1:08 - 1:10e comecei com o perfil genético.
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1:11 - 1:13Logo descobri
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1:13 - 1:17que os genes eram responsáveis
por apenas 25% da longevidade ali. -
1:17 - 1:20Os outros 75% eram
devidos ao estilo de vida. -
1:20 - 1:23Então, o que é preciso
para se viver 100 anos ou mais? -
1:24 - 1:25O que eles estão fazendo certo?
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1:25 - 1:29Aqui temos uma vista aérea de Villagrande.
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1:29 - 1:31É uma vila no centro da zona azul
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1:31 - 1:33onde fui investigar isso
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1:33 - 1:38e, como podem ver, beleza
arquitetônica não é o forte deles. -
1:39 - 1:40Mas a densidade é:
-
1:40 - 1:42casas bem próximas,
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1:42 - 1:45alamedas e ruas entrelaçadas.
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1:45 - 1:49O que significa que as vidas dos moradores
constantemente se cruzam. -
1:49 - 1:51E, andando pela vila,
-
1:51 - 1:54eu sentia centenas de olhos me observando
-
1:54 - 1:57por trás dos vãos
das portas e das cortinas, -
1:57 - 1:59por trás das persianas.
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1:59 - 2:01Porque, como todas vilas antigas,
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2:01 - 2:04Villagrande não teria sobrevivido
-
2:04 - 2:07sem essa estrutura,
sem seus muros, sua catedral, -
2:07 - 2:09sem sua pracinha,
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2:09 - 2:14porque defesa e coesão social
definem seu design. -
2:14 - 2:18As prioridades urbanas mudaram
no processo até a revolução industrial, -
2:18 - 2:21quando doenças infecciosas
se tornaram o risco da época. -
2:21 - 2:22Mas e agora?
-
2:23 - 2:27Agora, o isolamento social é o problema
de saúde pública de nosso tempo. -
2:28 - 2:30Atualmente, um terço da população diz
-
2:30 - 2:34que possui apenas duas
ou três pessoas com quem contar. -
2:34 - 2:37Mas, na contramão disso,
vamos a Villagrande, -
2:37 - 2:39conhecer alguns centenários.
-
2:39 - 2:43Este é Giuseppe Murinu,
de 102 anos, um supercentenário -
2:43 - 2:46e morador antigo de Villagrande.
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2:46 - 2:48Ele era um homem sociável.
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2:48 - 2:50Ele amava recontar histórias,
-
2:50 - 2:54como a em que conseguiu sobreviver comendo
o que encontrava no chão da floresta -
2:54 - 2:57durante não uma,
mas duas guerras mundiais; -
2:58 - 3:01e como ele e sua esposa,
que também viveu mais de 100 anos, -
3:01 - 3:04criaram seis filhos numa cozinha
pequena e acolhedora, -
3:04 - 3:06onde o entrevistei.
-
3:06 - 3:09Aqui é ele com os filhos
Angelo e Domenico, -
3:09 - 3:12ambos na casa dos 70 anos,
cuidando do pai, -
3:12 - 3:16e que ficaram claramente
desconfiados comigo e minha filha, -
3:16 - 3:19a qual me acompanhou
nessa viagem de pesquisa, -
3:19 - 3:22pois o outro lado da coesão social
-
3:22 - 3:24é a desconfiança
com estranhos e forasteiros. -
3:24 - 3:28Mas o Giuseppe, ele não estava
nem um pouco desconfiado. -
3:28 - 3:30Ele era um cara bem tranquilo,
-
3:30 - 3:34muito expansivo e otimista.
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3:34 - 3:38E fiquei pensando: "Então é assim
que a gente passa dos 100 anos, -
3:39 - 3:40pensando positivo?"
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3:42 - 3:43Na verdade, não.
-
3:43 - 3:45(Risos)
-
3:49 - 3:51Este é Giovanni Corrias, que tem 101 anos
-
3:51 - 3:54e é a pessoa mais rabugenta
que já conheci. -
3:55 - 3:56(Risos)
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3:56 - 3:58Ele contraria a ideia
-
3:58 - 4:00de que precisamos
ser positivos para viver muito. -
4:01 - 4:03E há evidência disso.
-
4:03 - 4:06Quando lhe perguntei
por que era tão longevo, -
4:06 - 4:09ele meio que olhou pra mim
com aquelas pálpebras caídas e resmungou: -
4:09 - 4:11"Ninguém precisa saber meus segredos".
