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Astronomia de Onda Gravitacional: abrindo uma nova janela no universo | Martin Hendry | TEDxGlasgow

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    Há um mito urbano clássico
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    que diz que se todos na China
    pularem juntos,
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    a Terra será tirada de seu eixo.
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    Acreditem, fiz os cálculos e posso dizer
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    que o eixo da Terra está seguro.
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    Apesar de que, por ter crescido
    na Grã-Bretanha nos anos 80,
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    as palavras "Michael Fish"
    e "furacão" me vêm à mente.
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    No entanto, mesmo se uma
    única pessoa saltar,
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    ela pode, grosso modo,
    fazer a Terra se mover.
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    O problema é que não faz
    a Terra se mover muito.
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    Então, vamos supor que pudéssemos
    fazer uma medição,
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    não de cientistas pulando
    e balançando a Terra,
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    mas uma medição tão precisa
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    que pudesse nos dizer algo sobre
    a mudança na forma do próprio espaço
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    produzida por uma estrela
    que explodiu no meio da galáxia.
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    Isso pode parecer ficção científica,
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    mas na verdade já existe
    uma máquina assim.
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    É chamada interferômetro laser,
  • 1:16 - 1:21
    um dos instrumentos científicos
    mais sofisticados já construídos.
  • 1:21 - 1:23
    E em alguns anos,
  • 1:23 - 1:25
    estamos confiantes que irá abrir para nós
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    um novo método de ver o universo, chamado
    astronomia de ondas gravitacionais.
  • 1:31 - 1:37
    Ondas gravitacionais não são
    a mesma coisa que a luz;
  • 1:37 - 1:43
    elas não são parte do espectro da luz
    que chamamos espectro eletromagnético,
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    que se estende desde
    as ondas de rádio até os raios gama.
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    Nós já descobrimos muitos
    tipos diferentes de luz,
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    e, durante os últimos 60 anos,
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    nos tornamos muito melhores
    em desvendar o universo
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    com todos esses tipos diferentes de luz.
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    Se construímos um radiotelescópio
    gigante na superfície
  • 1:59 - 2:02
    ou colocamos um observatório
    de raios gama no espaço,
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    nós usamos essas diferentes
    janelas para o cosmos
  • 2:05 - 2:09
    para nós dizer algumas coisas incríveis
    sobre como o universo funciona.
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    Nós investigamos o nascimento
    e a morte de estrelas.
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    Nós exploramos os corações de galáxias.
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    Até mesmo começamos a encontrar planetas
    como a Terra ao redor de outras estrelas.
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    Mas o espectro de ondas gravitacionais
    será completamente diferente.
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    Nos dará uma janela no universo
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    para alguns dos eventos mais
    energéticos e violentos do cosmos:
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    explosões estelares, colisão
    de buracos negros e talvez até o Big Bang.
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    O que iremos aprender com a janela das
    ondas gravitacionais do nosso universo?
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    Bem, talvez o mais empolgante
    sejam as coisas que ainda não descobrimos,
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    as chamadas incógnitas desconhecidas,
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    as coisas que nem sabemos
    que não sabemos ainda.
  • 2:53 - 2:56
    Vai levar mais alguns anos,
    mas já estamos quase lá.
  • 2:56 - 2:59
    Antes de falarmos sobre
    ondas gravitacionais,
  • 2:59 - 3:01
    vamos pensar sobre a gravidade.
  • 3:02 - 3:05
    Existe outro mito urbano
    que tenho certeza que todos conhecem,
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    o mito sobre a maçã que caiu
    na cabeça de Isaac Newton.
  • 3:09 - 3:13
    Não tenho certeza se havia mesmo
    uma fruta envolvida nisso,
  • 3:13 - 3:19
    mas de onde quer que ele tenha tirado
    inspiração, Newton teve uma grande ideia.
  • 3:19 - 3:23
    Ele percebeu que poderia
    usar a mesma lei da física
  • 3:23 - 3:26
    para descrever uma maçã
    caindo de uma árvore
  • 3:26 - 3:28
    ou a Lua orbitando a Terra.
