Por que acredito que os maus-tratos de mulheres sejam a principal violação dos direitos humanos
-
0:00 - 0:02Na verdade,
-
0:02 - 0:05estava pensando sobre minha carreira
depois que deixei a Casa Branca, -
0:05 - 0:10e o melhor exemplo é um cartum publicado
na revista The New Yorker há alguns anos. -
0:10 - 0:12Um garotinho está olhando para o pai
-
0:12 - 0:16e ele diz: "Papai, quando eu crescer,
quero ser um ex-presidente." -
0:16 - 0:17(Risos)
-
0:17 - 0:21Bem, tenho sido abençoado
como ex-presidente, -
0:21 - 0:24pois tenho tido a oportunidade
-
0:24 - 0:26que poucas pessoas no mundo jamais tiveram
-
0:26 - 0:30de conhecer tantas pessoas
nesse imenso universo. -
0:30 - 0:34Não apenas estou familiarizado
com os 50 estados dos EUA, -
0:34 - 0:38como eu e minha esposa
já visitamos mais de 145 países, -
0:38 - 0:43e o Carter Center já tem programas
integrais em 80 nações pelo mundo. -
0:43 - 0:45E muitas vezes, quando vamos a um país,
-
0:45 - 0:47não conhecemos apenas
o rei ou o presidente, -
0:47 - 0:51mas o povo local que vive
nas áreas mais remotas da África. -
0:51 - 0:55Nosso comprometimento global
no Carter Center -
0:55 - 0:57é o de promover os direitos humanos.
-
0:57 - 1:02E conhecendo o mundo como conheço,
posso lhes dizer, sem nenhum equívoco, -
1:02 - 1:06que a principal violação
dos direitos humanos no planeta, -
1:06 - 1:11estranhamente não abordado como deveria,
é o abuso de mulheres e meninas. -
1:11 - 1:15(Aplausos)
-
1:15 - 1:20Existem alguns motivos para isso,
os quais passarei a mencionar. -
1:20 - 1:25Primeiramente é a interpretação incorreta
das escrituras religiosas e sagradas, -
1:25 - 1:29na Bíblia, no Velho e Novo Testamento,
no Alcorão e assim por diante, -
1:29 - 1:33e eles têm sido interpretados
erroneamente por homens -
1:34 - 1:39em posições de ascensão
nas sinagogas, igrejas e mesquitas. -
1:39 - 1:43E eles interpretam essas regras
para garantir que as mulheres -
1:43 - 1:47sejam normalmente relegadas
à uma posição secundária -
1:47 - 1:50comparadas aos homens aos olhos de Deus.
-
1:50 - 1:55Esse é um problema muito sério
e normalmente não é abordado. -
1:55 - 1:57Alguns anos atrás, no ano 2000...
-
1:57 - 2:00eu vinha atuando
como batista do Sul por 70 anos, -
2:00 - 2:03ainda ensino na escola dominical
todo domingo -
2:03 - 2:05e estarei dando aula
esse domingo também. -
2:05 - 2:09Então, a Convenção Batista do Sul
no ano 2000 decidiu -
2:09 - 2:12que as mulheres deveriam
assumir uma posição secundária, -
2:12 - 2:14de subserviência aos homens.
-
2:14 - 2:17Então emitiram uma ordem, em vigor,
-
2:17 - 2:23que proíbe mulheres de ser sacerdotistas,
pastoras ou diáconos na igreja, -
2:23 - 2:25ou capelãs nas Forças Armadas.
-
2:25 - 2:30E se uma mulher dá aulas para uma classe
em um seminário batista do Sul, -
2:30 - 2:34essa turma não poderá ter nenhum menino,
-
2:34 - 2:38pois a Bíblia traz mais de 30 mil versos,
-
2:38 - 2:41que dizem que uma mulher
não deve ensinar um homem e por aí vai. -
2:41 - 2:44Mas os princípios das escrituras
são mal interpretados -
2:44 - 2:47para manter os homens
em uma posição ascendente. -
2:47 - 2:49Esse é um problema onipresente,
-
2:49 - 2:54porque os homens podem exercer esse poder,
-
2:54 - 3:00e se um marido abusivo ou um empregador,
por exemplo, quer enganar as mulheres, -
3:00 - 3:04eles podem dizer: "Se as mulheres
não são semelhantes aos olhos de Deus, -
3:04 - 3:06por que devo tratá-las
como meus semelhantes? -
3:06 - 3:10Por que devo pagar a mesma remuneração
para o mesmo tipo de trabalho?" -
3:10 - 3:12A outra desgraça muito grave
-
3:12 - 3:16que causa este problema
é o uso excessivo da violência, -
3:16 - 3:20e que está aumentando
tremendamente em todo o mundo. -
3:21 - 3:24Nos Estados Unidos, por exemplo,
-
3:24 - 3:28tivemos um aumento enorme
no abuso de pessoas pobres, -
3:28 - 3:33na sua maioria negros e minorias,
colocando-as na prisão. -
3:33 - 3:36Quando eu era governador da Geórgia,
-
3:36 - 3:39um em cada mil americanos
estava na prisão. -
3:39 - 3:44Hoje em dia, 7,3 pessoas
de cada mil estão na prisão. -
3:44 - 3:46É um aumento de sete vezes.