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4:11 - 4:14(Risos)
-
4:14 - 4:16Mas, apesar de ser um ranzinza,
-
4:16 - 4:18a sobrinha que cuida dele
-
4:18 - 4:21o chamava de "Il Tesoro", "meu tesouro".
-
4:21 - 4:25Ela o respeitava e amava,
-
4:25 - 4:28e me disse, quando questionei
sobre sua óbvia perda de liberdade: -
4:29 - 4:31"Você não consegue entender, consegue?
-
4:31 - 4:34Cuidar desse homem é um prazer.
-
4:34 - 4:36É um enorme privilégio para mim.
-
4:36 - 4:37Esse é o meu patrimônio".
-
4:38 - 4:42E, de fato, onde quer que eu fosse
para entrevistar esses centenários, -
4:42 - 4:43tinha uma festa na cozinha.
-
4:43 - 4:45Aqui, Giovanni com suas duas sobrinhas,
-
4:45 - 4:48Maria, acima, e, ao lado dele,
sua sobrinha-neta Sara, -
4:48 - 4:52que chegou trazendo
frutas e verduras frescas. -
4:52 - 4:55E rapidamente descobri, ali,
-
4:56 - 4:58que na zona azul,
quando as pessoas envelheciam, -
4:58 - 5:00e mesmo ao longo de suas vidas,
-
5:00 - 5:04elas sempre estavam cercadas
por familiares, amigos, -
5:04 - 5:08vizinhos, pelo padre,
pelo dono do bar, do mercadinho. -
5:08 - 5:10As pessoas estão
sempre por ali ou passando. -
5:10 - 5:13Elas nunca levam uma vida solitária.
-
5:14 - 5:16Uma situação bem diferente
do resto do mundo desenvolvido, -
5:16 - 5:18sobre o qual George Burns brinca:
-
5:18 - 5:22"Felicidade é ter uma família amorosa
e acolhedora em outra cidade". -
5:22 - 5:24(Risos)
-
5:24 - 5:27Bem, até então tínhamos
conhecido apenas homens, -
5:27 - 5:30homens longevos,
mas conheci mulheres também, -
5:30 - 5:31e aqui vocês veem Tia Teresa.
-
5:32 - 5:36Ela, com mais de 100 anos, me ensinou
como fazer a especialidade local, -
5:36 - 5:38que se chama culurgiones,
-
5:38 - 5:42que é parecido com um ravióli grande,
-
5:43 - 5:45desse tamanho,
-
5:45 - 5:49recheados com ricota integral e hortelã,
e mergulhados em molho de tomate. -
5:49 - 5:52E ela me ensinou a fazer o friso certo
-
5:53 - 5:55para que eles não se abram.
-
5:55 - 5:58Ela faz esses raviólis
com a filha todo domingo -
5:58 - 6:01e os distribui para as dezenas
de vizinhos e amigos. -
6:02 - 6:05E foi aí que descobri que uma dieta
de baixa caloria e sem glúten -
6:05 - 6:08não é o que faz as pessoas
viverem 100 anos na zona azul. -
6:08 - 6:10(Risos) (Aplausos)
-
6:11 - 6:15Bem, essas histórias de centenários,
e seu embasamento científico, -
6:15 - 6:18me fizeram questionar
algumas coisas também, -
6:18 - 6:22como: quando vou morrer
e como posso postergar esse dia? -
6:22 - 6:26E, como podem ver,
a resposta não é o que se esperava. -
6:27 - 6:31Julianne Holt-Lunstad é pesquisadora
da Universidade Brigham Young -
6:31 - 6:34e abordou justamente
essa questão numa série de estudos -
6:34 - 6:37com milhares de pessoas de meia-idade,
-
6:37 - 6:39com perfil semelhante ao desta plateia.
-
6:39 - 6:42E ela estudou cada aspecto
do estilo de vida delas: -
6:42 - 6:44dieta, exercícios,
-
6:44 - 6:46estado civil,
-
6:46 - 6:50frequência com que iam ao médico,
se fumavam ou bebiam, etc. -
6:50 - 6:52Ela gravou tudo isso
-
6:52 - 6:57e depois ela e seus colegas
aguardaram sete anos -
6:57 - 6:59para ver quem ainda estaria respirando.
-
7:00 - 7:02Em todas as pessoas que restaram,
-
7:03 - 7:06o que mais reduziu a sua chance de morrer?
-
7:06 - 7:08Essa era a pergunta.
-
7:08 - 7:12Então, vamos ver um resumo de seus dados,
-
7:12 - 7:16indo do indicador
mais fraco ao mais forte. -
7:16 - 7:17Tudo bem?