  • 3:29 - 3:32
    E a chamou de lei da gravitação universal.
  • 3:32 - 3:37
    Ela basicamente diz
    que tudo no cosmos se atrai.
  • 3:37 - 3:41
    É uma bela teoria e também
    é muito útil na prática.
  • 3:41 - 3:44
    Ela permitiu que fizéssemos
    todo tipo de coisa no mundo moderno
  • 3:44 - 3:47
    e tem permitido por mais de 300 anos.
  • 3:47 - 3:49
    Nos permitiu voar de avião pelo mundo,
  • 3:49 - 3:53
    e nos permitiu voar em um foguete
    até a Lua e voltar.
  • 3:53 - 3:59
    Mas há um problema na lei da gravitação
    universal, um problema filosófico.
  • 3:59 - 4:04
    Em um nível bem fundamental
    ela não faz muito sentido,
  • 4:04 - 4:08
    porque Newton disse que há uma força
    entre a Terra e a Lua.
  • 4:08 - 4:12
    Bom, como a Lua sabe
    que ela tem que orbitar a Terra?
  • 4:12 - 4:15
    Como essa força chega da Terra até a Lua?
  • 4:16 - 4:20
    Esse foi um problema que ninguém menos
    que Albert Einstein tentou solucionar
  • 4:20 - 4:22
    nos primeiros anos do século 20.
  • 4:22 - 4:27
    E Einstein encontrou uma resposta
    verdadeiramente notável.
  • 4:27 - 4:32
    Albert Einstein foi provavelmente
    o primeiro cientista a virar celebridade.
  • 4:32 - 4:34
    Apesar de ter morrido em 1955,
  • 4:34 - 4:41
    em 1999, os editores da revista Time
    o elegeram a pessoa do século 20.
  • 4:41 - 4:44
    Embora eu deva dizer que houve
    uma votação pública na internet
  • 4:44 - 4:46
    que elegeu Elvis Presley.
  • 4:46 - 4:47
    (Risos)
  • 4:47 - 4:50
    Eu sou tão fã da música do rei
    como qualquer outra pessoa,
  • 4:50 - 4:53
    mas tenho de concordar
    com a decisão do editor.
  • 4:53 - 4:58
    Na verdade, tenho meu próprio
    boneco do Einstein na universidade.
  • 4:58 - 4:59
    (Risos)
  • 4:59 - 5:03
    O que exatamente Einstein fez
    para ser a pessoa do século 20?
  • 5:03 - 5:08
    Ele nos fez repensar
    o que de fato é a gravidade.
  • 5:08 - 5:11
    Segundo Einstein, a gravidade
    não era bem uma força
  • 5:11 - 5:15
    entre a Terra e a Lua ou maçãs e árvores,
  • 5:15 - 5:20
    em vez disso, é uma curvatura
    ou dobra do espaço e do tempo.
  • 5:20 - 5:25
    Uma boa metáfora é pensar na Terra apoiada
    em uma lona de borracha esticada,
  • 5:25 - 5:27
    como um trampolim.
  • 5:27 - 5:30
    A massa da Terra, a imensa massa da Terra,
  • 5:30 - 5:33
    irá curvar bastante o tecido de borracha,
  • 5:33 - 5:35
    e então não é mais necessário
  • 5:35 - 5:39
    que a Lua sinta uma força saindo da Terra.
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    A Lua apenas segue naturalmente
    as curvaturas e dobras
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    do espaço e do tempo ao redor da Terra.
  • 5:46 - 5:48
    Na verdade, Einstein também disse
  • 5:48 - 5:52
    que não deveríamos mais pensar no espaço
    e no tempo como coisas separadas,
  • 5:52 - 5:56
    é por isso que se ouve pessoas
    falarem do tecido do espaço-tempo.
  • 5:56 - 6:02
    Einstein disse que a gravidade é
    uma curvatura, uma dobra do espaço-tempo.
