Como gerir a criatividade coletiva
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0:00 - 0:02Tenho uma confissão a fazer.
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0:02 - 0:04Sou professora de Administração
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0:04 - 0:06cuja ambição é ajudar pessoas
a aprenderem a liderar. -
0:06 - 0:08Mas recentemente, descobri
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0:08 - 0:10que o que muitos de nós consideram
uma boa liderança -
0:10 - 0:13não funciona quando falamos
de inovação de ponta. -
0:13 - 0:15Sou etnógrafa.
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0:15 - 0:17Uso métodos de antropologia
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0:17 - 0:19para entender as questões
que me interessam. -
0:19 - 0:22Em conjunto com três coconspiradores,
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0:22 - 0:25passei quase uma década
observando de perto e pessoalmente -
0:25 - 0:28líderes de inovação excecionais.
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0:28 - 0:30Estudámos 16 homens e mulheres
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0:30 - 0:32residentes em sete países do globo
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0:32 - 0:35que trabalhavam
em 12 indústrias diferentes. -
0:35 - 0:38No total, passámos centenas
de horas no terreno, -
0:38 - 0:40observando estes líderes em ação.
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0:41 - 0:45Acabámos com páginas e páginas
de anotações -
0:45 - 0:48que analisámos e nas quais
procurámos padrões para as suas ações. -
0:48 - 0:50A conclusão?
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0:50 - 0:53Se quisermos construir empresas
que possam estar sempre a inovar, -
0:53 - 0:56devemos esquecer as nossas noções
convencionais de liderança. -
0:57 - 1:00Liderar inovação não é criar uma visão
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1:00 - 1:02e inspirar os outros a executá-la.
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1:02 - 1:05Mas o que queremos dizer com inovação?
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1:05 - 1:08Uma inovação é tudo que é novo e útil.
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1:08 - 1:10Pode ser um produto ou um serviço.
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1:10 - 1:12Pode ser um processo
ou uma forma de organização. -
1:12 - 1:15Pode ser progressiva
ou uma descoberta importante. -
1:15 - 1:18A definição é bastante abrangente.
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1:18 - 1:20Quantos de vocês reconhecem este homem?
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1:20 - 1:22Levantem as mãos.
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1:24 - 1:27Mantenham as mãos levantadas,
se sabem quem é este agora. -
1:30 - 1:33E estas caras familiares?
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1:33 - 1:34(Risos)
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1:34 - 1:36Pela quantidade de mãos,
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1:36 - 1:38parece que muitos já viram
um filme da Pixar, -
1:38 - 1:42mas poucos reconheceram Ed Catmull,
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1:42 - 1:44o fundador e presidente da Pixar,
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1:44 - 1:46uma das empresas que tive
o privilégio de estudar. -
1:47 - 1:49A minha primeira visita
à Pixar foi em 2005, -
1:49 - 1:51quando estavam a trabalhar
no "Ratatouille", -
1:51 - 1:55aquele filme provocante sobre um rato
que se torna num chefe de cozinha. -
1:55 - 1:58Os filmes feitos em computador
são agora muito comuns, -
1:58 - 2:01mas foram necessários 20 anos
para Ed e os seus colegas -
2:01 - 2:05criarem a primeira longa-metragem
de animação. -
2:05 - 2:08Nos 20 anos seguintes,
produziram 14 filmes. -
2:08 - 2:11Eu estive na Pixar recentemente,
e venho dizer-vos -
2:11 - 2:13que o número 15
com certeza será um vencedor. -
2:14 - 2:16Mas, quando muitos de nós
pensamos em inovação, -
2:16 - 2:20pensamos em Einstein
a ter um momento "Aha!" -
2:20 - 2:22Mas todos sabemos que isso é um mito.
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2:22 - 2:25A inovação não é uma coisa
de génio individual, -
2:25 - 2:27é uma coisa de génio coletivo.
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2:28 - 2:32Vamos pensar um minuto sobre o que
é necessário para um filme da Pixar: -
2:32 - 2:38Nenhum génio individual, nenhum flash
de inspiração produz um filme destes. -
2:37 - 2:42Pelo contrário, são necessárias
250 pessoas durante 4 a 5 anos -
2:42 - 2:44para fazer um filmes destes.
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2:44 - 2:46Para nos ajudar a entender o processo,
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2:46 - 2:50uma pessoa do estúdio desenhou
uma versão desta imagem. -
2:50 - 2:52Ele fê-lo muito contrariado,
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2:52 - 2:56porque aquilo sugeria que o processo
seria uma simples sequência de passos -
2:56 - 2:58realizados por grupos distintos.
