Motivos de reflexão: como sua barriga controla seu cérebro | Ruairi Robertson | TEDxFulbrightSantaMonica
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0:19 - 0:21Imaginem isso:
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0:22 - 0:26você acabou de ganhar
US$10 milhões na loteria. -
0:26 - 0:27Parabéns.
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0:27 - 0:29(Risos)
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0:29 - 0:33Você acabou de comer o brownie
de chocolate mais delicioso e quentinho -
0:33 - 0:35que já foi assado.
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0:36 - 0:37(Risos)
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0:37 - 0:38Você...
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0:38 - 0:40acabou de fazer sexo.
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0:40 - 0:42(Risos)
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0:43 - 0:44E você...
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0:44 - 0:47acabou de fazer os três ao mesmo tempo.
Parabéns pra você também. -
0:47 - 0:49(Risos)
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0:50 - 0:55Nessas situações, nosso cérebro produzem
substâncias chamadas neurotransmissores -
0:55 - 1:00que provocam esses sentimentos
de energia, entusiasmo e felicidade. -
1:00 - 1:02Sem essas substâncias dentro de nós,
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1:02 - 1:06não sentiríamos essas emoções
durante essas situações prazerosas. -
1:07 - 1:09Agora, imaginem isso:
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1:10 - 1:12você acabou de ser demitido.
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1:13 - 1:14Você vai fazer uma prova.
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1:15 - 1:17Você tem depressão.
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1:18 - 1:21Nessas situações, nosso cérebro
produz substâncias diferentes, -
1:21 - 1:24nos fazendo sentir estressados e ansiosos.
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1:25 - 1:28Os altos e baixos da vida são
controlados pelas nossas emoções -
1:28 - 1:32e por essas substâncias no nosso cérebro,
esse órgão vital dentro de nós, -
1:32 - 1:36que controla tudo o que sentimos,
pensamos e fazemos. -
1:37 - 1:40Como biólogo, sempre
achei estranho entender -
1:40 - 1:45que cada sentimento, pensamento
e ação são controlados -
1:45 - 1:49por um pedaço encharcado de células
de 1,5 kg dentro da nossa cabeça, -
1:50 - 1:53até descobrir que pode
não ser bem assim. -
1:54 - 1:58A história que quero contar hoje
revela uma novidade fascinante -
1:58 - 2:01no entendimento de fisiologia humana.
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2:02 - 2:05Cada um de nós tem um segundo cérebro,
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2:05 - 2:07outro órgão no corpo
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2:07 - 2:10que controla tanto das nossas
funções físicas e mentais -
2:10 - 2:12quanto o cérebro na nossa cabeça
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2:12 - 2:17e que pode ser a conexão chave
entre epidemias modernas no mundo, -
2:17 - 2:22desde obesidade a doenças
cardiovasculares, e talvez à saúde mental. -
2:23 - 2:28Para fazer uma pequena introdução,
vou lhes contar sobre a minha experiência. -
2:28 - 2:30Fui criado numa família de psicólogos.
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2:30 - 2:32Minha mãe é psicóloga clínica,
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2:32 - 2:35meu pai é professor de psicologia
em uma universidade, -
2:35 - 2:38minha irmã até tem
doutorado em psicologia. -
2:38 - 2:41Quando foi a minha vez de ir à
universidade, quis estudar algo diferente. -
2:41 - 2:44Já tinha ouvido muito sobre o cérebro
e seu funcionamento em casa, -
2:44 - 2:46então queria estudar algo novo.
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2:46 - 2:50Pensei no que me interessava,
e descobri que desde cedo -
2:50 - 2:52eu tinha um grande interesse em comida.
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2:53 - 2:55Amava comer.
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2:56 - 2:59Decidi estudar nutrição humana.
