Jenna McCarthy: O que você não sabe sobre o casamento

Nesta 'talk' engraçada e casual do TEDx, a escritora Jenna McCarthy compartilha pesquisa surpreendente de como casamentos (especialmente casamentos felizes) realmente funcionam. Uma dica: não tente ganhar um Oscar de melhor atriz.

Todo ano, somente nos Estados Unidos,

2.077.000 casais

tomam a decisão legal e espiritual

de passar o resto de suas vidas juntos ...

(Risadas)

e não fazer sexo com outro alguém,

nunca mais.

Ele compra um anel, ela compra um vestido.

Eles saem às compras

para todos os tipos de coisas.

Ela o leva a Arthur Murray

para aulas de dança.

E o grande dia chega.

E eles se apresentam diante de Deus, da família

e de um sujeito com o qual o pai dela negociou uma vez,

e juram que nada,

nem pobreza abjeta,

nem doenças fatais,

nem miséria extrema,

jamais serão o menor empecilho

para seu amor e devoção eternos.

(Risadas)

Esses dois canalhas otimistas

prometem honrar e estimar um ao outro

através dos problemas,

e das crises de meia-idade

e um ganho de peso cumulativo de 25 quilos,

até o dia muito distante

em que um deles finalmente

descansa em paz.

Sabem, porque não consegue mais ouvir o ronco.

E ficam estupidamente bêbados

e atiram bolo no rosto um do outro e dançam a "Macarena",

e nós estaremos lá,

presenteando-os com toalhas e torradeiras,

tomando bebidas de graça

e jogando arroz neles

toda vez --

ainda que saibamos,

estatisticamente,

que metade deles estará divorciada em uma década.

(Risadas)

É claro, a outra metade não estará, certo?

Eles continuarão esquecendo datas de comemoração,

e discutindo onde passar as férias

e questionando de que forma

o papel higiênico

deveria desenrolar da bobina.

E alguns deles

ainda estarão curtindo a companhia um do outro

quando nenhum deles puder mais mastigar alimentos sólidos.

E os pesquisadores querem saber por quê.

Quero dizer, vejam, não é preciso um estudo com placebo e controle duplo cego

para imaginar o que faz um casamento não funcionar.

Desrespeito, tédio,

tempo demais no Facebook,

fazer sexo com outras pessoas.

Mas você pode ter exatamente o oposto de todas essas coisas --

respeito, entusiasmo,

interrupção de conexão da Internet,

monogamia indiferente --

e ainda assim a coisa pode desandar ladeira abaixo.

Então, o que acontece quando não desanda?

O que as pessoas que conseguem

ficar juntas até quando são enterradas lado a lado

têm em comum?

O que estão fazendo certo?

O que podemos aprender com elas?

E se você está feliz dormindo sozinho,

por que deveria interromper o que está fazendo

e transformar no trabalho de sua vida

o ato de procurar aquela pessoa especial

que você pode irritar para o resto de sua vida?

Bem, os pesquisadores gastam bilhões de dólares de impostos

tentando descobrir isso.

Eles espreitam casais felizes

e estudam cada um de seus movimentos e maneirismos.

E tentam apontar com exatidão o que é

que os separa

de seus vizinhos e amigos infelizes.

E acontece que,

as histórias de sucesso

compartilham algumas similaridades,

na verdade, além do 'eles não fazem sexo com outras pessoas'.

Por exemplo, nos casamentos mais felizes,

a esposa é mais magra e mais atraente que o marido.

(Risadas)

Óbvio, certo.

É óbvio que isso conduz à felicidade conjugal

porque nós, mulheres, damos grande importância

ao ser magra e atraente,

enquanto que os homens se importam principalmente com sexo...

idealmente com mulheres

que são mais magras e mais atraentes do que eles.

O encanto dessa pesquisa, entretanto,

é que ninguém está sugerindo

que as mulheres têm que ser magras para ser felizes,

temos apenas que ser mais magras que nossos companheiros.

Assim, em vez de todas aquelas dietas

e exercícios laboriosos,

precisamos apenas esperar que eles engordem,

talvez, fazer algumas tortas.

Esta é uma boa informação para se ter,

e não é tão complicada.

A pesquisa também sugere

que os casais mais felizes

são aqueles que focam itens positivos.

Por exemplo, a esposa feliz.

Ao invés de apontar a barriga crescente do marido

ou sugerir que ele vá correr,

ela poderia dizer:

"Uau, querido, obrigada por sair da linha

e me fazer relativamente mais magra."

Esses são casais que podem encontrar o lado bom em qualquer situação.

"É, foi devastador

quando perdemos tudo naquele incêndio,

mas é legal dormir aqui fora debaixo das estrelas,

e é bom que você tenha acumulado toda essa gordura corporal

para nos manter aquecidos."

Um de meus estudos favoritos descobriu

que quanto mais disposto o marido estiver para fazer serviços de casa,

mais sua esposa o achará atraente.

Porque precisamos de um estudo que nos dissesse isso.

Eis o que acontece aqui.

Quanto mais atraente ela o acha, mais eles fazem sexo;

quanto mais eles fazem sexo, mais agradável ele é para ela;

quanto mais agradável ele é para ela,

menos ela o chateia por deixar toalhas úmidas sobre a cama --

e, por fim, eles vivem felizes para sempre.

Em outras palavras, homens, pode ser que queiram uma qualificação

no departamento doméstico.