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2:58 - 3:02Mesmo com todas as setas, ele pensou
que a imagem não representaria -
3:02 - 3:07como o processo era interativo,
interligado e, francamente, desordenado. -
3:09 - 3:12Na Pixar, a história evolui ao longo
da criação de um filme. -
3:13 - 3:15Então, pensem nisso.
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3:15 - 3:17Algumas cenas passam rapidamente.
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3:17 - 3:20Eles não as criam todas por ordem.
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3:20 - 3:22Depende das dificuldades irritantes
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3:22 - 3:25que eles encontram
ao trabalhar numa determinada cena. -
3:26 - 3:29Se pensarmos naquela cena
em "Up - Altas Aventuras", -
3:29 - 3:32em que o miúdo oferece
chocolate à ave, -
3:32 - 3:37aqueles 10 segundos levaram quase 6 meses
a um desenhador até ficar ótima. -
3:38 - 3:40Outra coisa sobre um filme da Pixar
-
3:40 - 3:43é que nunca se considera completa
nenhuma parte do filme -
3:43 - 3:45até o filme inteiro estar terminado.
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3:45 - 3:49A meio de uma produção,
um desenhador criou uma personagem -
3:49 - 3:53com uma sobrancelha curvada
que sugeria um lado maquiavélico. -
3:53 - 3:56Quando o diretor viu o desenho,
achou-o ótimo. -
3:56 - 3:57Era lindo, mas ele disse:
-
3:57 - 4:00"Tens que o pôr de parte,
não combina com a personagem." -
4:00 - 4:02Duas semanas depois,
o diretor voltou e disse: -
4:02 - 4:05"Vamos incluir esses
segundos de filme." -
4:05 - 4:08Porque aquele desenhador
tinha o direito de contribuir -
4:08 - 4:11com aquilo a que chamamos
o seu lado de génio. -
4:11 - 4:14Podia ajudar o diretor
a recriar a personagem -
4:14 - 4:18de forma subtil, mas importante
que realmente melhorava a história. -
4:19 - 4:23O que sabemos é que, no coração
da inovação, há um paradoxo. -
4:23 - 4:27Temos que dar largas ao talento
e às paixões de muitas pessoas -
4:27 - 4:31e temos que atrelá-los
a um trabalho que seja útil. -
4:32 - 4:34A inovação é uma jornada.
-
4:34 - 4:37É um tipo de resolução
colaborativa de problemas -
4:37 - 4:40geralmente, entre pessoas
que têm competências diferentes -
4:40 - 4:41e diferentes pontos de vista.
-
4:42 - 4:45As inovações raramente
aparecem maduras. -
4:45 - 4:47Como muitos de vocês sabem,
-
4:47 - 4:49geralmente, são o resultado
de tentativas e erros. -
4:49 - 4:53Há muitos inícios falsos,
passos errados e enganos. -
4:54 - 4:57O trabalho criativo
pode ser muito estimulante, -
4:57 - 5:00mas também pode ser
muito assustador. -
5:02 - 5:07Quando vemos porque é que
a Pixar é capaz de fazer o que faz, -
5:07 - 5:10temos que nos perguntar:
"O que se passa aqui?" -
5:12 - 5:15De certeza, a história,
e certamente Hollywood, -
5:15 - 5:18está cheia de equipas de estrelas
que acabaram por fracassar. -
5:18 - 5:20A maior parte desses fracassos
são atribuídos -
5:20 - 5:25ao excesso de estrelas ou, se preferirem,
a cozinheiros a mais, na cozinha. -
5:25 - 5:28Então porque é que a Pixar,
com todos os seus cozinheiros, -
5:28 - 5:32consegue ter sucesso tantas vezes?
-
5:33 - 5:36Quando estudámos
um banco islâmico no Dubai, -
5:36 - 5:41ou uma marca de luxo na Coreia,
ou um empreendimento social em África, -
5:41 - 5:43descobrimos que as organizações inovadoras
-
5:43 - 5:46são comunidades que possuem
três capacidades: -
5:47 - 5:51atrito criativo, agilidade criativa
e soluções criativas. -
5:53 - 5:56Atrito criativo é ser capaz
de criar um mercado de ideias -
5:56 - 5:58através do debate e do diálogo.
