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Estamos doidos? Não podemos comer nada! | Alicia Baldó | TEDxAlcoi

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    Vou diretamente ao que interessa.
  • 0:28 - 0:31
    Quem já ouviu dizer
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    que, para sermos sãos e fortes
    temos que comer de tudo?
  • 0:35 - 0:37
    Levantem a mão.
  • 0:39 - 0:42
    Estou a ver que quase todos
    levantaram a mão.
  • 0:42 - 0:43
    E está certo.
  • 0:43 - 0:48
    Quase todos temos interiorizada
    esta mensagem:
  • 0:48 - 0:51
    "Para ser saudável,
    tenho que comer de tudo".
  • 0:51 - 0:53
    Não é verdade?
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    Pois bem, não é.
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    Estou a dizer-vos que não é.
  • 0:58 - 1:00
    Essa mensagem é falsa.
  • 1:00 - 1:03
    É um conselho muito antigo,
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    que atualmente já não se pode dar.
  • 1:06 - 1:09
    Provavelmente,
    há muito mais de 50 anos
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    que não deveríamos andar
    a comer de tudo.
  • 1:13 - 1:17
    A indústria, os progressos
    tecnológicos, industriais,
  • 1:17 - 1:20
    facilitaram-nos muito
    a produção de alimentos
  • 1:20 - 1:22
    e isso trouxe-nos vantagens.
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    Reparem, temos alimentos
    com uma caducidade maior.
  • 1:26 - 1:31
    Mas para este tipo de alimentos,
    se poderem conservar até serem consumidos.
  • 1:31 - 1:35
    necessitam de um processamento industrial,
    um tratamento térmico.
  • 1:35 - 1:39
    Também temos uma melhor
    distribuição dos alimentos.
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    Hoje em dia, na mesma frutaria,
  • 1:41 - 1:46
    podemos comprar laranjas e mandarinas
    que foram cultivadas nos nossos campos.
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    Mas também kiwis que são
    originários da China,
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    ou mangas, que vinham da Índia,
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    papaias, líchias...
  • 1:55 - 1:58
    Isso não vos surpreende?
  • 1:58 - 2:02
    Além disso, temos alimentos
    com uma melhor organolepsia.
  • 2:02 - 2:03
    O que é isso?
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    São alimentos a que a indústria alimentar
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    melhorou a cor, o sabor,
    o aroma, ou mesmo a textura.
  • 2:12 - 2:13
    Vou dar um exemplo.
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    Não sei se alguém aqui
    se lembra destes gelados
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    que se desfaziam totalmente
    mal os tirávamos do congelador.
  • 2:20 - 2:22
    Eram como qualquer gelo.
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    Quais são os gelados
    de que mais gostamos, atualmente?
  • 2:26 - 2:28
    Os que mais se vendem.
  • 2:28 - 2:33
    São precisamente os gelados
    que demoram um pouco mais a derreter.
  • 2:33 - 2:34
    Aguentam-se mais tempo.
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    São gelados que têm uma textura
    mais suave, mais cremosa.
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    Gelados que têm um sabor
    doce mais intenso,
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    que perduram mais tempo
    no paladar, não é?
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    É isso que queremos,
    é isso que temos!
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    Uns gelados com mais gordura
    e mais açúcares acrescentados.
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    Tudo isto tem muito que ver
    com as modas,
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    Reparem, trouxe-vos alguns exemplos
  • 2:59 - 3:03
    do que a indústria alimentar
    é capaz de fazer por nós.
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    Há alguns países em que
    há estas bolachinhas,
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    desculpem, com forma de hambúrgueres.
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    Para quem goste dos salgados,
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    encontrei uns caranguejos
    secos e muito bem temperados
  • 3:20 - 3:23
    e para os que prezam a saúde
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    temos umas tiras de lulas secas
    também muito bem temperadas.
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    Reparem que disse lulas,
    há muita gente que pensa
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    que as lulas têm proteínas
    e pouca gordura. Muito bem.
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    Mas aqui, as lulas estão muito salgadas
    e comem-se com chocolate quente.
  • 3:41 - 3:47
    Porque o "marketing" da indústria
    alimentar é imparável.
  • 3:48 - 3:50
    Temos chocolates,
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    já os mostro, dentro de instantes.
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    Chocolates de chá verde,
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    chocolates de vinagre de maçã,
  • 4:00 - 4:03
    chocolates de batata-doce,
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    chocolates de wasabi.
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    Querem mais?
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    Reparem nestas imagens!
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    [Bebida de castanha!]
  • 4:15 - 4:18
    [Melancia salgada?]
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    [Bebida de manjericão?]
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    [Pepsi e iogurte??]
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    [Leite e morango...]
  • 4:27 - 4:30
    [Frango + waffles]
  • 4:31 - 4:33
    Agora, pensem um pouco comigo.
  • 4:34 - 4:38
    Quantos ingredientes naturais
    acham que estes produtos contêm?
  • 4:40 - 4:43
    Quase nada, não é?
    Devem estar todos a pensar:
  • 4:43 - 4:47
    "Toda a gente sabe
    que estes produtos não são saudáveis.
  • 4:48 - 4:50
    E têm razão. Não são.
  • 4:51 - 4:54
    Mas que se passa com estes?
  • 4:55 - 4:58
    Um iogurte para bebés,
    a partir dos 8 meses,
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    rico em cálcio, magnésio, zinco
    e com 10 gr de açúcar por iogurte.
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    Pouco mais do que cabe
    num pacotinho de açúcar para o café.
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    Ou um caldo de cozido,
    100% natural,
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    feito com menos de 3% de carne
    e com quase 2 gr de sal por ração.
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    E dou-vos um último exemplo.
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    Uma barrita de cereais para crianças.
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    Nas especificações,
    indica-se especificamente
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    que estão elaboradas com açúcar,
    com edulcorantes,
  • 5:32 - 5:33
    com muitas outras coisas!
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    E que, aliás, se vendem nas farmácias.
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    Reparem, se lermos a lista dos ingredientes
    nos rótulos destes produtos,
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    vamos perceber que parvos somos,
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    porque não nos enganam.
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    Tenho que ser clara, deixamo-nos enganar!
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    O nosso metabolismo
    não está preparado
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    para que a nossa alimentação
    se baseie nos ingredientes
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    contidos neste tipo de alimentos,
    supostamente saudáveis,
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    porque eles também contêm
    açúcares simples, gorduras saturadas,
  • 6:07 - 6:10
    gorduras produzidas industrialmente
    e um sem fim de aditivos
  • 6:11 - 6:15
    em quantidades que podem fazer
    o nosso corpo entrar em colapso,
  • 6:15 - 6:18
    se aborreça e reaja provocando doenças,
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    Esta doenças que traduzo
    em obesidade, diabetes,
  • 6:22 - 6:25
    colesterol, hipertensão, etc.
  • 6:26 - 6:31
    A conceção do nosso corpo
    é a melhor que podemos ter
  • 6:31 - 6:33
    do ponto de vista evolutivo.
  • 6:33 - 6:36
    No entanto, nas palavras
    do Dr. Campillo:
  • 6:36 - 6:39
    "As doenças que hoje nos matam
  • 6:39 - 6:41
    "são consequência da incompatibilidade
  • 6:41 - 6:44
    "entre essa conceção
    e o uso que lhe damos".
  • 6:44 - 6:47
    Vou dar-vos um exemplo muito simples.
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    O nosso corpo e o nosso metabolismo
    estão adaptados para andar, para correr,
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    para nos sentarmos
    quando estamos cansados,
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    para dormirmos deitados.
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    Mas, quando forçamos o corpo
    a permanecer sentado,
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    durante muitas horas,
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    produz-se uma diminuição
    da irrigação sanguínea
  • 7:06 - 7:08
    nos músculos e nas articulações
    das pernas.
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    Com o tempo, vão aparecer
    as dores, as inflamações, doenças.
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    Mas acontece o mesmo
    com a alimentação!
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    Quando obrigamos o nosso corpo
    a alimentar-se, a nutrir.se
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    com alimentos que não o nutrem,
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    mas que o obrigam a funcionar
    em condições de sobrecarga,
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    os intestinos, o fígado, o pâncreas,
    as artérias, o coração, etc.,
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    ressentem-se disso e adoecem.
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    A solução não está em ir à farmácia
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    e tomar medicamentos
    para o colesterol ou para o açúcar.
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    Essa não é a solução.
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    O que eu quero dizer-vos
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    é que o ser humano desenvolveu-se,
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    evoluiu muito mais rapidamente
    do que o seu próprio corpo.
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    Não precisamos de ter
    uma grande base científica.
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    O que é preciso é ter senso comum,
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    na altura de comprar e consumir alimentos.
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    Temos que fazer com que esta imagem
    seja cada vez mais frequente.
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    Seja muito frequente,
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    Termos consciência do que consumimos
    leva-nos ao autocontrolo.
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    O consumo responsável
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    não só nos vai garantir
    uma melhor qualidade de vida,
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    mas, para além disso,
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    vamos contribuir para
    a sustentabilidade do planeta.
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    Na próxima vez que queiram
    dar fruta aos vossos filhos,
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    comprem-na no mercado,
    aos quilos, e não em saquinhos.
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    Quando tiverem sede e
    quiserem hidratar-vos,
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    bebam água em vez
    de uma bebida açucarada.
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    E quando precisarem
    dos benefícios do chá,
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    não comam um chocolate.
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    Porque, não podemos comer de tudo!
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    Obrigada.
  • 8:55 - 8:57
    (Aplausos)
Title:
Estamos doidos? Não podemos comer nada! | Alicia Baldó | TEDxAlcoi
Description:

Nesta palestra, Alicia Baldó fala de um antigo conselho: temos que comer de tudo para ficarmos sãos e fortes.
A indústria e os progressos tecnológicos e industriais facilitaram-nos muito a produção de alimentos: temos alimentos com uma caducidade maior e também uma melhor distribuição dos alimentos. Por outro lado, o "marketing" da indústria alimentar é imparável. Mas quantos ingredientes naturais acham que estes produtos têm?
Alicia Baldó diz: "Sempre me interessou a relação e o impacto que têm a nutrição e o estilo de vida no nosso organismo, tanto na saúde como na doença". Licenciada em farmácia industrial e clínica, é especialista em Atenção farmacêutica e em Nutrição. Além disso, o binómio Saúde-Nutrição tem sido, e continua a ser, essencial na vida dela, tanto pessoal, virada para a procura do bem-estar, como na sua vida profissional, quando passou a ser guia dos seus estudos e do seu trabalho.
Trabalhar em muitas cidades diferentes e em diversos países foi a causa do que hoje se define como uma defensora entusiasta da necessidade de educar toda a população mas, em especial, os mais pequenos, em hábitos alimentares corretos e num estilo de vida saudável.

Esta palestra foi feita num evento TEDx usando o formato de palestras TED, mas organizado independentemente por uma comunidade local. Saiba mais em http://ted.com/tedx

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Video Language:
Spanish
Team:
closed TED
Project:
TEDxTalks
Duration:
09:11

Portuguese subtitles

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