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2:59 - 3:01Foi ótimo porque pude estudar a comida,
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3:01 - 3:05como ela afeta nosso corpo,
como contribui com doenças, -
3:05 - 3:09e principalmente, como usá-la
para combater e prevenir doenças. -
3:09 - 3:13Essa história começa em 1845,
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3:13 - 3:16com o nascimento de um jovem
curioso na Rússia, -
3:16 - 3:19que se tornou um homem incrível,
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3:19 - 3:21mas que foi esquecido
pela história e pela medicina. -
3:22 - 3:25Ilya Mechnikov era fascinado
por tudo na natureza. -
3:25 - 3:31Quando tinha oito anos, ele tomava notas
sobre todos os seres vivos em seu jardim. -
3:31 - 3:35Ele se tornou tão bom em ciência
que descobriu o papel dos fagócitos, -
3:35 - 3:41células cruciais no nosso sistema imune,
o que lhe rendeu o Prêmio Nobel em 1908. -
3:42 - 3:45Mas sua ciência depois da vitória
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3:45 - 3:48foi muito mais crucial para o nosso
entendimento da saúde humana, -
3:48 - 3:53através de um conto sobre descoberta,
morte e autoexperimentação. -
3:55 - 3:57Todos nessa sala têm algo em comum:
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3:57 - 4:00passamos os nove primeiros
meses da nossa existência -
4:00 - 4:02dentro do útero de nossas mães.
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4:02 - 4:04Esse é um ambiente essencialmente estéril
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4:04 - 4:07onde outros seres
vivos não existem, só você. -
4:07 - 4:09Quando chegamos nesse mundo,
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4:09 - 4:13somos sufocados em um revestimento
invisível de micróbios amigáveis -
4:13 - 4:15do canal de parto da sua mãe.
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4:16 - 4:18Essas bactérias cresceram para formar
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4:18 - 4:23um órgão invisível de 1,5 kg
dentro do intestino grosso, -
4:23 - 4:24o mesmo peso do cérebro,
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4:24 - 4:28e que é conhecido como a nossa
microbiota ou microbioma. -
4:29 - 4:32Esse órgão invisível cresceu tanto,
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4:32 - 4:38que agora, 90% das células
no seu corpo são bacterianas. -
4:38 - 4:41Somente 10% são células humanas próprias.
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4:41 - 4:45Você é mais bactéria do que humano.
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4:45 - 4:46(Risos)
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4:46 - 4:51Esse ecossistema microbiano intestinal
é tão diverso quanto a floresta Amazônica. -
4:51 - 4:54São milhares de espécies
com funções diferentes, -
4:54 - 4:59e sua saúde incrivelmente depende
da vida e vibração dessa floresta. -
4:59 - 5:02As bactérias do seu intestino
digerem alguns alimentos, -
5:02 - 5:06produzem vitaminas essenciais e hormônios,
respondem a remédios e infecções, -
5:06 - 5:09controlam os níveis
de açúcar e colesterol. -
5:09 - 5:12Isso significa que os tipos
de bactéria no intestino -
5:12 - 5:17podem controlar o risco a certas doenças,
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5:17 - 5:21como obesidade e diabetes,
ou talvez até osteoporose. -
5:21 - 5:25Elas estão envolvidas em quase
todos os processos no nosso corpo, -
5:25 - 5:29funcionando como um segundo cérebro.
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5:30 - 5:34Ilya Mechnikov pode ter
descoberto isso sobre ele em 1892. -
5:34 - 5:36Ele vivia na França, em Paris,
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5:36 - 5:40onde uma epidemia mortal
de cólera eclodiu com milhares de mortes. -
5:40 - 5:43Como cientista, decidiu que
a melhor maneira de estudar isso -
5:43 - 5:45era ele mesmo beber uma sopa de cólera.
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5:46 - 5:48Incrivelmente, ele não ficou doente.
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5:48 - 5:51Como um bom cientista, ele precisava
aumentar o tamanho de sua amostra, -
5:51 - 5:54então recrutou um colega a fazer o mesmo.
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5:54 - 5:56Esse rapaz também não ficou doente.
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5:56 - 5:58Mas quando ele pediu a um outro colega,
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5:58 - 6:01o pobre coitado ficou
muito doente e quase morreu. -
6:02 - 6:04Estudando a cólera no microscópio,
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6:04 - 6:08Metchnikov descobriu que algumas
espécies de bactéria do intestino humano -
6:08 - 6:13suportavam e estimulavam o crescimento
da cólera, enquanto outras o preveniam. -
6:14 - 6:19Ele ainda afirmou que a nossa microbiota
era essencial para a saúde humana, -
6:19 - 6:23e que o equilíbrio dos micróbios dentro
de nós poderia ajudar a combater doenças. -
6:23 - 6:25Porém, o entendimento popular da época,
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6:25 - 6:29foi que o intestino humano era
um reservatório nocivo de toxinas. -
6:30 - 6:33Cirurgiões até começaram a remover
pedaços inteiros de intestino humano, -
6:33 - 6:36de pacientes com desconforto intestinal.