-
7:17 - 7:20Bem, ar puro, que é ótimo,
-
7:20 - 7:22não prediz quanto vamos viver.
-
7:23 - 7:26Se tivermos nossa hipertensão sob controle
-
7:26 - 7:27é bom.
-
7:27 - 7:29Também não é um indicador forte.
-
7:29 - 7:32Podemos parar de sentir culpa
por magreza ou sobrepeso, -
7:32 - 7:35pois isso ficou no terceiro lugar.
-
7:35 - 7:37Exercício é o próximo item,
-
7:37 - 7:40também um indicador moderado apenas.
-
7:40 - 7:44Se, após um problema cardíaco,
estivermos nos recuperando e exercitando, -
7:44 - 7:46começa a ficar mais alto agora.
-
7:46 - 7:48Vacinar-se contra a gripe.
-
7:48 - 7:49Vocês sabiam
-
7:49 - 7:53que tomar vacina contra a gripe
nos protege mais do que fazer exercícios? -
7:53 - 7:55(Risos)
-
7:55 - 7:57Beber álcool e parar,
-
7:57 - 7:59ou beber moderadamente,
-
7:59 - 8:03não fumar, ou fumar e largar.
-
8:04 - 8:07E indo para os indicadores mais altos
-
8:07 - 8:11estão duas características
de nossa vida social. -
8:11 - 8:13Primeiro, os relacionamentos próximos.
-
8:13 - 8:17Trata-se das pessoas a quem podemos
pedir dinheiro emprestado -
8:17 - 8:20se precisarmos de repente,
-
8:20 - 8:23que vão chamar um médico
se estivermos passando mal, -
8:23 - 8:25ou que vão nos levar para o hospital,
-
8:25 - 8:29ou que vão ficar conosco
se tivermos uma crise existencial, -
8:29 - 8:31se estivermos desesperados.
-
8:31 - 8:34Essas pessoas, esse pequeno
grupo de pessoas, -
8:34 - 8:38são fortes indicadores de quão longevos
seremos, se as tivermos. -
8:38 - 8:40E aqui algo que me surpreendeu,
-
8:40 - 8:43algo que se chama integração social.
-
8:43 - 8:48Isso se refere a quanto interagimos
com as pessoas ao longo do dia. -
8:49 - 8:51Com quantas pessoas conversamos?
-
8:51 - 8:54E tanto podem ser
laços fracos quanto fortes, -
8:54 - 8:57não apenas com pessoas próximas,
-
8:57 - 8:58importantes para nós,
-
8:58 - 9:02mas, tipo, o cara que trabalha no café.
-
9:03 - 9:05Conversamos com o carteiro?
-
9:05 - 9:08Conversarmos com a mulher que passeia
com o cachorro, e que vemos todos dia? -
9:08 - 9:11Jogamos bridge ou pôquer,
frequentamos um clube do livro? -
9:11 - 9:16Essas interações são os indicadores
mais fortes de quanto vamos viver. -
9:16 - 9:18Bem, isso me leva à próxima questão.
-
9:19 - 9:24Se agora passarmos mais tempo on-line
do que em outra atividade, -
9:24 - 9:26incluindo dormir,
-
9:26 - 9:28chegarmos agora a 11 horas por dia,
-
9:28 - 9:31uma hora a mais do que ano passado, aliás,
-
9:31 - 9:32isso faz diferença?
-
9:33 - 9:37Por que distinguir
entre interagir pessoalmente -
9:37 - 9:39e interagir pelas mídias sociais?
-
9:39 - 9:46Será a mesma coisa estar constantemente
em contato com os filhos por mensagens? -
9:46 - 9:48A resposta curta para isso é não,
-
9:48 - 9:50não é a mesma coisa.
-
9:50 - 9:55Contato cara a cara libera
uma enxurrada de neurotransmissores -
9:55 - 9:58e, como uma vacina,
nos protege agora, no presente, -
9:58 - 10:00e no futuro.
-
10:00 - 10:03Assim, um simples contato
olho no olho com alguém, -
10:04 - 10:08um aperto de mão, um "toca aqui",
é suficiente para liberar oxitocina, -
10:08 - 10:12a qual aumenta nosso nível de confiança
e diminui nossos níveis de cortisol. -
10:13 - 10:15Portanto, diminui nosso estresse.
-
10:15 - 10:20E isso produz dopamina, o que nos deixa
um pouco animados e acaba com a dor. -
10:20 - 10:23É como uma morfina produzida naturalmente.