-
3:46 - 3:48E desde que deixei a Casa Branca,
-
3:48 - 3:51houve um aumento de 800%
no número de mulheres negras -
3:51 - 3:54que estão na prisão.
-
3:54 - 3:56Nos também somos
um dos únicos países na Terra, -
3:56 - 4:00como um país desenvolvido,
que ainda tem a pena de morte. -
4:00 - 4:04E somos classificados juntamente
com países que são mais abusivos -
4:04 - 4:08em todos os elementos dos direitos humanos
ao incentivarmos a pena de morte. -
4:08 - 4:10Estamos na Califórnia agora,
e descobri outro dia -
4:10 - 4:13que aqui foram gastos US$ 4 bilhões
-
4:13 - 4:18ao condenarem 13 presos à pena de morte.
-
4:18 - 4:23Se fizermos a conta,
custa US$ 307 milhões para a Califórnia -
4:23 - 4:26enviar uma pessoa à sua execução.
-
4:26 - 4:29Nebraska esta semana aprovou
uma lei de abolição da pena de morte, -
4:29 - 4:31porque custa muito.
-
4:31 - 4:33(Aplausos)
-
4:35 - 4:39Assim, o uso da violência e o abuso
de pessoas pobres e indefesas -
4:39 - 4:43é outra causa do aumento
do abuso de mulheres. -
4:43 - 4:48Deixem-me relatar alguns abusos
de mulheres que mais me preocupam, -
4:48 - 4:52e serei bastante breve,
pois meu tempo é limitado, como sabem. -
4:52 - 4:56Um deles é a mutilação genital.
-
4:56 - 5:00A mutilação genital é horrível
e desconhecida pelas mulheres americanas, -
5:00 - 5:04mas em muitos países,
-
5:04 - 5:08quando uma menina nasce,
muito cedo em sua vida, -
5:08 - 5:11seus órgãos genitais
são completamente cortados -
5:11 - 5:15por um, assim chamado, "cortador"
-
5:15 - 5:19que usa uma lâmina de navalha
e, de forma não-esterilizada, -
5:19 - 5:23remove as partes exteriores
da genitália feminina. -
5:23 - 5:28E, às vezes, em casos mais extremos,
mas não muito raros, -
5:28 - 5:31eles costuram o orifício, assim a menina
pode apenas urinar ou menstruar. -
5:31 - 5:35E mais tarde, quando ela se casa,
o mesmo cortador abre o orifício -
5:35 - 5:37para que ela possa ter relações sexuais.
-
5:37 - 5:41Isso não é uma coisa rara, embora
seja contra a lei na maioria dos países. -
5:41 - 5:47No Egito, por exemplo,
91% das mulheres vivendo lá hoje -
5:47 - 5:50foram mutiladas sexualmente dessa maneira.
-
5:50 - 5:54Em alguns países,
mais de 98% das mulheres -
5:54 - 5:57são cortadas desse modo
antes que atinjam a maturidade. -
5:57 - 6:00Esta é uma aflição horrível
-
6:00 - 6:04para todas as mulheres
que vivem nesses países. -
6:04 - 6:07Outra coisa muito grave
são os crimes de honra, -
6:07 - 6:11quando uma família interpreta mal
uma escritura sagrada -
6:11 - 6:13-- novamente não há nada no Alcorão
que determine isso -- -
6:13 - 6:18executará uma menina em sua família
-
6:18 - 6:19se ela for estuprada
-
6:19 - 6:23ou se ela se casar com um homem
não aprovado por seu pai, -
6:23 - 6:26ou às vezes até mesmo
se ela vestir roupas inapropriadas. -
6:26 - 6:29Isto é feito por membros
de sua própria família, -
6:29 - 6:31e assim se cria uma família de assassinos
-
6:31 - 6:36quando a menina traz
a chamada "vergonha" para a família. -
6:36 - 6:39Há pouco tempo foi feita uma análise
pela ONU no Egito -
6:39 - 6:43a qual mostrou que 75%
dos assassinatos de meninas -
6:43 - 6:48são cometidos pelo pai,
o tio ou o irmão dela, -
6:48 - 6:52mas 25% dos assassinatos
são conduzidos por mulheres. -
6:52 - 6:54Outro problema no mundo
-
6:54 - 6:57que se refere às mulheres,
particularmente, é a escravidão, -
6:57 - 6:59ou conhecido atualmente
como tráfico de pessoas. -
6:59 - 7:04Cerca de 12,5 milhões de pessoas
foram vendidas na África como escravos -
7:04 - 7:08para o Novo Mundo nos séculos 18 e 19.