-
5:58 - 6:01Nas organizações inovadoras,
eles ampliam as diferenças, -
6:01 - 6:03não as minimizam.
-
6:03 - 6:05O atrito criativo
não é um "brainstorming", -
6:05 - 6:08em que as pessoas
suspendem o seu julgamento. -
6:08 - 6:12Não, eles sabem como ter discussões
muito acaloradas, mas construtivas -
6:12 - 6:14para criar um portefólio de alternativas.
-
6:15 - 6:17As pessoas em organizações criativas
-
6:17 - 6:21aprendem a questionar, aprendem
a ouvir atentamente, mas imaginem: -
6:21 - 6:24Eles também aprendem
a defender o seu ponto de vista. -
6:24 - 6:28Sabem que a inovação raramente acontece
-
6:28 - 6:31a não ser que haja
diversidade e conflito. -
6:32 - 6:37Agilidade criativa é ser capaz de testar
e refinar esse portefólio de ideias -
6:37 - 6:40através duma rápida pesquisa,
reflexão e ajustamento. -
6:40 - 6:42É sobre aprendizagem
motivada pela descoberta -
6:42 - 6:45em que, em vez de planear,
abrimos o caminho para o futuro. -
6:45 - 6:49É um processo criativo,
em que existe uma combinação interessante -
6:49 - 6:52do método científico
e do processo artístico. -
6:52 - 6:56É fazer uma série de experiências,
e não ter uma série de pilotos. -
6:56 - 6:59As experiências, geralmente,
são uma aprendizagem. -
6:59 - 7:01Quando temos um resultado negativo,
-
7:01 - 7:03estamos a aprender
algo que precisamos de saber. -
7:03 - 7:06Os pilotos, normalmente,
têm a ver com ter razão. -
7:06 - 7:10Quando não funcionam,
alguém ou algo é o culpado. -
7:10 - 7:13A última capacidade
é a resolução criativa. -
7:13 - 7:15Trata-se de tomada de decisões
-
7:15 - 7:19de forma que consigamos,
mesmo com ideias opostas, -
7:19 - 7:21reconfigurá-las em novas combinações
-
7:21 - 7:24para produzir uma solução nova e útil.
-
7:24 - 7:28As empresas criativas não se contentam
com uma situação estável. -
7:28 - 7:30Não se comprometem.
-
7:30 - 7:33Não deixam um grupo
ou um indivíduo dominar, -
7:33 - 7:38mesmo que seja o chefe,
mesmo que seja o especialista. -
7:38 - 7:40Pelo contrário, desenvolvem um processo
-
7:40 - 7:43de tomada de decisões
paciente e mais inclusivo -
7:43 - 7:47que permite o nascimento
de todas as soluções -
7:47 - 7:50e não apenas de uma ou outra solução.
-
7:51 - 7:54Estas três capacidades
são a razão de nós vermos -
7:54 - 7:58porque a Pixar é capaz de fazer o que faz.
-
7:58 - 8:00Deixem-me dar outro exemplo.
-
8:00 - 8:04Esse exemplo é o grupo de
infraestruturas da Google. -
8:04 - 8:06O grupo de infraestruturas
do Google é o grupo -
8:06 - 8:09que tem que manter a funcionar
o website 24 horas por dia. -
8:10 - 8:13Quando a Google estava para
introduzir o Gmail e o YouTube, -
8:13 - 8:17sabia que o sistema de armazenagem
de dados não era o adequado. -
8:17 - 8:21O diretor do grupo de engenharia
e do grupo de infraestruturas, na altura, -
8:21 - 8:23era um homem chamado Bill Coughran.
-
8:23 - 8:27Bill e a sua equipa de liderança, a que ele
chamava o seu "cérebro de confiança", -
8:27 - 8:31tinham que descobrir o que fazer
quanto a essa situação. -
8:31 - 8:33Refletiram nisso durante algum tempo.
-
8:33 - 8:36Em vez de criarem um grupo
para executar essa tarefa, -
8:36 - 8:40decidiram permitir que surgissem
grupos espontaneamente, -
8:40 - 8:43com diferentes alternativas.
-
8:43 - 8:45Juntaram-se dois grupos.
-
8:45 - 8:48Um ficou conhecido como
a Grande Mesa, -
8:48 - 8:51e o outro como Construir do Zero.
-
8:52 - 8:55A Grande Mesa propôs a construção
a partir do sistema existente. -
8:55 - 8:58O Construir do Zero sugeriu que era
altura de iniciar um novo sistema. -
8:59 - 9:03Em separado, esses dois grupos
trabalharam a tempo inteiro -
9:03 - 9:05nas suas respetivas abordagens.