-
10:23 - 10:26Bem, tudo isso passa
sob nosso radar consciente, -
10:26 - 10:30a razão pela qual combinamos
a atividade on-line com a coisa real. -
10:30 - 10:34Mas temos evidência recente agora
de que faz muita diferença. -
10:34 - 10:36Assim, vamos ver o que diz a neurociência.
-
10:36 - 10:39Elizabeth Redcay, neurocientista
da Universidade de Maryland, -
10:39 - 10:41tentou mapear a diferença
-
10:41 - 10:45entre o que acontece no cérebro
quando interagimos pessoalmente -
10:45 - 10:48e quando assistimos a algo sem interação.
-
10:48 - 10:53E ela comparou a função cerebral
de dois grupos de pessoas, -
10:53 - 10:56um interagindo ao vivo com ela,
-
10:56 - 10:58ou com um de seus pesquisadores,
-
10:58 - 11:00numa conversa dinâmica,
-
11:00 - 11:03e comparou isso à atividade
cerebral das pessoas -
11:03 - 11:07que a viam falar sobre o mesmo tema
-
11:07 - 11:09mas num vídeo gravado, como no YouTube.
-
11:10 - 11:12A propósito, se quiserem saber
-
11:12 - 11:14como ela colocou duas pessoas
num tomógrafo ao mesmo tempo, -
11:14 - 11:16me perguntem depois.
-
11:16 - 11:19Então, qual foi a diferença?
-
11:19 - 11:23Este é o cérebro
numa interação social real. -
11:23 - 11:26O que estão vendo
é a diferença na atividade cerebral -
11:26 - 11:31entre interagir pessoalmente
e receber conteúdo passivamente. -
11:31 - 11:36Em laranja, vocês estão vendo áreas
do cérebro associadas à atenção, -
11:36 - 11:37à inteligência social,
-
11:37 - 11:40que se refere a antecipar
o que alguém está pensando, -
11:40 - 11:41sentindo e planejando,
-
11:42 - 11:43e à recompensa emocional.
-
11:43 - 11:46E essas áreas se tornam
muito mais participativas -
11:46 - 11:49quando interagimos com um parceiro real.
-
11:50 - 11:53Bem, essas assinaturas
cerebrais mais abundantes -
11:53 - 11:57devem ser a razão pela qual recrutadores
das empresas Fortune 500, -
11:57 - 11:59ao avaliar candidatos,
-
11:59 - 12:02achavam que os candidatos
pareciam mais inteligentes -
12:02 - 12:04quando ouviam sua voz,
-
12:04 - 12:07comparado com quando se lia
a apresentação deles, por exemplo, -
12:07 - 12:09ou num e-mail ou carta.
-
12:09 - 12:12Bem, a voz e a linguagem
corporal dizem muito. -
12:12 - 12:15Mostram que somos seres humanos
que pensam, sentem, sencientes, -
12:15 - 12:18que somos muito mais do que um algoritmo.
-
12:18 - 12:20Bem, essa pesquisa de Nicholas Epley,
-
12:20 - 12:24da Business School
da Universidade de Chicago, -
12:24 - 12:27é incrível, porque nos mostra
uma coisa muito simples. -
12:28 - 12:32Quando alguém ouve sua voz,
te acha mais inteligente. -
12:32 - 12:35Ou seja, é algo bem simples.
-
12:35 - 12:38Bem, retomando o que falei,
-
12:38 - 12:40por que as mulheres vivem
mais do que os homens? -
12:40 - 12:42Uma das razões é que
provavelmente as mulheres -
12:42 - 12:46priorizam e acalentam
seus relacionamentos cara a cara -
12:46 - 12:47ao longo da vida.
-
12:47 - 12:51Evidências recentes mostram
que essas amizades em pessoa -
12:51 - 12:55criam um escudo biológico
contra doenças e declínio. -
12:55 - 12:57E isso não vale apenas para humanos,
-
12:57 - 13:00mas para os primatas, os relacionamentos
dos nossos primatas também. -
13:00 - 13:04O trabalho do antropólogo Joan Silk
mostra que fêmeas de babuínos -
13:04 - 13:07que têm um grupo de amigas fêmeas
-
13:07 - 13:11apresentam um nível menor de estresse,
por meio de seus níveis de cortisol, -
13:11 - 13:14vivem mais e a taxa de sobrevivência
de seus filhotes é maior. -
13:15 - 13:17Pelo menos três relacionamentos estáveis.
-
13:17 - 13:19Esse foi o número mágico.
-
13:19 - 13:20Pensem nisso.
-
13:20 - 13:22Pessoal, espero que tenham três.