-
7:08 - 7:12Há 30 milhões de pessoas
agora vivendo em escravidão. -
7:12 - 7:17O Departamento de Estado dos EUA
agora tem um mandato do Congresso -
7:17 - 7:20para apresentar um relatório anual.
-
7:20 - 7:24E o Departamento de Estado relata
que 800 mil pessoas são vendidas -
7:24 - 7:28através de fronteiras internacionais
todos os anos como escravas, -
7:28 - 7:31e que 80% delas são mulheres,
-
7:31 - 7:33para a escravidão sexual.
-
7:33 - 7:36Nos EUA neste momento,
-
7:36 - 7:3960 mil pessoas estão vivendo
em servidão humana ou escravidão. -
7:39 - 7:42Em Atlanta, na Geórgia,
onde fica o Carter Center -
7:42 - 7:45e onde leciono na Universidade Emory,
-
7:45 - 7:50cerca de 200 a 300 pessoas
são vendidas como escravas mensalmente. -
7:50 - 7:54É o principal local
a praticar isso no país. -
7:54 - 7:56Atlanta tem o aeroporto
mais movimentado do mundo, -
7:56 - 8:01e muitos passageiros
vêm do hemisfério sul. -
8:01 - 8:04Se um dono de bordel
-
8:04 - 8:07quer comprar uma menina
de pele morena ou negra, -
8:07 - 8:10ele pode fazer isso por US$ 1 mil.
-
8:10 - 8:14Uma menina de pele branca
vale muito mais do que isso. -
8:14 - 8:17Um proprietário de bordel mediano
em Atlanta e nos EUA pode ganhar agora -
8:17 - 8:22cerca de US$ 35 mil por escrava.
-
8:22 - 8:27O comércio do sexo em Atlanta, Geórgia,
excede o comércio total de drogas. -
8:27 - 8:31Este é um outro problema muito sério,
e a base disso é a prostituição, -
8:31 - 8:35pois não existe um bordel nos EUA
-
8:35 - 8:38que não seja conhecido
pelas autoridades locais, -
8:38 - 8:42os policiais locais, o chefe da polícia
ou o prefeito e assim por diante. -
8:42 - 8:44E isso leva a um dos piores problemas:
-
8:44 - 8:49mulheres sendo compradas e usadas
cada vez mais como escravas sexuais -
8:49 - 8:51em todos os países do mundo.
-
8:51 - 8:53A Suécia tem uma boa abordagem
quanto a isso. -
8:53 - 8:57Há uns 15 a 20 anos,
a Suécia decidiu mudar a lei, -
8:57 - 8:59e as mulheres não são mais processadas
-
8:59 - 9:03se estão em escravidão sexual,
-
9:03 - 9:08mas donos dos bordéis, cafetões
e clientes são processados, -
9:08 - 9:10(Aplausos)
-
9:10 - 9:12e a prostituição diminuiu.
-
9:12 - 9:15Nos Estados Unidos,
tomamos a posição oposta. -
9:15 - 9:22Para cada homem preso
por comércio de sexo ilegal, -
9:22 - 9:2625 mulheres são presas.
-
9:27 - 9:31Canadá, Irlanda, Suécia, como já disse,
-
9:31 - 9:35França e outros países estão adotando
o chamado "modelo sueco". -
9:35 - 9:37Isso é outra coisa que pode ser feito.
-
9:37 - 9:41Temos duas grandes instituições
neste país que todos admiramos: -
9:41 - 9:45nossas Forças Armadas
e nosso excelente sistema universitário. -
9:45 - 9:49Nas Forças Armadas, estão agora analisando
quantas agressões sexuais acontecem. -
9:49 - 9:53O último relatório que recebi
registrava 26 mil agressões sexuais -
9:53 - 9:57que aconteceram nas Forças Armadas.
