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O que é vidro metálico? — Ashwini Bharathula

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    O aço e o plástico.
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    Estes dois materiais são essenciais
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    para muitas das nossas
    infraestruturas e tecnologia.
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    e têm um conjunto complementar
    de forças e fraquezas.
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    O aço é forte e rijo,
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    mas difícil de modelar intrinsecamente,
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    enquanto o plástico pode assumir
    praticamente qualquer forma,
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    mas é fraco e macio.
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    Não seria bom se houvesse um material
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    tão forte como o aço mais forte
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    e tão maleável como o plástico?
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    Muitos cientistas e tecnólogos
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    estão entusiasmados com uma invenção
    relativamente recente,
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    chamada vidro metálico
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    com as propriedades dos dois
    e mais ainda.
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    Os vidros metálicos têm um aspeto
    brilhante e opaco como os metais
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    e tal como os metais, são bons condutores
    do calor e da eletricidade.
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    Mas são mais fortes
    do que a maior parte dos metais,
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    o que significa que podem
    aguentar muitas forças
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    sem se dobrarem ou partirem,
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    fazendo bisturis ultra afiados
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    e estojos eletrónicos ultra fortes,
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    dobradiças, parafusos,
    e muitas outras coisas.
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    Os vidros metálicos também têm
    uma capacidade incrível
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    de armazenar e libertar energia elástica,
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    o que os torna perfeitos
    para equipamento desportivo,
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    como as raquetas de ténis,
    tacos de golfe e esquis.
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    São resistentes à corrosão
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    e podem ser moldados em formas complexas
    com superfícies espelhadas
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    num único processo de moldagem.
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    Apesar da sua resistência
    à temperatura ambiente,
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    se aumentarmos umas centenas
    de graus Celsius,
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    amolecem significativamente
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    e podem ser deformados
    em qualquer forma que quisermos.
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    Arrefecendo-os depois,
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    eles recuperam a sua resistência.
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    De onde surgem todos estes
    atributos espantosos?
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    Na essência, têm a ver com a estrutura
    atómica especial do vidro metálico.
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    A maior parte dos metais
    são cristalinos enquanto sólidos.
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    Ou seja, se os ampliarmos o suficiente
    para vermos os átomos individuais,
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    eles estarão alinhados
    num padrão ordenado, repetitivo
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    que se estende por todo o material.
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    O gelo é cristalino
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    tal como os diamantes
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    e o sal.
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    Se os aquecermos o suficiente
    para os derretermos,
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    os átomos podem soltar-se
    livremente e moverem-se ao acaso
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    mas, quando os arrefecemos,
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    os átomos reorganizam-se,
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    recuperando o cristal.
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    E se pudéssemos arrefecer
    um metal derretido tão depressa
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    que os átomos não conseguissem
    voltar a encontrar os seus lugares,
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    de modo que o material
    voltasse a ser sólido
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    mas com uma estrutura interna
    caótica, amorfa de um líquido?
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    O vidro metálico é assim.
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    Esta estrutura tem ainda o benefício
    de não ter limites de grão
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    que a maioria dos metais têm.
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    São pontos fracos onde o material
    é mais suscetível a fendas
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    ou à corrosão.
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    O primeiro vidro metálico
    foi feito em 1960,
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    a partir do ouro e do silício.
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    Não foi fácil de fazer.
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    Como os átomos dos metais
    cristalizam muito rapidamente,
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    os cientistas tiveram de arrefecer
    a liga extremamente depressa,
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    um milhão de graus Kelvin por segundo,
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    disparando minúsculas gotas
    em chapas de cobre frias
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    ou fazendo girar fitas ultrafinas.
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    Nessa época, os vidros metálicos
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    só podiam ter dezenas
    ou centenas de mícrons,
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    o que era demasiado fino
    para a maior parte de aplicações práticas.
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    Desde então, os cientistas
    conseguiram descobrir
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    que, se misturassem vários metais
    que se misturam entre si livremente
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    mas não cristalizam facilmente,
    quando juntos,
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    normalmente porque têm dimensões
    atómicas muito diferentes,
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    a mistura cristaliza muito mais devagar.
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    Isso significa que não é necessário
    arrefecê-la tão depressa,
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    e o material pode ser mais espesso,
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    com centímetros em vez de mícrons.
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    Estes materiais chamam-se
    vidros metálicos densos, ou BMG.
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    Se já há centenas de diferentes BMG,
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    porque é que as nossas pontes
    e automóveis não são feitos com eles?
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    Muitos dos BMG atualmente disponíveis
    são feitos de metais caros,
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    como o paládio e o zircónio,
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    e têm que ser extremamente puros
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    porque quaisquer impurezas
    podem provocar a cristalização.
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    Por isso, um arranha-céus
    ou um vaivém espacial
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    feitos de BMG seriam
    astronomicamente caros.
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    E, apesar da sua resistência,
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    ainda não são suficientemente rijos
    para aplicações de grandes cargas.
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    Quando as forças aumentam,
    podem partir-se sem aviso prévio
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    o que não é ideal para uma ponte,
    por exemplo.
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    Mas quando os engenheiros descobrirem
    como fazer BMG com metais mais baratos,
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    e como torná-los ainda mais resistentes,
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    para estes super materiais
    o céu é o limite.
Title:
O que é vidro metálico? — Ashwini Bharathula
Description:

Vejam a lição completa em: http://ed.ted.com/lessons/what-is-metallic-glass-ashwini-bharathula

O aço e o plástico são essenciais para muitas das nossas infraestruturas e tecnologia. O aço é forte e rijo, mas difícil de modelar intrinsecamente. O plástico pode assumir praticamente qualquer forma, mas é fraco e macio. Não seria bom se houvesse um material tão forte como o aço mais forte e tão maleável como o plástico? Ashwini Bharathula analisa o futuro do vidro metálico.

Lição de Ashwini Bharathula, animação de Tinmouse Animation Studio.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
04:34

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