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6:36 - 6:38A morte de Mechnikov em 1916
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6:38 - 6:42significou que sua ideia de que bactérias
intestinais eram boas, foram esquecidas. -
6:43 - 6:46Uma década depois,
antibióticos foram descobertos, -
6:46 - 6:49e foram drasticamente superutilizados.
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6:49 - 6:51Cesarianas se tornaram comuns.
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6:51 - 6:53Dietas se tornaram ocidentalizadas.
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6:53 - 6:57Guerra foi declarada aos micróbios
e passamos um século tentando matá-los, -
6:57 - 7:01o que tornou nosso intestino
em um terreno baldio estéril. -
7:03 - 7:06As ideias desse vencedor
do Prêmio Nobel foram perdidas. -
7:07 - 7:10Algumas das implicações disso
foram identificadas recentemente. -
7:10 - 7:14Hoje, uma em três crianças
nos Estados Unidos nasce de cesária, -
7:14 - 7:17e portanto, não passam por esse
revestimento inicial de bactérias -
7:17 - 7:20desenvolvido pela evolução
para estar no canal do parto. -
7:20 - 7:23Os bebês acabam revestidos primeiro
com outras bactérias na pele -
7:23 - 7:25ou no ambiente hospitalar,
-
7:25 - 7:30o que contribuiu com um risco
até 25% maior de obesidade, -
7:30 - 7:32asma, deficiências imunológicas
-
7:32 - 7:36e mais tarde, doenças
inflamatórias intestinais. -
7:37 - 7:39Felizmente, agora percebemos
-
7:39 - 7:41que precisamos restaurar
nosso relacionamento -
7:41 - 7:44com micróbios intestinais
para nossa saúde física. -
7:44 - 7:49Porém, ainda subestimamos
seu papel como segundo cérebro, -
7:49 - 7:51e isso é algo que estou pesquisando.
-
7:51 - 7:55Aprendi isso pela intrigante
história de um camundongo. -
7:56 - 8:00Se camundongos são colonizados
pelo micróbio Toxoplasma gondii, -
8:00 - 8:02algo incrível acontece:
-
8:02 - 8:04eles perdem seu medo de gatos.
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8:05 - 8:06(Risos)
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8:06 - 8:09Eles até se sentem atraídos por gatos.
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8:09 - 8:10(Risos)
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8:10 - 8:13Eles ficam meio loucos,
e infelizmente para eles, -
8:13 - 8:15acabam virando jantar de gato.
-
8:15 - 8:16(Risos)
-
8:16 - 8:20Esse micróbio ingerido pelo
animal controla o seu cérebro, -
8:20 - 8:23e muda o jeito como ele pensa e age.
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8:23 - 8:27Investigando a floresta intestinal
de bactérias do nosso intestino, -
8:27 - 8:29fomos descobrindo coisas incríveis
-
8:29 - 8:33que estão mudando a nossa
apreciação das bactérias para sempre. -
8:34 - 8:35Nossas barrigas e cérebros
-
8:35 - 8:38são fisicamente e bioquimicamente
conectados de várias maneiras. -
8:38 - 8:41Primeiro, nosso intestino
é fisicamente ligado ao cérebro -
8:41 - 8:42através do nervo vago
-
8:42 - 8:45que manda sinais nas duas direções.
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8:45 - 8:47Mesmo que isso seja danificado,
-
8:47 - 8:49o intestino continua
a funcionar normalmente -
8:49 - 8:54sem a conexão com o cérebro,
sugerindo que ele tem uma mente própria. -
8:54 - 8:58Segundo, nosso cérebro é feito
de 100 milhões de neurônios -
8:58 - 9:03que continuamente mandam mensagens dizendo
ao nosso corpo como trabalhar e agir. -
9:03 - 9:07Curiosamente, nosso intestino
tem 100 milhões de neurônios. -
9:08 - 9:11Terceiro, nosso microbioma é o ponto
central do nosso sistema imune, -
9:11 - 9:12qualquer distúrbio ali embaixo
-
9:12 - 9:15pode causar sutis reações
imunes pelo corpo, -
9:15 - 9:18que se prolongadas podem
afetar a saúde do cérebro. -
9:18 - 9:21Finalmente, se lembram do nosso
chocólatra, ganhador da loteria, -
9:21 - 9:23e namoradeiro da primeira fila?
