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Mudança climática pela nebulosidade: Como as nuvens afetam a temperatura da Terra - Jasper Kirkby

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    Mudança Climática Nebulosa
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    Como as nuvens afetam
    a temperatura da Terra.
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    A temperatura média da superfície da Terra
    subiu 0,8 graus Celsius desde 1750.
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    Quando a concentração de dióxido
    de carbono na atmosfera dobrar,
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    o que se espera acontecer antes
    do fim do século 21,
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    os pesquisadores calculam
    que as temperaturas globais
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    terão subido entre 1,5 e 4,5 graus Celsius.
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    Se o aumento for perto
    do limite inferior de 1,5°C,
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    então já estamos no meio do caminho,
    e poderíamos nos adaptar,
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    com algumas regiões ficando
    mais secas e menos produtivas,
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    e outras ficando mais quentes,
    úmidas e mais produtivas.
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    Por outro lado, um aumento de 4,5°C
    teria magnitude semelhante
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    ao aquecimento que ocorreu desde o máximo
    da última glaciação há 22 mil anos,
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    quando a maior parte
    da América do Norte estava
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    sob uma camada de gelo
    de 2 mil metros de espessura.
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    E isso representaria
    uma mudança drástica do clima.
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    Então é vital para os cientistas
    prever a mudança de temperatura,
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    com a maior precisão possível,
    para a sociedade planejar o futuro.
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    A atual faixa de incerteza é muito grande
    para termos confiança de como
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    responder melhor à mudança climática.
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    Mas a estimativa de 1,5°C a 4,5°C
    para o dobro de dióxido de carbono
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    não muda há 35 anos.
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    Por que não fomos capazes de aprimorá-la?
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    É porque ainda não compreendemos bem
    os aerossóis e as nuvens.
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    Mas um novo experimento no CERN
    está estudando o problema.
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    A fim de prever como a temperatura
    irá mudar,
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    os cientistas precisam conhecer algo
    chamado sensibilidade climática da Terra,
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    a variação de temperatura em resposta
    à forçante radiativa.
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    A forçante radiativa é
    o desequilíbrio temporário
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    entre a energia recebida do Sol
    e a energia irradiada de volta ao espaço,
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    como o desequilíbrio causado pelo
    aumento dos gases de efeito estufa.
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    Para corrigir o desequilíbrio,
    a Terra se aquece ou se resfria.
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    Podemos determinar a sensibilidade
    climática da Terra
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    a partir do experimento que já fizemos
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    na era industrial, desde 1750,
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    e usar esse número para determinar
    o quanto mais ela irá se aquecer
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    para várias projeções
    de forçantes radiativas no século 21.
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    Para fazê-lo, precisamos saber
    duas coisas:
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    Primeiro, o aumento da temperatura
    global desde 1750;
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    e segundo, a forçante radiativa
    do clima atual
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    em relação ao clima pré-industrial.
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    Para as forçantes radiativas, sabe-se que
    as atividades humanas aumentaram
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    os gases de efeito estufa na atmosfera,
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    que aqueceram o planeta.
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    Mas, ao mesmo tempo, nossas atividades
    aumentaram a quantidade
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    de partículas de aerossol nas nuvens,
    que resfriaram o planeta.
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    A concentração de gases de efeito estufa
    pré-industrial é bem conhecida
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    pelas bolhas presas em amostras de gelo
    obtidas na Groenlândia e Antártica.
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    As forçantes radiativas de gases de efeito
    estufa são conhecidas com precisão.
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    Mas não temos como medir diretamente
    o grau de nebulosidade em 1750.
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    E essa é a fonte principal de incerteza
    na sensibilidade climática da Terra.
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    Para compreender
    a nebulosidade pré-industrial,
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    temos que usar modelos computadorizados
    que simulam de modo confiável
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    os processos de formação
    de aerossóis nas nuvens.
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    Para a maioria das pessoas, aerossol
    é aquele spray para cabelos,