Aqui vai um outro interessante.

Um estudo descobriu

que pessoas que sorriem em fotografias da infância

são menos prováveis de ter um divórcio.

Este é um estudo real,

e deixem-me esclarecer.

Os pesquisadores não estavam olhando

para documentos de auto-avaliação da felicidade na infância

ou estudando jornais velhos.

Os dados foram baseados inteiramente

em se as pessoas pareciam felizes

nessas fotografias.

Bem, não sei quantos anos vocês têm,

mas quando eu era criança,

seus pais tiravam fotos com um tipo especial de câmera

que continha algo chamado filme,

e, por Deus, o filme era caro.

Eles não tiravam 300 fotos de você

nesses vídeos digitais rápidos

e escolhiam a mais simpática, a de sorriso mais bonito

para o cartão de Natal.

Ah, não.

Eles vestiam você, alinhavam você,

e você sorria para a porcaria da câmera como eles lhe disseram

ou podia esquecer a festa de aniversário.

Ainda assim, tenho uma pilha enorme

de fotos de uma falsa infância feliz

e estou satisfeita que elas tornam menos provável que eu

me divorcie do que algumas pessoas.

Assim, o que mais você pode fazer

para proteger seu casamento?

Não ganhe um Oscar de melhor atriz.

(Risadas)

Falo sério.

Bette Davis, Joan Crawford, Halle Berry, Hillary Swank,

Sandra Bullock, Reese Witherspoon,

todas se separaram

logo depois de levar a estátua para casa.

Na verdade, chamam isso de praga do Oscar.

É o beijo da morte no casamento

e algo que deveria ser evitado.

E não é só estrelar filmes com sucesso

que é perigoso.

Acontece que simplesmente assistir a uma comédia romântica

faz a satisfação do relacionamento afundar.

(Risadas)

Aparentemente, a amarga constatação

de que poderia, talvez, ter acontecido conosco,

mas obviamenete não aconteceu e provavelmente nunca acontecerá,

faz nossas vidas parecer insuportavelmente cruéis

em comparação.

E, teoricamente,

suponho que se optamos por um filme no qual alguém é brutalmente assassinado

ou morre num acidente de carro horrível,

é mais provável que saiamos daquele cinema

nos sentindo como se estivéssemos muito bem.

Ingerir álcool, parece,

é ruim para seu casamento.

É.

Não posso lhes dizer mais nada sobre essa

porque parei de ler na manchete.

Mas aqui está uma assustadora:

divórcio é contagioso.

Está certo -- quando você tem um casal amigo que se separa,

isso aumenta suas chances de se divorciar

em 75 por cento.

Bem, tenho que dizer que não entendo mesmo essa.

Meu marido e eu

vimos muitos amigos dividirem seus bens

e então se debaterem

por terem nossa idade e estarem solteiros

numa época de mensagens de texto eróticas, de Viagra

e do 'site' de relacionamento eHarmony.

E acho que eles fizeram mais pelo meu casamento

do que uma vida inteira de terapia poderia ter feito.

Agora vocês devem estar imaginando,

por que alguém se casa afinal?

Bem, o governo federal dos Estados Unidos

registra mais de uma centena de benefícios legais

para ser o cônjuge de alguém --

uma lista que inclui visitas noturnas na prisão,

mas, felizmente, vocês nunca precisarão dessa.

Mas além dos extensos privilégios federais,

pessoas casadas ganham mais dinheiro.

Somos mais saudáveis,

física e emocionalmente.

Temos crianças mais felizes, mais estáveis

e mais bem sucedidas.

Temos mais sexo

do que nossos supostos amigos animados e solteiros --

acreditem ou não.

Até mesmo vivemos mais,

o que é um argumento muito convincente

para casar com alguém de quem você gosta muito

em primeiro lugar.

Agora, se você atualmente não sente

a alegria da devolução de impostos numa declaração conjunta,

não posso lhe dizer como encontrar uma pessoa adorável

que tenha aproximadamente o tamanho e a atração ideais,

que prefira filmes de terror e não tenha muitos amigos

pairando à beira do divórcio,

mas posso encorajá-lo a tentar,

porque os benefícios, como ressaltei,

são significativos.

O ponto essencial é, esteja você procurando ou não por ele,

acredito que o casamento é uma instituição

que vale a pena buscar e proteger.

Então, espero que usem a informação que lhes dei hoje

para sopesar suas qualidades pessoais

contra seus fatores de risco.

Por exemplo, em meu casamento,

diria que estou ok.

De um lado,

tenho um marido que é irritantemente magro

e incrivelmente bonito.

Então, obviamente, vou precisar engordá-lo.

E, como eu disse, temos aqueles amigos divorciados

que podem secreta ou subconscientemente

estar tentando nos separar.

Assim, temos que manter um olho nisso.

E nós realmente gostamos de um coquetel ou dois.

De outro lado,

tenho aquela coisa da foto da falsa feliz.

E também, meu marido faz muita coisa em casa,

e, com alegria, nunca mais veria

outra comédia romântica em toda sua vida

Então, tenho todas essas coisas a meu favor.

Apenas para prevenir,

planejo trabalho extra

para não ganhar um Oscar tão logo.

E para o bem de seus relacionamentos,

eu os encorajaria a fazer o mesmo.

Vejo vocês no bar.

(Aplausos)