  • 6:02 - 6:06
    Ou como outro físico, John Wheeler,
    afirmou de maneira bem clara:
  • 6:06 - 6:09
    "O espaço-tempo diz
    à matéria como se mover,
  • 6:09 - 6:13
    e essa diz ao espaço-tempo
    como se curvar".
  • 6:14 - 6:18
    Isso tudo soa grandioso e fundamental
    sobre a natureza do universo,
  • 6:18 - 6:23
    mas também têm muitas aplicações práticas.
  • 6:23 - 6:26
    Aqui embaixo na Terra,
    na fraca gravidade da Terra,
  • 6:26 - 6:29
    há uma notável predição
    da teoria de Einstein,
  • 6:29 - 6:32
    a qual vocês provavelmente
    nunca perceberam até agora.
  • 6:32 - 6:34
    Por exemplo, vocês sabiam
  • 6:34 - 6:39
    que os relógios andam mais devagar
    na superfície da Terra do que na altitude
  • 6:39 - 6:43
    porque o campo gravitacional é mais forte?
  • 6:43 - 6:46
    Talvez vocês lembrem da cena do filme
    "Missão Impossível - Protocolo Fantasma",
  • 6:46 - 6:49
    quando Tom Cruise está escalando
  • 6:49 - 6:53
    o Burj Khalifa, o edifício
    mais alto do mundo.
  • 6:53 - 6:56
    Mas quando ele estava
    a 800 metros do chão,
  • 6:56 - 6:58
    tenho certeza que ele não percebeu,
  • 6:58 - 7:03
    mas o relógio dele estava andando
    alguns bilionésimos de segundo mais rápido
  • 7:03 - 7:05
    do que estaria andando no nível do solo.
  • 7:05 - 7:08
    O que são alguns bilionésimos
    de segundos entre amigos?
  • 7:08 - 7:11
    Bom, na verdade é suficiente
    para fazer uma diferença
  • 7:11 - 7:13
    para o Sistema de Posicionamento Global.
  • 7:13 - 7:18
    Os satélites de GPS precisam ter
    suas informações ajustadas
  • 7:18 - 7:21
    para um tempo que passa mais rápido
    nas altitudes dos satélites.
  • 7:21 - 7:25
    Uma diferença enorme
    de 40 microssegundos por dia.
  • 7:26 - 7:29
    Os sinais de rádio
    e de microondas desses satélites
  • 7:29 - 7:33
    viajam cerca de 10 quilômetros
    em 40 microssegundos.
  • 7:33 - 7:37
    Apenas imaginem
    o quão ruim o seu GPS seria,
  • 7:37 - 7:39
    se só funcionasse até 10 quilômetros.
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    Todo mundo se perderia rapidamente.
  • 7:42 - 7:46
    Então a teoria da gravidade de Einstein,
    a Teoria Geral da Relatividade,
  • 7:46 - 7:51
    realmente tem efeitos práticos
    em nossas vidas cotidianas.
  • 7:51 - 7:55
    Mas é lá fora, no espaço profundo,
    onde vemos o seu máximo potencial.
  • 7:55 - 7:58
    Na verdade, se a gravidade
    é a curvatura do espaço-tempo,
  • 7:58 - 8:00
    podemos fazer um experimento mental.
  • 8:00 - 8:05
    Imagine que, se colocássemos matéria
    suficiente em um espaço bem pequeno,
  • 8:05 - 8:08
    ao final teríamos curvado
    o espaço-tempo tanto
  • 8:08 - 8:12
    que nem mesmo a luz escaparia
    das garras da gravidade.
  • 8:12 - 8:15
    Teríamos obtido um buraco negro.
  • 8:15 - 8:19
    Os buracos negros foram
    imaginados na época de Einstein.
  • 8:19 - 8:23
    Na verdade, em 1916, logo após
    Einstein ter publicado sua teoria,
  • 8:23 - 8:26
    houve um maravilhoso artigo
    escrito por um jovem cientista,
  • 8:26 - 8:29
    que estava no front
    da Primeira Guerra Mundial,
  • 8:29 - 8:31
    Karl Schwarzschild,
  • 8:31 - 8:34
    que apresentou a teoria do buraco negro.