-
9:23 - 9:24(Risos)
-
9:24 - 9:26Ele demonstrou que neurotransmissores
-
9:26 - 9:30são esse químicos que podem mudar
como pensamos, agimos e sentimos. -
9:31 - 9:35A maioria desses neurotransmissores
é produzida no intestino. -
9:36 - 9:40Inclusive a serotonina,
o antidepressivo da natureza, -
9:40 - 9:4490% dela é produzida no intestino,
-
9:44 - 9:48menos de 10%, no cérebro.
-
9:48 - 9:50Os tipos de bactéria dentro de você
-
9:50 - 9:53podem controlar o modo
como você pensa e se comporta. -
9:54 - 9:56O estresse já mexeu com você por dentro?
-
9:56 - 9:58Você já teve um pressentimento?
-
9:58 - 10:00Ou borboletas no estômago?
-
10:01 - 10:03Talvez seja melhor
pensar de novo sobre isso. -
10:04 - 10:07Apesar da minha relutância
ingênua na adolescência, -
10:07 - 10:10comecei a estudar não apenas
um cérebro, mas dois. -
10:11 - 10:13No Instituto de Microbiota APC,
na Irlanda, -
10:13 - 10:16ficamos fascinados com essa
relação entre a barriga e o cérebro, -
10:16 - 10:19pesquisamos como dietas
modernas e estilo de vida -
10:19 - 10:21têm impacto na relação intestino-cérebro,
-
10:21 - 10:25e como podemos desenvolver
intervenções com foco na microbiota -
10:25 - 10:27para prevenir e tratar doenças crônicas.
-
10:28 - 10:29Por exemplo, demonstramos
-
10:29 - 10:31que os tipos de gordura
que você consome durante a vida -
10:31 - 10:34podem mudar drasticamente
os tipos de bactérias -
10:34 - 10:36que decidem habitar seu intestino.
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10:36 - 10:41Demonstramos também que alimentar-se
de certas cepas de bactéria, pode melhorar -
10:41 - 10:46a memória, comportamento de estresse, e os
níveis de hormônio do estresse em animais. -
10:47 - 10:49Junto com outros pesquisadores
ao redor do mundo, -
10:49 - 10:53identificamos listas de alimentos
que podem agir como prebióticos, -
10:53 - 10:58que estimulam o crescimento de bactérias
saudáveis no nosso intestino. -
10:59 - 11:01É fascinante para mim
-
11:01 - 11:05que nossa saúde dependa não
apenas de alimentar a nós mesmos, -
11:05 - 11:09mas também de nutrir outros
microrganismos vivos dentro de nós, -
11:09 - 11:13indicando que estratégias
futuras para tratar doenças crônicas, -
11:13 - 11:16incluindo saúde cerebral, podem
depender em focar ou alimentar -
11:16 - 11:18nosso micróbio intestinal.
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11:19 - 11:22Parece que Ilya Mechnikov
pode ter sabido disso, -
11:23 - 11:25pois muito antes em sua vida, ele casou,
-
11:25 - 11:29mas sua esposa ficou doente
e morreu de tuberculose. -
11:29 - 11:31O estresse e trauma disso
-
11:31 - 11:33levaram Mechnikov a sofrer
uma overdose de ópio. -
11:34 - 11:35Ele sobreviveu, ainda bem.
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11:36 - 11:37Ele casou de novo,
-
11:37 - 11:40e quando sua segunda esposa
ficou doente com febre tifoide, -
11:40 - 11:43ele se injetou com uma doença fatal
transmitida por carrapatos. -
11:43 - 11:45Ainda bem, ele sobreviveu de novo.
-
11:45 - 11:47Só depois disso,
-
11:47 - 11:50Mechnikov começou a estudar
e apreciar a microbiota. -
11:50 - 11:52Ele se mudou para Paris para
trabalhar no Instituto Pasteur -
11:52 - 11:56onde levantou a hipótese de que o balanço
correto de micróbios no intestino -
11:56 - 11:58poderia ajudar a evitar doenças.
-
11:58 - 12:00Ele publicou vários livros e aulas
-
12:00 - 12:03descrevendo como alcançar
isso e prolongar a vida humana. -
12:04 - 12:07Apesar do estresse e agitação mental
experienciados por ele no início, -
12:07 - 12:09ele passou o resto da sua vida
-
12:09 - 12:13dedicado e obcecado com a pesquisa
em prolongar a vida humana. -
12:13 - 12:16Ele começou estudando um grupo
interessante de pessoas no Leste Europeu -
12:16 - 12:18que tinham uma vida
excepcionalmente longa. -
12:18 - 12:22Ele notou que elas bebiam leite
fermentado por bactérias diariamente -
12:22 - 12:25e sugeriu que isso contribuía
para a longevidade delas. -
12:25 - 12:29Ele começou a beber esse leite fermentado,
-
12:29 - 12:30e aparentemente, teve um vida saudável
-
12:30 - 12:33sem o estresse e a agitação
mental experimentados antes. -
12:33 - 12:35Talvez tenha sido apenas coincidência.