-
9:57 - 10:02Apenas 3 mil, não muito mais do que 1%,
são realmente processados, -
10:02 - 10:07e isso porque o comandante oficial
de qualquer organização, -
10:07 - 10:11de um navio, como o meu submarino,
ou batalhão do Exército, -
10:11 - 10:13ou de uma tripulação da Marinha,
-
10:13 - 10:17tem o direito por lei de decidir
-
10:17 - 10:20se processa ou não um estuprador.
-
10:20 - 10:23E, claro, a última coisa que eles querem
é que qualquer um saiba -
10:23 - 10:26que, sob seu comando,
estejam ocorrendo agressões sexuais, -
10:26 - 10:28então eles não o fazem.
-
10:28 - 10:31Essa lei precisa ser mudada.
-
10:31 - 10:35Uma em cada quatro moças
que ingressam em universidades americanas -
10:35 - 10:37será agredida sexualmente
antes de se formar. -
10:37 - 10:40Isso começa agora
a receber muita publicidade, -
10:40 - 10:42em partes pelo meu livro
e outras coisas, -
10:42 - 10:46e assim 89 universidades nos EUA
agora estão desaprovadas -
10:46 - 10:49pelo Departamento de Educação
sob o Título Nove, -
10:49 - 10:53pois seus funcionários
não estão cuidando das mulheres -
10:53 - 10:55e protegendo-as das agressões sexuais.
-
10:55 - 10:59O Departamento de Justiça diz
que mais da metade dos estupros -
10:59 - 11:03em um campus universitário
é cometido por estupradores em série. -
11:03 - 11:05Fora do sistema universitário,
-
11:05 - 11:08se eles estuprarem alguém,
serão processados, -
11:08 - 11:12mas quando entram num campus,
podem estuprar impunemente. -
11:12 - 11:14Eles não são processados.
-
11:14 - 11:18Essas são situações
que acontecem em nossa sociedade. -
11:18 - 11:23Outra coisa muito grave
sobre o abuso de mulheres e meninas -
11:23 - 11:30é a falta de remuneração igualitária
para a mesma função, como vocês sabem. -
11:30 - 11:32(Aplausos)
-
11:32 - 11:37E isso, às vezes, é mal interpretado,
mas para o emprego de período integral, -
11:37 - 11:40uma mulher nos EUA agora
recebe 23% menos do que um homem. -
11:40 - 11:43Quando me tornei presidente,
a diferença era de 39%. -
11:43 - 11:47Então, fizemos algum progresso,
parcialmente porque eu era presidente -
11:47 - 11:49e assim por diante,
-
11:49 - 11:51(Risos) (Aplausos)
-
11:53 - 11:57mas nos últimos 15 anos,
não houve progresso. -
11:57 - 11:59Com isso, a diferença tem sido
apenas de cerca de 23 ou 24% -
11:59 - 12:02durante os últimos 15 anos.
-
12:02 - 12:04Isto é o que acontece atualmente.
-
12:04 - 12:07Se verificarem as empresas na Fortune 500,
-
12:07 - 12:1023 delas têm mulheres como CEOs,
-
12:10 - 12:12das 500 empresas,
-
12:12 - 12:15e essas CEOs, eu não preciso lhes dizer,
-
12:15 - 12:19ganham menos, na média,
do que os outros CEOs. -
12:20 - 12:22Bem, isso é o que se passa no nosso país.
-
12:22 - 12:25Outro problema com os Estados Unidos
-
12:25 - 12:29é que somos a nação
mais belicosa do mundo. -
12:29 - 12:33Temos combatido em guerras
com cerca de 25 diferentes países -
12:33 - 12:35desde a Segunda Guerra Mundial.
-
12:35 - 12:38Às vezes, nossos soldados
combateram no solo, -
12:38 - 12:42outras vezes, sobrevoaram lugares
lançando bombas sobre as pessoas. -
12:42 - 12:46Outras vezes, é claro, agora,
temos drones atacando as pessoas. -
12:46 - 12:49Estivemos em guerra
com 25 países diferentes ou mais -
12:49 - 12:51desde a Segunda Guerra Mundial.
-
12:51 - 12:54Houve quatro anos, não vou dizer quais,
quando não o fizemos... -
12:54 - 12:56(Aplausos)
-
12:56 - 13:01não lançamos uma bomba,
nem um míssil, -
13:01 - 13:02não disparamos uma bala.
-
13:02 - 13:07Mas essas situações: o uso da violência
-
13:07 - 13:09e a má interpretação
das escrituras sagradas, -
13:09 - 13:15são as causas básicas
do abuso de mulheres e meninas. -
13:15 - 13:18Existe mais uma causa básica
que não precisei mencionar, -
13:18 - 13:21e que é, em geral:
-
13:21 - 13:24os homens não dão a mínima.