  • 8:34 - 8:39
    Buracos negros realmente parecem
    pertencer ao mundo da ficção científica.
  • 8:39 - 8:42
    Mas nós cremos que os buracos negros
    realmente existem,
  • 8:42 - 8:45
    e que, mesmo para a luz
    escapar de um buraco negro
  • 8:45 - 8:48
    seria uma autêntica missão impossível.
  • 8:48 - 8:51
    Encontramos buracos negros
    nos restos de explosões estelares,
  • 8:51 - 8:54
    e os encontramos em formas supermassivas
  • 8:54 - 8:58
    no coração de praticamente
    toda galáxia do universo.
  • 8:58 - 9:03
    Imagine poder pegar um buraco negro
    e o acelerar próximo à velocidade da luz.
  • 9:03 - 9:05
    Isso abalaria bastante o espaço-tempo,
  • 9:05 - 9:09
    como derrubar uma bola de canhão
    no tecido de um trampolim,
  • 9:09 - 9:11
    criando ondas que se espalhariam,
  • 9:11 - 9:15
    e essas ondas é o que chamamos
    de ondas gravitacionais.
  • 9:15 - 9:19
    As ondas gravitacionais são produzidas
    por coisas como buracos negros,
  • 9:19 - 9:22
    ou seus primos levemente menos extremos
  • 9:22 - 9:24
    chamados estrelas de nêutrons.
  • 9:24 - 9:26
    E se dois delas colidirem
  • 9:26 - 9:28
    próximos à velocidade da luz,
  • 9:28 - 9:30
    realmente criaria algumas ondas.
  • 9:30 - 9:32
    É isso o que estamos buscando
  • 9:32 - 9:37
    ao embarcarmos nesse novo campo
    da astronomia de ondas gravitacionais.
  • 9:38 - 9:39
    Se fosse assim tão simples.
  • 9:39 - 9:42
    Esse é o plano, mas é difícil de fazer,
  • 9:42 - 9:44
    porque mesmo que as ondas gravitacionais
  • 9:44 - 9:48
    abalem o espaço-tempo de maneira
    colossal onde os buracos negros estão,
  • 9:48 - 9:49
    como ondas em um lago,
  • 9:49 - 9:53
    conforme se espalham pelo universo,
    elas se tornam cada vez mais fracas.
  • 9:53 - 9:55
    Quando chegam na Terra,
  • 9:55 - 9:58
    o abalo do espaço-tempo que tentamos medir
  • 9:58 - 10:02
    é aproximadamente um milionésimo
    de milionésimo de milionésimo de metro.
  • 10:02 - 10:04
    É muito difícil de medir.
  • 10:04 - 10:05
    Então como se faz?
  • 10:05 - 10:09
    Bom, com risco de soar como um
    daqueles shows de mágica de Las Vegas,
  • 10:09 - 10:12
    é tudo feito com espelhos e lasers.
  • 10:13 - 10:17
    O que fazemos é usar um raio laser
    para atingir um espelho,
  • 10:17 - 10:21
    então dividimos em dois raios
    em um ângulo reto,
  • 10:21 - 10:24
    fazemos refletir em um espelho,
    recombinamos os feixes,
  • 10:24 - 10:26
    e então vemos o que obtivemos.
  • 10:26 - 10:30
    Se os dois raios viajaram
    exatamente a mesma distância,
  • 10:30 - 10:34
    o que obtemos são os feixes
    em perfeita sincronia.
  • 10:34 - 10:37
    Eles são ondas de luz, assim como
    todas as outras formas de luz,
  • 10:37 - 10:39
    então os trens de onda irão combinar.
