Série especial: Odisseia Lunar: 40 anos - A era da cooperação no espaço 22/07/09

Repórter: Carlos Bighetti

Reportagem especial. 40 anos, A Odisseia Lunar. A humanidade avançou, a bordo das naves apollo 18 e sayúz 19. Americanos e soviéticos romperam uma grande barreira política. Estava inaugurada uma nova fase na exploração do espaço: a era da cooperação. A estação espacial internacional é a maior exemplo de que, com união e trabalho, o homem pode chegar bem longe.

Reportagem especial
A Odisseia Lunar - 40 anos.

Os primeiros passos
do homem na Lua

influenciaram muito

a vida de um brasileiro
que na época tinha 6 anos

Marcos Cesar Pontes.

Em entrevista exclusiva
ao jornalista Carlos (…)

O primeiro e único
astronauta brasileiro

revelou qual o momento
mais emocionante

da viagem a ISS

Marcos Pontes mostrou
imagens feitas na ISS

com a câmera que levou.

(ISS = EEI = Estação Espacial Internacional)

(AEB = Agencia Espacial Brasileira)

(Soyuz: programa e nave espacial
soviética da família dos foguetes Soyuz)

Enquanto isto em Baurú - SP,

certo menino de 6 anos
não entendia bem o que ocorria

não estava acreditando
que aquilo era possível.

Mas Luís Carlos, irmão mais
velho explicou o que acontecia.

A partir disso, falei:

Se chegaram lá
então serei astronauta

Aí ele não acreditou.

Marcos César Pontes desenhava
aviões nos cadernos escolares.

Sempre tive o sonho de voar.

Baurú minha cidade,
é muito ligada a aviação

temos um aeroclube
bastante famoso no Brasil

Desde criança ia muito
ao aeroclube de bicicleta

e ficava assistindo pousos,
decolagens e queria voar.

O menino cresceu e tornou
piloto de caça da FAB

tornou tenente coronel.

A história com a Nasa
começou em 1998.

O irmão leu no jornal
um edital para seleção

de um astronauta brasileiro
que seria enviado a ISS

Marcos Pontes
inscreveu e foi escolhido.

Fui selecionado em 1998
e fiz treinamento na Nasa

de 1998 a 2000
fiz curso de astronauta

Toda minha formação básica

foi voltada ali dentro
do ônibus espacial

sistemas da ISS.

Mas a tragédia
com o Columbia em 2003

abalou a confiança
na agência espacial americana

Nenhum ônibus espacial
seria lançado por dois anos e meio

Com a nossa participação na ISS

a missão da AEB
ficaria muito atrasada

Por isso fazer a missão
do Brasil com a Rússia

então lá tive que aprender

- Soyuz os veículos russos -
todo o lado russo da ISS

Então fiquei habilitado

no ônibus espacial,
nos sistemas americanos

no Soyuz especificamente
e na parte russa da ISS.

Seis meses intensos
treinando na Rússia

para aprender a lidar
com uma tecnlogia

completamente
desconecida por ele,

e para aprender Russo.

É um país…
que passei a admirar muito

Moro nos EUA há 13 anos

E convivi seis meses
com os russos,

tive a oportunidade
durante os 6 meses

de conviver a cultura deles.

e aprender

a maneira como eles
tratam as pessoas

e como desenvolveram
aquela cultura

através de uma história
rica e cheia de dificuldades.

Há poucos dias do lançamento
o momento é de espectativa.

Os colegas de viagem de Marcos P.

são Pavel Vinogradov
e Jeffrey Williams.

Um russo e um americano.

O cosmotromo de (…)

fica na ex R. Soviétca do Casaquistão.

Lá que a Russia lançou o Sputinik,

- o primeiro satelite artificial -

e a cápsula que levou
o primeiro homem ao espaço.

(…) você chega lá numa base daquelas

no meio do deserto

que era totalmente fechada

nos tempos passados

e você vê pedaços da história lá

A casa que o Yuri Gagari ficava

Aquele trem que leva
o Soyuz para a plataforma

depois levanta
um foguete de 49 metros

200 toneladas de combustível,

derrepente você se vê
naquela capsulinha

de dois metros e vinte

sentado com dois colegas,
pronto para decolar,

termina os procedimentos
você três minutos que…

sem algo a fazer exceto esperar.

Marcos P. revela as emoções
que sentiu nos últimos minutos

antes do lançamento
da Soyuz TMA-8.

Dá medo? Dá.

lógico você não é doido
você está encima de 200 t

de combustível
que vai ascender.

então dá medo

porém aprendemos
ao longo do treinamento

como conviver com o medo

e como manter a performace

durante o momento de medo

lembrava da bandeira,
olhava a bandeira no braço,

tinha outra bandeira
embaixo do painel do

eu olhava aquela bandeira

não sabia se tinha televisão vendo,

mas senti uma energia
que dava quase para pegar

uma energia muito positiva.

e é gostoso representar
seu país assim

Na 1ª visão da terra

lembrei da minha mãe,
sabe porquê?

Minha mãe era italiana

olhão azul, brava,

bem enérgica

e ela falava para mim
quando era criança

se você quiser fazer algo na vida

você estuda, trabalha, persiste

que você vai chegar
aonde você quiser

essa era a mensagem
que ela tinha, e era muito positiva

é muito enérgica.

Você quando partiu me lembrava
muito Airton Senna com a bandeira.

Estamos no centenário do Santos Dummond

e essa sua viagem é
muitíssimo significativa para nós

alguns reclamam
que gastamos muito dinheiro

o que gastamos é pouco diante
do que isso pode representar

para a política espacial brasileira.

tenho certeza que isto será motivo

para no futuro termos

mais e mais astronautas,

engenheiros, cientistas no Brasil

motivados por coisas desse tipo.

Um dos frutos da viagem de M. Pontes

é a aquisição do (…)

uma tecnologia
de resfriamento de satélites

coisa que antes
o Brasil o tinha que pagar

os detentores desse conhecimento

agora o procedimento custa ao
país uma fração do que custava.

Algumas pessoas
que estiveram em órbita

relatam que algo mudou
na espiritualidade delas

Aconteceu com você?

Se não acredita em Deus,
é bom achar um ótimo substituto

porque realmente nota-se

uma coerência muito
grande em tudo isto

e que somos parte disto,
chame de universo, Deus,

como quiser

mas esta sensação
é o que faz sentirmos bem.

derrepende você está
no retorno da Terra