-
13:24 - 13:25(Aplausos)
-
13:25 - 13:27Isso é verdade.
-
13:27 - 13:32O homem mediano que poderia dizer:
"Sou contra o abuso de mulheres e meninas" -
13:32 - 13:36aceita apaticamente
a posição privilegiada que ocupamos. -
13:36 - 13:39E isso é muito semelhante
ao que vivi quando era criança, -
13:39 - 13:42quando o "separados, mas iguais" existia.
-
13:42 - 13:47Discriminação racial, legalmente,
já existia há 100 anos, -
13:47 - 13:51de 1865, no final da guerra
entre os estados, a Guerra Civil, -
13:51 - 13:54até a década de 1960,
quando Lyndon Johnson -
13:54 - 13:58aprovou as leis
pela igualdade de direitos. -
13:58 - 14:01Mas durante aquela época,
havia muitas pessoas brancas -
14:01 - 14:04que não concordavam
com a discriminação racial, -
14:04 - 14:06mas que se mantiveram em silêncio,
-
14:06 - 14:11porque desfrutavam de privilégios
como melhores empregos, -
14:12 - 14:15acesso exclusivo ao júri popular,
-
14:15 - 14:17melhores escolas, e tudo mais.
-
14:17 - 14:19E é o mesmo que temos hoje,
-
14:19 - 14:23pois o homem mediano
realmente não se importa. -
14:23 - 14:29Mesmo que digam: "Sou contra
discriminação contra meninas e mulheres", -
14:29 - 14:32eles desfrutam uma posição privilegiada.
-
14:32 - 14:35E é muito difícil convencer
a maioria dos homens -
14:35 - 14:38que controla o sistema universitário,
-
14:38 - 14:41a maioria deles que controla
o sistema militar, -
14:41 - 14:44que controla os governos do mundo,
-
14:44 - 14:49e a maioria dos homens
que controla as grandes religiões. -
14:49 - 14:53Então, qual é a coisa básica
que precisamos fazer hoje? -
14:53 - 14:56Eu diria que a melhor coisa
que poderíamos fazer hoje -
14:56 - 15:00é que as mulheres
das nações poderosas -
15:00 - 15:04como esta, e de onde vocês vêm,
a Europa e assim por diante, -
15:04 - 15:08que têm influência e liberdade
para falar e agir, -
15:08 - 15:12precisam assumir a responsabilidade
para elas mesmas -
15:12 - 15:16e serem mais contundentes na exigência
-
15:16 - 15:20do fim da discriminação racial
contra meninas e mulheres -
15:20 - 15:22no mundo todo.
-
15:22 - 15:25A mulher mediana no Egito
-
15:25 - 15:27não tem o direito de opinar
sobre suas filhas -
15:27 - 15:30que sofrem mutilações genitais,
-
15:30 - 15:32mas não entrarei
em detalhes sobre isso. -
15:32 - 15:34Só espero que com essa palestra,
-
15:34 - 15:39cada mulher aqui fará
com que seus maridos percebam -
15:39 - 15:43que esses abusos existem
nos campi universitários, no exército -
15:43 - 15:45e no mercado de trabalho futuro,
-
15:45 - 15:50e eles precisam proteger
suas filhas e netas. -
15:50 - 15:56Eu tenho 12 netos, 4 filhos e 10 bisnetos,
-
15:56 - 15:58e penso muitas vezes neles
-
15:58 - 16:01e na difícil situação
que enfrentarão nos EUA, -
16:01 - 16:05não apenas se vivessem no Egito
ou em um país estrangeiro, -
16:05 - 16:07para ter direitos iguais.
-
16:07 - 16:09E espero que todos vocês se unam a mim
-
16:09 - 16:12como defensores para mulheres
e meninas ao redor do mundo, -
16:12 - 16:14protegendo seus direitos humanos.
-
16:14 - 16:15Muito obrigado.
-
16:15 - 16:17(Aplausos)
- Title:
- Por que acredito que os maus-tratos de mulheres sejam a principal violação dos direitos humanos
- Speaker:
- Jimmy Carter
- Description:
-
Com sua peculiar determinação, o ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter, mergulha em três razões inesperadas do porquê os maus-tratos de mulheres e meninas continuam se manifestando tanto e em tantas partes do mundo, tanto em países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. A razão mais contundente que ele dá? "Em geral, os homens não dão a mínima."
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 16:36