-
9:05 - 9:08Nos comentários de engenharia,
Bill descreveu o seu papel como: -
9:08 - 9:12"Injetar honestidade no processo
orientando o debate." -
9:13 - 9:16Logo de início, as equipas foram
incentivadas a construir protótipos -
9:16 - 9:20para poderem "confrontá-los com a realidade
e descobrirem por si mesmos -
9:20 - 9:23"os pontos fortes e fracos
de cada abordagem." -
9:24 - 9:27Quando o Construir do Zero
apresentou ao grupo o seu protótipo, -
9:27 - 9:29com um sistema de alarme
que era ativado a meio da noite, -
9:29 - 9:31se algo desse errado com o "site",
-
9:31 - 9:36foram fortemente criticados
quanto às limitações do seu projeto. -
9:36 - 9:39Como a necessidade de uma solução
se tornava mais urgente, -
9:39 - 9:42e como os dados, ou as evidências,
começavam a surgir, -
9:42 - 9:46ficou bastante claro
que a solução da Grande Mesa -
9:46 - 9:48era a melhor solução para o momento.
-
9:48 - 9:50Por isso escolheram essa.
-
9:50 - 9:53Mas para garantir que eles
não perdessem o que tinham aprendido -
9:53 - 9:55com a equipa Construir do Zero,
-
9:55 - 9:58Bill pediu a dois membros dessa equipa
para se juntarem a uma nova equipa, -
9:58 - 10:01criada para trabalhar
no sistema da geração seguinte. -
10:01 - 10:05Todo este processo
demorou quase dois anos, -
10:05 - 10:09mas disseram-me que eles trabalharam
a uma velocidade louca. -
10:09 - 10:13Logo de início, um dos engenheiros
tinha ido ter com Bill e dissera: -
10:13 - 10:16"Estamos demasiado ocupados
com este sistema ineficaz -
10:16 - 10:18"de fazer experiências em paralelo."
-
10:18 - 10:21Mas conforme o processo se desenrolava,
ele começou a entender -
10:21 - 10:25a sabedoria de deixar que pessoas talentosas
praticassem as suas paixões -
10:25 - 10:29e reconheceu: "Se nos tivesse forçado
a trabalhar numa única equipa, -
10:29 - 10:32"talvez nos tivéssemos limitado
a provar quem tinha razão, para ganhar, -
10:32 - 10:37"em vez de aprender e descobrir qual
era a melhor resposta para a Google." -
10:38 - 10:41Porque é que a Pixar e a Google
são capazes de estar sempre a inovar? -
10:41 - 10:45É porque eles dominaram
as competências necessárias para isso. -
10:45 - 10:48Sabem como fazer a solução
colaborativa de problemas, -
10:48 - 10:50como fazer uma aprendizagem
motivada pela descoberta -
10:50 - 10:53e sabem como fazer
uma tomada de decisões integrada. -
10:53 - 10:56Alguns de vocês aí sentados
devem estar a dizer agora mesmo: -
10:56 - 10:59"Nós não sabemos fazer tais coisas
na minha empresa. -
10:59 - 11:01"Porque é que, na Pixar,
eles sabem fazer isso? -
11:01 - 11:04Porque é que, na Google,
eles sabem fazer isso?" -
11:04 - 11:07Quando muitas das pessoas
que trabalharam para Bill nos disseram -
11:07 - 11:13que, na sua opinião, Bill era um dos
melhores líderes em Silicon Valley, -
11:13 - 11:17nós concordámos plenamente;
o homem é um génio. -
11:18 - 11:21A liderança é o ingrediente secreto.
-
11:21 - 11:23Mas isto é um tipo diferente de liderança,
-
11:23 - 11:27não o tipo que muitos de nós pensamos,
quando pensamos em excelente liderança. -
11:28 - 11:31Um dos líderes que encontrei
de início disse-me: -
11:31 - 11:34"Linda, eu não leio livros
sobre liderança. -
11:34 - 11:36"Só me fazem sentir mal."
-
11:36 - 11:37(Risos)
-
11:37 - 11:40"No primeiro capítulo, eles dizem
que eu devo criar uma visão. -
11:40 - 11:44"Mas se estou a tentar fazer uma coisa
realmente nova, não tenho respostas. -
11:44 - 11:46"Não sei para onde vamos
-
11:46 - 11:49"e não tenho a certeza se sei
descobrir como lá chegar." -
11:50 - 11:52Com certeza, há momentos
em que liderança visionária -
11:52 - 11:54é exatamente o que é necessário.
