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Porque é que a Declaração de Direitos não constou inicialmente da Constituição dos EUA? — James Coll

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    Pensem, por momentos,
    na Constituição dos EUA.
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    Qual é a primeira coisa
    que vos vem à cabeça?
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    Liberdade de expressão?
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    Proteção contra buscas policiais ilegais?
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    O direito a ter armas?
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    Estas passagens são citadas tantas vezes
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    que dificilmente imaginamos
    a Constituição sem elas,
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    mas foi exatamente o que fizeram
    os redatores da Constituição.
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    A lista de liberdades individuais,
    conhecida por Declaração dos Direitos,
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    não estava no texto original
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    e não foi acrescentada
    durante os três anos seguintes.
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    Isto significa que os fundadores
    não as consideraram?
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    A resposta remonta às origens
    da própria Constituição.
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    Ainda antes dos primeiros tiros
    da Revolução Americana,
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    as treze colónias funcionaram em conjunto,
    através dum governo provisório,
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    chamado o Congresso Continental.
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    Durante a guerra, em 1781,
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    foram ratificados
    os Artigos da Confederação
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    como o primeiro governo
    realmente nacional.
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    Mas ficou provado que era mais fácil
    fundar uma nova nação do que governá-la.
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    O Congresso não tinha poder para obrigar
    os estados a obedecer às suas leis.
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    Quando o governo nacional
    se mostrou incapaz de angariar os fundos,
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    impor os tratados externos,
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    ou suprimir as rebeliões,
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    tornou-se claro
    que era necessária uma reforma.
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    Assim, em maio de 1787, todos os estados,
    com exceção de Rhode Island,
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    enviaram delegados a Filadélfia
    para uma convenção nacional.
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    A maioria desses delegados
    era a favor da introdução
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    duma nova constituição nacional
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    para criar um governo federal mais forte.
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    Graças a compromissos sobre questões
    como a representação dos estados,
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    o poder de lançar impostos,
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    e a forma de eleger o presidente,
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    essa proposta foi conquistador apoio.
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    Mas o texto final, redigido em setembro,
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    ainda tinha que ser aprovado
    por convenções realizadas nos estados.
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    Por isso, durante os meses seguintes,
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    a ratificação foi debatida
    por toda a jovem nação.
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    Entre os que defendiam o novo documento
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    estavam os importantes estadistas
    Alexander Hamilton,
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    James Madison e John Jay.
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    Em conjunto, expuseram eloquentes
    argumentos filosóficos
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    para a sua posição,
    numa série de 85 ensaios
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    hoje conhecidos
    pela coleção "O Federalista".
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    Mas ainda havia quem achasse
    que a Constituição ia longe demais
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    e que uma autoridade mais centralizada
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    voltaria a sujeitar os estados
    à tirania a que tinham escapado.
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    Esses antifederalistas
    estavam especialmente preocupados
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    com a aparente falta de proteções no texto
    para as liberdades individuais.
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    À medida que se sucediam as convenções,
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    muitos desses críticos deixaram
    de se opor totalmente à Constituição
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    e passaram a insistir na introdução
    duma explícita declaração de direitos.
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    Qual era o problema dos federalistas
    em relação a esta ideia?
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    Embora os seus adversários os acusassem
    de despotismo,
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    que queriam manter um poder absoluto
    no governo central,
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    os reais motivos eram sobretudo práticos.
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    Alterar a Constituição, depois de ela
    já ter sido ratificada por alguns estados,
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    iria complicar todo o processo.
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    Mais importante ainda, Madison achava
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    que os direitos das pessoas
    já estavam garantidos
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    pelo processo democrático,
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    enquanto acrescentar disposições extra
    corria o risco de má interpretação.
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    Havia quem receasse que a criação
    duma explícita lista de coisas
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    que o Governo não podia fazer
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    sugeriria que ele podia
    fazer tudo o resto.
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    Depois de os primeiros cinco estados
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    terem ratificado
    rapidamente a Constituição,
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    o debate tornou-se mais intenso.
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    Massachusetts e diversos outros estados
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    só a ratificariam se pudessem propor
    as suas emendas para discussão.
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    Federalistas importantes reconheceram
    a necessidade de um compromisso
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    e prometeram dar-lhes a devida atenção.
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    Depois de, finalmente, nove estados
    imporem a vigência legal da Constituição,
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    cumpriram a sua promessa.
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    Durante uma reunião do primeiro
    Congresso dos Estados Unidos,
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    o representante James Madison
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    subiu ao estrado para propor
    as emendas
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    que, anteriormente,
    tinha considerado desnecessárias.
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    Depois de muitos debates e revisões,
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    primeiro no Congresso
    e depois nos estados,
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    foram ratificadas 10 emendas,
    em 15 de dezembro de 1791,
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    durante os três anos
    depois de estar em vigor
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    a Constituição dos EUA.
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    Hoje, cada frase, cada palavra,
    cada sinal de pontuação
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    na Declaração dos Direitos
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    continuam a ser consideradas fundamentais
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    para as liberdades
    de que os norte-americanos gozam,
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    apesar de os autores iniciais
    as terem deixado de fora.
Title:
Porque é que a Declaração de Direitos não constou inicialmente da Constituição dos EUA? — James Coll
Description:

Vejam a lição completa: http://ed.ted.com/lessons/why-wasn-t-the-bill-of-rights-originally-in-the-us-constitution-james-coll

Quando pensam na Constituição dos EUA, qual é a primeira coisa que vos vem à cabeça? Liberdade de expressão? O direito de usar armas? Estas ideias são citadas tantas vezes que é difícil imaginar a Constituição sem elas. Mas a lista de liberdades conhecida por Declaração de Direitos não constava do texto original e só foi acrescentada nos três anos seguintes. Porquê? James Coll recua até às origens da Constituição para explicar porquê.

Lição de James Coll, animação de Augenblick Studios

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:33

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