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Pense duas vezes (ReThink) antes de digitar | Trisha Prabhu | TEDxTeen

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    "Garota, se mata".
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    "Por que você ainda está viva?"
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    "Você é muito feia".
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    Rebecca Sedwick,
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    uma menina de onze anos, da Flórida,
  • 0:32 - 0:37
    recebeu essas mensagens maldosas, nocivas,
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    atormentadoras e humilhantes
    em sua rede social.
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    Por fim, elas a levariam
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    a pular da torre de água de sua cidade,
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    suicidando-se.
  • 0:52 - 0:55
    No outono de 2013,
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    eu li essa história
    quando voltei da escola.
  • 0:58 - 1:01
    Eu fiquei atordoada, chocada
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    e com o coração partido.
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    Como uma menina mais nova que eu
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    pôde ser levada a tirar sua própria vida?
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    Foi quando vi
    que eu tinha que fazer algo
  • 1:12 - 1:15
    para que isso jamais aconteça novamente.
  • 1:15 - 1:19
    Mas a dor e a tristeza
    que Rebecca havia sentido
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    já tinham acontecido.
  • 1:21 - 1:24
    O mal já estava feito.
  • 1:24 - 1:26
    Meu nome é Trisha Prabhu,
  • 1:26 - 1:27
    tenho quatorze anos de idade
  • 1:27 - 1:29
    e sou da grande cidade de Naperville,
  • 1:29 - 1:31
    no Illionois, Estados Unidos.
  • 1:31 - 1:34
    Tenho paixão por acabar
    com o bullying virtual
  • 1:34 - 1:38
    em sua origem,
    antes que se cause o mal.
  • 1:38 - 1:40
    Sou uma grande sonhadora
    e acredito que todos
  • 1:40 - 1:44
    deveriam ter o direito de sonhar,
    de persistir em seus sonhos
  • 1:44 - 1:48
    e vê-los tornarem-se realidade.
  • 1:48 - 1:50
    Então, quando li a história de Rebecca,
  • 1:50 - 1:52
    imediatamente pensei:
  • 1:52 - 1:54
    "Será que há outros como Rebecca por aí,
  • 1:54 - 1:56
    sofrendo como ela?"
  • 1:56 - 2:01
    Logo descobri que ela era uma
    em meio a incontáveis outros.
  • 2:02 - 2:08
    Megan Meier morreu três semanas antes
    de seu aniversário de quatorze anos.
  • 2:09 - 2:13
    Ela se enforcou no armário de seu quarto,
  • 2:13 - 2:14
    onde sua mãe a encontrou
  • 2:14 - 2:17
    quando subiu até seu quarto
    para chamá-la para jantar.
  • 2:19 - 2:20
    Ela havia recebido mensagens como:
  • 2:20 - 2:23
    "O mundo seria melhor sem você",
  • 2:23 - 2:26
    em sua conta no Myspace.
  • 2:27 - 2:28
    O mal estava feito
  • 2:28 - 2:32
    e Megan sofreu as consequências.
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    Tyler Clementi
    tinha dezoito anos e era aluno
  • 2:36 - 2:39
    da Rutgers University.
  • 2:39 - 2:41
    Ele estava começando a se adaptar
    à vida na faculdade
  • 2:41 - 2:44
    e à sua nova identidade gay.
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    Um dia, seu colega de quarto e um amigo
  • 2:47 - 2:50
    decidiram usar uma webcam e um laptop
  • 2:50 - 2:55
    para transmitir alguns dos momentos
    mais íntimos de Tyler com seu namorado
  • 2:55 - 2:57
    em diversas redes sociais.
  • 2:58 - 3:00
    O mal estava feito.
  • 3:01 - 3:04
    Sentido-se humilhado,
    ele tirou a própria vida,
  • 3:04 - 3:07
    pulando da ponte George Washington.
  • 3:09 - 3:12
    Eu gostaria, mais do que qualquer coisa,
  • 3:12 - 3:14
    de poder reescrever essas histórias.
  • 3:14 - 3:17
    Eu queria poder fazer
    com que todo agressor
  • 3:17 - 3:20
    pensasse duas vezes
    antes de fazer o que fez.
  • 3:20 - 3:22
    E se eu pudesse fazer isso?
  • 3:22 - 3:27
    E se eu pudesse impedir o mal
    antes que ele fosse causado?
  • 3:27 - 3:31
    Será que Megan, Tyler e Rebecca
    ainda estariam vivos?
  • 3:31 - 3:35
    O bullying virtual é um enorme problema.