  • 10:39 - 10:42
    Mas, se viajarem distâncias diferentes,
  • 10:42 - 10:45
    eles estarão fora de sincronia,
    irão interferir um sobre o outro,
  • 10:45 - 10:48
    chamamos esse fenômeno de interferência,
  • 10:48 - 10:53
    e por isso essas coisas são
    chamadas interferômetros laser.
  • 10:53 - 10:57
    Um interferômetro laser
    é uma coisa legal de ter,
  • 10:57 - 11:00
    se você quer tentar pegar
    uma onda gravitacional.
  • 11:00 - 11:03
    Mas lembre-se que elas são
    sinais pequeníssimos,
  • 11:03 - 11:08
    então será um enorme desafio
    de engenharia construir um.
  • 11:08 - 11:11
    Einstein disse que quando
    uma onda gravitacional passa,
  • 11:11 - 11:16
    ela estica e comprime
    o espaço-tempo ao nosso redor.
  • 11:16 - 11:18
    mas em uma quantidade
    incrivelmente pequena.
  • 11:18 - 11:22
    Estamos tentando usar o raio laser
    e seus padrões de interferência
  • 11:22 - 11:25
    para nos dizer se passou
    uma onda gravitacional.
  • 11:25 - 11:29
    Mas temos que aumentar bastante
    o tamanho do experimento.
  • 11:29 - 11:32
    É aí que entra o LIGO.
  • 11:32 - 11:37
    LIGO significa "Observatório de Ondas
    Gravitacionais por Interferômetro Laser".
  • 11:37 - 11:40
    É o mais sofisticado e ambicioso
  • 11:40 - 11:45
    projeto científico já criado pela
    Fundação Nacional da Ciência nos EUA.
  • 11:45 - 11:47
    Na verdade há dois LIGO.
  • 11:47 - 11:52
    Há um em Louisiana e outro
    no estado de Washington.
  • 11:52 - 11:54
    E juntos com outros dois interferômetros,
  • 11:54 - 11:59
    um chamado GEO na Alemanha
    e o Virgo na Itália,
  • 11:59 - 12:02
    esse é o nosso primeiro sistema
    de alerta para ondas gravitacionais.
  • 12:02 - 12:05
    Os LIGO são construídos
    em áreas bastante remotas,
  • 12:05 - 12:08
    e eu creio que os moradores locais
    não compreendem para que eles são.
  • 12:08 - 12:12
    Um dos meus colegas do LIGO
    estava voando sobre Livingston
  • 12:12 - 12:16
    e outra passageira no voo estava
    olhando o detector lá em baixo e disse:
  • 12:16 - 12:18
    "Tenho uma teoria sobre o que é isso.
  • 12:18 - 12:21
    Uma máquina do tempo secreta do governo".
  • 12:21 - 12:24
    Ele não sabia muito bem como responder,
  • 12:24 - 12:27
    mas ele disse algo como: "Certo,
    por que o formato de L então?"
  • 12:27 - 12:29
    E ela disse: "Eles têm que voltar".
  • 12:29 - 12:31
    (Risos)
  • 12:31 - 12:34
    Viagem no tempo
    é realmente ficção científica,
  • 12:34 - 12:37
    mas temos esperança,
    que encontrar ondas gravitacionais,
  • 12:37 - 12:39
    em alguns anos, será um fato científico.
  • 12:39 - 12:41
    Por enquanto é difícil.
  • 12:41 - 12:43
    Esses pequenos efeitos
    que estamos tentando medir
  • 12:43 - 12:48
    poderiam ser inundados por efeitos locais
    de perturbações de movimentações do solo;
  • 12:48 - 12:50
    não causadas lá fora no universo,
  • 12:50 - 12:54
    mas causadas por fenômenos
    muito mais mundanos aqui na Terra.
  • 12:54 - 12:56
    Então temos de colocar os espelhos
  • 12:56 - 12:58
    em sistemas de suspensão muito complexos,
  • 12:58 - 13:02
    que estão nos limites
    da tecnologia de materiais.
