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Pode o cérebro reparar-se a si mesmo? — Ralitsa Petrova

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    Imaginemos que o cérebro
    era capaz de se reiniciar,
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    substituindo as suas células danificadas
    por células novas e melhoradas.
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    Parece algo digno de ficção científica,
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    porém esta é uma realidade possível,
    actualmente em investigação.
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    Poderão, um dia, os nossos cérebros
    repararem-se a si próprios?
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    É sabido que as células embrionárias
    de cérebros jovens em desenvolvimento
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    produzem neurónios novos,
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    as unidades microscópicas
    que compõem o tecido cerebral.
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    Esses neurónios recém-gerados migram
    para zonas do cérebro em desenvolvimento,
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    fazendo com que este se organize
    em diferentes estruturas.
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    Até há pouco tempo,
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    julgava-se que a produção celular
    parava abruptamente após este crescimento,
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    o que levava a que se concluísse
    que doenças neurológicas,
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    como o Alzheimer ou a doença de Parkinson,
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    e acidentes cerebrais danosos,
    como AVCs, eram irreversíveis.
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    No entanto, descobertas recentes
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    revelam que um cérebro adulto
    continua a produzir novas células
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    em pelo menos três zonas especializadas.
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    Este processo, designado neurogénese,
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    envolve células cerebrais específicas,
    as células estaminais nervosas,
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    assim como células progenitoras,
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    que originam novos neurónios
    ou substituem os anteriores.
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    As três regiões onde
    a neurogénese foi identificada
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    são o giro denteado, envolvido
    na aprendizagem e na memória,
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    a zona sub-ventricular, que pode
    fornecer neurónios ao bulbo olfactivo
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    para estabelecer comunicação
    entre o nariz e o cérebro,
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    e o corpo estriado, que auxilia
    o controlo do movimento.
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    Os cientistas ainda não compreendem
    na totalidade qual o papel
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    desempenhado pela neurogénese
    em cada uma destas regiões,
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    ou o porquê de possuírem esta capacidade,
    que está ausente no resto do cérebro,
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    porém, a mera presença de um mecanismo
    que gera novos neurónios no cérebro adulto
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    abre-nos um mundo de possibilidades.
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    Estaremos perante o mecanismo que fará
    com que o cérebro repare as suas cicatrizes
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    semelhante a como uma nova camada de pele
    cresce sob uma ferida,
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    ou uma fractura óssea se sara a si mesma?
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    Eis o ponto da situação.
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    Certas proteínas e moléculas
    capazes de simular estas proteínas
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    podem ser administradas no cérebro
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    para incitar células estaminais
    nervosas e células progenitoras
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    a produzirem mais neurónios
    nestas três zonas.
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    O método ainda precisa
    de ser aperfeiçoado
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    para que a reprodução celular
    seja mais eficiente
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    e um maior número de células sobreviva.
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    Contudo, pesquisas indicam que
    as células progenitoras destas zonas
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    são capazes de migrar para locais
    onde tenha ocorrido uma lesão
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    e gerar aí novos neurónios.
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    Uma outra abordagem
    possível e promissora
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    é o transplante de células
    estaminais nervosas humanas,
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    de cultivo em laboratório,
    para tecido danificado,
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    tal e qual como fazemos com a pele.
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    Actualmente, estão a ser feitos testes
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    para apurar se as células transplantadas
    se podem dividir, diferenciar
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    e conseguir dar origem a novos neurónios
    numa zona de lesão cerebral.
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    Foi também descoberto
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    que possivelmente seremos capazes
    de condicionar outras células,
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    tais como os astrócitos
    e os oligodendrócitos
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    a comportarem-se como células estaminais
    nervosas para gerarem neurónios também.
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    Assim, daqui a umas décadas, conseguirão
    os nossos cérebros auto-reparar-se?
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    Não podemos afirmá-lo com certeza,
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    mas esta premissa tornou-se numa das
    maiores metas da medicina regenerativa.
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    O cérebro humano possui
    100 mil milhões de neurónios
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    e ainda hoje tentamos desvendar
    a arquitectura desta placa-mãe biológica.
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    Porém, a constante investigação nesta área
    acerca-nos aos poucos do botão Reiniciar.
Title:
Pode o cérebro reparar-se a si mesmo? — Ralitsa Petrova
Speaker:
Ralitsa Petrova
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/could-your-brain-repair-itself-ralitsa-petrova

Imaginem que o cérebro era capaz de se reiniciar, substituindo as suas células danificadas por células novas e melhoradas. Pode parecer algo digno de ficção científica, porém, é uma realidade possível e actualmente em investigação. A especialista Ralitsa Petrova desvenda a ciência por detrás da neurogénese e explica como podemos estar perante um mecanismo capaz de inverter certas doenças, tais como a Doença de Alzheimer ou a Doença de Parkinson.

Lição de Ralitsa Petrova, animação de Artrake Studio.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:00

Portuguese subtitles

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