  • 3:35 - 3:38
    Cinquenta e dois por cento
    dos adolescentes, só nos Estados Unidos,
  • 3:38 - 3:41
    já sofreram bullying virtual.
  • 3:41 - 3:43
    E 38% desses
  • 3:43 - 3:45
    tinham tendências suicidas.
  • 3:45 - 3:48
    Vamos ver isso sob uma perspectiva global.
  • 3:48 - 3:52
    Um quarto da população mundial
    são adolescentes.
  • 3:52 - 3:56
    Estamos falando
    de 1,8 bilhão de adolescentes.
  • 3:56 - 3:58
    Imaginem isso na revolução
    das redes sociais,
  • 3:58 - 4:01
    com cada vez mais adolescentes
    aderindo às redes sociais,
  • 4:01 - 4:05
    e cada vez mais adolescentes
    sofrendo bullying virtual.
  • 4:07 - 4:09
    Então, por que somos alvo
    do bullying virtual?
  • 4:09 - 4:12
    Talvez eu seja tendenciosa,
    mas tenho total certeza
  • 4:12 - 4:16
    de que os jovens não são demônios
    que andam por aí com intenções cruéis.
  • 4:16 - 4:18
    Não sei quanto a vocês,
    mas é o que eu acho.
  • 4:18 - 4:22
    E os adultos? São bons
    ou maus nas redes sociais?
  • 4:22 - 4:25
    Bem, no que se refere aos adultos,
    eu não sabia exatamente.
  • 4:25 - 4:28
    Então, tive de pesquisar um pouco
    para descobrir.
  • 4:28 - 4:31
    Então, naquele ano, para meu projeto
    de ciências da escola,
  • 4:31 - 4:34
    decidi analisar como a idade
    afetava a disposição
  • 4:34 - 4:38
    de se postar mensagens ofensivas
    em redes sociais.
  • 4:38 - 4:39
    O que descobri?
  • 4:39 - 4:42
    Um grupo de menos idade,
    entre doze e dezoito anos,
  • 4:42 - 4:46
    era 40% mais disposto a postar
    mensagens ofensivas
  • 4:46 - 4:48
    do que um grupo de mais idade.
  • 4:48 - 4:51
    Certo. Os números não me surpreenderam.
  • 4:51 - 4:52
    Mas por quê?
  • 4:52 - 4:54
    Por que esse grupo mais jovem
  • 4:54 - 4:57
    era tão mais disposto
    a postar mensagens ofensivas?
  • 4:57 - 5:01
    Comecei a pesquisar bastante
  • 5:01 - 5:03
    e, um dia, encontrei um artigo
  • 5:03 - 5:06
    e nele havia uma frase
    que mudaria para sempre
  • 5:06 - 5:09
    minha visão sobre esse problema.
  • 5:09 - 5:12
    Ele dizia: "O cérebro adolescente
  • 5:12 - 5:16
    é comparado a um carro sem freios".
  • 5:16 - 5:19
    Alta velocidade. Sem parar.
  • 5:19 - 5:22
    Sem pensar. Sem ponderar.
  • 5:22 - 5:25
    Nós simplesmente agimos.
    Mas por quê?
  • 5:25 - 5:27
    Nosso cérebro é meio estranho.
  • 5:27 - 5:30
    Ele se desenvolve de trás para frente.
  • 5:30 - 5:32
    Por isso, a parte dianteira
    do nosso cérebro
  • 5:32 - 5:36
    não está completamente desenvolvida
    até chegarmos aos 25 anos.
  • 5:37 - 5:39
    Por que isso é um problema?
  • 5:39 - 5:42
    Bem, o córtex pré-frontal
  • 5:42 - 5:44
    controla nossas habilidades
    de tomada de decisão,
  • 5:44 - 5:46
    decisões desatentas, impulsivas,
  • 5:46 - 5:49
    sensações de impulso do momento.
  • 5:49 - 5:53
    Então, é por isso que os adolescentes
    não pensam antes de agir.
  • 5:53 - 5:55
    Eles simplesmente fazem as coisas,
  • 5:55 - 5:58
    seja bebendo quinze latas
    de Red Bull numa aposta,
  • 5:58 - 6:01
    ou perdendo uma prova final,
  • 6:01 - 6:03
    ou fazendo alguma loucura.
  • 6:03 - 6:06
    Não pensamos muito
    antes de fazermos essas coisas.
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    Bem, eu contei isso a uma amiga.
  • 6:10 - 6:13
    Eu disse: "Nossa, sabe, isso é horrível".