  • 13:02 - 13:05
    E mesmo a turbulência do ar no raio laser
  • 13:05 - 13:06
    poderia afogar nosso sinal,
  • 13:06 - 13:09
    então temos que enviar
    os lasers, ida e volta,
  • 13:09 - 13:12
    no sistema de maior
    ultra-alto vácuo que há na Terra,
  • 13:12 - 13:17
    somente um trilionésimo da pressão
    atmosférica que respiramos hoje.
  • 13:17 - 13:21
    Juntando tudo isso e gastando
    algumas centenas de milhões de dólares,
  • 13:21 - 13:23
    esperamos conseguir encontrar
    algumas ondas gravitacionais,
  • 13:23 - 13:26
    mas são necessários
    muitos cientistas para fazer isso.
  • 13:26 - 13:30
    Por isso em Glasgow somos parte
    dos colaboradores científicos do LIGO,
  • 13:30 - 13:33
    mais de 900 cientistas
    e engenheiros pelo mundo
  • 13:33 - 13:35
    procurando por ondas gravitacionais.
  • 13:35 - 13:37
    Não encontramos nenhuma ainda,
  • 13:37 - 13:41
    mas ter múltiplos detectores
    não é como "pague um e leve dois",
  • 13:41 - 13:47
    e sim porque, se for detectado um sinal
    em ambos detectores LIGO,
  • 13:47 - 13:50
    ajuda a te convencer que você
    realmente conseguiu algo.
  • 13:50 - 13:54
    E se virmos isso no Virgo e no GEO
    também, melhor ainda.
  • 13:54 - 13:59
    Muito em breve vamos ter
    uma rede global de detectores avançados
  • 13:59 - 14:02
    porque os LIGO ainda não
    são sensíveis o suficiente.
  • 14:02 - 14:04
    Mas estamos lhes dando
    mais espelhos pesados,
  • 14:04 - 14:08
    lasers mais poderosos,
    melhores sistemas de suspensão,
  • 14:08 - 14:11
    e esperamos que em 2016
  • 14:11 - 14:15
    tenhamos uma rede de interferômetros
    de ondas gravitacionais avançados
  • 14:15 - 14:17
    procurando por ondas gravitacionais.
  • 14:17 - 14:20
    Quanto tempo teremos de esperar
    para conseguir um sinal?
  • 14:20 - 14:23
    Não sabemos, mas com base
    no que já sabemos,
  • 14:23 - 14:25
    cremos que não vai levar
    mais do que alguns meses.
  • 14:26 - 14:28
    Na verdade, em uma
    conferência ano passado,
  • 14:28 - 14:31
    um grupo nosso na Polônia
    tratou de fixar uma data
  • 14:31 - 14:33
    de quando esperamos ver uma.
  • 14:33 - 14:35
    Pode ter parecido piada
  • 14:35 - 14:39
    quando previmos a data
    de 1 de janeiro de 2017.
  • 14:39 - 14:42
    Eu ressaltei que provavelmente
    não haverá muitas pessoas
  • 14:42 - 14:43
    trabalhando em Glasgow nesse dia.
  • 14:43 - 14:44
    (Risos)
  • 14:44 - 14:46
    Porém, as ondas gravitacionais estão aí.
  • 14:46 - 14:49
    Estamos a ponto de abrir
    essa nova janela no universo,
  • 14:49 - 14:52
    é um período muito empolgante
    para ser um astrofísico.
  • 14:52 - 14:54
    Muito obrigado.
  • 14:54 - 14:56
    (Aplausos)
Title:
Astronomia de Onda Gravitacional: abrindo uma nova janela no universo | Martin Hendry | TEDxGlasgow
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx

Você sabia que a gravidade pode dobrar o espaço e o tempo, e que relógios andam mais rápido no topo de arranha-céus? Martin Hendry descreve como a Teoria da Gravidade de Einstein molda o mundo moderno, e como lasers, no coração dos instrumentos científicos mais sensíveis já construídos, estão abrindo toda uma nova maneira de estudar o cosmos.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
15:07

Portuguese, Brazilian subtitles

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