-
12:35 - 12:39Ele descreveu sua época em Paris
como a mais feliz de sua vida. -
12:39 - 12:44Mechnikov morreu na França
em 1916 com 71 anos, -
12:44 - 12:48quando a expectativa
de vida lá era de 40 anos. -
12:49 - 12:52Como humanos, precisamos
adotar uma apreciação maior -
12:52 - 12:54pelos micróbios dentro de nós.
-
12:54 - 12:57A guerra incidental que travamos
contra as bactérias no último século -
12:57 - 13:01levou à extinção bacteriana e deu início
a uma epidemia de pragas modernas. -
13:02 - 13:03Tenho uma bolsa de estudos
-
13:03 - 13:06para pesquisar como restaurar
nossa relação com os micróbios, -
13:06 - 13:09e como isso pode ser usado para
prevenir e tratar doenças crônicas. -
13:09 - 13:13Acredito que todos nós temos
a responsabilidade e o potencial -
13:13 - 13:15de seguir os passos de Ilya Mechnikov.
-
13:15 - 13:19Não apenas de reviver suas ideias
científicas perdidas no tempo, -
13:19 - 13:22mas de adotar o seu desejo
de prolongar a vida humana saudável. -
13:23 - 13:27Seja nos informando sobre os riscos
e benefícios da cesariana, -
13:27 - 13:29evitando o uso
desnecessário de antibióticos, -
13:29 - 13:32ou adotando uma dieta e estilo de vida
benéficos ao intestino, -
13:32 - 13:36podemos apoiar a vida dos micróbios,
pois fomos feitos para conviver juntos. -
13:37 - 13:38Então, imaginem isso:
-
13:39 - 13:42você acabou de comer chocolate,
ou ganhar na loteria, -
13:42 - 13:44fez uma prova ou foi demitido.
-
13:45 - 13:50Pensem que as suas ideias, emoções,
comportamento, e a sua saúde -
13:50 - 13:53podem ser controlados por um órgão
escondido que você mal conhecia. -
13:54 - 13:58Ilya Mechnikov não lutou apenas para
prolongar a vida saudável humana, -
13:58 - 14:00mas também a vida saudável microbiana.
-
14:00 - 14:03Todos podem contribuir
com essa luta valiosa -
14:03 - 14:06pela nossa própria saúde
e pela saúde das futuras gerações -
14:06 - 14:10restaurando a relação
entre micróbios e humanos. -
14:10 - 14:13Eis alguns motivos para reflexão.
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14:13 - 14:14Muito obrigado.
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14:14 - 14:17(Aplausos)
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- Motivos de reflexão: como sua barriga controla seu cérebro | Ruairi Robertson | TEDxFulbrightSantaMonica
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-
Você já teve um pressentimento ou sentiu borboletas no estômago? Alguma vez a fome mudou seu humor? Nossas barrigas e cérebros estão física e bioquimicamente conectadas de diversas formas. Isso quer dizer que o estado dos nossos intestinos pode alterar a forma como nosso cérebro funciona e se comporta, dando um significado totalmente novo para "food for thought", motivos para pensar.
Como nutricionista, microbiologista e neurocientistas, Ruairi Robertson é apaixonado pela ligação entre a barriga e o cérebro. A sua pesquisa está examinando como nosso intestino e os micróbios dentro dele podem influenciar nossa saúde física e mental, e mais importante ainda, como nossa dieta influencia esse relacionamento. Ruairi viajou o mundo pesquisando alimentos e acredita que eles são a chave para a saúde pública global. Ruairi é estudante de doutorado na University College Cork na Irlanda e tem bolsa de estudos Fullbright (2015/26) na Harvard University.
Esta palestra foi dada em um evento TEDx, que usa o formato de conferência TED, mas é organizado de forma independente por uma comunidade local. Para saber mais visite http://ted.com/tedx
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- English
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- closed TED
- Project:
- TEDxTalks
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- 14:31