-
11:54 - 11:58Mas se quisermos criar organizações
que possam estar sempre a inovar, -
11:58 - 12:01temos que rever o nosso entendimento
quanto ao que é a liderança. -
12:02 - 12:05Para liderar a inovação
temos de criar espaço -
12:05 - 12:09para que as pessoas fiquem dispostas
e possam fazer o trabalho difícil -
12:09 - 12:12de resolução inovadora de problemas.
-
12:12 - 12:15Nesta altura, alguns de vocês
podem estar a pensar: -
12:15 - 12:17"Como é que é realmente essa liderança?"
-
12:18 - 12:21Na Pixar, eles sabem que
a inovação não é uma coisa individual. -
12:22 - 12:26Os líderes apostam em construir
um sentimento de comunidade -
12:26 - 12:28e construir aquelas três capacidades.
-
12:29 - 12:31Como é que eles definem liderança?
-
12:31 - 12:33Dizem que liderança é criar um mundo
-
12:33 - 12:35a que as pessoas querem pertencer.
-
12:35 - 12:37A que tipo de mundo as pessoas
da Pixar querem pertencer? -
12:37 - 12:40A um mundo onde
se vive na fronteira. -
12:40 - 12:42A que é que eles
dedicam o seu tempo? -
12:42 - 12:43Não é criando uma visão.
-
12:43 - 12:46Pelo contrário, eles gastam
o tempo a pensar: -
12:46 - 12:50"Como fazemos um estúdio que tenha
a sensibilidade de uma praça pública -
12:50 - 12:52"para que as pessoas possam interagir?
-
12:52 - 12:55"Vamos usar uma política
em que qualquer pessoa, -
12:55 - 12:56seja qual for o nível ou a função,
-
12:56 - 12:58"seja livre para dar sugestões ao diretor
-
12:58 - 13:01"sobre como se sente em relação
a um certo filme. -
13:01 - 13:03"O que será possível fazer para garantir
-
13:03 - 13:06"que todos os contestatários, todas as
vozes da minoria, nesta empresa, -
13:06 - 13:08"falem e sejam ouvidas?
-
13:08 - 13:12"E, finalmente, vamos conceder créditos
de uma forma bem generosa." -
13:12 - 13:15Não sei se vocês já viram
os créditos de um filme da Pixar, -
13:15 - 13:18mas os bebés nascidos durante
a produção estão lá listados. -
13:18 - 13:20(Risos)
-
13:20 - 13:23O que é que Bill pensava
sobre o seu papel? -
13:23 - 13:26Bill disse: "Eu lidero uma
organização de voluntários, -
13:26 - 13:30"Pessoas talentosas que não querem
seguir-me para nenhum lado. -
13:30 - 13:33"Querem criar o futuro comigo.
-
13:34 - 13:36"A minha função é amparar
de baixo para cima -
13:36 - 13:39"e não deixar tudo degenerar num caos."
-
13:39 - 13:41Como é que ele viu a sua função?
-
13:41 - 13:43"Eu sou um modelo,
sou uma cola humana, -
13:43 - 13:46"sou uma ligação,
sou um agregador de pontos de vista. -
13:46 - 13:48"Nunca sou um ditador
de pontos de vista." -
13:48 - 13:51Conselhos sobre como
exercitamos essa função? -
13:51 - 13:54Contratem pessoas que discutam convosco.
-
13:54 - 13:55E, sabem que mais?
-
13:55 - 13:58Às vezes é melhor ser
deliberadamente difuso e vago. -
13:59 - 14:01Alguns de vocês podem estar
a pensar agora: -
14:01 - 14:03"Em que é que essas pessoas pensam?
-
14:03 - 14:04Estão a pensar:
-
14:04 - 14:07"Eu não sou o visionário,
sou o arquiteto social. -
14:07 - 14:10"Estou a criar o espaço
onde as pessoas estão dispostas -
14:10 - 14:13"e podem partilhar e combinar
os seus talentos e paixões." -
14:14 - 14:17Se alguns de vocês estão aborrecidos
por não trabalharem na Pixar, -
14:17 - 14:19ou por não trabalharem na Google,
-
14:19 - 14:21quero dizer-vos que ainda há esperança.