-
13:22 - 13:26O poder do contato cara a cara
-
13:26 - 13:29é a razão por que há
menores índices de demência -
13:29 - 13:32entre pessoas sociáveis.
-
13:32 - 13:34É por isso que mulheres com câncer de mama
-
13:34 - 13:39têm quatro vezes mais chance de sobreviver
à doença do que os solitários. -
13:39 - 13:43E por que homens que tiveram um AVC
e sempre se encontram pra jogar pôquer -
13:43 - 13:45ou tomar café,
-
13:45 - 13:49ou jogar hóquei old-timer,
lembrem-se, sou canadense, -
13:49 - 13:50(Risos)
-
13:50 - 13:52estão mais protegidos pelo contato social
-
13:52 - 13:54do que pela medicação.
-
13:54 - 13:57Homens que tiveram um AVC
e se reúnem regularmente... -
13:57 - 14:00isso é algo muito poderoso
que eles podem fazer. -
14:00 - 14:04Esse contato cara a cara
propicia benefícios incríveis, -
14:04 - 14:09apesar de quase um quarto da população
dizer que não tem ninguém pra conversar. -
14:09 - 14:11Podemos fazer alguma coisa a respeito.
-
14:12 - 14:13Como os moradores da Sardenha,
-
14:13 - 14:17é um imperativo biológico
saber que não estamos sós, -
14:17 - 14:19e não apenas as mulheres entre nós.
-
14:19 - 14:23Construir interação em pessoa
em nossas cidades, em nosso trabalho, -
14:23 - 14:25em nossas agendas
-
14:26 - 14:27reforça o sistema imunológico,
-
14:27 - 14:31inunda de hormônios do bem-estar
o sangue e o cérebro -
14:31 - 14:33e nos ajuda a viver mais.
-
14:34 - 14:36Chamo isso de construir sua vila,
-
14:37 - 14:40e construí-la e mantê-la
é uma questão de vida ou morte. -
14:41 - 14:42Obrigada.
-
14:42 - 14:44(Aplausos) (Vivas)
-
14:48 - 14:50Helen Walters: Susan,
quero perguntar uma coisa. -
14:50 - 14:52Será que existe um meio-termo?
-
14:52 - 14:56Você falou dos neurotransmissores
se conectando em interações cara a cara, -
14:56 - 14:58mas e com a tecnologia digital?
-
14:58 - 15:01Vimos enormes melhorias
na tecnologia digital -
15:01 - 15:03como o FaceTime, coisas assim.
-
15:03 - 15:04Isso funciona também?
-
15:04 - 15:08Vejo meu sobrinho jogando
Minecraft e gritando com os amigos. -
15:08 - 15:10Parece que ele está
se conectando muito bem. -
15:10 - 15:12Isso é útil? Isso ajuda?
-
15:12 - 15:14Susan Pinker: Alguns dos dados
estão apenas surgindo. -
15:14 - 15:17Os dados são tão novos
que a revolução digital aconteceu, -
15:17 - 15:20e os dados de saúde foram a reboque.
-
15:20 - 15:21Estamos aprendendo ainda,
-
15:21 - 15:25mas eu diria que há alguns progressos
que poderíamos fazer na tecnologia. -
15:25 - 15:29Por exemplo, a câmera do laptop
está no alto da tela, -
15:29 - 15:32assim, quando você
está olhando para a tela, -
15:32 - 15:34não está fazendo contato visual de fato.
-
15:34 - 15:37Assim, uma coisa tão simples
como olhar para a câmera -
15:37 - 15:42pode aumentar esses neurotransmissores
ou talvez mudar a posição da câmera. -
15:42 - 15:46Então, não é idêntico, mas penso que
estamos chegando perto com a tecnologia. -
15:46 - 15:47HW: Ótimo. Muito obrigada.
-
15:47 - 15:49SP: Eu que agradeço.
-
15:49 - 15:50(Aplausos) (Vivas)
- Title:
- O segredo para uma vida longa pode estar na sua vida social
- Speaker:
- Susan Pinker
- Description:
-
A ilha italiana da Sardenha tem seis vezes mais centenários do que a Itália continental, e dez vezes mais do que a América do Norte. Por quê? Segundo a psicóloga Susan Pinker, não é uma disposição genética ou uma dieta de baixa caloria e sem glúten que mantêm os moradores da ilha saudáveis -- é a ênfase dada aos relacionamentos pessoais próximos e às interações cara a cara. Saiba mais sobre superlongevidade assistindo Pinker explicar o que é preciso para se viver 100 anos ou mais.
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:02
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