  • 6:13 - 6:17
    E ela disse: "Sabe, Trisha,
    admiro muito sua paixão,
  • 6:17 - 6:19
    mas faz quinze minutos
    que você está falando disso,
  • 6:19 - 6:21
    como se fosse novidade.
  • 6:21 - 6:24
    É um enorme problema, mas as redes sociais
  • 6:24 - 6:26
    já estão tomando providências
    para resolver isso".
  • 6:26 - 6:29
    E eu disse: "Ah, sim.
    Você está certa".
  • 6:29 - 6:32
    Mas logo descobri que as redes sociais
  • 6:32 - 6:35
    não estão fazendo nada, na verdade.
  • 6:35 - 6:38
    O método delas
    é "parar, bloquear, contar".
  • 6:38 - 6:41
    Você para o que estava fazendo
    -- a vítima --,
  • 6:41 - 6:43
    bloqueia o agressor virtual
  • 6:43 - 6:45
    e imediatamente conta
    aos pais ou responsáveis.
  • 6:45 - 6:47
    Parece razoável.
  • 6:47 - 6:50
    Mas vejamos o que realmente acontece:
  • 6:50 - 6:53
    nós adolescentes temos certo medo
    de contar às pessoas
  • 6:53 - 6:54
    que estamos sofrendo bullying virtual.
  • 6:54 - 6:57
    Pesquisas mostram que,
    em nove a cada dez vezes,
  • 6:57 - 7:00
    as vítimas não contam a ninguém
    que estão sofrendo bullying virtual.
  • 7:00 - 7:03
    Além disso, por que deixar sobre a vítima
  • 7:03 - 7:06
    o dever de bloquear o agressor virtual?
  • 7:06 - 7:10
    Por que não estamos disciplinando
    o comportamento no próprio agressor?
  • 7:10 - 7:12
    Isso me deixou aborrecida.
  • 7:12 - 7:15
    Não havia nenhuma maneira eficaz sequer
    de deter o bullying virtual,
  • 7:15 - 7:17
    e ele era uma pandemia silenciosa
  • 7:17 - 7:21
    que estava afetando
    muitas pessoas em todo o mundo.
  • 7:21 - 7:23
    Foi quando tive uma ideia.
  • 7:23 - 7:27
    Em minha pesquisa, descobri
    que os adolescentes não pensam
  • 7:28 - 7:30
    antes de fazerem o que fazem, certo?
  • 7:30 - 7:34
    E se eles não pensam antes de digitar?
  • 7:34 - 7:36
    E se eu lhes desse a chance
  • 7:36 - 7:39
    de pensar sobre o que estão fazendo?
  • 7:39 - 7:43
    Se um adolescente tentasse postar
    uma mensagem ofensiva numa rede social,
  • 7:43 - 7:46
    e eu dissesse: "Opa! Espera aí.
  • 7:46 - 7:50
    Você está prestes a postar
    uma mensagem ofensiva para alguém.
  • 7:50 - 7:52
    Isso pode ferir essa pessoa.
  • 7:52 - 7:55
    Tem certeza de que quer
    postar essa mensagem?",
  • 7:55 - 7:57
    será que ele ainda
    estaria disposto a fazer isso?
  • 7:57 - 8:00
    Eu não fazia ideia,
    mas estava pronta para descobrir.
  • 8:01 - 8:05
    Então, naquele ano, usando minhas
    habilidades em ciências e em tecnologia,
  • 8:05 - 8:07
    criei dois softwares.
  • 8:07 - 8:10
    Basicamente, eles conseguem verificar
  • 8:10 - 8:13
    se um alerta que levasse os adolescentes
  • 8:13 - 8:15
    a pensar naquilo que faziam
  • 8:15 - 8:19
    de fato reduziria a disposição deles
    para postar mensagens ofensivas.
  • 8:19 - 8:23
    Então, durante quatro a seis semanas,
    basicamente morei na biblioteca local.
  • 8:23 - 8:25
    Todo mundo ficava me olhando
    de maneira esquisita,
  • 8:25 - 8:28
    mas, sabe, no fim, valeu muito a pena.
  • 8:28 - 8:33
    Eu consegui 1.500
    testes válidos de dados.
  • 8:33 - 8:35
    E o que descobri?
  • 8:35 - 8:41
    Em 93% das vezes em que os adolescentes
    recebem um alerta que diz:
  • 8:41 - 8:44
    "Opa! Você está prestes
    a postar uma mensagem ofensiva",
  • 8:44 - 8:47
    eles mudam de ideia.