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    mas esse é apenas um tipo de aerossol.
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    Os aerossóis atmosféricos são
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    minúsculas partículas, líquidas
    ou sólidas, suspensas no ar.
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    Eles podem ser primários,
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    de poeira, sal marinho disperso
    e biomassa em combustão;
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    ou secundários, formados pela conversão
    de gás em partícula na atmosfera,
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    também chamado de nucleação de partícula.
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    Os aerossóis estão
    em toda parte na atmosfera,
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    e eles podem bloquear o Sol
    em ambientes urbanos poluídos,
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    ou banhar montanhas distantes
    em uma neblina azul.
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    Mais importante, uma gotícula de nuvem
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    não pode se formar
    sem uma partícula de aerossol.
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    Logo, sem partículas de aerossol
    não haveria nuvens,
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    e sem nuvens, não haveria água doce.
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    O clima seria muito mais quente
    e não existiria vida.
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    Portanto, devemos nossa existência
    às partículas de aerossol.
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    Contudo, apesar de sua importância,
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    a formação de partículas de aerossol
    na atmosfera
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    e seus efeitos sobre as nuvens
    são pouco conhecidos.
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    Mesmo os vapores responsáveis
    pela formação de partículas de aerossol
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    não estão bem estabelecidos
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    porque eles estão presentes
    apenas em quantidades minúsculas,
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    perto de uma molécula por trilhão
    de moléculas de ar.
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    Essa falta de conhecimento
    é a principal razão
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    da grande incerteza na
    sensibilidade climática
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    e na correspondente ampla faixa
    de projeções para o futuro climático.
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    Contudo, uma experiência em curso no CERN,
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    chamada simplesmente de “Cloud” (Nuvem),
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    conseguiu construir um contêiner de aço
    suficientemente grande
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    e com baixa contaminação, de modo
    que a formação de aerossol
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    pode ser medida em condições atmosféricas
    precisamente controladas em laboratório.
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    Nos primeiros cinco anos de operação,
    Cloud identificou os vapores
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    responsáveis pela formação
    de partículas de aerossol na atmosfera,
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    que incluem ácido sulfúrico,
    amônia, aminas
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    e vapores biogênicos das árvores.
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    Usando um feixe de partículas ionizantes
    do síncrotron de prótons do CERN,
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    Cloud também está investigando
    se os raios cósmicos galáticos
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    melhoram a formação
    de aerossóis nas nuvens.
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    Foi sugerido que isso pode ser
    um agente natural não considerado
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    das forçantes radiativas do clima,
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    já que o fluxo de raios cósmicos
    que atingem a atmosfera
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    varia com a atividade solar.
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    Cloud está cuidando
    de duas grandes questões:
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    Em primeiro lugar, qual era o nível
    de nebulosidade do clima pré-industrial?
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    E, daí, quanto as nuvens
    mudaram devido às atividades humanas?
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    Esse conhecimento tornará mais nítidas
    as projeções para o clima do século 21.
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    Em segundo lugar,
    será que as curiosas observações
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    sobre a variabilidade do clima solar,
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    no clima da era pré-industrial,
    poderiam ser explicadas pela influência
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    de raios cósmicos galáticos
    sobre as nuvens?
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    São metas ambiciosas, porém realistas,
    quando sua cabeça está nas nuvens.
Title:
Mudança climática pela nebulosidade: Como as nuvens afetam a temperatura da Terra - Jasper Kirkby
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Assista à aula completa: http://ed.ted.com/lessons/cloudy-climate-change-how-clouds-affect-earth-s-temperature-jasper-kirkby

Tendo em vista que a temperatura da superfície da Terra aumenta gradualmente, tornou-se vital prever a velocidade desse aumento com a maior precisão possível. Para fazê-lo, os cientistas precisam compreender melhor os aerossóis e as nuvens. Jasper Kirkby analisa um experimento no CERN que visa exatamente isso.

Aula de Jasper Kirkby, animação de Cedric Richer.

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TED-Ed
Duration:
06:40

Portuguese, Brazilian subtitles

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