-
14:21 - 14:23Estudámos muitas organizações
-
14:23 - 14:25que não são as organizações
que vocês imaginariam -
14:25 - 14:28serem muito inovadoras.
-
14:28 - 14:31Estudámos um conselho geral
de uma empresa farmacêutica -
14:31 - 14:34que precisava de descobrir como
pôr os advogados externos, -
14:34 - 14:3719 competidores,
a colaborarem e a inovarem. -
14:37 - 14:41Estudámos o diretor de "marketing"
de uma fábrica de automóveis alemã -
14:41 - 14:44onde se acreditava
que eram os engenheiros de projeto, -
14:44 - 14:47e não os comerciais,
que podiam ser inovadores. -
14:47 - 14:51Também estudámos Vineet Nayar
na HCL Technologies, -
14:51 - 14:53uma companhia Indiana
de fornecimento de pessoal -
14:53 - 14:55Quando conhecemos Vineet,
-
14:55 - 14:58a empresa dele estava, segundo ele,
a tornar-se irrelevante. -
14:58 - 15:01Vimos como ele transformou
aquela empresa -
15:01 - 15:04num dínamo global de inovação de TI.
-
15:05 - 15:08Na HCL Technologies,
como em muitas empresas, -
15:08 - 15:12os líderes tinham aprendido
que o seu papel era definir uma direção -
15:12 - 15:14e garantir que ninguém se desviasse dela.
-
15:15 - 15:19Ele disse-lhes
que era a altura de pensar -
15:19 - 15:23em repensarem no que deveriam fazer.
-
15:23 - 15:26Porque o que acontecia é que
todos estavam a olhar para cima -
15:26 - 15:29e ninguém via o tipo de inovação
de baixo para cima -
15:29 - 15:31que se via na Pixar ou na Google.
-
15:31 - 15:33Então, eles começaram a trabalhar nisso.
-
15:33 - 15:37Deixaram de dar respostas, deixaram
de tentar fornecer soluções. -
15:37 - 15:40Em vez disso, começaram a ver
-
15:40 - 15:44as pessoas na base da pirâmide,
as jovens faíscas, -
15:44 - 15:46as pessoas mais próximas dos clientes,
-
15:46 - 15:49como a fonte de inovação.
-
15:49 - 15:52Começaram a transferir
o crescimento da organização -
15:52 - 15:54para esse nível.
-
15:55 - 15:59Nas palavras de Vineet,
tratava-se de inverter a pirâmide -
15:59 - 16:02para se poder libertar
o poder da maioria -
16:02 - 16:05afrouxando o poder da minoria,
-
16:05 - 16:08e aumentar a qualidade
e a velocidade da inovação -
16:08 - 16:11que acontecia todos os dias.
-
16:12 - 16:15Claro, Vineet e todos os outros
líderes que estudámos -
16:15 - 16:18eram, de facto, visionários.
-
16:19 - 16:23Claro, eles entenderam
que não era essa a sua função. -
16:23 - 16:28Portanto, acho que não foi por acaso
que muitos de vocês não reconheceram Ed. -
16:29 - 16:33Porque Ed, tal como Vineet, sabe
que a nossa função como líderes -
16:33 - 16:36é preparar o palco,
não é representar. -
16:37 - 16:40Se quisermos inventar um futuro melhor,
-
16:40 - 16:43e suspeito que é por isso
que muitos de nós estão aqui, -
16:43 - 16:46precisamos de reimaginar a nossa tarefa.
-
16:47 - 16:50A nossa tarefa é criar o espaço
-
16:50 - 16:54onde o lado génio de cada um de nós
-
16:54 - 16:57possa ser libertado e aproveitado,
-
16:57 - 17:00e transformado em trabalho
de génio coletivo. -
17:01 - 17:02Obrigada.
-
17:02 - 17:04(Aplausos)
- Title:
- Como gerir a criatividade coletiva
- Speaker:
- Linda Hill
- Description:
-
Qual é o segredo para desbloquear a criatividade escondida dentro do nosso trabalho diário e dar hipótese a uma ótima ideia? Linda Hill, professor em Harvard, coautora de "Collective Genius", estudou algumas das empresas mundiais mais criativas para apresentar um conjunto de instrumentos e táticas para deixar fluir as ótimas ideias — de toda a gente numa empresa, não apenas dos supostos "criativos".
- Video Language:
- English
- Team:
- closed TED
- Project:
- TEDTalks
- Duration:
- 17:17
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