  • 8:47 - 8:51
    Eu consegui reduzir a disposição
    de postar mensagens ofensivas
  • 8:51 - 8:57
    de 71,4% para 4,6%.
  • 8:57 - 9:00
    (Vivas) (Aplausos)
  • 9:05 - 9:06
    Pensem nisso.
  • 9:06 - 9:10
    A minha pesquisa provou
    que pensar duas vezes antes de digitar,
  • 9:10 - 9:12
    pensar duas vezes antes de postar,
  • 9:12 - 9:15
    pensar duas vezes antes
    que se cause o mal
  • 9:15 - 9:19
    é um método eficaz de longo prazo
    para acabar com o bullying virtual,
  • 9:19 - 9:22
    em sua origem, antes que se cause o mal.
  • 9:22 - 9:26
    O Rethink se tornou extremamente
    popular. Tenho a alegria de dizer isso.
  • 9:26 - 9:30
    Poucas semanas atrás,
    participei da Feira de Ciências da Google,
  • 9:30 - 9:32
    com minha pesquisa.
    Estou entre os finalistas globais.
  • 9:32 - 9:34
    Atualmente, eu também...
  • 9:34 - 9:35
    (Aplausos)
  • 9:35 - 9:36
    Obrigada.
  • 9:36 - 9:38
    (Aplausos)
  • 9:40 - 9:44
    Atualmente, também detenho uma patente
    americana provisória dessa ideia.
  • 9:44 - 9:46
    Agora, meu principal objetivo
  • 9:46 - 9:48
    é colocar esse produto no mercado
  • 9:48 - 9:50
    e acabar com o bullying virtual.
  • 9:50 - 9:52
    Atualmente, estou trabalhando
    incansavelmente
  • 9:52 - 9:55
    para criar uma extensão para o Chrome
  • 9:55 - 9:57
    e um "add-on" para plataformas móveis.
  • 9:57 - 9:59
    Dessa forma, o Rethink
    pode se tornar global
  • 9:59 - 10:03
    e acabar com o bullying virtual
    antes que o mal seja causado.
  • 10:04 - 10:07
    Uma vez, Steve Jobs disse:
  • 10:07 - 10:11
    "O simples pode ser
    mais difícil que o complexo.
  • 10:11 - 10:14
    O original, muito mais difícil
    que o derivado.
  • 10:14 - 10:17
    Mas quando os conseguimos, vale a pena,
  • 10:17 - 10:20
    pois podemos mover montanhas".
  • 10:20 - 10:22
    Ele tem toda razão.
  • 10:23 - 10:26
    O Rethink provou que,
    naqueles poucos segundos
  • 10:26 - 10:29
    em que você decide se vai clicar
    ou não em "postar",
  • 10:29 - 10:34
    esses poucos segundos
    significam muito no futuro.
  • 10:34 - 10:37
    Se você está prestes
    a postar uma mensagem ofensiva
  • 10:37 - 10:41
    sobre a menina gorda sentada
    à sua frente na aula,
  • 10:41 - 10:43
    ou sobre seu chefe irritante,
  • 10:43 - 10:46
    isso pode significar
    a vida da menina gorda,
  • 10:46 - 10:49
    ou o seu emprego.
  • 10:49 - 10:51
    Então, eu incentivo todos vocês:
  • 10:51 - 10:55
    pensem duas vezes antes
    que o mal tenha sido causado.
  • 10:55 - 10:57
    Raramente, neste mundo conectado,
  • 10:57 - 11:00
    nós nos lembramos
    de que precisamos desacelerar,
  • 11:00 - 11:04
    pausar, pensar no que estamos fazendo.
  • 11:04 - 11:06
    Estamos postando mensagens
  • 11:06 - 11:08
    e elas têm importância.
  • 11:09 - 11:11
    Então, escolha pensar duas vezes.
  • 11:11 - 11:13
    Pense duas vezes antes de digitar,
  • 11:13 - 11:15
    antes que o mal seja causado.
  • 11:15 - 11:16
    Obrigada.
  • 11:16 - 11:20
    (Vivas) (Aplausos)
Title:
Pense duas vezes (ReThink) antes de digitar | Trisha Prabhu | TEDxTeen
Description:

Esta palestra foi dada em um evento TEDx local, produzido de forma independente das conferências TED. Você já fez ou disse algo que gostaria de não ter feito ou dito? O bullying virtual é um problema maior do que você pensa. Existe uma solução. Pense duas vezes (ReThink) sobre isso...

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Video Language:
English
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
11:31

Portuguese, Brazilian subtitles

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